Sandra Carrieri: ‘Não vejo o PGD como alternativa. Temos um programa construído por nós’

09/09/2025 09:18

Pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Sandra Regina Carrieri de Souza. Foto: Agecom/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolve desde 2023 três projetos-piloto que vêm mobilizando a comunidade universitária: o Controle Social de Frequência (CSocial), o teletrabalho e a flexibilização da jornada. Nesta entrevista ao Sintufsc, realizada no dia 05 de setembro de 2025, a pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Sandra Regina Carrieri de Souza, detalha o contexto de criação dos projetos, avalia os resultados já alcançados e comenta as expectativas para a votação da minuta que regulamenta as políticas no Conselho Universitário (CUn).

Pergunta: Qual foi o contexto que levou a Reitoria a implementar os projetos-piloto de teletrabalho, flexibilização da jornada e o Controle Social de Frequência (CSocial) em 2023? Essa demanda surgiu de uma reivindicação específica?

Sandra: Podemos começar falando sobre o Controle Social. Ele surge de uma demanda do Ministério Público de que a UFSC implantasse o ponto eletrônico, com catraca, câmera e biometria. Isso antes da nossa gestão [2022-2026]. Houve algumas tentativas das gestões anteriores de implantar o ponto eletrônico, até que a antiga gestão sugere ao MP implementar o Sistema de Registro de Frequência (Sisref), do governo federal. A categoria, eu inclusive, que fazia parte do movimento na época, analisou com calma e concluiu que o Sisref traria prejuízos: não funcionava bem e retirava totalmente a autonomia universitária.

Nossa gestão assume em 05/07/2022 e, em 16 de agosto, foi marcada a primeira audiência de conciliação com o Ministério Público. Fui acreditando que conciliação significava buscar um ponto comum, mas não foi isso. Quando ofereci outras possibilidades, fui prontamente rechaçada. Em contato com o professor Irineu, compartilhei minhas preocupações e angústias. Ele então propôs: “Olha, Sandra, acho que seria super interessante a gente resgatar aquele grupo que vem pensando há muitos anos numa outra forma de controlar a frequência dos TAEs”, que é o Controle Social. Esse grupo se reuniu e elaborou plano de implementação do Controle Social.

O CSocial exige um sistema, e tivemos todo o apoio da SeTIC. No entanto, situações novas surgem diariamente e demandam alterações, então ele nunca estará finalizado. Essa constante adaptação mostra justamente que o Controle Social cumpre seu papel de transparência, pois consegue detectar inconsistências. Precisa de ajustes? Precisa. Para a PRODEGESP, é uma trabalheira sem fim. Nossa equipe tem apenas três pessoas, mas entendemos que o sistema respeita a autonomia universitária, mantém comissões com TAEs nas comissões e preserva o papel decisório da chefia.

O teletrabalho é mais recente. Surge como resposta ao Programa de Gestão e Desempenho (PGD), criado pelo governo. Antes da nossa gestão, um grupo já havia se debruçado sobre as implicações da adesão ao PDG e chegou a conclusões muito parecidas: perda de autonomia universitária, exclusão de parte dos servidores e permissão para teletrabalho integral. Para a universidade, isso é muito complicado, porque se perde contato e troca. As pessoas querem morar fora, e numa emergência não há como chamá-las. Então pensamos em outra forma, elaborada por nós, e assim surgiu a proposta de teletrabalho.

A flexibilização é uma pauta histórica, com mais de 30 anos. Lutamos muito por ela. Tivemos uma greve histórica pelas 30 horas, por uma UFSC de portas abertas, com atendimento ininterrupto. Olhando para o que a universidade precisa e também para a necessidade de melhoria de vida do trabalhador. Essa sempre foi uma bandeira do professor Irineu, desde sua primeira campanha para Reitor. Participei da segunda em diante, mas acredito que desde a primeira ele já defendia que as 30 horas atendem interesses institucionais e dos trabalhadores.

Controle Social, flexibilização e teletrabalho foram construídos de forma democrática. Todas as categorias puderam participar. Eu e minha equipe percorremos 18 locais, entre centros de ensino e unidades administrativas, para tirar dúvidas. O problema é que, apesar do grande interesse e das muitas dúvidas das chefias, a participação presencial não foi maciça. Ainda assim, a política foi construída de forma democrática, com audiências e consultas públicas.

Pergunta: Como você avalia os resultados obtidos até agora com esses projetos?

Sandra: Segundo a pesquisa que fizemos, quase 100%, se não 100%, dos TAEs reconhecem melhoria da qualidade de vida. O trabalho tem sido exercido de forma tranquila e o público está sendo atendido.

Quanto aos estudantes, recebemos poucas respostas, mas a maioria respondeu positivamente. Já entre os docentes, ainda há restrição. Mas a gente percebe que muitas das questões colocadas são de gestão e acontecem com ou sem teletrabalho, com ou sem flexibilização, com ou sem mudança no controle de frequência.

O que vemos é que os professores não estão acostumados com o deslocamento decisório. Quando você tem comissões que vão partilhar a decisão, é algo muito novo, é uma mudança de conceito.

Pergunta: Qual é a sua posição em relação à minuta que regulamenta essas políticas? E quais são as suas perspectivas em relação à votação no CUn?

Sandra: Sobre a minuta, não posso ser contra, porque eu mesma estou construindo. Venho acompanhando a política passo a passo, ela vem sendo construída com muito respeito a todas as categorias. Não é uma política para TAEs, nem uma gestão para TAEs. É uma política que visa melhorar as relações de trabalho, a qualidade de vida do servidor e, principalmente, a ampliação e qualidade do serviço prestado.

Tenho muito orgulho de estar à frente disso. Fui alguém que, antes, estava do outro lado, batalhando muito pra isso acontecer. Hoje tenho a honra de ser a pessoa que está à frente desta política junto com a minha equipe e, lógico, junto com o professor Irineu.

Não tivemos nenhum pedido de desligamento, sinal de que está funcionando. Tem problemas? Tem, como todas as relações. Ainda mais porque é um programa que está em aprimoramento e é preciso aprender a lidar com ele. Agora, só de o trabalhador ter instância à qual recorrer, isso já é um ganho muito grande, um ganho para a universidade. Uma universidade que se pretende democrática tem que tratar a todos com isonomia, não com vigilância, mas exigindo responsabilidade.

As pessoas não vão poder ignorar isso na hora da votação. Eu não vejo motivo para que a gente não aprove. Não vejo o PGD como alternativa, mesmo porque eu participo, no mínimo, quatro vezes ao ano de fóruns de gestores com outras universidades, e o PGD apresenta muitos, muitos problemas. E nós temos hoje um programa construído por nós para essas políticas. Esses programas podem ser adaptados por nós, com agilidade e segundo as nossas necessidades. Isso é um ganho muito grande.

Essas políticas foram levadas por mim até o MGI. Eles estão cientes, e não há ilegalidade alguma. Todo o processo foi acompanhado pelo procurador-geral da UFSC. Ainda assim, há quem diga: “Mas você foi contratado para 40 horas e trabalha 30”. Vamos ampliar o olhar. Fomos contratados para que a universidade funcionasse 8 horas por dia. Hoje, sem contratar ninguém a mais, conseguimos atender 12 horas.

A contratação de servidores é um dos grandes nós que a universidade enfrenta, junto com a falta de recursos e os baixos salários. Então, o objetivo é dar ganho para os técnicos? Não, não é o objetivo, mas é uma consequência. Não dá para imaginar a fixação de TAEs aqui sem essas políticas.

Acho que temos muito a melhorar, mas só temos ganhos a oferecer. Espero que a minuta seja aprovada, preservando a concepção inicial, construída democraticamente.

Entrevista feita pelo Sintufsc

Tags: Conselho UniversitárioControle Socialflexibilização da jornada de trabalhoGabinete da ReitoriaProdegespSandra CarrieriSintufscTeletrabalhoUFSC

UFSC abre consulta pública para política institucional de formação docente

08/09/2025 14:01

A minuta da Política Institucional para a Formação Inicial e Continuada de Professoras/es da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está aberta para consulta pública até o dia 10 de outubro de 2025. A comunidade universitária, incluindo docentes, técnicos-administrativos e estudantes dos cursos de Licenciatura da UFSC, do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) e do Colégio de Aplicação (CA), é convidada a participar desse processo de construção coletiva, que resultará em uma nova resolução responsável por orientar os cursos de licenciatura e as ações de formação continuada oferecidos pela instituição.

>>Acesse aqui o formulário para fazer sua contribuição ao texto da minuta

Contexto

O ponto de partida para a elaboração do texto-base foi a Resolução nº 005/CEG/2000, que, há mais de duas décadas, orienta a estrutura curricular e acadêmica dos cursos de licenciatura da UFSC. Contudo, devido ao longo período desde sua publicação, o documento apresenta lacunas e defasagens que já não atendem às demandas contemporâneas da formação docente.

Além disso, desde os anos 2000, o Brasil passou por quatro diferentes Diretrizes Nacionais para a formação de professores, algumas das quais geraram polêmicas e contribuíram para um ambiente de instabilidade e descontinuidade na gestão curricular. Nesse cenário, tornou-se indispensável que as Instituições de Educação Superior desenvolvam ou atualizem suas políticas institucionais, garantindo maior consistência e segurança nos currículos voltados à formação de professores para a Educação Básica.

Em resposta a essa necessidade, a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd/UFSC) instituiu, em 2021, uma comissão de trabalho para propor uma nova Política Institucional que atualizasse a Resolução de 2000.

Etapas da elaboração

A elaboração da minuta foi realizada com base em um processo coletivo e participativo que incluiu as seguintes etapas:

  1. Resgate do trabalho elaborado pela comissão anterior (2021-2023).
  2. Deliberações do Fórum das Licenciaturas de 2024.
  3. Grupos de trabalho internos, responsáveis por analisar documentos nacionais e locais de interesse para a formação de professores.
  4. Reuniões específicas com setores ligados às licenciaturas da UFSC, promovidas pela comissão de trabalho.
  5. Revisões realizadas pelo Comitê Gestor do Fórum das Licenciaturas, com ajustes finais.

Com a consulta pública, as sugestões recebidas serão compiladas e anexadas à minuta e ao relatório final da Comissão de Trabalho, para posterior deliberação nas instâncias superiores da UFSC: Câmara de Graduação e Conselho Universitário.

Mais informações pelo e-mail: forum.licenciaturas@contato.ufsc.br 

Tags: consulta públicaFórum das LicenciaturasProgradUFSC

UFSC publica nova edição do Plano Diretor de Logística Sustentável

05/09/2025 18:03

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio da Comissão Permanente de Sustentabilidade, publicou nesta quinta-feira, 4 de setembro, a 4ª edição do Plano Diretor de Logística Sustentável (PLS 2025-2029). Após consulta pública e revisão, o documento está disponível no site do programa UFSC Sustentável.

O PLS é um instrumento de planejamento e gestão que define metas, objetivos e ações voltadas à redução de impactos ambientais, ao uso eficiente de recursos e à promoção da sustentabilidade na UFSC. A nova edição apresenta o monitoramento e a avaliação do ciclo anterior, além de 41 metas e 257 ações distribuídas em dez eixos temáticos, como resíduos, contratações sustentáveis, consumo de materiais, energia e biodiversidade.

Pela primeira vez, o PLS está alinhado ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), atendendo às diretrizes da Portaria SEGES/ME nº 8.678/2021. Essa normativa, em consonância com a Nova Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 14.133/2021), torna obrigatória a elaboração do PLS para instituições públicas, reforçando o desenvolvimento nacional sustentável como um dos princípios da administração pública.

Conforme a Comissão Permanente de Sustentabilidade, para garantir a efetividade do plano, os setores da UFSC terão papel fundamental na execução das ações sob sua responsabilidade. Em breve, serão enviados por e-mail os formulários de monitoramento anual, e todo o acompanhamento estará disponível na página do PLS no site do UFSC Sustentável, assegurando transparência e facilidade de acesso às informações.

A UFSC reforça seu compromisso institucional com a sustentabilidade e convida toda a comunidade universitária a se engajar nesse processo, contribuindo para um futuro mais sustentável, socialmente justo e ambientalmente responsável.

Tags: Comissão Permanente de SustentabilidadePDI 2025-2029Plano Diretor de Logística SustentávelPLSUFSCUFSC Sustentável

Neti-Unapi promove aula inaugural de boas-vindas à comunidade na UFSC

05/09/2025 17:05

Atividade foi promovida no Centro de Eventos da UFSC em Florianópolis. Foto: Isadora Cristina/Agecom/UFSC

Cerca de 100 pessoas prestigiaram na última terça-feira, 2 de setembro, a aula inaugural da Universidade Aberta para as Pessoas Idosas (Neti-Unapi) vinculada à Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, no Campus de Florianópolis.

O objetivo do evento foi dar as boas-vindas à comunidade, apresentar as equipes administrativa, pedagógica, de saúde, de serviço social, além dos estagiários. O evento também apresentou um pouco das atividades realizadas no Neti-Unapi, conforme explicou a enfermeira e agente de comunicação, Bárbara Cristina Tavares.

Mesa de abertura

Na mesa de abertura, participaram a coordenadora do Neti-Unapi, professora Cláudia Priscila Chupel dos Santos; a pró-reitora de Extensão, Olga Regina Zigelli Garcia; o diretor executivo da Proex, Narbal Silva; e a presidenta do Centro de Estudantes do Neti-Unapi, Maria Elisabeth Goidanich. A condução do evento foi realizada pela coordenadora Cláudia e pela enfermeira Michele Medeiros. O tema do evento foi Conhecendo a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa (Ebapi) e as experiências  de atividades voltadas às pessoas idosas na Grande Florianópolis.

Mesa de recepção foi composta por pessoal do Neti-Unapi e da Proex. Foto: Isadora Cristina/Agecom/UFSC

Palestras

O evento contou com palestras que abordaram políticas públicas, iniciativas comunitárias e práticas de promoção do envelhecimento ativo. O fisioterapeuta e doutor em Saúde Coletiva pela UFSC, Paulo Adão Medeiros, apresentou a Ebapi, dando destaque a sua implementação no município de Florianópolis e a sua articulação com as cidades e comunidades amigas das pessoas idosas.

Na ocasião, Paulo representou Sandra Maria Raimundo, assessora de Políticas Públicas da Pessoa Idosa de Florianópolis, e destacou também as ações do programa Floripa 60+, que reúne grupos de idosos da cidade e amplia espaços de participação e autonomia. Também esteve presente Arlei Souza Borges, assistente social e pedagoga do SESC-SC, que compartilhou a trajetória de mais de 20 anos de atuação no Programa para Pessoas Idosas.

O encerramento contou com a apresentação cultural do Grupo de Canto Vozes da Ilha, do Neti-Unapi, que há 16 anos utiliza a música como ferramenta de integração social e desenvolvimento de novas habilidades. 

Participaram do evento representantes da prefeitura de Florianópolis e dos SESC-SC. Foto: Isadora Cristina/Agecom/UFSC

O que é o Neti-Unapi

O Neti-Unapi começou suas atividades na UFSC, em Florianópolis, em 1982. Criado pelas professoras da Universidade Neusa Mendes Guedes e Lúcia Hisako Takase Gonçalves. 

Desde então, passaram a desenvolver ações de extensão voltadas às pessoas idosas, tornando-se o primeiro programa brasileiro com características de Universidade Aberta para as Pessoas Idosas (Neti-Unapi). De acordo com Bárbara, o projeto oferece várias atividades e oficinas que estimulam a mente, o corpo e a convivência social dos idosos. 

Os encontros acontecem a cada 15 dias e incluem programações que vão desde educação de adultos até trabalhos manuais, como artesanato. O objetivo é promover o bem-estar e incentivar novos aprendizados ao longo da vida, explica Bárbara. “Temos idosas que aprenderam a ler e a escrever, aqui conosco e publicaram até livros.” 

Quem pode participar

Podem participar das atividades pessoas com 50 anos ou mais. As inscrições acontecem semestralmente por meio de um edital divulgado no site do Neti-Unapi. O interessado pode se inscrever em até duas  atividades por semestre.

Com informações de Bárbara Cristina Tavares

Tags: Aula inauguralEbapiNet-UnapiProexUFSCUniversidade Aberta para as Pessoas Idosas

UFSC divulga nota de esclarecimento à comunidade universitária

05/09/2025 14:01

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio da Secretaria de Segurança Institucional (SSI), informa que está acompanhando, desde a última segunda-feira, 1° de setembro, a presença de um cidadão que tem circulado pelo campus da Trindade, em Florianópolis, e arredores.

Esse indivíduo já foi abordado em diferentes ocasiões por equipes da SSI e pela Polícia Militar de Santa Catarina (PM/SC). Em todas as situações, não foi constatada a prática de crime ou comportamento hostil, tampouco a posse de arma.

A Administração Central da UFSC e a SSI permanecem monitorando o caso e estão em contato com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), para que, se necessário, sejam acionados os serviços de saúde especializados.

Reiteramos o compromisso da Universidade em zelar pela segurança da comunidade universitária e pelo patrimônio público. Orientamos que sejam evitados o compartilhamento e a divulgação de informações não verificadas, que possam gerar pânico ou desinformação.

Para denúncias ou relatos, entre em contato com a SSI nos telefones: (48) 3721-9555 / 5050.

Tags: PM/SCSegurança da UFSCSSIUFSC