Conselho Universitário aprova política para permanência estudantil materna

19/12/2024 21:13

O primeiro ponto de pauta discutido nesta quarta-feira, 18 de dezembro, no Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tratou da proposta de Resolução Normativa sobre a política institucional de permanência para estudantes mães na Universidade.

O processo teve como requerente a Pró-Reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (PRAE) da UFSC e relatoria da conselheira Mara Ambrosina de Oliveira Vargas, professora do Departamento de Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Após a leitura do parecer e abertura da pauta à discussão, a minuta foi aprovada por maioria dos votos. A sessão ordinária foi gravada e está disponível no canal do YouTube do CUn.

A relatora destacou a importância da aprovação da Resolução Normativa, que objetiva promover a equidade e apoiar as estudantes-mães em sua trajetória acadêmica. No entanto, para melhor compreensão, ressaltou a necessidade de ajustes em alguns artigos da proposta original, especificamente o 5º, 12º e 16º.

A proposta inicial envolveu a discussão sobre a implementação de um espaço de contraturno, onde as crianças poderiam ser atendidas enquanto as mães estivessem em sala de aula. A relatora enfatizou que as ações propostas devem incluir mecanismos concretos para apoiar a permanência das estudantes, como a criação de programas que integrem atividades físicas e culturais para os filhos.

A professora também mencionou a relevância da nova diretriz do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que estabelece a extensão do prazo de avaliação da produtividade científica para mulheres que se tornam mães durante esse período avaliativo; e a de incluir no texto da resolução a criação de um auxílio para estudantes-mães de pós-graduação que tenham filhos de até 12 anos.

A relatora concluiu sua fala recomendando a aprovação da versão revisada da Resolução Normativa, destacando que as adequações feitas contemplaram as demandas levantadas durante as discussões no CUn e as reuniões subsequentes.

Para a pró-reitora de Permanência e Assuntos Estudantis, Simone Sobral Sampaio, essa aprovação é o “reconhecimento público da necessária construção de patamares de equidade ao direito ao ensino superior à condição materno estudantil”. A PRAE coordenou o GT de elaboração dessa política que foi constituída democraticamente com a participação de estudantes-mães da graduação e da pós-graduação, ressaltou a pró-reitora. Simone também frisou que a referida política “fortalece a política educacional de assistência estudantil, e constituiu-se articulada ao ensino, à pesquisa e extensão, no sentido de possibilitar estratégias para redução da taxa de evasão”.

O texto da política institucional de permanência estudantil materna define, em seu primeiro artigo, o objetivo da proposta que é “ampliar as oportunidades de permanência de mães no corpo discente da instituição, bem como institui ações para o enfrentamento às violências maternas sofridas”. Em seu Artigo 2º, explica a abrangência, destinando-se “às estudantes regularmente matriculadas nos cursos de graduação e pós-graduação que são mães, sejam elas adotantes, biológicas, solo, casadas ou em união estável, e/ou pessoas que sejam responsáveis legais por uma ou mais crianças”. E o documento ainda elenca as competências dos setores envolvidos na execução da política, que incluem a PRAE e as pró-reitorias de Graduação e Educação Básica (Prograd) e de Pós-Graduação (Propg).

A construção dessa minuta foi impulsionada pelas reivindicações do Coletivo MãEstudantes/UFSC, que, em conjunto com a PRAE, criou um Grupo de Trabalho (Portaria nº 292/2023). Este grupo foi responsável por revisar a minuta e formular propostas para ampliar as oportunidades de permanência de mães na instituição.

Em março de 2024, uma audiência pública foi realizada para discutir a minuta da resolução, permitindo que a comunidade universitária se engajasse e dialogasse sobre a política. Essa iniciativa foi considerada um passo importante na construção da equidade de gênero no ensino superior, reconhecendo as desigualdades enfrentadas por estudantes-mães, que incluem a falta de licença-maternidade adequada e exigências de produtividade que desconsideram seu direito à permanência.

Em agosto de 2024, a PRAE divulgou um formulário do Ministério da Educação (MEC) para a construção da Política Nacional de Permanência Materna, visando mapear discentes do ensino superior que tenham filhos e entender os desafios na conciliação entre a vida acadêmica e a rotina familiar. O MEC instituiu um GT para implementar essa política, convocando estudantes mães e pais a responderem ao questionário.

Além disso, o GT do MEC organizou fóruns em todas as regiões do Brasil, visando qualificar os dados coletados. Na Região Sul, o 1º Fórum Regional Materno-Estudantil ocorreu em agosto deste ano, de forma online, permitindo a participação ativa de estudantes mães, servidoras e parceiras. Esses fóruns objetivaram debater políticas de apoio à maternidade no ambiente acadêmico e elaborar propostas que serão encaminhadas ao Grupo, que foi criado a partir dos Coletivos Maternos nas Instituições de Ensino Superior, com a participação do Coletivo MãEstudantes da UFSC e da Associação de Mães Pesquisadoras, Estudantes e Trabalhadoras (AMPET). O evento foi organizado em quatro eixos de discussão, onde cada um tratou um aspecto específico da realidade materno-estudantil.

“A Política Nacional de Permanência Materna no Ensino Superior Brasileiro está em elaboração desde novembro de 2023. Com isso, esperamos que a política aprovada na UFSC possa contribuir com o horizonte de democratização do ensino superior brasileiro e com a constituição da referida política nacional”, finalizou a pró-reitora Simone.

Rosiani Bion de Almeida | imprensa.gr@contato.ufsc.br
Coordenadoria de Imprensa do GR | UFSC

Com informações de: https://noticias.ufsc.br/2024/03/ufsc-promove-audiencia-publica-sobre-politica-de-permanencia-de-estudantes-maes/

Tags: CCSConselho UniversitárioPolítica de Permanência de Estudantes MãesPraeProgradPROPGUFSC

Comissão analisa dados com objetivo de aumentar número de concluintes nos cursos da UFSC

02/12/2024 16:03

Dados parciais foram apresentados nesta segunda-feira em evento público (Fotos: Mateus Mendonça)

A busca ativa de estudantes para favorecer a permanência e o êxito, a análise dos currículos e a análise qualitativa e quantitativa de fatores que levam à desistência ou abandono são algumas das propostas da Comissão de Análise da Evasão e Retenção nos Cursos de Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina para aumentar o percentual de estudantes que se formam. O grupo, que agora é permanente, apresentou nesta segunda-feira, 2 de dezembro, dados parciais de um estudo realizado em todos os cursos e campi da UFSC.

“O fenômeno da evasão, em toda sua multidimensionalidade, é uma preocupação entre educadores(as) de todo o mundo”, avalia o documento assinado pelo grupo. O objetivo do trabalho multidisciplinar é se debruçar sobre dados concretos para minimizar os efeitos econômicos, sociais e organizacionais da evasão. O trabalho é liderado pela Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd).

O Censo da Educação Superior divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) em outubro deste ano revela que, no Brasil, 51% dos alunos cotistas da rede federal concluíram o curso, enquanto o índice entre os não cotistas foi de 41%. No estudo da UFSC, o foco foram as matrículas, não os CPFs – isso significa que situações de alunos que saíram de um curso e reingressaram em outro, por exemplo, não estão contempladas nessa análise.

O estudo cobre o período de 2008 a 2023. Na análise de evasão parcial, 45,6% das matrículas evadiram e 31% se formaram, enquanto 23,4% estão com o status de regular, podendo futuramente se formar ou evadir. Ao longo do tempo, os anos de 2008 e 2009 indicavam índices de formandos acima do índice de desistentes. Entre 2011, 2012 e 2013, no entanto, houve uma inversão nos gráficos.

A comissão também fez análises que cruzam outros indicadores, como por exemplo o do conceito dos cursos na avaliação do MEC, além da distribuição por campus, ao longo do tempo. Os centros de ensino e a idade dos ingressantes também compõem os interesses do grupo que se debruçou sobre o assunto.

Faixa etária, raça e pontuação no Vestibular

Reitor Irineu Manoel de Souza abriu o evento e acompanhou a apresentação dos dados de evasão

No caso da faixa etária, o relatório aponta que o percentual maior de formandos está na faixa etária daqueles que ingressaram entre os 16 e 19 anos. Proporcionalmente, a evasão aumenta a partir dos 56 anos, chegando a 92% entre os ingressantes com 72 a 75 anos. Com relação ao gênero, mulheres registram o maior percentual de formadas no período de 2008 a 2023. Entre os homens, há um volume de 49% de evadidos.

Com relação à raça, pessoas negras e pardas atingem os maiores números de evasão na distribuição percentual, mas ficam atrás de uma categoria também presente na análise: a daqueles que não informaram sua raça. Entre estes, 71% estão listados como evadidos.

Outro ponto analisado pelo grupo diz respeito à pontuação para o ingresso via Vestibular e SISU e o índice de aproveitamento acumulado, dados que estariam relacionados ao desempenho e rendimento dos estudantes nos cursos. No caso do Vestibular, quanto mais alta a pontuação, menor o abandono. Esta lógica também ocorre com relação às notas durante a graduação: quanto mais altas, menores os índices de evasão.

O estudo ainda identifica o número de abandono comparativamente à questão da correspondência entre a cidade de residência e o campus onde o estudante está matriculado. O abandono é maior entre aqueles que se matriculam em cidades onde não residem.

A comissão apontou quatro sugestões administrativas para que os ​​dados e informações de interesse sejam melhor aproveitados, além de sugerir nove ações de gestão. Serão designadas comissões para elaboração da política institucional e dados e análises por dashboards. Os dados também serão apresentados, com recortes focados nos diferentes centros de ensino da UFSC.

Tags: Andressa Sasaki Vasques PachecoComissão de Análise da Evasão e Retenção nos Cursos de GraduaçãoEvasãoMECProgradReitoriaSiSUUFSCVestibular

Estudantes e egressos da UFSC podem emitir histórico escolar em inglês

26/11/2024 13:43

Foto: Maria Isabel Miranda

A Secretaria de Relações Internacionais (Sinter) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) disponibilizou a emissão do histórico síntese de alunos e egressos na língua inglesa, que pode ser feita de forma gratuita diretamente pelo Sistema de Controle Acadêmico da Graduação (CAGR). A ação foi feita em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd) e com a Superintendência de Governança Eletrônica e Tecnologia da Informação e Comunicação (SeTIC).

A iniciativa tem o objetivo de tornar o documento em inglês mais acessível para quem deseja continuar os estudos fora do país, seja por mobilidade acadêmica ou na pós-graduação.

Segundo o secretário de Relações Internacionais da UFSC, Luiz Carlos Pinheiro, antes desse serviço a tradução tinha que ser feita de forma externa à universidade, geralmente por tradução juramentada, realizada por um tradutor público e reconhecida oficialmente por instituições e órgãos públicos como documento oficial.

O serviço, quando efetuado de forma externa, é pago. A média de preço é de R$ 99,05 por mil caracteres, segundo a tabela de valores para 2024 do Sindicato Nacional dos Tradutores (Sintra). “A universidade tem 40 mil estudantes de graduação e grande parte não tem uma renda familiar muito alta, então isso acaba sendo mais uma limitação para esse aluno fazer uma mobilidade”, diz Pinheiro.

A chefe do Serviço de Tradução da Sinter, Luciana Lima, explica que as disciplinas dos cursos de graduação começaram a ser traduzidas em 2017, pela tradutora e intérprete de língua inglesa Paula Michels. A partir de 2021, o trabalho foi intensificado pelas duas servidoras. Somente neste ano, 2024, o processo foi concluído e encaminhado aos departamentos para revisão, posteriormente sendo anexado ao CAGR pela SeTIC. “O documento sai igual ao em português, com código de autenticidade e tudo, mas como documento da UFSC emitido em inglês, não uma tradução como a juramentada”, esclarece Luciana.

Passo a passo:

  1. Entre na sua página do Aluno no CAGR;
  2. Clique em Histórico Síntese;
  3. Selecione a opção Gerar histórico (em inglês).
Tags: CAGRmobilidade acadêmicaProgradSeticSinterSINTRAtradução juramentadaUFSC

UFSC e Udesc planejam atividades de ensino em regime de cooperação para 2025

26/11/2024 13:09

Da esquerda para direita: Tania, Letícia, Gelcemar, Julice, Dilceane e Antonio. Foto: Divulgação

A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio da Pró-Reitoria de Ensino (Proen), esteve na última semana, dia 14 de novembro, reunida com a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A ocasião foi marcada pela troca e compartilhamento de ideias que envolvem os trabalhos das pró-reitorias das duas instituições.

A pró-reitora de Ensino da Udesc, Julice Dias, esteve na UFSC juntamente com a coordenadora de Ensino de Graduação Gelcemar Oliveira Farias, a pedagoga Tânia Mara de Bastiani e a assistente de gabinete da Proen, Letícia Dutra Wesendonck. As representantes da Udesc foram recebidas pela pró-reitora da UFSC, Dilceane Carraro, e pelo diretor do Departamento de Ensino (DEN), Antônio Alberto Brunetta.

“Foram firmadas, nessa reunião, ações em parceria entre as duas Instituições de Ensino Superior para eventos no próximo ano, todos voltados ao Ensino de Graduação e à formação de professores”, explica Julice Dias, que acrescenta que as atividades conjuntas deverão ser em regime de cooperação. Entre as iniciativas destacadas pela pró-reitora da Udesc estão o Parque das Profissões, o Fórum das Engenharias e a Formação Continuada.

No encontro foi definido que no próximo ano as duas universidades devam seguir o planejamento. “ Ficou acordado que em fevereiro de 2025 voltaremos a nos encontrar sistematicamente, com definição de cronograma de trabalho para planejamento cooperativo entre as IES, objetivando a execução de ações de formação docente e demais eventos parceiros”, completa Julice.

Fonte: Udesc

 

Tags: cooperaçãoDENFormação ContinuadaFórum das EngenhariasParque das ProfissõesProenProgradUdescUFSC

Ingresso de estudantes: atual sistema é apresentado pela gestão da UFSC

12/11/2024 17:51

A gestão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) reuniu, no dia 12 de novembro deste ano, os setores envolvidos nos processos seletivos para ingresso de estudantes na graduação da instituição. Em formato de seminário, a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd), a Comissão Permanente do Vestibular (Coperve), o Departamento de Administração Escolar (DAE) e a Superintendência de Governança Eletrônica e Tecnologia da Informação e Comunicação (SeTIC) detalharam o cenário atual para embasar futuras mudanças.

A abertura foi realizada pela pró-reitora Dilceane Carraro (Prograd) que, de forma breve, destacou que o seminário cumpre importante etapa do compromisso firmado pela atual gestão da UFSC, quanto ao aprimoramento do sistema de ingresso de estudantes em mais de 130 opções de cursos (presencial e a distância), bem como o de ocupação de vagas na Universidade. Para a pró-reitora é importante discutir o atual sistema – Concurso Vestibular (70%) e Sistema de Seleção Unificada (SiSU/MEC) (30%) -, bem como avaliar todos os tipos de processos seletivos disponibilizados durante o ano, que são 12 no total: Vestibular; Reopção; Remanescentes; Histórico Escolar; Educação do Campo; Licenciatura Indígena; Suplementares Indígenas e Quilombolas; Suplementares Negros; Refugiados; Libras EaD; Libras Presencial; e Processo Seletivo EaD.

Na mesma linha, o presidente da Coperve, Marcos Antônio Rocha Baltar, disse que o momento era de apresentar os dados de ingresso deste ano, o funcionamento dos processos seletivos, e iniciar o debate para em, um segundo momento, coletar sugestões e discutir de forma mais aprofundada o tema.

Para a vice-reitora, Joana Célia dos Passos, “as políticas precisam se fundamentar em dados da realidade para poder acontecer do melhor modo” e, que ao final dessa exposição, as informações possam se consolidar em melhorias que sejam o desejo da instituição e da sociedade. O reitor, Irineu Manoel de Souza, disse que esta discussão está se ampliando e já ocorre na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Na UFSC, o debate se inicia com a compreensão da atual sistemática, das inovações que foram implantadas, para assim sustentar futuras políticas.

Na sequência, os dados dos processos seletivos utilizados pela UFSC foram abordados pelo professor e coordenador de TI (Tecnologia da Informação) da Coperve, Frank Augusto Siqueira, e pelo professor Manoel Teixeira dos Santos. Os de chamadas e matrículas do ano de 2024, pelo diretor do DAE, Cesar Trindade Neves, e pelo analista de TI, Leonardo Meurer, da SeTIC.

As perguntas foram abertas ao público presente no auditório e na conferência web ao final das apresentações. O debate iniciou na sequência, como última parte da programação do seminário.

Rosiani Bion de Almeida | imprensa.gr@contato.ufsc.br
Coordenadoria de Imprensa do GR | UFSC

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