UFSC participa de seminário com dirigentes das IFES sobre financiamento das universidades

23/05/2025 10:04

Seminário na Andifes discute “Financiamento das Universidades Federais”. Foto: Andifes

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) promoveu no dia 21 de maio, na se de da entidade, o seminário “Financiamento das Universidades Federais”, como parte da 205ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno. O evento reuniu reitores, pró-reitores, técnicos do Ministério da Educação (MEC) e especialistas em orçamento público, consolidando-se como um espaço estratégico para discutir soluções para a crise no financiamento das 69 universidades federais do país. O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, esteve presente no seminário como parte de sua agenda em Brasília naquela semana.

O debate evidenciou, entre outros aspectos, que a insuficiência dos recursos destinados ao ensino superior público é o principal entrave à manutenção e ao aprimoramento das atividades acadêmicas, científicas e de extensão. Apesar da transparência nos modelos de distribuição orçamentária, como a Matriz Andifes OCC (Orçamento de Custeio e Capital) e a Matriz PNAES (Programa Nacional de Assistência Estudantil), o orçamento total disponível tem se mostrado insuficiente para atender às necessidades crescentes do sistema.

Atualmente, a previsão orçamentária para 2025 é de R$ 6,34 bilhões, valor que, segundo análises apresentadas no seminário, deveria ser de R$ 9,2 bilhões para corrigir a defasagem acumulada desde 2010. Esse déficit de R$ 2,84 bilhões compromete a capacidade das instituições de manter suas operações básicas e prejudica o planejamento a longo prazo. Durante o seminário, o reitor Demetrius David da Silva, presidente da Comissão de Financiamento da Andifes, destacou a gravidade da situação. “A recomposição orçamentária não é apenas uma pauta da gestão universitária, mas um imperativo para a manutenção da qualidade e da equidade no acesso ao ensino superior público”, afirmou. Ele defendeu a criação de um modelo de financiamento permanente que garanta previsibilidade e estabilidade para as universidades, sugerindo a vinculação do orçamento das universidades a um percentual fixo do Produto Interno Bruto (PIB) ou da receita líquida, inspirado no modelo adotado pelo estado de São Paulo.

As discussões também abordaram os desafios técnicos relacionados às matrizes de distribuição orçamentária. A OCC utiliza como critérios principais o número de alunos equivalentes (90%) e indicadores de eficiência e qualidade (10%), enquanto a PNAES considera variáveis como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHm). Apesar de promoverem justiça distributiva e mitigarem desigualdades, os resultados dessas matrizes nem sempre são atendidos integralmente devido à insuficiência de recursos, gerando distorções na distribuição orçamentária. Gráficos apresentados no evento ilustraram que algumas instituições deveriam receber mais do que recebem, enquanto outras acabam sendo superfinanciadas. O professor Nelson Cardoso Amaral, da Universidade Federal de Goiás (UFG), contribuiu com uma análise detalhada sobre os modelos de financiamento. Ele destacou: “Precisamos de um modelo que respeite as especificidades regionais e estruturais das universidades, mas que também promova maior previsibilidade e equidade”.

Representando o Ministério da Educação, Juscelino Pereira Silva, diretor de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação Superior (DIFES/SESU/MEC), apresentou o Modelo de Equalização, que busca integrar os dados das matrizes OCC e PNAES com outros indicadores, como número de matriculados, concluintes e qualidade dos cursos. “Estamos abertos ao diálogo e à construção coletiva de um modelo de financiamento sustentável para as universidades federais”, afirmou Juscelino. Ele explicou que o objetivo é garantir uma distribuição proporcional e adequada às necessidades de cada instituição, considerando suas especificidades.

Além disso, foi discutida a criação de um fundo específico para o financiamento das universidades federais, inspirado no Fundeb, que poderia contar com recursos provenientes de royalties de mineração, represas e outras fontes complementares. A proposta busca oferecer uma base sólida e permanente de financiamento, permitindo maior segurança no planejamento das atividades acadêmicas.

Outro ponto abordado foi a necessidade de maior articulação entre a Andifes, o MEC e o Congresso Nacional para a construção de uma proposta legislativa que garanta financiamento estável e suficiente para o ensino superior público. Dulce Maria Tristão, representante do Fórum de Pró-Reitores de Planejamento e Administração (Forplad), apresentou um panorama histórico da alocação de recursos e destacou que critérios claros e objetivos precisam ser adotados para garantir justiça na distribuição. Já o coordenador do Forplad, Evandro Rodrigues de Faria, enfatizou os desafios na aplicação das matrizes de financiamento e sugeriu ajustes nos parâmetros de distribuição.

A criação de uma Lei Orgânica das Universidades e a inclusão do financiamento no próximo Plano Nacional de Educação (PNE) foram apontadas como medidas essenciais para assegurar respaldo legal às mudanças necessárias. Segundo os participantes, a colaboração entre gestores, formuladores de políticas públicas e a sociedade civil é fundamental para superar os desafios financeiros enfrentados pelas universidades. Ao final do evento, o consenso foi de que o fortalecimento do ensino superior público depende de soluções estruturais e de um compromisso conjunto pela garantia de uma educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.

Confira o seminário na íntegra:

Com informações: Andifes

Tags: AndifesFinanciamento das Universidades FederaisUFSC

Curso de Administração da UFSC será homenageado na Assembleia Legislativa

20/05/2025 16:16

O curso de Administração da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) comemorou, no dia 10 de abril de 2025, seis décadas de história e cinco de reconhecimento oficial pelo Ministério da Educação (MEC). A celebração marcou não apenas a trajetória de um dos cursos mais tradicionais da instituição, mas também sua consolidação como referência nacional no ensino. O marco foi celebrado com uma cerimônia especial no campus da Universidade, reunindo docentes, estudantes, autoridades acadêmicas e representantes de entidades da área.

Na solenidade, o chefe do Departamento de Ciências da Administração (CAD), Leandro Dorneles dos Santos, lembrou os desafios e conquistas ao longo dessa trajetória. “Celebrar essas datas é reconhecer o trabalho coletivo de gerações de docentes, técnicos e estudantes que ajudaram a construir um curso sólido, inovador e comprometido com os desafios contemporâneos da Administração”, destacou Dorneles. Durante o evento, também foi lançado um selo comemorativo em homenagem aos 60 anos do curso.

O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, que também é docente do Departamento, ressaltou a importância histórica do curso para a Universidade. Desde sua criação, em 1965, o curso já formou mais de 5 mil administradores e conquistou reconhecimento nacional, mantendo conceito máximo em todas as edições do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Em 2024, foi considerado um dos melhores cursos de Administração do país pelo Guia do Estudante e alcançou a sétima posição no Ranking Universitário da Folha (RUF), figurando entre os 10 melhores cursos de Administração no Brasil e sendo o líder em Santa Catarina.

A cerimônia contou ainda com a presença do conselheiro do Conselho Regional de Administração de Santa Catarina (CRA-SC), Leandro José João, que destacou a relevância da UFSC na formação de lideranças e no desenvolvimento da ciência da administração no Brasil. “A UFSC tem papel fundamental na história do ensino da Administração no país. Seus egressos ocupam posições estratégicas em diversas áreas e contribuem diretamente para o desenvolvimento regional e nacional”, afirmou.

Homenagem na Alesc

Além da solenidade realizada no campus, o curso celebra seus 60 anos com uma programação especial ao longo do ano, culminando em uma cerimônia na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), na próxima quinta-feira, 22 de maio, às 19h, aberta ao público. O evento será realizado no Palácio Barriga Verde, em Florianópolis, e homenageará entidades e personalidades que contribuíram para a consolidação do curso. 
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Inscrições abertas para grupo de encontro ‘Vida no Trabalho’

20/05/2025 13:42

O Departamento de Psicologia e o Departamento de Atenção à Saúde (DAS), em parceria com o Colégio de Aplicação (CA) da UFSC, convidam os técnicos-administrativos do CA para participarem do Grupo de Encontro do Trabalho “Vida no Trabalho”. Parte do Projeto de Extensão Clínicas do Trabalho e Saúde do Trabalhador em Educação, a iniciativa propõe um espaço de acolhimento, escuta e reflexão sobre o sofrimento relacionado ao trabalho em educação.

Com base na metodologia das Clínicas do Trabalho, o grupo tem como objetivo promover um ambiente seguro e confiável para que os participantes possam analisar situações concretas do trabalho e construir estratégias pessoais e coletivas de manejo e enfrentamento das dificuldades vivenciadas. Os encontros abordarão temas como trabalho prescrito e trabalho real, debate de normas, poder de agir e os usos de si, entre outros, com a participação ativa dos servidores.

Serão formados dois grupos, com vagas limitadas a 10 participantes cada:

  • Grupo 1: Terças-feiras, das 18h30 às 20h, com encontros nos dias 03/06, 17/06, 01/07 e 08/07.
  • Grupo 2: Quartas-feiras, das 13h30 às 15h, com encontros nos dias 04/06, 18/06, 02/07 e 09/07.

Os encontros ocorrerão no Serviço de Atendimento Psicológico (Sapsi), no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC.

As inscrições podem ser realizadas até o dia 2 de junho de 2025, por meio do Formulário de Inscrição. É importante ressaltar que não será permitida a entrada de novos participantes após o início dos grupos e que a confirmação da inscrição será enviada por e-mail.

 

Tags: Colégio de AplicaçãoDASProdegespUFSC

UFSC implementa aceleração de carreira dos TAEs, uma conquista histórica da categoria

19/05/2025 15:00

A aceleração da progressão na carreira de servidores Técnico-Administrativos em Educação (TAEs) tornou-se uma realidade na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Implementado pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), o dispositivo atende à Medida Provisória nº 1.286, publicada em 31 de dezembro de 2024, que substituiu a Progressão por Capacitação Profissional pela Aceleração da Progressão por Capacitação, promovendo mudanças significativas no Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE).

A decisão da UFSC de implementar essa medida de forma imediata foi sustentada pela clareza do texto da MP, que dispensa regulamentações adicionais, e pela segurança jurídica que ampara a transição. A iniciativa reflete o compromisso da instituição com a valorização dos servidores públicos e a garantia de seus direitos. Em nota, a Administração Central reiterou o esforço para assegurar a aplicação da aceleração da carreira, destacando que a mesma resultou de um acordo firmado em mesa nacional de negociação com a categoria no contexto da greve de 2024.

Equipe da Prodegesp em 2024. Foto: Arquivo

A Prodegesp protagonizou esse processo de implementação, conduzindo o trabalho com agilidade e de forma colaborativa. Foram efetuados 7.225 lançamentos relacionados à aceleração de carreira, incluindo 2.166 implementações de progressões e 5.059 pagamentos retroativos. A equipe concluiu o trabalho em tempo recorde, e garantiu que eventuais inconsistências serão ajustadas posteriormente.

O Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc) destacou, em mensagem de agradecimento, que o “resultado só foi possível graças ao esforço coletivo de uma equipe comprometida, que compreende a importância do seu trabalho para o bom funcionamento da Universidade”.

O reitor Irineu Manoel de Souza, por sua vez, destacou que a aceleração da progressão representa uma conquista histórica dos trabalhadores técnico-administrativos das universidades federais e, sendo assim, autorizou a efetiva implementação da medida. Reconheceu o trabalho “incansável” dos servidores da Prodegesp: “essa atuação demonstra a dedicação e a seriedade da equipe em assegurar os direitos da categoria, superando obstáculos institucionais e desafios logísticos. Reforço meu agradecimento a todos e todas que participaram dessa empreitada, reafirmando que a UFSC continua comprometida com a valorização dos seus técnicos-administrativos, pilares essenciais da nossa instituição”, concluiu.

Para a pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Sandra Carrieri, a implementação da aceleração foi um marco de comprometimento e colaboração dentro da UFSC. “Na Prodegesp, muitas vezes o nosso trabalho é percebido apenas pelo viés operacional. Esse processo, no entanto, mostrou que nosso impacto vai muito além. Realizamos mais de 7,2 mil lançamentos, incluindo retroativos, em tempo recorde, uma conquista que só foi possível graças ao trabalho manual e dedicado de nossas equipes”, afirmou. Ela também destacou a mobilização de servidores de diversos setores, inclusive aqueles que não estavam diretamente ligados à folha de pagamento, para garantir que o processo fosse concluído com segurança e excelência.

Sandra também ressaltou que o impacto do processo não foi apenas técnico, mas também humano: “Foi emocionante ver como essa mobilização trouxe um novo ânimo às equipes e aos servidores técnico-administrativos em geral”. A pró-reitora ainda destacou que a UFSC se tornou referência para outras universidades públicas, que buscaram entender como foi possível realizar algo tão complexo em tão pouco tempo. “Essa conquista, que reverte em ganho real para os servidores, reafirma nossa crença de que a valorização profissional passa por remuneração justa e reconhecimento”, finalizou.

 

Rosiani Bion de Almeida / SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Tags: Aceleração da carreiraProdegespprogressão por capacitaçãoUFSC

Palestra na abertura da Escola de Gestores debate o futuro e os desafios da educação superior

16/05/2025 14:48

O Programa Escola de Gestores 2025 foi aberto nesta sexta-feira, 16 de maio, pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), em parceria com o Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária (Inpeau). Voltada a servidores técnico-administrativos e professores que ocupam funções gratificadas, cargos de direção ou que buscam desenvolver competências específicas em Gestão Universitária, a iniciativa teve início às 9h30, no Auditório da Reitoria, com transmissão ao vivo para os campi da UFSC.

Na mesa de abertura, o reitor Irineu Manoel de Souza, a pró-reitora Sandra Carrieri, o diretor do DDP Guilherme Fortkamp (dir.), e o presidente do Inpeau Pedro Antônio de Melo (esq.). Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

O evento contou com ampla participação da comunidade universitária, envolvendo diferentes setores da UFSC. Na mesa de abertura, estiveram presentes o reitor Irineu Manoel de Souza, a pró-reitora de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Sandra Regina Carrieri, o diretor do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas (DDP), Guilherme Fortkamp, e o presidente do Inpeau, Pedro Antônio de Melo.

A pró-reitora Sandra Carrieri destacou o caráter inclusivo do programa, afirmando que ele é “voltado para toda a comunidade e tem como diferencial o fato de ser elaborado e pensado pela própria comunidade”, com base em uma pesquisa que identifica os temas mais relevantes para o desenvolvimento profissional. Ela também ressaltou que “o objetivo central é o aprimoramento da gestão universitária, buscando não apenas o desenvolvimento de práticas técnicas, mas também valorizando o fator humano”, promovendo uma universidade mais justa e harmônica.

Na sequência, o diretor Guilherme Fortkamp ressaltou a importância da participação ativa de todos nas ações de capacitação, mesmo diante das dificuldades de conciliar os compromissos diários. Ele reconheceu os desafios enfrentados pelas universidades, especialmente os financeiros e de pessoal, mas enfatizou que “é necessário aprender a lidar com esses obstáculos para manter a universidade como referência em Ensino, Pesquisa e Extensão, que são os pilares fundamentais da Gestão Universitária”. Fortkamp também agradeceu ao pessoal do DDP, afirmando que “uma equipe comprometida e unida não tem limites para o que pode alcançar”.

O professor Pedro Melo, presidente do Inpeau, fez uma retrospectiva histórica da UFSC na formação de profissionais de Gestão Universitária. O docente disse que “uma universidade se faz por cérebros” e atribuiu o sucesso da instituição ao longo dos últimos 65 anos à dedicação de seus profissionais. Pedro relembrou marcos importantes, como o primeiro seminário internacional de administração universitária realizado no Brasil, em 1971, e a criação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Administração Universitária, precursor do atual Inpeau, em 1988. Ele também mencionou a relevância do Mestrado Profissional em Administração Universitária, que já formou mais de 330 mestres, e apontou que “a Escola de Gestores fecha um ciclo virtuoso”, ao abrir novas oportunidades para capacitação e aperfeiçoamento.

O reitor Irineu Manoel de Souza reforçou a importância da UFSC como uma instituição “viva e presente em todos os momentos da sociedade”. O gestor afirmou que “esse programa será um marco para a nossa Universidade” e consolidará o legado de iniciativas anteriores que capacitou os técnicos-administrativos, e os programas de pós-graduação em Gestão Universitária. Irineu destacou que a excelência da UFSC, hoje a terceira melhor universidade federal do Brasil, é fruto do trabalho de seus docentes, técnicos e estudantes. O reitor também enfatizou a necessidade de aproveitar o conhecimento acumulado pelos profissionais da instituição para enfrentar desafios como as restrições financeiras impostas pelo governo. “É essencial que toda a comunidade universitária se mantenha unida para garantir o funcionamento e o fortalecimento contínuo da UFSC”, afirmou.

Como destaque da programação de abertura, houve a palestra com o professor Luciano Marcelino, intitulada “O Futuro da Educação Superior na América Latina: Tendências, Riscos e Oportunidades”, onde abordou questões cruciais como desigualdade de acesso, transformação digital, governança instável e saúde mental. O pesquisador relembrou sua experiência em 2007, quando facilitou um acordo entre a Universidade Técnica Particular de Loja (UTPL), no Equador, e a UFSC. O acordo permitiu que professores e pesquisadores equatorianos realizassem programas de mestrado e doutorado na UFSC. “Fico muito agradecido de, alguma maneira, ter ajudado a conectar instituições latino-americanas”, disse.

Entre os principais desafios regionais, o palestrante destacou a desigualdade de financiamento, a vulnerabilidade institucional e os impactos demográficos, que têm reduzido o número de ingressos no ensino superior. “A nossa região tem sido duramente impactada, com menos estudantes chegando à educação básica e, consequentemente, ao ensino superior”, afirmou. Ele também ressaltou a governança instável, com lideranças acadêmicas frequentemente substituídas em períodos de quatro a seis anos, dependendo da legislação de cada país.

O professor e palestrante do evento, Luciano Marcelino

Outro tema de grande relevância foi a saúde mental, considerada uma prioridade. Ele relembrou discussões em redes acadêmicas, como a realizada em Málaga, Espanha, onde um reitor peruano destacou: “A saúde mental dos alunos, técnicos-administrativos, professores e gestores é o meu problema número um. Por isso, estamos criando uma área dedicada exclusivamente a isso.” O palestrante observou que essa preocupação tem crescido na região, com universidades implementando iniciativas específicas para lidar com a questão.

A transformação digital e a sustentabilidade também foram apresentadas como pilares centrais para o futuro da educação superior. Ele destacou os avanços tecnológicos impulsionados pela pandemia e a necessidade de as instituições se alinharem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “A pergunta é: o que estamos fazendo para contribuir com essas metas em nossos cursos, departamentos e missões?”, provocou o palestrante.

Além disso, enfatizou-se a importância do diálogo interdisciplinar e da superação de barreiras institucionais. “A educação sempre superou muros, mas ainda precisamos cruzar o jardim, com coragem e uma mentalidade integradora”, explicou. Ele defendeu que a integração entre áreas do conhecimento e modalidades de ensino é essencial para enfrentar os desafios contemporâneos.

Os rankings universitários também foram um ponto de discussão. Embora não devam ser o principal objetivo das instituições, o palestrante reconheceu sua importância estratégica. A UFSC foi citada como exemplo, ocupando a décima posição entre as universidades da América Latina. Ele constatou que o bom desempenho em rankings como o Times Higher Education e o QS World University não só atrai estudantes e pesquisadores, mas também fortalece a reputação institucional. “Quando estamos bem posicionados, conseguimos gerar avaliações comparativas e atrair alunos e pesquisadores de diferentes partes do mundo.”

A palestra também trouxe outras reflexões sobre o futuro da educação superior, reforçando a importância de inovar na formação acadêmica. Entre essas, a de que “precisamos formar advogados criativos, médicos criativos, gestores criativos. Essa é a habilidade-chave para os próximos anos”, constatou o professor.

Dando continuidade à programação, apresentou-se o cronograma da Escola de Gestores para o segundo semestre de 2025.

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Mais informações no site da Escola de Gestores.

Rosiani Bion de Almeida / SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

 

 

 

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