Ministro Wellington Dias visita UFSC para debater agroecologia e combate à fome

03/12/2025 17:57

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, cumpriu agenda oficial na manhã desta quarta-feira, 3 de dezembro, em Florianópolis, com foco em agroecologia, segurança alimentar, sustentabilidade e fortalecimento das políticas públicas. A programação incluiu visitas a unidades e projetos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que integra o Grupo de Trabalho da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

A visita do ministro, que preside a Aliança, reforça a cooperação entre governo e universidade em ações estratégicas de desenvolvimento social. Wellington Dias estava acompanhado de sua equipe ministerial e foi recepcionado pelo reitor da UFSC Irineu Manoel de Souza, pelo chefe de Gabinete Bernardo Meyer, pela professora Cristiane Derani, pelo diretor do campus de Curitibanos Guilherme Jurkevicz Delben, pelo secretário de Comunicação Marcus Paulo Pêssoa, além de servidores docentes e técnicos, estudantes de graduação e pós-graduação, e representantes da comunidade.

A programação começou às 8h no Sítio Florbela, no Sertão do Peri, bairro Ribeirão da Ilha, onde professores e estudantes apresentaram experiências de produção agroecológica em sistemas agroflorestais, beneficiamento familiar de baixo custo para uso sustentável da biodiversidade nativa alimentícia e medicinal, circuitos curtos de comercialização, certificação participativa de produtos orgânicos, além de ações de educação ambiental e capacitação técnica avançada em manejo agroflorestal.

Durante o evento, Wellington destacou a importância da pesquisa na área de agroecologia, com foco na floresta produtiva, apontando-a como um passo significativo alinhado à Declaração de Belém na COP-30. Ele ressaltou que esse compromisso global pode salvar a humanidade diante das mudanças climáticas. Segundo o ministro, o trabalho desenvolvido no local é fundamental, mas ainda enfrenta desafios, e enfatizou que os pesquisadores estarão envolvidos para intensificar as ações nessa área.

A professora Cristiane Derani destacou a presença do ministro como um exemplo de como o saber acadêmico pode se unir ao saber tradicional. O ministro destacou que as universidades desempenham um papel fundamental para levar conhecimento às comunidades, ajudando na implementação de políticas públicas que visam a adaptação às realidades locais. O objetivo, segundo ele, é fortalecer essa relação, expandir os projetos de extensão para Santa Catarina e para o Brasil, e organizar rapidamente uma agenda de trabalho.

O reitor Irineu abordou os desafios enfrentados pelas universidades públicas, que são um patrimônio do país. Ele destacou que a missão das universidades vai além da formação de profissionais e da produção de conhecimento, sendo essencial manter a estrutura das instituições e atender às necessidades dos estudantes. Informou que atualmente 50% dos estudantes da UFSC vêm de escolas públicas e que a universidade oferece, de forma gratuita, alimentação e moradia para cerca de 4 mil estudantes. No entanto, alertou que a redução dos orçamentos das universidades federais tornou praticamente impossível manter o funcionamento adequado das instituições.

Irineu sugeriu um caminho possível: integrar as universidades ao programa de aquisição de alimentos, a fim de promover alimentação com soberania, autonomia e cidadania. “Essa iniciativa seria capaz de manter os estudantes nas universidades, reduzir a evasão e formar pessoas mais comprometidas com a sociedade”, afirmou o reitor.

Por volta das 10h, a comitiva seguiu para a Fazenda Experimental da Ressacada, no bairro Tapera, onde foram mostrados projetos integrados de pesquisa e extensão voltados à restauração da biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas e promoção da soberania alimentar por meio de sistemas agroflorestais em áreas degradadas.

Na Fazenda, a universidade apresentou um modelo de manejo de pastagens que não apenas eleva a produtividade e a biodiversidade, mas também se apresenta como uma resposta crucial para os desafios da mudança climática e da sucessão familiar no campo. O sistema em foco, chamado Pastoreio Racional Voisin (PRV), está implantado há 10 anos e foi desenhado pelos pequenos produtores, levando em conta a ecologia tanto das plantas quanto dos animais.

Especialistas destacaram que o PRV é operado sem o uso de produtos químicos ou agrotóxicos e, crucialmente, “sem mexer no solo”. A proteção do solo é vital, pois “quando se mexe no solo, o carbono vai embora”. No sistema PRV, o solo se mantém protegido e os teores de carbono orgânico são elevados. Pesquisas de mestrado indicaram que, neste manejo, o estoque de carbono no solo é “maior do que no plantio direto de lavoura convencional”.

O método promove uma enorme biodiversidade. Em uma pastagem gerida pelo PRV, é possível encontrar “mais de 50 espécies diferentes” em um metro quadrado. Um dos objetivos centrais é “reduzir a temperatura do planeta”. Santa Catarina, que é o estado brasileiro com a maior porcentagem de agricultura familiar, pode se beneficiar diretamente desta abordagem. O modelo também visa sanar um dos maiores dilemas do campo: o abandono por parte dos jovens.

O diretor Guilherme Delben destacou que “se compararmos Curitibanos de 16 anos atrás com a cidade de hoje, veremos um desenvolvimento notável, impulsionado pela chegada de diversas indústrias”. Citou o exemplo da Berneck, empresa “responsável por 56% do PIB local, que se instalou na região em função da presença da UFSC e da oferta do curso de Engenharia Florestal. A UFSC mudou a história da cidade e hoje tem impacto em toda a região”, afirmou Guilherme. Também de Curitibanos, o professor Alexandre Siminski apresentou o projeto “Reforma”, que busca aumentar a eficiência da restauração da vegetação nativa, considerando os fatores ambientais, sociais e econômicos.

A programação incluiu ainda a apresentação do projeto de produção de algas para alimentação e enfrentamento da crise climática nas regiões costeiras, conduzido pelo professor Paulo Horta e pela presidente da Associação de Maricultores do Sul da Ilha, Tatiana da Gama Cunha. Na ocasião, foi entregue ao ministro o livro “Além da COP-30”, do deputado federal Pedro Uczai.

Ao final da visita, o ministro Wellington Dias falou sobre a desigualdade no Brasil e destacou a significativa queda nos índices de pobreza e extrema pobreza no país. Dias também celebrou os resultados na luta contra a fome, afirmando que o país tirou 30 milhões de pessoas dessa condição até o ano passado, com a expectativa de chegar a 33 milhões neste ano.

Durante o encontro, Dias incentivou a colaboração entre as esferas do governo e as universidades, especialmente no que tange a projetos de piscicultura e agricultura familiar desenvolvidos no estado catarinense. Ele solicitou um estudo em parceria com o Banco Mundial para entender quantos beneficiários de programas sociais estão migrando para a classe média. O ministro sugeriu que se cruzem dados da UFSC e do campus de Curitibanos para identificar quais alunos estão atualmente no Bolsa Família e no Cadastro Único. “A ideia é, além de cuidar desses estudantes, cuidar de suas famílias para tirá-las da pobreza”, explicou.

O ministro enfatizou que, ao invés de tentar criar programas novos e regionais para o Brasil, as propostas locais devem ser adaptadas a programas federais já existentes. Solicitou que as propostas de Santa Catarina sejam encaminhadas diretamente a ele e aos ministros da Pesca e Aquicultura, André de Paula, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, além da área de ensino superior do Ministério da Educação (MEC).

O futuro, segundo Wellington Dias, envolve um passo mais complexo: tirar não apenas famílias, mas também municípios e regiões inteiras da pobreza. Ele citou a experiência piloto no Arquipélago de Marajó, classificada como a região mais pobre do Brasil, e outros casos como Cavalcante, em Goiás, e Serrano do Maranhão. Ao final, o ministro agradeceu novamente a Universidade e expressou seu sentimento: “Quando percorro o Brasil e encontro pessoas como as que conheci aqui, que buscam soluções para os problemas sociais, minha esperança se renova”.

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Cônsul-Geral de Cuba visita UFSC e fortalece cooperação acadêmica entre países

07/11/2025 15:37

Ao centro, o embaixador de Cuba, Benigno Pérez Fernández, acompanhado do reitor Irineu Manoel de Souza e da vice-reitora Joana Célia dos Passos, e demais representantes da UFSC e de sua comitiva. Fotos: DI-GR/SECOM

O cônsul-geral de Cuba no Brasil, embaixador Benigno Pérez Fernández, realizou visita oficial ao Gabinete da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na manhã desta sexta-feira, 7 de novembro. O encontro marcou um importante passo no fortalecimento das relações acadêmicas e culturais entre Brasil e Cuba, com destaque para a retomada de parcerias históricas interrompidas pela pandemia de Covid-19.

A comitiva foi recebida pela gestão da universidade, com a presença do reitor Irineu Manoel de Souza, da vice-reitora Joana Célia dos Passos, do chefe de Gabinete Bernardo Meyer e da secretária de Relações Internacionais, Fernanda Leal. Durante a reunião, foram apresentados dados que evidenciam a trajetória da UFSC, uma instituição com quase 65 anos a serem completados em 18 de dezembro, já se consolidou como um dos principais centros de ensino do país.

Com 40 mil estudantes, 120 cursos de graduação, 156 programas de pós-graduação, cerca de 2.600 professores e 2.800 técnicos-administrativos, a UFSC é reconhecida como a melhor universidade do estado de Santa Catarina e uma das melhores federais do Brasil, com destaque na América Latina e no mundo. Os representantes da instituição ressaltaram que, mesmo enfrentando dificuldades orçamentárias frequentes, a universidade segue cumprindo seu papel de excelência, priorizando a inclusão e a permanência estudantil. A valorização da diversidade entre estudantes, docentes e técnicos foi apontada como uma das prioridades da gestão atual.

O encontro também contou com a participação das professoras Marília Gaia, do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, e Carmen Maria Olivera Muller, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, ambas do Centro de Ciências Agrárias (CCA). A presença das docentes reflete o interesse comum de Cuba e Brasil em temas relacionados à questão agrária e à produção de alimentos, áreas estratégicas para o desenvolvimento dos dois países.

Em sua primeira visita a Santa Catarina e Florianópolis, o embaixador Pérez Fernández destacou que a agenda foi planejada cuidadosamente, com prioridade para conhecer o principal centro de estudos do estado. O diplomata enfatizou a importância da cooperação acadêmica entre as universidades dos dois países e propôs o fortalecimento de parcerias que foram interrompidas durante a pandemia. Segundo ele, as universidades cubanas e brasileiras sempre mantiveram boa parceria, comunicação e cooperação, e agora é o momento de reiniciar essa colaboração, essencial para ambos os países, especialmente considerando o excelente nível das instituições brasileiras de ensino superior.

Durante a visita, Fernández convidou a UFSC e outras instituições brasileiras a participarem do evento internacional “Universidade 2026”, que será realizado em Cuba em fevereiro do próximo ano. O encontro, que ocorre anualmente e atrai professores e reitores de universidades brasileiras, terá como tema a educação superior. O embaixador manifestou o desejo de que o reitor da UFSC liderasse a delegação brasileira no evento.

O diplomata também apresentou a diversidade e especialização das universidades cubanas, destacando a Universidade de Havana, a mais antiga do país, com quase 300 anos de história. Ele explicou que há cerca de 30 ou 40 anos, Cuba decidiu dividir a universidade para criar outras instituições especializadas, como a Universidade de Ciências Médicas, a Universidade de Técnicas e Engenharia e a Universidade de Informática, todas abertas a parcerias internacionais. Fernández sugeriu que a UFSC organize uma delegação para visitar Cuba e explorar oportunidades de colaboração com essas instituições, dando continuidade à parceria histórica entre os dois países.

A secretária de Relações Internacionais da UFSC, Fernanda Leal, explicou que desde o início da atual gestão, a internacionalização da universidade foi orientada para fortalecer a cooperação com a América Latina. Ela anunciou um momento histórico para a instituição: no dia 18 de novembro, o Conselho Universitário deverá discutir e aprovar a primeira política de internacionalização da UFSC. Pela primeira vez, essa política faz menção direta ao Sul Global, o que é bastante significativo, já que as universidades brasileiras, historicamente, têm cooperado mais com o Norte do que com o Sul.

Fernanda destacou que a cooperação com Cuba se insere nesse cenário de busca por relações mais igualitárias, voltadas para desafios comuns. A UFSC já possui convênios formais com três universidades cubanas: a Universidade de Havana, a Universidade de Oriente e a Universidade de Ciências Médicas de Santiago de Cuba. A secretária revelou um histórico bastante significativo de cooperação, especialmente na área de Saúde, considerando a expertise cubana. Entre 2010 e 2016, a UFSC ofertou 11 cursos de especialização em Saúde com a participação de 2.716 estudantes cubanos, uma média de 247 por ano.

Apesar dos avanços, Fernanda reconheceu que ainda há muito a ser feito para ampliar a mobilidade acadêmica entre os dois países. A UFSC tem interesse em aumentar tanto a presença de estudantes cubanos na instituição quanto a de brasileiros em universidades cubanas, embora o número de estudantes envolvidos ainda não seja tão expressivo quanto o desejado. A secretária mencionou programas brasileiros como o Programa Estudante Convênio de Graduação e Pós-Graduação, que podem ser utilizados para fomentar esse intercâmbio. O programa de pós-graduação, que ficou parado por um tempo, foi retomado recentemente com muitas vagas, e também existe a possibilidade de intercâmbio na graduação.

A colaboração em pesquisa também foi destacada por Fernanda, que citou publicações conjuntas de pesquisadores da UFSC com várias universidades cubanas, incluindo a Universidade de Havana, a Universidade Tecnológica de Havana (especializada em Engenharia e Ciências Informáticas), a Universidade do Oriente e a Universidade Central de Las Villas. Além disso, a secretária mencionou o papel estratégico do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) da UFSC para ampliar a cooperação acadêmica e cultural com a América Latina. O objetivo, segundo ela, é institucionalizar ainda mais as relações que já existem, para que mais pessoas fiquem sabendo e possam aproveitar essas oportunidades de cooperação.

A visita do embaixador Fernández a Florianópolis tem como motivação principal sua participação na conferência “Palestina Livre: Outro Mundo Imprescindível”, que será realizada na noite desta sexta-feira no auditório Henrique Fontes, no Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC. Rosangela Bion de Assis, presidente da Cooperativa Comunicacional Sul e jornalista do Portal Desacato, destacou que a organização do evento foi fruto de um esforço coletivo, com o apoio da Frente Catarinense de Apoio ao Povo Palestino e de quase 20 entidades sindicais, além de gabinetes políticos.

Rosangela ressaltou a relevância da comunicação independente que há anos se dedica à defesa das causas dos povos oprimidos. Como mídia independente e internacionalista, a Cooperativa sempre militou pelas causas dos povos oprimidos e excluídos no planeta. Para ela, a realização do evento na UFSC reforça o papel das universidades públicas como centros de conhecimento e espaços indispensáveis para a construção de um mundo mais justo, sendo a educação pública uma bandeira imprescindível para essa luta.

O embaixador Pérez Fernández, que atua em São Paulo e tem jurisdição sobre sete estados brasileiros, incluindo Santa Catarina, reforçou o compromisso de Cuba em estreitar os laços acadêmicos e culturais com as instituições brasileiras. O encontro foi considerado significativo para o fortalecimento das relações internacionais da UFSC, reafirmando o papel fundamental do ensino superior como ponte para o intercâmbio de conhecimentos e culturas entre nações.

 

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
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RU Trindade fecha para manutenção de 24 a 27 de outubro

22/10/2025 08:05

O Restaurante Universitário da UFSC do Campus Trindade, em Florianópolis, passará pela oitava etapa do plano de manutenção contínua e estará fechado de sexta a segunda-feira, 24 a 27 de outubro, para almoço e jantar. O Restaurante Universitário do Centro de Ciências Agrárias (CCA), no Itacorubi, estará aberto para atender à comunidade da UFSC Trindade.

Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Aos estudantes isentos do pagamento das refeições, será ofertado auxílio-deslocamento para custear a mobilidade até o CCA. Os estudantes isentos deverão preencher o formulário on-line disponível neste link, já enviado por e-mail pela Pró-Reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (PRAE), até 22 de outubro, às 12h.

O contrato inédito, focado exclusivamente na manutenção da cozinha do RU, vai fazer os seguintes serviços no período:

  • Limpeza e higienização de coifas, exaustores e soprador que ficam na área interna da cozinha;
  • Manutenção corretiva de coifas, exaustores e soprador;
  • Limpeza em altura dos ambientes de lavação e cocção.

Além dos serviços acima, a etapa de outubro do Plano de Manutenção Continuada do RU contará com os serviços de desinsetização, limpeza e hidrojateamento das redes de esgotamento sanitário, manutenção das instalações de gás, pintura de ambientes e manutenção das telas de proteção da cozinha.

A reabertura do RU Trindade está prevista para terça-feira, 28 de outubro, após o feriado de Dia do Servidor Público.

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Representantes da UFSC recebem secretário da Pesca na busca por parcerias na Maricultura

26/09/2025 17:52

Representantes da UFSC recebem o secretário de Aquicultura e Pesca de Santa Catarina, Tiago Bolan Frigo, na Reitoria. Fotos: SECOM

O chefe de Gabinete da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Bernardo Meyer, recebeu nesta sexta-feira, 26 de setembro, o secretário de Aquicultura e Pesca de Santa Catarina, Tiago Bolan Frigo. O encontro ocorreu na sala de reuniões do Gabinete da Reitoria e contou com a presença de representantes da UFSC: o assessor do Gabinete, Alexandre Verzani, o administrador Carlos Carubelli; a diretora do Centro de Ciências Agrárias (CCA), Marlene Grade; os professores Walter Quadros Seifert, do Laboratório de Camarões Marinhos (LCM), e Claudio Manoel Rodrigues de Melo, do Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM); Andréa Cristina Trierweiller, secretária de Planejamento e Orçamento (Seplan); e Luiz Victor Pittella Siqueira, superintendente de Orçamento.

A reunião teve como objetivo articular parcerias entre a secretaria estadual e o CCA para viabilizar investimentos em novas tecnologias aquícolas e assegurar a manutenção da cadeia de moluscos marinhos. Diante do cenário de restrição orçamentária, a Estação de Maricultura Elpídio Beltrame (EMEB), localizada na Barra da Lagoa, busca parceiros para o financiamento parcial de suas atividades. O LMM responde por mais de 90% das sementes de ostra consumidas pelos maricultores catarinenses, sendo a sua produção integralmente financiada pela venda dessas sementes e por recursos da UFSC, o que torna imprescindível a entrada de novos apoiadores para manter o laboratório economicamente viável. Sem contrapartidas adicionais, há risco de prejuízo às atividades do LMM, com impactos sobre toda a cadeia da maricultura no estado.

A visita do secretário estadual à UFSC, solicitada pelo CCA, buscou consolidar o apoio do Governo de Santa Catarina às atividades da EMEB. A UFSC é estratégica para o estado e está entre as poucas universidades brasileiras que fornecem sementes de ostra, sustentando um elo essencial da cadeia produtiva. Santa Catarina é referência nacional em maricultura, e o trabalho desenvolvido na universidade é decisivo para manter a competitividade do setor.

Durante o encontro, o secretário demonstrou grande receptividade e foram definidos encaminhamentos para fortalecer e financiar as atividades do laboratório. Entre eles, destaca-se a articulação com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), para captação de recursos destinados à maricultura; o apoio a estudos estratégicos, com ênfase no desenvolvimento do ouriço-do-mar e na criação de um núcleo de produção dessa iguaria de alto valor agregado, como forma de diversificar a maricultura catarinense; e a aproximação com o setor privado, especialmente bares e restaurantes, a fim de compartilhar responsabilidades de financiamento. A proposta é que segmentos com maior margem na comercialização dos produtos contribuam para a sustentabilidade da pesquisa e da produção.

Em síntese, a visita gerou encaminhamentos concretos voltados a assegurar o apoio financeiro necessário à continuidade e à expansão dos estudos em maricultura na UFSC, preservando a excelência e a competitividade de Santa Catarina no cenário nacional. Novas reuniões darão sequência às pautas estabelecidas.

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
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Academia Catarinense de Ciências Agronômicas empossa professora da UFSC Rosete Pescador

24/09/2025 12:08

Rosete Pescador, professora da UFSC. Foto: Divulgação

A professora Rosete Pescador, do Centro de Ciências Agrárias (CCA) e diretora de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), será empossada na Academia Catarinense de Ciências Agronômicas (ACCA) em cerimônia marcada para a tarde de 26 de setembro, no auditório da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), em Florianópolis.

Ao assumir a Cadeira de número 11 da ACCA, a segunda academia científica estadual dedicada à Agronomia no Brasil, a professora Rosete reafirmou seu “compromisso com a ciência, com a formação de profissionais de excelência e com a construção de uma agricultura mais justa, sustentável e inovadora para Santa Catarina e o Brasil”.

Fundada em 2024, a ACCA tem como objetivo integrar ciência e inovação ao desenvolvimento agropecuário catarinense. Entre suas metas, destacam-se o aumento da produtividade de forma sustentável, a promoção do uso racional de insumos, o fortalecimento da organização social rural e a contribuição para a segurança alimentar.

Para a professora Rosete, “a criação da ACCA representa um avanço institucional para a área em Santa Catarina, fortalecendo redes de ciência e inovação no setor agropecuário e incentivando iniciativas semelhantes em outros estados”. Ela também destaca que, no contexto histórico da ciência catarinense, “a criação da UFSC, em 1960, e da Academia Catarinense de Ciências, em 1975, foram marcos fundamentais para consolidar um ambiente propício à formação de gerações de pesquisadores e à promoção da cooperação interdisciplinar”.

Rosete ressalta ainda os desafios enfrentados pelas academias científicas na contemporaneidade, como sustentabilidade, transformação digital, financiamento e inclusão social. Para ela, essas questões são cruciais para atender às demandas de uma agricultura moderna, alinhada às necessidades da sociedade e do meio ambiente.

Trajetória profissional

Rosete Pescador é uma destacada especialista em Agronomia e Fitotecnia no Brasil, com uma trajetória acadêmica e de pesquisa de relevante impacto, especialmente nas áreas de fisiologia vegetal, biotecnologia e conservação de recursos genéticos. Atualmente, integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais e do curso de Agronomia no Departamento de Fitotecnia do CCA da UFSC, e atua como Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq – Nível 2.

Graduada em Agronomia pela UFSC em 1990, Rosete concluiu o mestrado em Fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1993, com uma pesquisa inovadora sobre o cultivo in vitro de embriões de Laranjeira Cipó (Citrus sinensis Osb.) e padrões isoenzimáticos. Em 2004, obteve o doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) pela Universidade de São Paulo (USP), investigando embriogênese, hormônios, aminoácidos e carboidratos. Sua carreira docente teve início na Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), onde atuou por 16 anos (1995-2010), ministrando disciplinas em Fisiologia e Biotecnologia Vegetal, além de colaborar com o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Na UFSC, também exerceu a função de diretora do CCA entre 2021 e 2024 e leciona disciplinas como Sementes nos cursos de Agronomia e Zootecnia.

Sua produção científica é centrada na fisiologia do crescimento e desenvolvimento vegetal, com ênfase na propagação in vitro, criopreservação de recursos genéticos e estudos sobre fotossíntese. Suas linhas de pesquisa incluem desenvolvimento vegetal, morfogênese in vitro, embriogênese, organogênese e cultura de tecidos. Entre os projetos de maior relevância que coordena, destacam-se iniciativas voltadas à conservação de espécies nativas da Mata Atlântica, como orquídeas e bromélias, por meio de protocolos de micropropagação massal e criopreservação. Desde 2014, lidera também projetos que desenvolvem tecnologias sustentáveis para a cadeia produtiva do bambu no sul do Brasil. Sua pesquisa explora ainda o papel dos carboidratos em espécies tropicais como moduladores de processos fisiológicos e indicadores de respostas a estresses ambientais. Outros projetos notáveis incluem a quantificação de carbono em biomassa arbórea e a recuperação de ambientes fluviais na bacia do Rio Itajaí-Açu.

Além de sua contribuição à pesquisa, Rosete colabora como revisora de artigos para importantes periódicos nacionais, como a Revista Brasileira de Fruticultura e a Pesquisa Agropecuária Brasileira. Sua atuação acadêmica abrange áreas como Fisiologia de Plantas Cultivadas, Produção de Mudas, Crescimento e Desenvolvimento Vegetal, e Anatomia Vegetal. Dedicada à formação de novos profissionais, recebeu homenagens significativas de formandos em Agronomia, sendo escolhida como Paraninfa em 2012 e Nome de Turma em 2011, evidenciando seu compromisso com o ensino e o desenvolvimento de talentos na área.

ACCA

A ACCA é uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos, voltada ao desenvolvimento e progresso da Agronomia e da Engenharia Agronômica no estado. Por meio de eventos, publicações, projetos de pesquisa e outras iniciativas voltadas ao fortalecimento do setor, a academia congrega profissionais, acadêmicos, entidades e instituições do setor.

Entre seus compromissos estão:
• atuar em parceria com instituições de ensino superior, pesquisa científica e tecnológica, extensão rural, conselhos profissionais, entidades de classe e órgãos governamentais;
• promover, preservar, divulgar e publicar produções técnico-científicas de seus acadêmicos;
• organizar e apoiar eventos que ampliem o nível de conhecimento e inovação dos engenheiros agrônomos;
• incentivar o aperfeiçoamento do ensino agronômico e a preservação da memória dos profissionais que marcaram a história da Agronomia catarinense.

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
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