Reitores da UFSC e Udesc na abertura do 5º Congresso Brasileiro de Riscos e Desastres

16/10/2025 08:57

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sediará, entre 15 e 17 de outubro, o V Congresso Brasileiro de Redução de Riscos e Desastres (CBRRD), com o tema “Resiliência e Inovação na GIRD: Conectando Saberes”. A cerimônia de abertura ocorreu à noite, no Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, campus Trindade, em Florianópolis, e contou com a presença dos reitores da UFSC, Irineu Manoel de Souza, e da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), José Fernando Fragalli, anfitrião do evento.

O congresso está sendo realizado em parceria pela Associação Brasileira de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação em Redução de Riscos e Desastres (ABP-RRD), pelo Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais (PPGDN) do Departamento de Geociências da UFSC, pelo Grupo Coordenado em Gestão de Riscos e Desastres (Ceped) e pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Comunidade (Proex) da Udesc.

O CBRRD visa promover um espaço de intercâmbio de conhecimentos, experiências e práticas inovadoras em Redução de Riscos e Desastres (RRD), com foco em gestão integrada, resiliência e inovação. O evento reunirá pesquisadores, gestores públicos, técnicos, estudantes e lideranças comunitárias. Entre os objetivos, destacam-se a divulgação de pesquisas e experiências bem-sucedidas em diversas regiões do Brasil, o estímulo à cooperação entre universidades, órgãos governamentais e organizações sociais, e o incentivo ao uso de tecnologias e soluções inovadoras na gestão de riscos.

A programação abordará temas como mudanças climáticas, riscos geológicos e hidrológicos, tecnologias de monitoramento, políticas públicas e práticas em gestão de riscos. Haverá destaque para a interação entre saberes locais, comunitários e científicos, promovendo uma abordagem integradora que reconhece e valoriza o conhecimento tradicional.

Além disso, o congresso busca fomentar a educação e a comunicação voltadas a populações vulneráveis e contribuir para o alinhamento das políticas brasileiras de redução de riscos e desastres aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e ao Marco de Sendai, referência internacional na área.

A representatividade das duas principais universidades públicas do Estado reforça a relevância do congresso para o fortalecimento de pesquisas e ações voltadas à redução de riscos e desastres — uma área estratégica diante dos desafios climáticos e ambientais enfrentados pelo Brasil.

O reitor Irineu Manoel de Souza destacou que o congresso consolida o papel das universidades públicas na produção de conhecimento aplicado às urgências do país. “A parceria entre UFSC e Udesc demonstra que ciência, gestão e comunidade podem caminhar juntas para reduzir vulnerabilidades e salvar vidas. Este é um compromisso com Santa Catarina e com o Brasil”, afirmou.

Para Irineu, a integração entre saberes acadêmicos e conhecimentos locais é decisiva para a gestão de riscos. Ele ressaltou que “ouvir as comunidades, dialogar com gestores e mobilizar tecnologias abertas e inovadoras” fortalece a resiliência dos territórios e qualifica políticas públicas.

O reitor enfatizou ainda que a UFSC seguirá ampliando pesquisas, formação e extensão na área. “Vamos manter investimentos, fortalecer o PPGDN e parcerias como as do Ceped e a ABP-RRD”, disse. Segundo ele, os resultados do congresso devem se traduzir em novas cooperações, protocolos de atuação e soluções tecnológicas, “com impacto direto na prevenção, na resposta e na reconstrução pós-desastres”.

 

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Seminário nacional destaca papel estratégico da segurança universitária e defesa da educação pública

15/10/2025 12:09

Entre 6 e 10 de outubro, o auditório da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) sediou a 31ª edição do Seminário Nacional de Segurança das IFES e EBTTs – Segurança Pública e Comunitária em Defesa da Carreira, da Universidade Pública e Democrática. O encontro reuniu servidores técnico-administrativos da área de segurança de institutos e universidades de todo o país, em uma agenda de debates, formação e articulação voltada à valorização da carreira e à defesa da educação pública.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi representada pelo secretário de Segurança Institucional, Leandro Oliveira, – e dos servidores da SSI, Teles Espíndola e Geraldino Barbosa -, que participou de mesas e reuniões com gestores e profissionais do setor. Para ele, a segurança universitária deve ser tratada como dimensão estratégica do quadro técnico das instituições, com impacto direto no ensino, na pesquisa, na extensão e na administração. “Estamos falando de vidas. Estudantes, técnicos e professores que circulam diariamente por universidades e institutos federais em todo o país. Segurança na comunidade acadêmica não é um detalhe operacional: é condição básica para que ensino, pesquisa, extensão e administração aconteçam”, afirmou.

Ao longo dos cinco dias, o seminário abordou segurança pública e comunitária no contexto universitário, com ênfase na humanização da atuação dos servidores. Os profissionais foram reconhecidos como integrantes essenciais da comunidade acadêmica, responsáveis não apenas pela proteção do patrimônio, mas também pela preservação da integridade e do bem-estar das pessoas que circulam nos campi. A programação contemplou mesas de debate, oficinas e espaços de troca de experiências que resultaram na construção de diretrizes para o fortalecimento das equipes de segurança nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e nas escolas técnicas e tecnológicas (EBTTs), com atenção especial à formação continuada e qualificação técnica, à definição de protocolos de acolhimento e de atendimento a situações de vulnerabilidade, à atuação integrada com áreas acadêmicas e administrativas, à adoção de políticas de prevenção de conflitos e violências, à disponibilização de infraestrutura adequada e à articulação com órgãos de segurança pública.

O encontro foi marcado pela leitura crítica do cenário de desafios que atravessam a educação e o serviço público no país. Nesse contexto, participantes enfatizaram que fortalecer a segurança universitária é condição para garantir ambientes de aprendizagem, trabalho e convivência orientados por princípios democráticos e de respeito à diversidade. Integrando esse diagnóstico, o secretário Leandro Oliveira reforçou a necessidade de transformar estudos e recomendações em ação: “Pesquisadores e especialistas têm estudado o tema há anos e apresentado propostas concretas de melhoria. Segundo ele, a prioridade deve ser imediata e baseada em medidas efetivas: “Pais e mães, responsáveis e familiares — filhos, sobrinhos, netos — precisam ter a garantia de que os campi são espaços protegidos. A prioridade deve ser imediata: políticas de prevenção, protocolos claros, infraestrutura adequada, formação das equipes e integração com órgãos de segurança pública. Sem segurança, não há universidade que funcione plenamente.”

Ao final, o seminário consolidou-se como espaço de referência para a construção de uma segurança universitária cidadã, comprometida com a missão acadêmica e com a vida no campus, reafirmando a carreira de segurança como eixo estruturante da universidade pública e democrática e indicando caminhos para a qualificação das equipes e a implementação de políticas consistentes de prevenção e proteção nas IFES e EBTTs.

 

Os debates estão disponíveis na íntegra:

 

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UFSC inaugura Sistema Agrifotovoltaico para integrar produção de alimentos e energia solar

15/10/2025 10:30

Inauguração do Sistema Agrivoltaico instalado no Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica da UFSC. Fotos: divulgação

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inaugurou, na tarde de 14 de outubro, o Sistema Agrifotovoltaico instalado no Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica, no Sapiens Parque, em Florianópolis. Participaram do evento o reitor, Irineu Manoel de Souza; o superintendente de Projetos da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq), William Gerson Matias; o professor Ricardo Rüther, e a pesquisadora Marília Braga, do laboratório. A nova infraestrutura é considerada um marco para a pesquisa em energia solar na instituição e um passo decisivo na transição para um modelo energético mais sustentável e eficiente, alinhado às demandas da sociedade.

Desenvolvido em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o sistema integra, no mesmo terreno, a geração de eletricidade por meio de painéis solares e a produção agrícola. O objetivo é avaliar a viabilidade técnica, econômica e ambiental dessa combinação, utilizando áreas tradicionalmente dedicadas ao cultivo para também abrigar placas fotovoltaicas – seja em estruturas elevadas sobre as plantações, seja em cercas solares. Com isso, busca-se ampliar o aproveitamento do solo, produzir energia limpa e manter a eficiência produtiva das lavouras.

As pesquisas contemplam o teste de diferentes espécies vegetais para identificar aquelas que melhor se adaptam à redução parcial da incidência direta de luz, sem perdas significativas de produtividade. Serão analisadas configurações de sombreamento, distanciamento e altura dos painéis, com o propósito de maximizar simultaneamente a geração de energia e o rendimento agrícola. A Epagri é responsável pela condução das atividades relacionadas às culturas, enquanto a UFSC lidera o desenvolvimento, a implementação e a avaliação das soluções fotovoltaicas.

O projeto conta com financiamento da Repsol Sinopec, empresa espanhola do setor de energia, e o apoio de outras instituições parceiras. Entre os potenciais benefícios esperados estão o aumento da produtividade do solo por meio do uso múltiplo da terra, a otimização de recursos naturais, a redução de impactos ambientais e o fortalecimento da resiliência do campo frente às mudanças climáticas, com ganhos de segurança energética.

Para o reitor Irineu Manoel de Souza, o sistema agrivoltaico “inaugura uma fronteira tecnológica estratégica, porque permite o uso simultâneo da terra para alimento e energia”. Segundo ele, a integração entre produção agrícola e geração solar amplia a produtividade, otimiza recursos e fortalece a resposta às mudanças climáticas: “Produzimos mais e melhor, com menor impacto ambiental e maior segurança energética.” Ao destacar a trajetória da UFSC na área, o reitor afirmou que a iniciativa reforça a capacidade de inovar e de responder aos desafios da transição energética, ao mesmo tempo em que reafirma a soberania alimentar, valoriza o trabalho no campo e protege o meio ambiente. “Que este espaço seja fértil em ideias, resultados e parcerias, e que daqui surjam pesquisas, protótipos e políticas de referência para Santa Catarina e para o Brasil”, disse.

 

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Fórum Ecoar: aliança comunitária quer transformar territórios por meio da extensão universitária

14/10/2025 15:44

Saneamento precário, mobilidade insuficiente, vulnerabilidade social são alguns dos problemas de Florianópolis que estão mapeados, diagnosticados e documentados em pesquisas acadêmicas. Mas como transformar esses dados em ação? Como fazer a universidade transpor seus muros e devolver à sociedade, em forma de solução, o conhecimento que produz? É nessa ponte entre academia e comunidade que atua o Fórum Ecoar, uma aliança comunitária que reúne Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), e ainda 56 organizações e movimentos sociais para construir respostas coletivas aos desafios dos bairros da capital catarinense.

A parceria tornou-se institucional em 27 de julho de 2024, quando a UFSC e o Fórum Ecoar firmaram o Protocolo de Intenções para a Curricularização da Extensão. O reitor, Irineu Manoel de Souza, e o coordenador do Fórum, Eugênio Luiz Gonçalves, assinaram acordo alinhando a universidade às diretrizes da Resolução CNE/CES nº 7/2018 e consolidando uma estratégia que leva a comunidade universitária aos territórios, transformando-os em laboratórios vivos de aprendizagem, pesquisa e transformação social.

Estande do Fórum Ecoar na Sepex (2023)

O protocolo reconhece que os territórios são espaços onde problemas e potencialidades locais inspiram soluções criativas, sustentáveis e socialmente justas, em sintonia com o princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Para a pró-reitora de Extensão da UFSC (Proex), Olga Regina Zigelli Garcia, o regulamento “reconhece que o conhecimento, para ser emancipador, precisa circular, dialogar e se reinventar em contato com as realidades concretas da sociedade”.

Na avaliação de Olga Regina, a parceria “desloca a universidade de uma lógica vertical para uma horizontal e colaborativa, na qual o conhecimento é coproduzido com as comunidades”. Mais do que uma colaboração acadêmica, trata-se de uma aliança pela democracia e pela justiça social, que reconhece a comunidade como coautora do conhecimento e protagonistas da mudança.

Ao estabelecer a parceria, a UFSC reafirma sua vocação pública e cidadã, fortalecendo a extensão como via privilegiada de aproximação entre universidade e sociedade. A iniciativa visa mobilizar estudantes, docentes e técnicos-administrativos das três instituições públicas de ensino superior a atuarem diretamente nos territórios, aprendendo com as comunidades e contribuindo para soluções em educação, cultura, saúde, meio ambiente, habitação e economia solidária.

Da experiência comunitária à articulação institucional

Criado em 2021 e articulado pelo administrador aposentado da UFSC, Eugênio Luiz Gonçalves, o Fórum nasceu da experiência concreta de autogestão comunitária. Morador da Costa de Dentro desde 2010 e voluntário do conselho comunitário local, Eugênio testemunhou como a comunidade gere há 35 anos o abastecimento de água para 199 famílias por meio do CODEN, sem apoio do poder público. Essa vivência, somada à participação em conselhos municipais e em imersões de estudantes da UFSC em projetos de saneamento e resíduos sólidos, sedimentou uma convicção: a universidade precisa estar presente nos territórios, transformar pesquisa em política pública e disponibilizar seu conhecimento à sociedade de forma continuada.

“Os alunos vão ao bairro, fazem pesquisa, a informação morre na sala de aula”, sintetiza Eugênio. Para ele, o abismo entre o discurso de “cidade inteligente” e a realidade dos territórios, com baixa cobertura de saneamento e alta vulnerabilidade, evidencia a urgência de uma mudança de método. O Fórum propõe grupos de trabalho interdisciplinares e permanentes atuando em bairros-piloto por ciclos sucessivos de diagnóstico, ação, avaliação e retorno, garantindo soluções progressivas.

Projetos em ação nos territórios

Projeto Fesinova, no Conselho Comunitário da Costa de Dentro (2024)

Na prática, a curricularização da extensão na UFSC já ganha corpo em projetos que respondem a demandas concretas das comunidades. No segundo semestre de 2024, iniciativas como o Fesinova — Fortalecendo a Economia Solidária no Distrito do Pântano do Sul, e o curso “Empreendedorismo e Projetos Sociais: da Ideia à Transformação Comunitária” aproximaram lideranças locais e acadêmicas.

Projetos como “Regenera Lagoa”, que promove a regeneração do Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, e o guia de Turismo na Comunidade do Pântano do Sul evidenciam a integração entre conservação ambiental, inclusão produtiva e planejamento territorial. A salvaguarda do patrimônio material e imaterial da pesca artesanal na Barra do Sul, as ações de inclusão digital de idosos (Conexões Costa de Dentro), a Escola Sustentável com foco em Lixo Zero e a criação da Feira da Costa para pequenos empreendedores ilustram um leque de ações orientadas ao bem comum e à geração de renda com base comunitária.

A “Escola de Extensão da UFSC” ampliou esse alcance ao ofertar capacitações diretamente ligadas às necessidades dos bairros: formação para gestores comunitários e associações de moradores, captação de recursos para projetos locais, cursos práticos para cuidadoras e familiares de idosos com Parkinson e demência, educação alimentar e energética, orientação sobre imposto de renda, horta comunitária e compostagem urbana, programação e desenvolvimento de sistemas, design aplicado à gestão comunitária, entre outros.

Governança participativa e plataforma digital

Reunião no IFSC (2023)

O Fórum funciona com governança compartilhada, participativa e democrática. De um lado, reúne conselhos e associações de moradores, movimentos sociais e lideranças comunitárias articulados em redes; de outro, mobiliza as três instituições – UFSC, Udesc e IFSC -, para executar ações de extensão articuladas a ensino e pesquisa aplicada, com impacto direto nos bairros.

Eugênio informa que a aliança é suprapartidária. “Política pública, não política partidária”, afirma. Para ele, a ciência é o elo capaz de unir frentes distintas em torno de problemas comuns.

A plataforma digital do Ecoar (ecoar.ufsc.br) funciona como ferramenta de gestão e ponte entre demandas comunitárias e oferta universitária. Neste site, qualquer pessoa pode registrar e acompanhar o status das demandas.

Perspectivas futuras

No horizonte próximo, o Fórum Ecoar está se alinhando ao projeto UniCOM (Universidade–Comunidade), inspirado no formato do Projeto Rondon, porém aplicado de forma contínua e territorializada, bairro a bairro. Um dos marcos fundamentais nesse processo foi a elaboração do Relatório Diagnóstico Participativo de Florianópolis, coordenado pelo Observatório de Inovação Social de Florianópolis (OBISF/Udesc), que contou com a participação ativa das três IFES, além de lideranças comunitárias e movimentos sociais. Esse processo reuniu e sistematizou mais de 460 demandas dos distritos, registradas no relatório “Diagnóstico Participativo de Florianópolis: Olhares dos Distritos sobre a Cidade”, apresentado publicamente com ampla presença da sociedade civil e de representantes políticos.

A partir desse esforço, articulado pelo Fórum Ecoar, está se consolidando uma rede colaborativa entre universidades e territórios, com o objetivo de transformar os diagnósticos em intervenções concretas nos bairros. A proposta é organizar frentes integradas de extensão, pesquisa e ensino para enfrentar problemas prioritários — como saneamento, mobilidade e vulnerabilidade social — por meio de metodologias de imersão nos territórios e de acompanhamento contínuo dos resultados.

Projeto Unicom (2025)

Eugênio também propõe a criação de uma incubadora social interinstitucional, voltada à economia solidária e criativa, para apoiar quem já empreende por necessidade nas periferias. “O nosso maior recurso é a inteligência”, diz, criticando a concentração de esforços apenas na interface universidade–indústria e defendendo que a mesma potência se volte aos bairros.

O chamado é direto: com cerca de 100 mil pessoas circulando entre UFSC, Udesc e IFSC, há capital humano para transformar realidades locais. O Fórum oferece a ponte, a governança e a plataforma.

Convite à participação

O Fórum Ecoar reforça o convite à participação de estudantes, docentes e técnicos das três IFES a integrarem uma aliança comunitária que conecta a universidade às demandas reais dos bairros. A proposta é fazer da cidade um laboratório vivo, onde saberes acadêmicos, técnicos e populares se encontram para construir soluções coletivas orientadas pelo bem comum, sustentabilidade e justiça social.

Para a comunidade universitária, o Ecoar representa uma oportunidade concreta de colocar a extensão no centro da formação e da vida acadêmica: estudantes podem cumprir a curricularização com projetos de impacto real; docentes podem articular disciplinas e pesquisas às necessidades dos territórios; técnicos podem aportar conhecimento aplicado à gestão pública e comunitária.

A efetividade do protocolo depende do engajamento ativo da comunidade universitária. É necessário construir uma cultura institucional de participação, sensibilizar para o valor pedagógico, social e político da extensão, criar condições para a atuação nos territórios e reconhecer, institucionalmente, o mérito desse engajamento. “O êxito será medido pelas vidas tocadas, vínculos criados e saberes compartilhados — não por documentos assinados”, concluiu a pró-reitora.

Organizações comunitárias e coletivos podem formalizar a entrada na rede pelo Formulário de Adesão.

Moradores, lideranças e grupos podem encaminhar necessidades do bairro pelo Formulário de Demandas.

Grupos de extensão, laboratórios e disciplinas podem identificar demandas “em aberto” no site ecoar.ufsc.br e propor a adoção, iniciando o ciclo de trabalho conjunto.

Mais informações:

Site: ecoar.ufsc.br
WhatsApp: (48) 99164-1958 (Eugênio Gonçalves)
Instagram: @fgecosocial

 

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
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Evento de acolhimento aos novos TAEs traz reflexões sobre o papel do servidor na UFSC

14/10/2025 13:36

Apresentações artístico-culturais marcaram a abertura do Evento de Acolhimento aos novos servidores. Fotos; Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Quatro apresentações artístico-culturais da Companhia de Dança da UFSC marcaram a abertura do Evento de Acolhimento aos novos servidores técnicos-administrativos em Educação, realizado na tarde de segunda-feira, 13 de outubro, no Auditório da Reitoria. As performances, repletas de vigor estético e delicadeza, refletiram o espírito da programação, que buscou integrar e ambientar os recém-empossados da instituição. Além disso, o evento contou com uma palestra e um café de socialização, sendo transmitido online para agregar também os técnicos lotados nos campi da Universidade.

A iniciativa faz parte do Curso de Iniciação ao Ambiente Institucional, promovido pela Coordenadoria de Capacitação de Pessoas (CCP), vinculada à Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp). O curso, que será realizado de 13 de outubro a 17 de novembro de 2025, terá um formato híbrido, com carga horária de 33 horas, e visa oferecer subsídios essenciais para que os novos servidores construam suas trajetórias na UFSC.

Pró-reitora Sandra Regina Carrieri de Souza e o diretor do DDP Guilherme Fortkamp

A cerimônia contou com a presença de representantes da Prodegesp, como a pró-reitora Sandra Regina Carrieri de Souza e o diretor do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas (DDP), Guilherme Fortkamp. Em sua fala, Guilherme destacou a importância do momento, tanto para os ingressantes quanto para a universidade, que se fortalece “com a chegada de vocês e das suas bagagens de conhecimentos, experiências, novas ideias e muita energia”. Ele apontou a UFSC como “um ambiente de crescimento profissional, de aprendizado contínuo e de realização pessoal” e ressaltou o papel de pertencimento como base do compromisso da instituição pública, que “há 64 anos transforma vidas”.

O diretor também enfatizou a relevância dos técnicos-administrativos no suporte ao tripé universitário — ensino, pesquisa e extensão. “Sem o nosso trabalho, não seria possível que essas atividades acontecessem”, afirmou. Ele aconselhou os ingressantes a aproveitarem as ações de capacitação e o curso, que foram descritos como “repleto de informações importantes para o dia-a-dia de trabalho, o desenvolvimento na carreira e a integração com os colegas e com a cultura universitária”.

Na sequência, a pró-reitora Sandra agradeceu às equipes envolvidas na organização do evento e destacou o caráter inclusivo e cultural da UFSC, evidenciado pelas apresentações artísticas da abertura. “Que outro espaço de trabalho pode nos oferecer isso?”, questionou. Sandra explicou que o objetivo do curso é “acolher” e apresentar o ambiente de trabalho de forma abrangente, desfazendo a ideia de que todos conhecem a UFSC completamente. 

Sandra também destacou a necessidade de dar visibilidade às qualidades únicas da universidade, combatendo os estereótipos externos. “O que a gente pode fazer para tornar esse espaço leve, tranquilo, de muito trabalho, mas também de muita harmonia?”, indagou. Ela destacou que o curso aborda a diversidade, a cultura e as diretrizes da instituição, auxiliando os servidores a aproveitar plenamente suas atribuições e as oportunidades que a UFSC oferece. Finalizou reforçando o papel acolhedor da Prodegesp: “Que vocês ficam imensamente felizes nesse espaço. Conversem conosco, deem sugestões; estamos prontos para recebê-los”.

O psicanalista Lucas Emanuel de Oliveira, do Serviço de Acolhimento a Vítimas de Violências (SEAViS), da Proafe, ministrou a palestra do evento

A palestra, conduzida pelo psicanalista Lucas Emanuel de Oliveira, do Serviço de Acolhimento a Vítimas de Violências (SEAViS), vinculado à Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), trouxe reflexões profundas sobre o papel do novo servidor na Universidade. Para ele, a chegada à UFSC representa a oportunidade de tornar uma vida mais interessante, desde que haja engajamento por parte das pessoas: “A implicação de vocês nesse processo vai ser fundamental”.

Lucas enfatizou que a UFSC vai além de prédios, burocracias e cargos, afirmando que a vivacidade da instituição é sustentada pela “circulação de afetos”. Ele diferenciou “afeto” de “afeição” e destacou que essa dinâmica emocional “mantém o colorido da universidade” e permite que o novo aconteça dentro da instituição.

O psicanalista também elogiou a diversidade regional dos presentes, que reuniu servidores de diversas partes do Brasil, e lembrou que acolher diferenças é uma política essencial para a gestão e o ambiente universitário. Reconhecendo os desafios do início da jornada, Lucas falou sobre esse período como um “tempo de travessias”, marcado por novidades, inseguranças e adaptação. Ele incentivou os servidores a serem pacientes com o processo de ambientação, reforçando que o pertencimento à UFSC não significa adesão acrítica. “O pertencimento supõe um certo distanciamento, que preserva o pensamento crítico: minha vida é muito mais ampla; acompanha os movimentos da instituição – alguns estão de acordo, outros não – e me coloco em uma posição importante nesse processo”.

Lucas também abordou a importância de estabelecer limites no ambiente de trabalho, especialmente em relação à pressão por alto desempenho e reconhecimento constante. Ele alertou sobre os riscos do Burnout, muitas vezes associado à dificuldade de dizer “não” a demandas excessivas. “É muito importante negar demandas que ultrapassem o papel institucional. Dizer não ao outro quando o outro exige aquilo que não corresponde às nossas atribuições legais e institucionais”, afirmou.

Mais informações:

dicc.ddp@contato.ufsc.br
https://capacitacao.ufsc.br/
@ccp-ufsc

 

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
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Fotos: Gustavo Diehl | Agecom

 

 

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