Hospital Universitário inaugura Laboratório de Simulação Clínica

06/11/2025 17:04

O Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), inaugurou nesta terça-feira (4/11) o novo Laboratório de Simulação Clínica, desenvolvido em parceria com o Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFSC. O espaço foi estruturado com equipamentos e manequins de simulação adquiridos especificamente para atividades de ensino e treinamento em saúde, e sua adequação foi viabilizada por meio da colaboração entre as duas instituições.

Após a solenidade, foram realizadas demonstrações práticas dos novos equipamentos, com transmissão em tempo real do laboratório para o público presente no auditório e para convidados que acompanharam o evento de forma on-line.

Simulação clínica como filosofia de cuidado

A gerente de Ensino e Pesquisa do HU, Jane da Silva, destacou que o novo ambiente representa um marco no aprimoramento das práticas de ensino voltadas à formação e capacitação de profissionais de saúde. “A simulação clínica não é apenas uma ferramenta didática, mas uma filosofia de cuidado e segurança. Nesse ambiente, alunos, residentes e profissionais podem aprender fazendo, se permitir errar, refletir e repetir até o aperfeiçoamento, tornando-se mais ágeis, preparados e responsáveis”, afirmou.

Jane destacou ainda que a implantação do laboratório teve início em 2022, com o planejamento e a aquisição dos equipamentos pelo HU e foi concluída com o apoio de diferentes setores e do CCS. A iniciativa contou com a colaboração de docentes, profissionais e técnicos da Gerência de Ensino e Pesquisa, com suporte institucional da direção do Centro e do colegiado executivo do hospital.

Parceria fortalece o ensino e a pesquisa

O superintendente do HU-UFSC, Spyros Cardoso Dimatos, enfatizou o caráter estratégico da parceria entre o hospital e o CCS. “Esse projeto vem sendo construído há mais de três anos e se concretiza hoje com o investimento de R$ 258 mil em simuladores e manequins. Essa estrutura estará disponível a todos os docentes e estudantes da universidade, reforçando o papel do HU como hospital de ensino e campo de formação para cerca de 800 estudantes de graduação e 200 residentes”, disse.

Ele também anunciou que, em breve, terão início as obras do novo Centro de Estudos do HU-UFSC, em parceria com o CCS e o Departamento de Clínica Médica.

Integração entre ensino e assistência

O diretor do CCS, professor Fabrício de Souza Neves, ressaltou que a iniciativa representa um avanço na integração entre ensino e assistência. “Esse ensino de simulação vai complementar o aprendizado com o paciente real, que já ocorre no hospital. Faltava um espaço prévio para a prática controlada e segura, e agora o temos. É um bonito avanço, fruto da união de esforços para superar desafios em benefício da formação dos estudantes e da qualidade do atendimento à população”, afirmou.

O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, destacou que a inauguração reforça o papel do HU-UFSC como hospital de ensino. “Precisamos cada vez mais fortalecer o trabalho conjunto entre o CCS e o Hospital. Esse é um passo importante para consolidar o HU como um hospital-escola de excelência, referência tanto no atendimento ao SUS quanto na formação de profissionais qualificados”, afirmou.

Organização e funcionamento do novo espaço

Durante o evento, a fisioterapeuta e instrutora do laboratório, Ana Carolina Starke, apresentou o funcionamento do espaço e explicou o processo de reserva e utilização. Segundo ela, o laboratório terá uma agenda disponível no Portal de Ensino da UFSC e contará sempre com um instrutor responsável do HU-UFSC para garantir o uso adequado dos simuladores, que são equipamentos de alto custo e exigem cuidados específicos.

O novo Laboratório de Simulação Clínica do HU-UFSC está preparado para atender diferentes níveis de complexidade, desde simulações de suporte básico de vida até cenários de alta fidelidade com manequins computadorizados e atores simulando situações clínicas reais. O objetivo é proporcionar um ambiente de aprendizado seguro, realista e colaborativo, que contribua para a formação de profissionais de saúde mais qualificados e comprometidos com a segurança do paciente.

Sobre a Ebserh

O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh desde março de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Fonte: gov.br

Tags: CCSEbserhHULaboratório de Simulação ClínicaMECUFSC

Redbioética Unesco na UFSC: congresso internacional e lançamento de cátedra

27/10/2025 08:00

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sediará a décima edição do Congresso Internacional da Redbioética Unesco, entre os dias 5 e 7 de novembro de 2025, com um evento pré-congresso programado para o dia 4 (terça-feira). O encontro será realizado no Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, no campus Trindade, em Florianópolis (SC), em parceria com a Cátedra Giovanni Berlinguer de Bioética e Saúde Coletiva. O evento reunirá pesquisadores, docentes, profissionais de saúde e formuladores de políticas públicas de mais de 25 países, promovendo debates sobre desafios bioéticos contemporâneos e incentivando reflexões críticas sobre temas de relevância global.

Com entrada gratuita e transmissão online, o congresso reafirma o compromisso com a democratização do conhecimento, ampliando o alcance das discussões para toda a sociedade. A programação celebra os 20 anos da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos da Unesco, um documento fundamental que orienta as reflexões da Redbioética. O evento busca consolidar uma ética prática capaz de enfrentar as crises interconectadas do mundo contemporâneo — como as humanitárias, sociais, ambientais, climáticas, políticas e democráticas —, promovendo os direitos humanos e a sustentabilidade da vida no planeta.

Durante o pré-congresso, no dia 4 de novembro, será lançado oficialmente a Cátedra Giovanni Berlinguer de Bioética e Saúde Coletiva, uma iniciativa aprovada em 2025 e fruto da colaboração entre o Núcleo de Pesquisa e Extensão em Bioética e Saúde Coletiva (NUPEBISC), o Núcleo de Estudos em Sociologia, Filosofia e História das Ciências da Saúde (NESFHIS), ambos da UFSC, e o Programa de Cátedras e Rede UNITWIN (University Twinning and Networking Scheme) da Unesco.

A Cátedra homenageia o médico e bioeticista italiano Giovanni Berlinguer (1924–2015), conhecido por sua militância na saúde pública e pela consolidação na Itália do Sistema Público de Saúde. Sua experiência foi essencial para contribuir com a Reforma Sanitária Brasileira, que inspirou o desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS), consolidado na Constituição Federal de 1988. A cátedra será um espaço de produção interdisciplinar de conhecimento, abordando questões como racismo estrutural, desigualdades no acesso à saúde e desafios éticos contemporâneos.

Reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, estará na abertura do evento

A abertura oficial do congresso ocorrerá no dia 5 de novembro, a partir das 8h30, no Auditório Garapuvu, com a presença do reitor Irineu Manoel de Souza, que destacou a importância de a UFSC sediar um evento dessa dimensão. Para ele, “a realização de um congresso internacional com esta temática na nossa universidade reforça o seu papel como espaço de reflexão crítica sobre os grandes desafios globais e de promoção de diálogos interdisciplinares e interculturais”. O reitor também enfatizou que, como instituição pública comprometida com ciência e educação, a UFSC tem a responsabilidade de fomentar discussões que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável.

Vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, ministrará conferência

Entre os destaques da programação, no dia 7 de novembro, das 9h30 às 10h30, será realizada a Conferência Plenária 4, intitulada “Educação para a Igualdade Racial e Desafios de uma Bioética Antirracista”, ministrada pela vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, com moderação do advogado e procurador argentino Ignacio Maglio. Segundo a professora Joana, “uma bioética antirracista se faz necessária para reconhecer e combater o racismo como um determinante social na produção das iniquidades no mundo, além de questionar as estruturas de poder que criam e perpetuam as desigualdades raciais”. Como coordenadora da Cátedra Antonieta de Barros: Educação para a Igualdade Racial e Combate ao Racismo, Joana lidera iniciativas voltadas à promoção da equidade racial e ao enfrentamento do racismo, o que reforça sua contribuição para o congresso.

O evento contará com a participação de especialistas de países como Brasil, Argentina, Colômbia, México, França, Angola, Panamá, Equador, Jamaica, Guatemala, El Salvador, Uruguai, Paraguai, República Dominicana e Honduras, evidenciando a diversidade de perspectivas e experiências. Os debates abrangerão temas como bioética, saúde coletiva, igualdade racial, justiça social e desafios éticos globais, promovendo um espaço interdisciplinar para discutir questões cruciais aos direitos humanos e à saúde pública. A parceria entre instituições acadêmicas e redes internacionais, como a Redbioética Unesco, reforça o compromisso com o avanço da bioética crítica e emancipatória.

Criada em 2003, com o apoio da UNESCO, a Redbioética para América Latina e Caribe consolidou-se como referência na bioética global, promovendo congressos itinerantes desde 2007. Esses eventos fortalecem redes de cooperação acadêmica e influenciam políticas públicas, ampliando a relevância da bioética nos contextos globais e regionais.

A Cátedra Giovanni Berlinguer assume um papel central nesse cenário, consolidando o diálogo entre ciência, saúde e direitos humanos. Com foco na promoção da equidade, ela busca enfrentar as desigualdades sociais e fortalecer debates que integrem ética, saúde e cidadania, ampliando o impacto das reflexões bioéticas no Brasil e no mundo. Ao homenagear Giovanni Berlinguer, a iniciativa ressalta a importância de uma bioética comprometida com a justiça social e a defesa da saúde como um direito fundamental.

Serviço:

Data: 5 a 7 de novembro de 2025 (pré-congresso no dia 4 de novembro)

Local: Centro de Cultura e Eventos da UFSC, campus Trindade, em Florianópolis

Acesso: Gratuito com transmissão online

Inscrições: www.xcongressoredbioetica.com.br. Para o evento presencial, há vagas limitadas; o online, ilimitadas.

Programação completa: www.xcongressoredbioetica.com.br

Apoio institucional: Gabinete da Reitoria da UFSC, NUPEBISC, NESFHIS, Departamento de Saúde Pública, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política (PGSP) e Laboratório de Pesquisa sobre Trabalho, Ética, Saúde e Enfermagem (Práxis)

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Tags: CCSCongresso Internacional da Redbioética UNESCOGiovanni BerlinguerRede UNITWINUFSCUNESCO

‘Trabalho e Direitos no Século XXI’ é tema de evento na UFSC, com programação até 2 de agosto

30/07/2025 10:30

Solenidade de abertura do XIX Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ENABET). Fotos: Divulgação

O Auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu, na noite desta terça-feira, 29 de julho, a solenidade de abertura do XIX Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ENABET). O evento, que ocorrerá até o dia 2 de agosto, reúne acadêmicos, especialistas e representantes de diversos setores da sociedade para debater o tema central: “Trabalho e Direitos no Século XXI: Cenário de Destruição e Vias de Reconstrução”.

A Diretoria da ABET destacou que o mundo do trabalho enfrenta um cenário de transformações profundas e desafios crescentes, marcado pela proliferação de vínculos laborais precarizados, em especial nas plataformas digitais, pela emergência climática que exige uma revisão urgente dos modelos de desenvolvimento, e pelos ataques sistemáticos aos direitos do funcionalismo público, acompanhados do sucateamento dos serviços ofertados à população. A crise dos cuidados, o avanço da terceirização e das privatizações, o uso intensivo de tecnologias para controle e exploração laboral, o rebaixamento dos rendimentos do trabalho e o aumento de agravos à saúde relacionados à atividade laboral também figuram entre os elementos que compõem um quadro de precarização generalizada. Esses fenômenos se inserem em um contexto de crises interligadas – econômica, política, sanitária e climática – que resultam, cumulativamente, em uma crise ideológica no campo do trabalho.

“A normalização dos empregos desprotegidos como ‘horizonte possível’, embalada pelo discurso neoliberal que estimula soluções individualistas, tem sido parte desse cenário”, afirmou a Diretoria, enfatizando que o evento busca promover uma reflexão ampla sobre os impactos dessas transformações no mundo do trabalho, particularmente nas últimas décadas. Entre os principais objetivos do encontro está destacar tanto o agravamento das desigualdades sociais quanto o fortalecimento de iniciativas de resistência e luta no campo dos conflitos laborais. Nesse sentido, a ABET reforça que a criação de empregos de qualidade, que assegurem direitos e dignidade aos trabalhadores, é essencial para a redução das desigualdades sociais, especialmente em países periféricos como o Brasil. “O enfrentamento das desigualdades de gênero e raça, profundamente enraizadas na estrutura social, é um caminho incontornável para avançar nessa direção”, apontaram os dirigentes da Associação.

Mesa de abertura do XIX ENABET

Com mais de 36 anos de história, os encontros nacionais bienais da ABET consolidaram-se como espaços privilegiados para o intercâmbio de ideias e a análise das dinâmicas do mundo do trabalho. Esses eventos transcendem as análises teóricas, abrangendo discussões práticas sobre a organização dos trabalhadores, seus desafios e as possibilidades de ampliação de direitos laborais. As propostas oriundas dos debates promovidos nesses encontros têm subsidiado a formulação de políticas públicas voltadas para o emprego, a geração de renda e a melhoria das condições de trabalho no Brasil.

A cerimônia de abertura contou com a participação de representantes de entidades parceiras e foi conduzida pela presidente da ABET, Thaís de Souza Lapa, docente de Sociologia da UFSC. A gestão da Universidade foi representada pelo pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Jacques Mick.

A professora Thaís destacou a relevância do tema central do evento, enfatizando o momento crítico em que se encontram os direitos trabalhistas no Brasil e no mundo. “Estamos vivendo um cenário de destruição de direitos, mas também de busca coletiva por sua reconstrução”, afirmou. A presidente ressaltou que a ausência de direitos sempre foi um motor histórico na luta da classe trabalhadora brasileira por dignidade, mas advertiu que as perdas recentes — como as causadas pela terceirização irrestrita, as reformas trabalhista e previdenciária, e as ameaças de uma reforma administrativa — representam retrocessos de grande envergadura. Para ela, a conscientização sobre essas perdas e a valorização dos direitos ainda existentes demandam um trabalho contínuo de memória, que deve ser conduzido por pesquisadores e trabalhadores.

Em tom de esperança, a presidente mencionou a recente mudança de governo no Brasil como um fator que abre novas perspectivas para a valorização do trabalho e dos direitos sociais. Ela citou o movimento “Vida Além do Trabalho” como um exemplo da necessidade de resgatar a dignidade nas relações laborais e de imaginar um futuro menos precarizado. Thaís concluiu sua fala ressaltando o orgulho de presidir uma Associação que, ao longo de três décadas e meia, promove o debate interdisciplinar sobre o trabalho, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Evento reúne acadêmicos, especialistas e representantes de diversos setores da sociedade

O pró-reitor Jacques Mick, por sua vez, destacou a conquista significativa para os estudos do trabalho no Brasil: a aprovação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Trabalho pelo CNPq. “Esta é uma vitória que confere enorme visibilidade à área e reforça sua importância como campo de investigação científica”, afirmou. Em sua fala, Mick homenageou pesquisadores da UFSC que, ao longo dos anos, contribuíram para o avanço dos estudos do trabalho, com destaque para temas como psicologia social do trabalho, desigualdades interseccionais e saúde mental. Ele frisou o compromisso da UFSC em desenvolver pesquisas que não apenas analisam o trabalho, mas que colaboram diretamente com os trabalhadores, citando iniciativas como a criação da cadeia de produção de ostras em Florianópolis, projetos voltados às trabalhadoras domésticas e o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para cooperativas de trabalhadores.

A professora Márcia de Paula Leite, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ministrou a conferência de abertura, abordando os desafios contemporâneos do trabalho a partir de uma perspectiva de gênero e conectando sua experiência acadêmica à Teoria da Reprodução Social. Márcia relatou que sua aproximação com os estudos de gênero no trabalho começou no final da década de 1980, quando percebeu, em uma palestra, que “não dá para olhar para o trabalho sem olhar para o gênero do trabalho”. Essa percepção influenciou sua trajetória acadêmica e resultou, em 2022, na organização de um seminário internacional sobre a Teoria da Reprodução Social, que culminou na publicação do livro “Crises na Reprodução Social”, reunindo contribuições de autores nacionais e internacionais.

A Teoria da Reprodução Social, explicou Márcia, traz uma abordagem inovadora ao integrar os estudos feministas sobre trabalho com uma visão ampliada do capitalismo. Para ela, a separação entre trabalho produtivo e reprodutivo é um pilar fundamental do capitalismo, sendo o trabalho de reprodução social, majoritariamente realizado por mulheres, essencial para a manutenção do sistema. A professora destacou que, no Brasil, onde o estado de bem-estar social nunca foi plenamente implementado, a crise da reprodução social é particularmente severa, já que as mulheres enfrentam uma histórica sobrecarga de trabalho, muitas vezes invisibilizado e não remunerado.

Durante sua apresentação, Márcia reforçou que a luta pela equidade de gênero e direitos trabalhistas exige uma análise abrangente das estruturas capitalistas e patriarcais que moldam a sociedade contemporânea. “Sem o trabalho de reprodução social, não há economia, não há instituições, não há política”, afirmou, deixando uma mensagem clara sobre a centralidade das questões de gênero no debate sobre o trabalho.

O XIX ENABET ocorrerá em diferentes espaços do campus Trindade da UFSC, como o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), o Centro Socioeconômico (CSE) e o Centro de Ciências da Saúde (CCS), além de atividades na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC). A extensa e diversificada programação, que inclui mesas-redondas, grupos de trabalho, conferências e lançamentos de livros, reflete a complexidade das questões do mundo do trabalho. Abaixo um resumo:

Confira os destaques dos próximos dias:

Quarta-feira, 30 de julho

  • Mesas-redondas pela manhã abordando temas como:
    • Crise ambiental e trabalho.
    • Gênero e trabalho sob perspectivas feministas.
    • Trabalho escravo contemporâneo.
    • Trabalho em plataformas digitais.
  • Às 11h, Mesa Especial: “IBGE e os desafios da pesquisa no terceiro milênio”, com Márcio Pochmann.
  • Grupos de Trabalho (GTs) à tarde, com debates sobre uberização, saúde do trabalhador, desigualdades e outros temas.
  • Lançamento de livros às 18h15 no Hall da Reitoria I.

Quinta-feira, 31 de julho

  • Mesas-redondas pela manhã, como:
    • Juventudes e trabalho.
    • O movimento sindical no governo Lula.
    • Maternidade no mundo do trabalho.
    • Plataformas digitais e novas formas de assalariamento.
  • À noite, às 19h, Mesa Especial na ALESC: “Situação do trabalho no Brasil hoje”, com Lúcia Garcia (DIEESE), Paula Montagner (MTE) e Vanessa Brasil (VAT-SC).

Sexta-feira, 1º de agosto

  • Mesas-redondas com temas como:
    • Mulheres e revitalização sindical.
    • Saúde mental no trabalho.
    • Uberização e investigações na América Latina.
    • Educação e trabalho.
  • Grupos de Trabalho durante toda a tarde.
  • À noite, Entrega do Prêmio “Mundos do Trabalho em Perspectiva Multidisciplinar” e Conferência de Encerramento com Victoria Basualdo (FLACSO – Argentina), na ALESC.

Sábado, 2 de agosto

  • Assembleia Geral Ordinária às 9h, no CFH.

Mais informações no site oficial do evento.

 

Rosiani Bion de Almeida / SECOM UFSC
imprensa.gr@contato.ufsc.br

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Conselho Universitário aprova política para permanência estudantil materna

19/12/2024 21:13

O primeiro ponto de pauta discutido nesta quarta-feira, 18 de dezembro, no Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tratou da proposta de Resolução Normativa sobre a política institucional de permanência para estudantes mães na Universidade.

O processo teve como requerente a Pró-Reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (PRAE) da UFSC e relatoria da conselheira Mara Ambrosina de Oliveira Vargas, professora do Departamento de Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Após a leitura do parecer e abertura da pauta à discussão, a minuta foi aprovada por maioria dos votos. A sessão ordinária foi gravada e está disponível no canal do YouTube do CUn.

A relatora destacou a importância da aprovação da Resolução Normativa, que objetiva promover a equidade e apoiar as estudantes-mães em sua trajetória acadêmica. No entanto, para melhor compreensão, ressaltou a necessidade de ajustes em alguns artigos da proposta original, especificamente o 5º, 12º e 16º.

A proposta inicial envolveu a discussão sobre a implementação de um espaço de contraturno, onde as crianças poderiam ser atendidas enquanto as mães estivessem em sala de aula. A relatora enfatizou que as ações propostas devem incluir mecanismos concretos para apoiar a permanência das estudantes, como a criação de programas que integrem atividades físicas e culturais para os filhos.

A professora também mencionou a relevância da nova diretriz do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que estabelece a extensão do prazo de avaliação da produtividade científica para mulheres que se tornam mães durante esse período avaliativo; e a de incluir no texto da resolução a criação de um auxílio para estudantes-mães de pós-graduação que tenham filhos de até 12 anos.

A relatora concluiu sua fala recomendando a aprovação da versão revisada da Resolução Normativa, destacando que as adequações feitas contemplaram as demandas levantadas durante as discussões no CUn e as reuniões subsequentes.

Para a pró-reitora de Permanência e Assuntos Estudantis, Simone Sobral Sampaio, essa aprovação é o “reconhecimento público da necessária construção de patamares de equidade ao direito ao ensino superior à condição materno estudantil”. A PRAE coordenou o GT de elaboração dessa política que foi constituída democraticamente com a participação de estudantes-mães da graduação e da pós-graduação, ressaltou a pró-reitora. Simone também frisou que a referida política “fortalece a política educacional de assistência estudantil, e constituiu-se articulada ao ensino, à pesquisa e extensão, no sentido de possibilitar estratégias para redução da taxa de evasão”.

O texto da política institucional de permanência estudantil materna define, em seu primeiro artigo, o objetivo da proposta que é “ampliar as oportunidades de permanência de mães no corpo discente da instituição, bem como institui ações para o enfrentamento às violências maternas sofridas”. Em seu Artigo 2º, explica a abrangência, destinando-se “às estudantes regularmente matriculadas nos cursos de graduação e pós-graduação que são mães, sejam elas adotantes, biológicas, solo, casadas ou em união estável, e/ou pessoas que sejam responsáveis legais por uma ou mais crianças”. E o documento ainda elenca as competências dos setores envolvidos na execução da política, que incluem a PRAE e as pró-reitorias de Graduação e Educação Básica (Prograd) e de Pós-Graduação (Propg).

A construção dessa minuta foi impulsionada pelas reivindicações do Coletivo MãEstudantes/UFSC, que, em conjunto com a PRAE, criou um Grupo de Trabalho (Portaria nº 292/2023). Este grupo foi responsável por revisar a minuta e formular propostas para ampliar as oportunidades de permanência de mães na instituição.

Em março de 2024, uma audiência pública foi realizada para discutir a minuta da resolução, permitindo que a comunidade universitária se engajasse e dialogasse sobre a política. Essa iniciativa foi considerada um passo importante na construção da equidade de gênero no ensino superior, reconhecendo as desigualdades enfrentadas por estudantes-mães, que incluem a falta de licença-maternidade adequada e exigências de produtividade que desconsideram seu direito à permanência.

Em agosto de 2024, a PRAE divulgou um formulário do Ministério da Educação (MEC) para a construção da Política Nacional de Permanência Materna, visando mapear discentes do ensino superior que tenham filhos e entender os desafios na conciliação entre a vida acadêmica e a rotina familiar. O MEC instituiu um GT para implementar essa política, convocando estudantes mães e pais a responderem ao questionário.

Além disso, o GT do MEC organizou fóruns em todas as regiões do Brasil, visando qualificar os dados coletados. Na Região Sul, o 1º Fórum Regional Materno-Estudantil ocorreu em agosto deste ano, de forma online, permitindo a participação ativa de estudantes mães, servidoras e parceiras. Esses fóruns objetivaram debater políticas de apoio à maternidade no ambiente acadêmico e elaborar propostas que serão encaminhadas ao Grupo, que foi criado a partir dos Coletivos Maternos nas Instituições de Ensino Superior, com a participação do Coletivo MãEstudantes da UFSC e da Associação de Mães Pesquisadoras, Estudantes e Trabalhadoras (AMPET). O evento foi organizado em quatro eixos de discussão, onde cada um tratou um aspecto específico da realidade materno-estudantil.

“A Política Nacional de Permanência Materna no Ensino Superior Brasileiro está em elaboração desde novembro de 2023. Com isso, esperamos que a política aprovada na UFSC possa contribuir com o horizonte de democratização do ensino superior brasileiro e com a constituição da referida política nacional”, finalizou a pró-reitora Simone.

Rosiani Bion de Almeida | imprensa.gr@contato.ufsc.br
Coordenadoria de Imprensa do GR | UFSC

Com informações de: https://noticias.ufsc.br/2024/03/ufsc-promove-audiencia-publica-sobre-politica-de-permanencia-de-estudantes-maes/

Tags: CCSConselho UniversitárioPolítica de Permanência de Estudantes MãesPraeProgradPROPGUFSC

UFSC firma convênio com Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil

29/11/2024 16:20

Reitora em exercício da UFSC assina convênio com a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. Fotos: Maria Isabel Miranda/Agecom

A reitora em exercício da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Dilceane Carraro, e o diretor de Risco Populacional, Saúde e Rede de Atendimento da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), Fernando Amaral Baptista Filho, assinaram nesta sexta-feira, 29 de novembro, na sala do Gabinete da Reitoria, convênio entre as instituições para a realização de ações que visam melhorar a saúde e a qualidade de vida de bancários associados da ativa e aposentados. O primeiro projeto a ser atendido é voltado ao enfrentamento de problemas relativos à saúde mental, em especial entre esses trabalhadores.

O convênio é resultante do programa de Conexões e Parcerias da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq) da UFSC, a qual foi representada na assinatura pelo pró-reitor Jacques Mick. “O Banco do Brasil é uma das maiores empresas do Brasil e um símbolo da nossa economia. Os problemas que a Universidade vai ajudar a Cassi a enfrentar – que tem a ver não só com a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, mas também com as questões organizacionais de uma grande companhia -, são pontos estratégicos e logísticos muito desafiadores para as nossas competências”, introduziu o professor Jacques. Para ele, há muito potencial nesse termo de cooperação, pela similaridade dos desafios que são partilhados pelos trabalhadores da Cassi, do BB e da Universidade.

Participaram da assinatura do convênio representantes da UFSC e do Banco do Brasil

Na ocasião, também estiveram presentes o chefe de Gabinete, Bernardo Meyer; o diretor do CCS, Fabricio de Souza Neves; a professora do Departamento de Psicologia, Suzana da Rosa Tolfo; a gerente da Unidade Cassi/SC, Emília Figueiredo; o gerente da Divisão de Convênios Cassi/Sede, Eduardo Machado; o coordenador do Conselho de Usuários Cassi/SC, Antonio João Furquin; e membro do Conselho de Usuários Cassi SC, Paulo Roberto. Representantes das duas instituições se manifestaram bastante satisfeitos com a materialização do convênio entre UFSC e BB, que pretende avançar em soluções frente aos desafios do mundo do trabalho.

O diretor Fernando Amaral contou em detalhes o histórico da criação da Cassi e, neste contexto, acredita que qualquer tipo de mudança tem que avançar na busca de conhecimento em benefício da sociedade. O gestor falou do tempo e das estratégias adotadas pela rede para continuar ampliando e atendendo cada vez mais pessoas. “Hoje nós cuidamos de 820 mil vidas, somente da Cassi são cerca de 580 mil, e os demais são parceiros dos convênios de reciprocidade. Montamos uma rede de 28 mil prestadores, que comporta todas as nossas necessidades”, reforçou.

Após uma rodada de apresentações de ambas as partes, a reitora Dilceane disse que a parceria estabelecida com a Cassi abre muitas possibilidades e potencialidades de pesquisas e de estudos conjuntos nas áreas técnica, educacional e científica. “Enquanto universidade pública, nós temos a obrigação de nos envolver com instituições que têm a forma de gestão cooperativa, sendo gerida pelos próprios funcionários, e isso traz muitos significados e mostra a importância de a gente estar nesses espaços que não sejam somente o do mercado, mas aqueles que formam pessoas que têm uma preocupação social, política e econômica genuína com a transformação e desenvolvimento do país”, ressaltou.

Rosiani Bion de Almeida | imprensa.gr@contato.ufsc.br
Coordenadoria de Imprensa do GR | UFSC

Confira as fotos:

Tags: Banco do BrasilCassiCCSDilceane CarraroFernando AmaralGabinete da Reitoriasaúde mentalUFSC
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