Decisão coletiva e histórica: UFSC exerce sua autonomia e altera o nome do campus na Trindade

17/06/2025 18:33

O reitor e presidente do CUn, Irineu Manoel de Souza, abriu a sessão especial sobre a alteração do nome do campus sede da UFSC. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

“Aprovado por 56 votos favoráveis a alteração do nome do campus”. O anúncio do resultado final da votação do Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se mesclou ao som das manifestações e aplausos dos participantes da sessão especial, que ao concluir este processo, comemoraram e se emocionaram com a decisão coletiva e histórica da instituição.

O momento foi concretizado na tarde desta terça-feira, 17 de junho, no Auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, com transmissão ao vivo pelo canal do CUn no YouTube. A decisão final, originalmente prevista para a última sexta-feira, 13 de junho, foi adiada após um pedido de vistas, aumentando as expectativas do público interno e externo à Universidade em torno da sessão de hoje. Para que essa alteração fosse aprovada, foi determinado pelo CUn o regime de voto aberto e quórum qualificado de três quintos dos membros.

O conselheiro-relator, Hamilton de Godoy Wielewicki, reiterou os trechos finais do seu parecer antes da votação

Antes da votação, os trechos finais do parecer aprovado foram apresentados pelo conselheiro Hamilton de Godoy Wielewicki, que destacou a importância de uma decisão fundamentada e ponderada, baseada nas evidências reunidas pela Comissão Memória e Verdade (CMV-UFSC). O parecer apontou que o ex-reitor João David Ferreira Lima, homenageado no nome do campus, teve sua trajetória associada a situações que configuraram graves ameaças aos direitos humanos durante o regime militar brasileiro (1964-1985). O relator defendeu a mudança e sugeriu a seguinte redação para o Estatuto da UFSC: “Art. 1º A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), autarquia de regime especial vinculada ao Ministério da Educação (Lei nº 3.849, de 18 de dezembro de 1960 – Decreto nº 64.824, de 15 de julho de 1969), é uma instituição de ensino superior e pesquisa, multicampi, com sede no Campus Universitário localizado no Bairro Trindade, em Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina”.

A sessão foi marcada novamente pela ampla participação de movimentos estudantis, servidores técnicos e docentes, e a comunidade externa, evidenciando o impacto e a relevância do tema. O debate gerou intensas discussões dentro e fora da academia, com manifestações de apoio à mudança e críticas de setores que questionaram a revisão histórica conduzida pela UFSC. O reitor Irineu Manoel de Souza, presidente do Conselho Universitário, abriu os trabalhos estabelecendo as regras para o funcionamento da sessão, como a proibição de novos pedidos de vistas, com o objetivo de evitar mais adiamentos. Esta foi a quarta reunião do Conselho dedicada às discussões relacionadas às conclusões da Comissão Memória e Verdade (CMV), criada para investigar e propor ações sobre eventos ligados ao período da ditadura militar.

A proposta de alteração do nome do campus, que atualmente homenageia o ex-reitor João David Ferreira Lima, origina-se da sexta recomendação da Comissão para Encaminhamento das Recomendações Finais (CER), aprovada com base no relatório da CMV-UFSC. Das 12 recomendações aprovadas, a de número 6 propõe revisar homenagens a personalidades que, de alguma forma, colaboraram com o regime militar.

O posicionamento do Conselho Universitário sobre este debate evidenciou questões fundamentais sobre o papel da memória histórica e da autonomia universitária. O processo representou um marco na história da UFSC, reafirmando seu compromisso com a democracia, os direitos humanos e a preservação de sua identidade institucional.

Parecer de vistas

O representante da Fiesc, Alexandre D’Avila da Cunha, apresentou o parecer de vistas

O primeiro a se apresentar na sessão foi o conselheiro e parecerista de vistas, Alexandre D’Avila da Cunha, que representa a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Em seu parecer, apresentou sua análise sobre os atos relacionados à gestão de Ferreira Lima durante o período da ditadura militar. Ele argumentou que a CMV teria interpretado os fatos com o que chamou de uma “lente distorcida”, desconsiderando o contexto histórico e as pressões impostas pela ditadura. Segundo Cunha, o regime militar, com medidas como o Ato Institucional nº 1 (AI-1) e a Portaria Ministerial nº 259, impôs severas restrições às instituições públicas e obrigou servidores e gestores a se submeterem a ordens arbitrárias. Nesse sentido, o conselheiro defendeu que não há provas concretas de que Ferreira Lima tenha colaborado ativamente com perseguições ou denúncias, como sugerido pelo relatório.

O parecer elencou eventos e documentos relacionados à atuação de Ferreira Lima, destacando que a Comissão de Inquérito de 1964, criada pelo reitor em exercício Luiz Osvaldo D’Acâmpora, atuou de forma independente, sem interferência de Ferreira Lima. O conselheiro também mencionou o Ofício 863/64, escrito por Ferreira Lima durante sua licença, que interpretou como uma defesa de sua honra e reputação. Já o Ofício 875/64, no qual o ex-reitor respondeu ao Governo informando nomes de dirigentes estudantis ligados à União Nacional dos Estudantes (UNE), foi explicado como uma obrigação funcional imposta pelo AI-1, sob pena de demissão. Outros episódios, como a participação institucional do reitor na comemoração do golpe militar de 1964 e o caso do professor José do Patrocínio Gallotti, foram apresentados como ações realizadas sob o contexto de pressões do regime.

Diante dessas argumentações, o conselheiro votou pela manutenção do nome do campus-sede como “Reitor João David Ferreira Lima”. Contudo, caso sua posição não fosse aceita, propôs a realização de uma consulta pública para ampliar o debate e ouvir a manifestação de toda a comunidade interessada. Durante a apresentação, ele também reconheceu que a ditadura militar foi “o pior período da história de nosso país”, marcado por “barbaridades” e “marcas profundas”, mas defendeu que as ações de Ferreira Lima devem ser analisadas à luz das circunstâncias da época.

Parecer que deu origem ao pedido de vistas

A sessão extraordinária realizada em 13 de junho foi marcada por intensos debates e contou com um plano de segurança específico, que incluiu reforço na segurança e controle de acesso, identificação obrigatória dos presentes, restrição à entrada com instrumentos musicais e definição prévia do tempo de fala, aprovado no início dos trabalhos. O ponto central do debate foi o parecer do relator, Hamilton Godoy Wielewicki, favorável à alteração da homenagem ao ex-reitor João David Ferreira Lima, contrapondo-se à defesa da família do homenageado, representada pela advogada Heloísa Blasi Rodrigues, que contestou as acusações e defendeu sua memória. Além disso, a sessão incluiu falas de ex-reitores, familiares de vítimas de perseguição e conselheiros, que se posicionaram sobre o tema ressaltando a importância da democracia, da justiça social e da preservação da memória institucional. Uma das principais controvérsias da reunião girou em torno de um pedido de vistas regimental, que acabou sendo acatado pela presidência do Conselho, o que adiou a votação para o dia de hoje.

O relator abriu sua apresentação explicando que a base do processo está na Resolução 16/2025 do Conselho Universitário, que aprovou a recomendação nº 6 da CMV. Ele destacou que a nominação ou denominação de espaços públicos é uma prerrogativa exclusiva da instituição e que não há impedimentos legais para alterações nesse sentido. Sua posição foi fundamentada na recomendação da Comissão Nacional da Verdade, que indicou a necessidade de retirar honrarias e alterar denominações vinculadas a figuras envolvidas em graves violações de direitos humanos. De acordo com o relator, a CMV identificou conexões entre setores militares e policiais e a administração universitária durante o período da ditadura, além de apontar que o ex-reitor estaria envolvido em práticas de espionagem, censura, repressão e controle ideológico.

O relator também analisou documentos enviados pela advogada da família do ex-reitor, Heloísa Blasi Rodrigues, que buscava esclarecer alguns pontos e garantir uma apreciação mais ampla do caso. Embora reconhecesse que as declarações da defesa apresentavam um contraditório, ele criticou a tentativa de relativizar fatos históricos, como a alegação de que “não há documento que determine ou force a exoneração do professor Henrique Stodieck”. Wielewicki argumentou que, à época, a legalidade era regida pelo AI-5 e que o uso de ofícios institucionais não configurava uma ação pessoal do reitor. Ao final de sua apresentação, o relator declarou-se favorável à alteração do nome do campus, com base nas evidências reunidas pela CMV e nas recomendações já aprovadas anteriormente pelo Conselho Universitário.

A advogada da família do homenageado utilizou seu tempo para contestar o parecer do relator. Ela afirmou que o relatório final da Comissão da Memória e Verdade deveria ser questionado e alegou que os documentos usados pela CMV eram inconsistentes, destacando que alguns não foram assinados pelo ex-reitor, outros eram meramente internos e alguns apenas comunicavam ciência às autoridades militares. A advogada argumentou ainda que, no inquérito instaurado pelo AI-1, ninguém foi punido, demitido ou expulso, mencionando depoimentos de funcionários que reforçavam a ausência de perseguições diretas por parte do ex-reitor.

O presidente da CER, professor Daniel Castelan, também fez uma manifestação, na qual parabenizou o Conselho por estar disposto a ouvir as vítimas e ressaltou a importância de buscar justiça e reparação histórica. O docente defendeu o papel da universidade na preservação da democracia e da memória institucional. Ele rebateu a alegação da advogada sobre o desaparecimento do parecer da Comissão do AI-1, afirmando que tal documento não foi extraviado e que o relatório geral da Comissão de Inquérito de 1964 admite ter recebido visitas de órgãos militares para coleta de informações, o que de fato ocorreu. Castelan argumentou que o ex-reitor colaborou voluntariamente com o regime militar, fornecendo informações sistemáticas que serviram ao aparato repressivo. Em sua conclusão, afirmou que a UFSC não deveria perpetuar a homenagem a uma figura que colaborou com forças repressoras, destacando que o ex-reitor, ao agir dessa forma, comprometeu a liberdade de expressão e “calou a universidade”.

A sessão também concedeu espaço à participação de familiares e vítimas de perseguição. O ex-reitor Antônio Diomário de Queiroz defendeu o legado de João David Ferreira Lima, relembrando as homenagens feitas ao ex-reitor, como a menção honrosa de 1995 e a instalação de seu busto, pedindo ao Conselho ponderação na decisão. Beatriz Galotti, neta do professor José do Patrocínio Galotti, leu trechos do interrogatório de seu avô em 1964, destacando o sofrimento enfrentado por sua família e repudiando o uso do caso pela defesa do ex-reitor. Para ela, minimizar as consequências da perseguição sofrida por seu avô e por tantas outras vítimas é inaceitável. José Rafael Mamigonian, filho do professor Armen Mamigonian, apresentou documentos que comprovam denúncias feitas pelo ex-reitor contra seu pai e estudantes aos órgãos de repressão. Ele questionou se não seria grave o fato de um reitor denunciar professores e alunos ao aparato militar e afirmou que a negação desses fatos históricos é um insulto às vítimas da ditadura. Concluiu sua fala ressaltando que não se pode relativizar a colaboração com o regime.

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Inovação e conhecimento: UFSC marca presença no Summit Cidades 2025

16/06/2025 17:59

A edição 2025 do Summit Cidades, o principal encontro de cidades inteligentes do Brasil, será realizada de 24 a 26 de junho, no CentroSul, em Florianópolis, com foco na discussão sobre inovação, empreendedorismo, tecnologia, sustentabilidade urbana e comunicação política e institucional. O evento reúne especialistas, gestores públicos, empresas, acadêmicos e a sociedade civil para debater as principais tendências e soluções que moldam o futuro das cidades, conectando os setores público e privado, além de fortalecer o protagonismo da academia nesse cenário.

Promovido pela Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese), em parceria com o Consórcio de Inovação na Gestão Pública (Ciga) e o Consórcio Interfederativo Santa Catarina (Cincatarina), o Summit Cidades 2025 trará uma programação diversificada que inclui palestras com grandes nomes do cenário nacional e internacional, workshops, painéis, feira de negócios e o eixo científico Summit Cidades Academy, que explora temas fundamentais para a construção de cidades resilientes e sustentáveis.

No evento, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) terá um espaço de destaque, reforçando sua atuação como protagonista em inovação e desenvolvimento de ecossistemas inteligentes. A professora Clarissa Stefani, diretora de Inovação da UFSC e docente do Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento, trará sua experiência como líder do grupo VIA Estação Conhecimento, referência nacional e internacional em habitats de inovação, living labs e ecossistemas criativos. Reconhecida como uma das cientistas mais influentes da América Latina pelo AD Scientific Index, Clarissa vem contribuindo com projetos que unem tecnologia, criatividade e políticas públicas para transformar a realidade urbana.

No evento, a professora da UFSC apresentará dois painéis no dia 24 de junho de 2025, no Palco Florianópolis. O primeiro, intitulado “Marco Legal das Startups e CPSI: inovação como Estratégia de Governo”, será realizado das 16h às 16h50 e abordará como as políticas públicas e o Marco Legal das Startups podem impulsionar a inovação no setor público, promovendo eficiência e transformação digital nas cidades. Na sequência, das 17h às 17h50, Clarissa comandará o painel “CPSI e Living Lab 5G: um projeto inédito utilizando o Marco Legal das Startups”, que apresentará um projeto pioneiro de implementação de um Living Lab 5G, demonstrando como a conectividade de nova geração pode transformar os espaços urbanos em plataformas de experimentação e inovação.

O Summit Cidades 2025 será uma oportunidade para conectar ideias, pessoas e projetos que podem transformar as cidades brasileiras. Com foco em soluções práticas e sustentáveis, o evento oferece um ambiente ideal para networking, troca de conhecimentos e construção de parcerias estratégicas.

Serviço

O quê: Summit Cidades 2025
Quando: 24 a 26 de junho
Onde: CentroSul – Av. Gov. Gustavo Richard, 850, Centro, Florianópolis/SC
Mais informações: site oficial do evento

 

Tags: CentroSulClarissa StefaniFepeseSinovaSummit Cidades 2025UFSC

EdUFSC doa livros e promove a leitura em diferentes contextos sociais

16/06/2025 13:08

Diretor da EdUFSC, Nildo Ouriques, fala aos estudantes da Escola Estadual Vereador Oscar Manoel da Conceição. Fotos: EdUFSC

No dia 11 de junho de 2025, a Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) realizou uma importante ação de incentivo à leitura, com a doação de livros para a Escola Estadual Vereador Oscar Manoel da Conceição, localizada no bairro Rio Tavares, e para o Complexo Penitenciário de Florianópolis, na Agronômica. Essa iniciativa integra o projeto Livro em Movimento, que tem como objetivo ampliar o acesso ao conhecimento por meio da distribuição gratuita de obras publicadas pela Editora, promovendo a democratização da leitura.

Pela manhã, a equipe da EdUFSC visitou a escola, que atende alunos do Ensino Médio, sendo recebida pela diretora Roberta de Oliveira Ferreira da Silveira, professores e estudantes do primeiro ano. Durante o encontro, foram discutidos temas como a importância da leitura para o desenvolvimento educacional, o papel do vestibular para a entrada na Universidade e como a leitura pode contribuir para a formação crítica dos jovens. Os alunos tiveram a oportunidade de folhear os livros doados, conhecer mais sobre as publicações e tirar dúvidas sobre a atuação da editora. O acervo, cuidadosamente selecionado com base na faixa etária e nos interesses dos estudantes, agora passa a integrar a biblioteca da instituição, fortalecendo os recursos disponíveis para os alunos.

No período da tarde, a equipe se dirigiu à Penitenciária de Florianópolis, cujo complexo possui quatro bibliotecas. Os representantes da UFSC foram recebidos pela coordenadora de Ensino e Promoção Social, Márcia Meireles; pelos coordenadores do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA), Fernanda Rohden, Marcelo Mesquita e Anésio Kuellkam; e pelo professor orientador do projeto “Despertar pela Leitura”Adailson Leal. Desenvolvido em parceria entre a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) e a Secretaria da Educação (SED), o projeto busca reintegrar pessoas privadas de liberdade à sociedade, utilizando a educação e o estímulo à leitura como ferramentas para transformação.

No projeto, os participantes recebem livros, leem e produzem resenhas críticas a cada 21 dias, sob supervisão pedagógica. A Editora da UFSC respondeu a um pedido formal do projeto e destinou mais de 150 livros ao acervo do presídio, contribuindo para enriquecer e fortalecer as bibliotecas existentes no complexo prisional. Os exemplares doados abrangem diversas áreas, como literatura, história, contos e outras disciplinas, e foram selecionados com base nos interesses e necessidades dos leitores privados de liberdade.

Segundo o diretor da EdUFSC, Nildo Ouriques, a iniciativa vai além da entrega de livros, promovendo cidadania e inclusão. “É uma função da Universidade e, sobretudo, da Editora, como um projeto de extensão, fazer com que todos os livros cheguem às mãos do leitor. Todo leitor, de alguma forma, acessa um universo do qual ele, a princípio, estava vetado, e isso inclui os presos. Sabemos que cerca de 30% dos presos brasileiros, sequer têm processos concluídos. Isso mostra que a cidadania no país tem limites muito importantes”, disse.

“Para nós, da Editora da UFSC, seguir com esse projeto de distribuição de livros e fortalecimento das bibliotecas é motivo de orgulho. É uma forma de tirar a universidade do bairro onde ela está inserida e aproximá-la daqueles que mais necessitam. Um presidiário é, antes de tudo, um brasileiro com direitos, e um deles é o direito à leitura”, enfatizou o diretor. Nildo ainda mencionou que os livros doados foram selecionados com rigor, garantindo que atendam aos interesses dos leitores. Ele destacou que, no contexto prisional, os participantes desenvolvem uma experiência literária que vai além da leitura, fortalecendo laços culturais e intelectuais, que são fundamentais na construção de uma nova perspectiva de vida e na ressignificação de suas trajetórias.

Sobre o Projeto

O projeto “Livro em Movimento” não se limita a ações pontuais. Ele prevê a entrega constante de livros para escolas públicas, presídios e outras instituições sociais, com títulos escolhidos de acordo com o perfil dos leitores e das comunidades atendidas. Além disso, promove encontros entre a equipe da EdUFSC e as comunidades beneficiadas, criando diálogos sobre a importância da leitura como ferramenta de transformação social.

Por meio dessas ações, a EdUFSC reafirma seu compromisso com a extensão comunitária e seu papel como agente de transformação social. A doação de livros para a escola e o Complexo Penitenciário de Florianópolis evidencia que o acesso à educação e à cultura pode transformar vidas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais democrática e inclusiva.

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Lançamento de guia sobre violência política contra mulheres promove debate sobre direitos e prevenção

10/06/2025 13:15

O Espaço Cultural Gênero e Diversidades, localizado no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sediou na noite desta segunda-feira, 9 de junho, um evento que reuniu autoras, pesquisadoras e militantes para o lançamento de importantes publicações que abordam os desafios enfrentados pelas mulheres em diferentes dimensões de suas vidas. Entre as obras apresentadas, destaca-se o guia “Direitos diante da Violência Política contra Mulheres: orientações sobre prevenção e responsabilização”, de autoria de Luana Rebostro Heinen, Joana Célia dos Passos, Vera Fátima Gasparetto e Patrícia de Moraes Lima. Publicada pela editora Habitus, a obra oferece uma contribuição essencial para o fortalecimento de mulheres que já ocupam ou desejam ocupar espaços de poder e decisão.

O lançamento, que ocorreu em um evento gratuito e aberto ao público, atraiu diversas vozes comprometidas com o enfrentamento das múltiplas formas de violência que afetam as mulheres, com destaque especial para a violência política de gênero. Durante o encontro, as autoras dialogaram com coletivos, militantes e integrantes da comunidade presente, promovendo reflexões sobre a necessidade urgente de prevenir e responsabilizar práticas de violência que buscam deslegitimar a participação feminina nos espaços políticos.

A vice-reitora da UFSC e uma das autoras do guia, Joana Célia dos Passos, destacou a relevância da publicação como ferramenta de resistência e apoio às mulheres. “É mais uma contribuição da UFSC e do Ministério das Mulheres para o fortalecimento de todas aquelas que estão ou que desejam estar nos espaços da política”, afirmou a professora, reforçando o compromisso da Universidade com a construção de um ambiente mais inclusivo e igualitário.

Além do guia sobre violência política, o evento também trouxe ao público outras publicações que abordam temas como violência obstétrica e os desafios de gênero enfrentados em contextos de liderança e decisão. Essas obras, apresentadas em conjunto, formam um convite poderoso para repensar o Brasil a partir das experiências das mulheres, com foco na escuta, na sensibilidade e no compromisso com a justiça social.

O lançamento do guia e o debate promovido em torno dele reforçam a importância de trazer à tona temas que frequentemente são silenciados, mas que são cruciais para a construção de um cenário político mais democrático e representativo. A obra, desenvolvida com apoio do Ministério das Mulheres e da UFSC, simboliza um marco na luta pela equidade de gênero na política e na sociedade brasileira.

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Reitoria da UFSC recebe Diretoria da Apufsc para discutir nova sede do sindicato

09/06/2025 09:30

Reunião do Gabinete da Reitoria da UFSC com a Diretoria da Apufsc-Sindical. Foto: SECOM/UFSC

Na sexta-feira, 6 de junho, o Gabinete da Reitoria (GR) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou uma reunião com representantes da Apufsc-Sindical para discutir opções de locais para a nova sede da entidade. O encontro contou com a presença do reitor Irineu Manoel de Souza, da vice-reitora Joana Célia dos Passos, do chefe de Gabinete Bernardo Meyer, do diretor do GR João Luiz Martins, do assessor institucional Alexandre Verzani Nogueira e do pró-reitor de Administração Vilmar Michereff Junior. Pela Apufsc-Sindical, participaram o presidente Bebeto Marques e outros representantes da diretoria.

O reitor Irineu Manoel de Souza e o presidente da Apufsc Bebeto Marques. Foto: Apufsc-Sindical

O principal tema debatido foi a necessidade de realocar a sede da Apufsc devido ao projeto de demolição dos blocos modulados do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM). Em uma consulta de opinião realizada entre 28 e 30 de maio, a maioria dos docentes filiados sinalizou o desejo de transferir a sede para outro local definitivo dentro do campus, seja em uma edificação existente ou em um terreno para construção. Durante a reunião, o presidente da Apufsc apresentou os resultados dessa consulta, destacando que a questão será submetida à decisão final em assembleia, conforme o estatuto da entidade. Ele reforçou a urgência em resolver a situação, afirmando que a diretoria está empenhada em encontrar uma solução definitiva.

O reitor Irineu Manoel de Souza enfatizou a relevância do tema para a Administração Central e apresentou duas opções de locais definitivos para a nova sede da Apufsc: o prédio Flor do Campus e um terreno onde o sindicato poderia construir sua própria sede. Para o período de transição, considerando o início das obras de demolição, foram sugeridas salas na Biblioteca Universitária (BU) ou no Centro de Eventos. Os possíveis locais serão visitados nesta segunda-feira.

Participação de representantes da Administração Central da UFSC na Assembleia Geral Extraordinária da Apufsc, realizada em 26 de maio. Foto: Apufsc-Sindical

Essa reunião representa a continuidade do diálogo entre Reitoria e Apufsc, que já teve momentos importantes, como a participação de representantes da Administração Central na Assembleia Geral Extraordinária da Apufsc-Sindical, realizada no último dia 26 de maio. Na ocasião, foram esclarecidos diversos pontos sobre o futuro da sede da entidade.

O projeto de demolição da sede da Apufsc-Sindical insere-se em um plano mais amplo de reurbanização do Setor 9 do campus, conhecido como Renovação. A área, composta por edificações antigas, enfrenta problemas estruturais e de segurança, além de ser considerada subutilizada, apesar de sua localização central. A demolição é necessária devido à integração física e funcional da sede da Apufsc com os blocos modulados que serão removidos. O processo inclui a movimentação de terra, nivelamento do terreno e instalação de novas redes de infraestrutura, o que tornaria a edificação atual inutilizável ou inacessível.

O objetivo da reurbanização vai além da demolição, buscando transformar o local em um espaço de melhor qualidade para o campus. O projeto prevê a criação de um boulevard, rotas acessíveis e seguras, áreas de preservação e espaços estratégicos para futuras construções. O financiamento para a obra será realizado por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o prazo estimado de execução é de 14 meses.

A Reitoria expressou o desejo de que a entidade permaneça no campus Trindade, e solicitou à Apufsc a elaboração de um plano de necessidades para a nova sede, detalhando características e dimensões desejadas, com o objetivo de viabilizar o planejamento e aprovação pela Prefeitura Universitária (PU). Também destacou que uma equipe foi designada para continuar as negociações e construir soluções em conjunto com a Apufsc, reafirmando seu compromisso com o diálogo e a viabilização da mudança para uma sede própria.


Rosiani Bion de Almeida 
/ SECOM UFSC
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Com informações do site da Apufsc e da Assembleia do dia 26 de maio

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