Reitor da UFSC participa de seminário no Pará em preparação à COP 30

25/09/2025 16:34

Conselho Pleno da Andifes se reúne na UFPA. Foto: Andifes

Entre os dias 24 e 26 de setembro, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, esteve em Belém, no estado do Pará, para a 207ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e participar dos debates e discussões sobre temas estratégicos para o ensino superior e a sustentabilidade.

A programação teve início no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) com o Seminário Temático “Universidades e Biomas: Ciência e Sustentabilidade rumo à COP 30”. A abertura contou com a presença da Diretoria Executiva da Andifes e a participação especial de Fafá de Belém. O seminário abordou o papel das universidades e dos Cefets na preservação dos biomas e no desenvolvimento sustentável. Durante o painel de abertura, reitores e professores destacaram o impacto das instituições de ensino nas agendas ambientais e sociais, trazendo múltiplas perspectivas sobre conservação, pesquisa e políticas públicas.

O anfitrião do encontro, reitor Gilmar Pereira da Silva (UFPA), enfatizou a importância da cooperação interinstitucional, destacando que “redes são decisivas” para enfrentar desafios. Ele também chamou atenção para o chamado “custo amazônico” de manter a floresta em pé, que recai sobre populações vulneráveis, como ribeirinhos e extrativistas. Gilmar alertou para a necessidade de transformar o “mantra” de preservação da floresta em políticas concretas, mencionando a expansão da soja no Pará e o iminente debate sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

O reitor Dácio Roberto Matheus (UFABC), presidente da mesa, destacou a centralidade da Amazônia e a diversidade de biomas no enfrentamento da crise climática. Ele defendeu soluções territoriais para desafios globais, como a transição energética e a resiliência urbana, e alertou: “Extrapolamos limites planetários”. Matheus pediu que as universidades comuniquem os impactos sociais de seus projetos, ressaltando a importância de ciência aberta e redes colaborativas, além da proteção do conhecimento tradicional.

A rodada técnica explorou os cinco principais biomas brasileiros. Everton Ricardi Lozano (UTFPR) e Edward Frederico (Unipampa) representaram a Mata Atlântica e o Pampa, respectivamente. Lozano destacou o impacto histórico na Mata Atlântica, presente em mais de 3.400 municípios, e os esforços de sustentabilidade na região, como o selo carbono neutro do campus Dois Vizinhos. Já Frederico ressaltou a degradação do Pampa, que só foi reconhecido legalmente como bioma em 2012, e defendeu a criação de um Instituto de Pesquisa e um Museu de História Natural para o bioma.

Dan Rodrigues Levy (Unifesp), representando o Sudeste, enfatizou a complexidade da Mata Atlântica, marcada pela devastação e pela alta densidade populacional. Ele destacou o trabalho da Unifesp em integrar a Agenda 2030 às suas atividades e chamou atenção para a necessidade de maior financiamento para a ciência. No Cerrado, Laerte Guimarães Ferreira Júnior (UFG) apresentou um panorama alarmante: 1 milhão de km² do bioma foram convertidos em apenas 50 anos, resultando em fragmentação, perda de água e aumento da aridez. Ele propôs soluções como a recuperação de pastagens degradadas e a criação de um Instituto Nacional do Cerrado para coordenar políticas e pesquisas.

Renato Garcia Rodrigues (UNIVASF), representando a Caatinga, destacou a biodiversidade do bioma e o papel das universidades na promoção de soluções locais. Ele mencionou iniciativas de recuperação de solos degradados e manejo adaptado à caprinocultura, além do apoio à criação de unidades de conservação. Já na Amazônia, Leandro Juen (UFPA) ressaltou a riqueza e a escala do bioma, mas apontou lacunas significativas de conhecimento, especialmente em áreas remotas. Ele defendeu o fortalecimento de redes de pesquisa e o protagonismo amazônico na produção científica, destacando iniciativas como o Centro Integrado de Sociobiodiversidade Amazônica (SISAN).

Durante os debates, reitores e reitoras reafirmaram o compromisso das universidades com a sustentabilidade e a justiça social, defendendo um pacto público que explicite o “lado” das instituições de ensino. A Andifes anunciou a organização de uma presença institucional na COP 30, com um mapeamento das ações das universidades federais para destacar suas contribuições e propostas.

A síntese do evento consolidou um diagnóstico claro: os biomas brasileiros são interdependentes, mas enfrentam desafios variados, como a pressão concentrada no Cerrado e na Amazônia, a carência histórica de proteção no Pampa e na Caatinga, e a desigualdade na distribuição de recursos. Entre as propostas discutidas, destacam-se a criação de institutos nacionais por bioma, a recuperação de pastagens degradadas, a restauração ecossistêmica adaptada a contextos específicos, a proteção de comunidades tradicionais e a integração de educação climática nos currículos.

No dia 25 de setembro, a programação seguiu com discussões técnicas e políticas. Pela manhã, o Conselho Pleno debateu a implementação da Política Nacional de Dados da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, com a presença da ministra Luciana Santos. À tarde, temas como a certificação de hospitais de ensino e práticas de eficiência energética foram apresentados por reitores e especialistas. No último dia, 26 de setembro, a programação inclui visitas técnicas ao Parque de Ciência e Tecnologia Guamá e à Escola de Aplicação da UFPA, encerrando oficialmente o evento.

O seminário na íntegra está disponível neste link.

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Tags: AndifesBelémCOP-30Gabinete da ReitoriaIrineu Manoel de SouzaUFSCUniversidades e Biomas: Ciência e Sustentabilidade rumo à COP 30

Representantes da UFSC participam da abertura do Festival Paralímpico em São José

22/09/2025 12:57

Representantes da UFSC participaram da abertura do Festival Paralímpico, em São José. Fotos: Divulgação

No sábado, 20 de setembro, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, marcou presença na abertura oficial da 2ª edição do Festival Paralímpico 2025. O evento foi realizado no Ginásio Nadir Morelli, pertencente à Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), em São José (SC).

Representantes da UFSC também estiveram presentes na cerimônia: a pró-reitora de Graduação e Educação Básica, Dilceanne Carraro; o diretor do Departamento de Esporte, Cultura e Lazer, Humberto Roesler Martins; o vice-diretor do Centro de Desportos (CDS), Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo; além das coordenadoras do Centro de Referência Paralímpico Brasileiro, professora Gabriela Fischer e a doutoranda Silvia Simoni.

A edição de Florianópolis faz parte de uma ação nacional que ocorre simultaneamente em mais de 100 cidades, com o objetivo de promover a vivência esportiva de crianças, adolescentes e jovens de 7 a 23 anos em modalidades paralímpicas. Participaram do evento alunos de diversos centros da FCEE, da Orionópolis, além de estudantes da rede regular de ensino e das APAEs de Florianópolis, São José e Biguaçu.

A programação do Festival incluiu oficinas em três modalidades paradesportivas, realizadas em formato de rodízio: basquete em cadeira de rodas, vôlei sentado e bocha paralímpica. Além disso, o evento ofereceu apresentações culturais, demonstrações de parataekwondo e paradança. Nos espaços externos ao ginásio, como o campo, o estacionamento e a sala de Educação Física, foram realizadas atividades de paraskate, equoterapia e showdown. Para complementar a experiência, food trucks e mais apresentações culturais estiveram disponíveis ao público.

“Acreditamos que o esporte é uma das mais poderosas ferramentas de transformação social. Ele promove inclusão, fortalece a autoestima e abre caminhos para o desenvolvimento humano. Apoiar iniciativas como o Festival Paralímpico reafirma o compromisso da UFSC com a construção de uma sociedade mais inclusiva, acessível e igualitária. É uma honra para a Universidade fazer parte de projetos que mostram o potencial do esporte para unir pessoas e superar barreiras”, destacou o reitor Irineu Manoel de Souza.

O Festival Paralímpico é uma iniciativa promovida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em parceria com a UFSC, a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, a Fundação Municipal de Esportes de Florianópolis, a FCEE, a Coordenadoria das Pessoas com Deficiência da Prefeitura Municipal de Florianópolis, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), a Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef) e a Associação Catarinense de Esportes Acessíveis (Acesa).

As atividades do evento foram abertas com uma performance de dança realizada pelo Grupo da FCEE, seguida por uma demonstração de parataekwondo. Após o início das oficinas, os participantes foram organizados em grupos para as atividades esportivas. O encerramento contou com a entrega de kits de lanche, uma vivência de paradança, jogo de handebol em cadeira de rodas, e apresentações culturais.

Centro de Referência Paralímpico 

Desde o ano passado, a UFSC funciona como um Centro de Referência Paralímpico Brasileiro. Por meio da parceria com o CPB, a Universidade oferta práticas de atletismo, natação e goalball. As aulas são gratuitas e contemplam todos os níveis de treinamento – desde a iniciação esportiva até a preparação de atletas de alto rendimento, que competem em eventos estaduais, nacionais e internacionais. O projeto é aberto a pessoas com deficiência física, visual e intelectual – as mesmas categorias de deficiência elegíveis para os Jogos Paralímpicos.

Os Centros de Referência fazem parte do Plano Estratégico do CPB, elaborado em 2017 e revisitado em 2021. O objetivo é aproveitar espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas.

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

 

Tags: Comitê Paralímpico BrasileiroFestival Paralímpico 2025Fundação Catarinense de Educação EspecialGabinete da ReitoriaUFSC

Agenda em Brasília insere a UFSC em debates institucionais sobre igualdade racial

22/09/2025 08:07

Brasília foi o endereço da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CONAPIR), realizada entre os dias 15 e 19 de setembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Sob o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, a conferência marcou seu retorno ao cenário político e social do país após sete anos de intervalo, reunindo cerca de 1.700 delegados, 200 convidados, 50 observadores e 45 expositores. Entre os convidados estava a vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, que, além desta agenda, cumpriu outro compromisso estratégico: o Encontro Nacional das Cátedras UNESCO no Brasil, ocorrido no dia 16. A presença da vice-reitora nos dois eventos está diretamente ligada à sua atuação na coordenação da Cátedra Antonieta de Barros: Educação para a Igualdade Racial e Combate ao Racismo, e como integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) do Governo Federal.

Realizada de forma conjunta entre governos e sociedade civil, a conferência reafirmou seu caráter estruturante para o avanço das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil. Mais que um fórum de debates, a 5ª CONAPIR é espaço de construção de consensos, acolhimento da diversidade e fortalecimento do papel democrático da população negra e de outros segmentos étnico-raciais e culturais na formulação de políticas públicas. Ao mobilizar milhares de representantes em todo o país, o encontro se apresenta como um marco na busca por um Brasil mais justo, plural e comprometido com a superação das desigualdades históricas.

A 5ª CONAPIR envolveu diferentes etapas preparatórias, com eventos municipais e estaduais, somadas às conferências temáticas – voltadas a povos quilombolas, indígenas, ciganos, comunidades de matriz africana, juventude e população negra LGBTQIA+. Também houve contribuições por meio de etapas livres, abertas a organizações sociais e entidades públicas, e de uma etapa digital hospedada na plataforma Brasil Participativo, que permitiu maior representatividade nas propostas. Ao final desse percurso, ideias e recomendações foram reunidas para serem analisadas e debatidas na etapa nacional.

Durante a programação em Brasília, os delegados se dividiram em Grupos de Trabalho, Plenárias de Eixos e Xirês de Discussão, proporcionando momentos de análise técnica, diálogo político e de valorização cultural. As discussões foram organizadas a partir de três grandes eixos – Democracia, Justiça Racial e Reparação – que detalham desde estratégias para o fortalecimento da pauta racial no Legislativo e superação do racismo ambiental até políticas voltadas à saúde, educação, segurança pública e reparação de direitos.

Entre os objetivos da conferência estão a formulação de propostas monitoráveis para a implementação de ações de reparação e justiça racial, a atualização de marcos legais, o fortalecimento do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR), além da criação de mecanismos de memória que garantam a continuidade das deliberações. Também está entre as metas dialogar com legislações internacionais e enfrentar as formas contemporâneas de racismo, discriminação racial e xenofobia.

A abertura contou com apresentação cultural e um painel inicial sobre o tema central. Na terça-feira (16), nove Grupos de Trabalho simultâneos foram constituídos. As plenárias de eixos ocorreram ao longo do dia 17 e, na quinta-feira (18), a conferência realizou a Plenária Luiza Bairros, voltada à leitura e aclamação de propostas, encerrada com a solenidade “De Zumbi à Igualdade Racial como Política de Estado: um tributo à história e à construção do Brasil dos brasileiros”. O evento terminou na sexta-feira (19), com um painel de balanço, lançamento de iniciativas institucionais, a leitura do “Manifesto Sankofa: retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro” e um cortejo cultural de encerramento.

“Após sete anos, o governo brasileiro volta a se reunir com a sociedade civil para traçar diretrizes e metas para a igualdade racial”, reitera a professora Joana Célia dos Passos. Para ela, a conferência “é o lugar de transformar compromisso em ação, construindo políticas públicas capazes de enfrentar as desigualdades e promover reparação, justiça social e econômica”.

Encontro das Cátedras UNESCO no Brasil

Na segunda agenda em Brasília, a professora Joana participou do Encontro das Cátedras UNESCO no Brasil, realizado em 16 de setembro, na sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com o tema “Conectando Saberes, Fortalecendo Impactos”, o evento foi promovido pela UNESCO no Brasil e reuniu representantes de diversas instituições acadêmicas e de pesquisa com o objetivo de fomentar a cooperação internacional e o fortalecimento das Cátedras no país.

A programação teve início pela manhã, com a Sessão de Abertura Institucional, que contou com as presenças de Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e representante da UNESCO no Brasil; Tatiana Teixeira, secretária-geral da Comissão Nacional do Brasil para a UNESCO; e o embaixador Marco Antonio Nakata, diretor do Instituto Guimarães Rosa (Itamaraty). Na sequência, foi promovido o painel “O Brasil que pensa o mundo: o papel dos think tanks públicos na formulação de visões estratégicas no G20, BRICS e além”, com destaque para a participação de Luciana Servo, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Durante a tarde, as atividades foram organizadas em Mesas Temáticas Simultâneas, estruturadas em formato de rodas de conversa. Os debates foram divididos em áreas programáticas de Educação; Ciências Naturais e Ciências Humanas e Sociais; Cultura; e Comunicação e Informação. Além disso, a pesquisadora Carolina Schenatto da Rosa realizou uma apresentação que incorporou as discussões. O encerramento do evento foi marcado por uma sessão plenária intitulada “Caminhos para o fortalecimento das Cátedras no Brasil”, voltada à definição de temas prioritários para atuação conjunta no biênio 2026–2027.

A Cátedra UNESCO Educação para Igualdade Racial opera desde 2023 e foi criada a partir da Cátedra Antonieta de Barros, da UFSC, coordenada pela professora Joana e vinculada ao Gabinete da Reitoria da UFSC. Este trabalho tem sido uma referência nacional na promoção de estudos, pesquisas e debates sobre educação para a igualdade racial e combate ao racismo. Estruturada como uma rede interinstitucional, a iniciativa contribui diretamente para a formação de profissionais qualificados e para a produção de conhecimentos comprometidos com a transformação social.

As Cátedras UNESCO, por sua vez, são uma iniciativa das Nações Unidas para promover a cooperação internacional entre instituições de ensino superior em diferentes partes do mundo. Seu objetivo é compartilhar conhecimentos, fortalecer capacidades institucionais e fomentar o desenvolvimento de pesquisas, ensino e extensão, sempre com o foco na igualdade, na democratização do meio acadêmico e na formulação de políticas públicas. Atuando de forma interdisciplinar e colaborativa, as Cátedras trabalham em parceria com Organizações Não-Governamentais (ONGs), fundações e entidades dos setores público e privado, ampliando o impacto de suas ações.

 

 

Assista a conferência na íntegra:

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Tags: 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade RacialGabinete da ReitoriaJoana Célia dos PassosUFSCV CONAPIR

Reitoria visita estação da UFSC e conhece avanços na pesquisa em maricultura

12/09/2025 12:57

Visita do reitor Irineu Manoel de Souza à Estação de Maricultura Elpídio Beltrame (EMEB), na Barra da Lagoa. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

A Estação de Maricultura Elpídio Beltrame (EMEB), vinculada ao Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebeu na manhã desta quinta-feira, 11 de setembro, a visita do reitor Irineu Manoel de Souza, que esteve acompanhado do assessor do Gabinete, Alexandre Verzani, e da pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Sandra Carrieri. O encontro teve como objetivo prestigiar a estrutura de ensino, pesquisa e extensão que completa 40 anos em 2025, localizada na Barra da Lagoa, em Florianópolis (SC), bem como apresentar à Reitoria os projetos desenvolvidos nos laboratórios. Também participaram da visita a diretora do CCA, Marlene Grade, a chefe do Departamento de Aquicultura (AQI), Monica Yumi Tsuzuki, o administrador Carlos Alberto Sapata Carubelli, além de professores, estudantes e técnicos da unidade.

Com uma área construída de 9.800 m², a Estação abriga laboratórios dedicados a pesquisas e projetos relacionados ao cultivo de camarões, peixes marinhos nativos, moluscos e algas marinhas: o de Piscicultura Marinha (LAPMAR), o de Peixes Ornamentais (LAPOM), o de Moluscos Marinhos (LMM), o de Camarões Marinhos (LCM) e o de Cultivo de Algas (LCA).

A programação iniciou com um café da manhã oferecido à Reitoria, preparado com produtos resultantes dos próprios cultivos e pesquisas da Estação, como pão de alga, salicórnia e alecrim-do-mar. Na sequência, os visitantes conheceram o projeto pioneiro de reprodução de ouriço-do-mar em ambiente controlado, desenvolvido em parceria entre o LCM e o LMM. Pela primeira vez no país, a espécie foi produzida em laboratório, trabalho conduzido pelo pesquisador Cássio de Oliveira Ramos, que tem recebido destaque na mídia nacional.

Ainda durante a visita, foram apresentadas as atividades em andamento no LCA, sob coordenação do professor Roberto Derner e do biólogo Rafael Garcia Lopes. No LCM, o grupo acompanhou os estudos relacionados ao cultivo multitrófico integrado – sistema sustentável que combina a criação de camarões, peixes, macroalgas e plantas halófitas, como salicórnia e alecrim-do-mar. A pesquisa é conduzida pelo professor Walter Quadros Seifert, pelo pesquisador Felipe do Nascimento Vieira, pelas biólogas Cláudia Machado e Cibele Tesser, e pelo professor Frank Bellettini.

O roteiro incluiu ainda a visita ao LAPOM, conduzida pela professora Mônica Tsuzuki e pela engenheira de Aquicultura Renata Ávila Ozório, que apresentaram exemplares de cavalos-marinhos, peixe-palhaço e outras espécies de interesse ornamental. No LAPMAR, os visitantes acompanharam os projetos voltados ao cultivo de tainha e miragaia, sob responsabilidade da professora Aline Brum Figueredo Ruschel e do engenheiro de Aquicultura Caio Cesar França Magnotti.

A visita foi concluída no LMM, marco inicial da maricultura de ostras em Santa Catarina. Responsável por quase 100% da produção de sementes de ostras no Estado, o Laboratório registrou, no último ano, a marca de 70 milhões de sementes produzidas, destinadas tanto a maricultores locais quanto de outras regiões do Brasil. O setor é supervisionado pelo oceanólogo Cláudio Blacher e pelo professor Cláudio Manoel Rodrigues de Melo.

Para o reitor Irineu Manoel de Souza, a Estação “é um patrimônio acadêmico e científico da Universidade, com atuação reconhecida nacionalmente. Projetos como a reprodução inédita de ouriços-do-mar de forma controlada e a produção de sementes de ostras que abastecem maricultores em todo o Brasil demonstram o caráter estratégico desta unidade”. Reconheceu que “esse trabalho só é possível graças à dedicação diária de pesquisadores, técnicos, estudantes e profissionais que mantêm em funcionamento a infraestrutura e a excelência científica da unidade, mesmo diante das limitações orçamentárias que desafiam a universidade pública. A Reitoria reafirma seu compromisso de fortalecer essas iniciativas que, com conhecimento, esforço e responsabilidade, unem ciência, impacto social e preservação ambiental em benefício da sociedade.”

Laboratórios do EMEB

Laboratório de Camarões Marinhos (LCM/AQI): Foi o primeiro laboratório a ser instalado na área da EMEB. Com apoio financeiro do Programa Embrater-Sudepe-BIRD e da Fundação Banco do Brasil, o LCM foi concebido para apoiar o desenvolvimento do cultivo de camarões em Santa Catarina, atuando na pesquisa, ensino e extensão, especialmente na produção de pós-larvas para atender o setor produtivo. Desenvolve pesquisas sobre a nutrição de camarões.

Laboratório de Piscicultura Marinha (LAPMAR/AQI): Iniciou suas atividades em 1990. Inicialmente, estudou duas espécies de robalo, peixes valorizados no mercado. Mais recentemente, o LAPMAR retomou estudos com a tainha, uma das primeiras espécies marinhas estudadas no Brasil, que havia tido as pesquisas paralisadas desde a década de 1990. Atualmente, a tainha e o robalo são vistos como alternativas interessantes para as fazendas de carcinicultura marinha. O LAPMAR estuda espécies e apoia produtores e parceiros no desenvolvimento de tainhas, robalos e sardinhas.

Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM/AQI): Desde 1995, o LMM desenvolve pesquisas na área de reprodução e produção de formas jovens de moluscos nativos. Através do desenvolvimento tecnológico, o laboratório apoia o crescimento da maricultura no estado. Seu foco principal é a produção de sementes de ostras nativas e ostras do pacífico, atendendo cerca de 80 produtores, principalmente na Grande Florianópolis, com uma produção média anual de 45 milhões de sementes. O trabalho desenvolvido pelo LMM/AQI/UFSC é um destaque na maricultura de Santa Catarina.

Laboratório de Cultivo de Algas (LCA/AQI): Implantado a partir da estrutura física do Setor de Microalgas do LCM, o LCA inicialmente dedicava-se exclusivamente à produção de culturas de microalgas para a alimentação de larvas de camarões marinhos. A partir de 2003, suas linhas de pesquisa foram direcionadas para a aplicação biotecnológica das microalgas. Em 2010, teve início a Seção de Macroalgas dentro da EMEB, com o objetivo de desenvolver pesquisas relacionadas ao cultivo massivo e agregação de valor a macroalgas de interesse comercial. Diversos estudos sobre cultivo integrado com camarões e moluscos estão sendo realizados, além de pacotes tecnológicos de espécies e trabalhos junto a produtores de moluscos para oferecer uma nova fonte de renda. Estudos liderados pela professora Leila Hayashi no contexto da EMEB foram fundamentais para a autorização de cultivo comercial da macroalga Kappaphycus Alvarezii em Santa Catarina.

Laboratório de Peixes Ornamentais (LAPOM/AQI): Integrado à Estação em 2009, o LAPOM desenvolve tecnologia para a produção de peixes ornamentais marinhos, com foco em espécies nativas e ameaçadas de extinção.

A EMEB, e, por extensão, seus laboratórios, contaram com o apoio de diversas instituições para sua criação e instalação, incluindo o Governo de Santa Catarina, a Fundação de Amparo a Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) e a Agência Canadense de Cooperação Internacional, que forneceu aporte técnico e financeiro ao Projeto Brazilian Maricultura Linkage Program (BMLP). Existe também uma parceria com o Projeto Tamar – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Mais fotos:

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Fotos: Gustavo Diehl | Agecom | UFSC

 

 

Tags: Barra da LagoaCCAEMEBEstação de Maricultura Elpídio BeltrameGabinete da ReitoriaProdegespUFSC

Câmara de Vereadores de Florianópolis homenageia curso de Administração da UFSC

10/09/2025 14:34

Homenagem reuniu representantes da UFSC e vereadores de Florianópolis. Foto: Divulgação/CMF

Nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025, a Câmara Municipal de Florianópolis (CMF) realizou uma sessão solene em homenagem aos 60 anos de criação do Curso de Administração da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O evento também celebrou os 50 anos do reconhecimento oficial do curso e reuniu professores, estudantes e egressos para destacar sua influência na formação acadêmica, humanística e no impacto transformador que tem gerado ao longo de sua trajetória.

A sessão foi proposta pelo vereador Adriano Analdino Flor (Adrianinho), do partido Republicanos, que evidenciou a importância da homenagem. O parlamentar convidou para compor a mesa o professor Maurício Fernandes Pereira e o chefe de Gabinete da Reitoria, Bernardo Meyer. Também foram homenageados os professores Leandro Dorneles dos Santos, chefe do Departamento de Administração, Larissa Kvitko, coordenadora do curso de graduação, Pedro Antônio de Melo, presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária (Inpeau) e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração, Alexandre Marino Costa, Márcia Barros de Sales, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Administração Universitária (PPGAU), e Raphael Schlickmann, diretor do Departamento de Ensino (DEN) da Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd);as estudantes Emilia Granzoti Rocha, presidente da Ação Júnior, Carolina Eli de Oliveira, presidente da Atlética Acadêmica, e Bianca Maria Zarowne, vice-presidente do Centro Acadêmico de Administração.

Na abertura, o vereador Adrianinho relembrou os desafios enfrentados na criação do curso em uma época em que o ensino superior no Brasil ainda era incipiente. O parlamentar afirmou que a trajetória do curso reflete o esforço de “mestres e empreendedores do ensino superior” que, ao longo das décadas, formaram gestores e cidadãos comprometidos com o desenvolvimento do país. O curso, segundo ele, sempre esteve alinhado ao progresso de Santa Catarina e do Brasil, formando líderes empresariais, gestores públicos e empreendedores que têm transformado o cenário econômico e social.

O professor Maurício Fernandes Pereira, em sua fala, enfatizou que o curso de Administração da UFSC só existe por causa dos estudantes. Ele expressou gratidão aos vereadores pela aprovação unânime da homenagem e destacou que a celebração é coletiva, sendo uma oportunidade para reconhecer o trabalho de todos que contribuíram para a consolidação do curso. O docente ressaltou que “são mais de 5.200 graduados que vêm transformando a sociedade, as empresas públicas e privadas e as organizações sociais. Hoje celebramos 60 anos, e tenho certeza de que essa história seguirá por muitas gerações”.

O professor também sublinhou a importância de formar líderes com empatia e ética, que coloquem as pessoas no centro das decisões e administrem com sensibilidade e propósito. Maurício agradeceu a todos os professores, técnicos-administrativos e estudantes que ajudaram a construir a história do curso. Citando Mário de Andrade, afirmou que a memória deve servir como base para o presente, ajudando a preparar os próximos 60 anos de conquistas.

Representando o reitor Irineu Manoel de Souza, o chefe de Gabinete Bernardo Meyer reiterou a relevância da homenagem à educação superior como um reconhecimento do impacto social e econômico gerado pelo curso. Ele mencionou que os egressos da Administração da UFSC ocupam posições de destaque em empresas privadas, públicas e no terceiro setor, tanto no Brasil quanto no exterior. Meyer enfatizou que o curso soube se adaptar aos desafios da modernidade, especialmente no contexto de cidades inteligentes e da economia globalizada, oferecendo uma formação compatível com as demandas contemporâneas.

Por último, Meyer também lançou um desafio à CMF: estimular uma maior presença de profissionais formados em Administração na gestão pública municipal. Segundo ele, a inclusão de gestores técnicos seria essencial para aprimorar a tomada de decisões com base em dados e análises, reduzindo a influência de decisões baseadas em achismos. Ele argumentou que não se tratava de uma crítica, mas um reconhecimento da necessidade de maior profissionalização na administração pública.

A celebração dos 60 anos do curso de Administração da UFSC reiterou sua posição de destaque entre os melhores do Brasil. Frequentemente classificado entre os 10 cursos de Administração mais bem avaliados do país, em um universo de mais de 2.500, o programa tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento de Florianópolis, de Santa Catarina e do Brasil.

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

 

 

 

Tags: 60 anosAdministraçãoBernardo MeyerCADCâmara de Vereadores de FlorianópolisGabinete da ReitoriaPPGAUUFSC