Estudantes entrevistam Reitor da UFSC para o ‘Começando os Trabalhos’

13/10/2025 13:28

No dia 10 de outubro, os estudantes do Centro Socioeconômico (CSE) da UFSC — Estevão, Bagatini e Heuron — entrevistaram o reitor Irineu Manoel de Souza no podcast “Começando os Trabalhos”. Em pouco mais de uma hora, Irineu tratou de temas centrais para a universidade, especialmente o orçamento e as prioridades da gestão. Segundo ele, as federais perderam metade do orçamento em dez anos e reduziram pessoal, enquanto a terceirização elevou custos de manutenção. A UFSC reviu contratos e cortou despesas para economizar, mas ainda enfrenta um déficit relevante.

Diante do cenário, a administração prioriza manter aulas e laboratórios, fortalecer a permanência estudantil — com RU, moradia e bolsas — e equiparar os valores de bolsas de ensino, pesquisa e extensão. Irineu defendeu um novo modelo de financiamento, indexado a parâmetros macroeconômicos, para dar previsibilidade às federais.

Ele também destacou o papel da UFSC no desenvolvimento de Santa Catarina e do país, pela formação de quadros e pela produção científica, citando a abertura de novos cursos mesmo sob restrição fiscal. Na vida estudantil, incentivou atividades como empresas juniores, monitorias e projetos, e mencionou a política em elaboração para reduzir a evasão, com acompanhamento mais próximo dos estudantes.

A internacionalização segue em expansão, com parcerias e dupla diplomação, e apoio da Secretaria de Relações Internacionais. Sobre o Restaurante Universitário da Trindade, o reitor reconheceu a fila como principal problema e informou que, com recursos do PAC, haverá modernização da cozinha e do fluxo de atendimento, além do estudo para ampliar o complexo e criar um restaurante menor no campus. A expectativa é que as melhorias se reflitam ao longo de 2025.

Assista à entrevista na íntegra:

 

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Voluntário(a) no Planeta.Doc: ‘mundo diferente não pode ser criado por pessoas indiferentes’

13/10/2025 11:49

O Festival Internacional de Cinema Socioambiental Planeta.Doc convida estudantes e professores da UFSC a participarem como voluntários(as) nas ações do festival, que ocorrem até 6 de dezembro. A iniciativa integra cinema, educação e sustentabilidade, com foco em engajar a comunidade universitária em atividades de formação, mobilização e difusão de conteúdos socioambientais.

Plataformas do festival

  • planetdoc.org: mais de 300 filmes socioambientais gratuitos.
  • Planeta na Escola: conteúdos e recursos pedagógicos voltados a educadores.

Objetivo

Ampliar o alcance das Sessões Educativas, envolvendo docentes e discentes para potencializar o impacto das exibições e ecoar a mensagem rumo à COP30, em prol de um futuro mais justo e sustentável.

Áreas de atuação para voluntariado

  • Exibições e produção.
  • Comunicação e mobilização.
  • Sessões educativas e mediação.

Participe e faça parte da rede que transforma o cinema em ferramenta de ação e mudança.

Inscrições pelo formulário disponível neste link

 

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Homenagem à professora Mara Lago: ‘uma vereda firme e acolhedora’

10/10/2025 16:55

Uma tarde de memória, afeto e reconhecimento marcou a homenagem póstuma à professora emérita Mara Coelho de Souza Lago, realizada na sexta-feira, 10 de outubro, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Campus Trindade, em Florianópolis. O tributo, integrado às comemorações dos 30 anos do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH), reuniu colegas, familiares e estudantes e promoveu o compartilhamento de lembranças e reflexões sobre o legado da educadora, nas palavras da vice-reitora Joana Célia dos Passos, da filha Fernanda Lago e das professoras Miriam Pillar Grossi, Tânia Ramos e Luciana Zucco.

A professora Miriam abriu a homenagem destacando que havia muito a celebrar: “não apenas datas e marcos institucionais, mas uma memória ativa, a que se renova no gesto de transmitir”. Ela enfatizou que compartilhar os ensinamentos de Mara é reconhecer que sua presença se manifestou em múltiplos planos: o acadêmico, rigoroso e criativo; o pessoal, feito de cuidado cotidiano; o afetivo, que sustentou tantas pessoas; e o político, sempre atento ao futuro.

“‘Teoria é prática com paciência’, ela dizia em nossas reuniões, lembrando que o conhecimento ganha sentido quando devolvido às pessoas e aos territórios que o tornaram possível”, recordou Miriam, citando uma das máximas que orientavam o trabalho da homenageada. A professora ainda evocou Paulo Freire para lembrar que, com Mara, aprenderam “a caminhar juntas e juntos, a sustentar dissensos sem abrir mão da escuta, a transformar pesquisa em presença e presença em compromisso”.

Fernanda, filha de Mara, emocionou os presentes ao descrever o momento em que a família compreendeu a dimensão do impacto da professora. “Ainda no hospital, quando resolvemos compartilhar informações sobre o estado dela, entendemos a dimensão do que estava acontecendo: muita gente queria saber, participar, mandar um recado”, relatou. Como filhas, conheciam a professora, a pesquisadora, a militante. “Mas foi ali que percebemos o tamanho do alcance da professora Mara”, disse.

Fernanda destacou que, a cada mensagem recebida, ficava claro que a mãe havia tocado vidas “de modos discretos e profundos, muitas vezes sem alarde”. Citando Clarice Lispector, ela refletiu: “O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós; e a Mara parecia ter esse dom de criar o possível dentro do impossível cotidiano das pessoas”.

Ao encerrar sua participação, Fernanda agradeceu o gesto da homenagem e expressou o desejo de que a memória da professora siga “não como um retrato na parede, mas como prática viva — aquela que nos pega pela mão, mesmo quando a mão já não está”.

Rigor intelectual, generosidade e elegância

A professora Luciana Zucco, que conheceu Mara em 2015, definiu o encontro como “curto quando medido em anos, mas longo quando medido em encontros”. O que sempre a impressionou foi “a combinação pouco comum entre rigor intelectual, generosidade e elegância”. Pioneira, Mara abriu caminhos para mulheres de diferentes gerações, “muitas vezes quando ‘não havia estrada’”, conseguindo construir “uma vereda firme e acolhedora”.

Luciana ressaltou a contribuição decisiva da professora para o fortalecimento dos estudos feministas e de gênero na UFSC, no Brasil e além das fronteiras. Na Revista de Estudos Feministas (REF), como editora e coordenadora editorial, Mara praticou o que Audre Lorde chamaria de “cuidado como prática de liberdade”: estimulava novas vozes, valorizava experiências e abria espaço para olhares plurais.

Parceria inseparável e compromisso com o feminismo

A professora Tânia Ramos, parceira inseparável de Mara na edição da REF, emocionou-se ao relembrar a amizade que se confundia com trabalho e militância. “Quem nos conhecia sabia: éramos parceiras, amigas, inseparáveis — ‘Mara e Tânia’, quase um composto, cada uma inteira e, ao mesmo tempo, metade da outra”, declarou.

Tânia compartilhou um texto que recebeu de sua orientanda Mariana Volt, na noite do adeus no Crematório Vaticano: “Tudo o que aprendi sobre amizade, aprendi sentada no banco de trás do carro da Mara”. A estudante contou ter aprendido, naquelas viagens, que ciência se faz com amizade; que é preciso ler as subjetividades; que há sempre bons textos para compartilhar; e que livros seguem sendo grandes presentes.

A professora descreveu o cotidiano da parceria na REF, onde muitas decisões nasciam em cafés de fim de tarde. “Conhecemos quase todos os cafés de Florianópolis”, contou, mencionando o Café Jardins, na esquina da Rio Branco, como porto preferido. Quando retornou ao local após a morte de Mara, as atendentes perguntaram pela companheira, e uma delas chorou ao saber da notícia.

Tânia destacou que, em todos os editoriais, fazia-se visível o desejo de Mara de que as editoras se colocassem “como feministas posicionadas frente às desigualdades, deixando transparecer, além da perspectiva acadêmica, a nossa humanidade”. A professora lembrou ainda das manifestações de rua que frequentavam juntas e da convicção de Mara: “Não é o mar que me encanta, Tânia, são as árvores”.

Intelectual engajada e feminista em movimento

A vice-reitora Joana Célia dos Passos trouxe a imagem de Mara nas ruas — nas manifestações em defesa da democracia, no movimento “Ele Não”, na luta pela universidade pública, na Marcha Mundial das Mulheres. “Como ensinou Angela Davis, quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se desloca; com a Mara, quando a feminista se movia, a universidade também precisava se mover”, afirmou.

A vice-reitora ressaltou que Mara não admitia separação entre o trabalho intelectual e a política do cotidiano. “Ela nos formou feministas porque praticava o afeto como princípio pedagógico, transformando orientação em diálogo e cuidado, e cuidado em compromisso”, disse, lembrando que a homenageada perguntava sempre “para quem” e “com quem” produzimos conhecimento.

Um legado para gerações

Professora emérita desde 2011, Mara Lago construiu uma trajetória decisiva para a universidade e para os estudos de gênero no país. Ingressou na UFSC em 1969, foi uma das fundadoras do curso de Psicologia e pioneira na criação do Serviço de Atenção Psicológica (Sapsi) e do Laboratório de Psicologia Experimental. Liderou a implantação do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, do qual foi a primeira coordenadora, e colaborou na criação do PPGICH, do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e da Revista de Estudos Feministas (REF).

Mesmo após a aposentadoria compulsória, em 2010, seguiu como docente e pesquisadora voluntária, mantendo presença ativa em atividades acadêmicas e em mobilizações públicas em defesa das mulheres e da diversidade. Graduada em Pedagogia, mestre em Antropologia Social e doutora em Psicologia da Educação, Mara dedicou sua produção às interfaces entre psicologia, educação, subjetividades, gênero e modos de vida, com reconhecida contribuição interdisciplinar.

Ao longo da carreira, orientou dissertações e teses, participou de mais de uma centena de bancas e publicou cerca de 70 obras entre livros e artigos. Nascida em Caçador (SC) e radicada em Florianópolis desde a infância, tornou-se referência intelectual e humana para gerações de pesquisadoras e pesquisadores, deixando um legado que se sustenta não apenas em marcos institucionais, mas também — e sobretudo — em uma ética do cuidado e em um compromisso com a transformação social.

 

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
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UFSC colabora com autoridades para esclarecer ocorrência no campus Trindade

09/10/2025 17:45

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está colaborando com as autoridades para esclarecer a ocorrência policial envolvendo duas estudantes da instituição, registrada na noite de quarta-feira (8/10), nas proximidades do Centro Socioeconômico (CSE), no campus Trindade.

Assim que foi informada do fato, a Secretaria de Segurança Institucional (SSI) acionou a Polícia Militar e iniciou a análise das imagens do sistema de videomonitoramento, a fim de auxiliar na identificação dos autores. Na manhã desta quinta-feira, uma das vítimas procurou a Segurança da UFSC, onde registrou boletim de ocorrência e forneceu informações já encaminhadas à Polícia Civil, responsável pela investigação.

A Administração Central reafirma a cooperação com as forças de segurança pública no campus, parceiras nas ações de prevenção e no atendimento a ocorrências na Universidade e em seu entorno.

A UFSC manifesta solidariedade às estudantes e reitera seu compromisso com a segurança da comunidade universitária. As vítimas foram recebidas no Gabinete da Reitoria e, após o devido acolhimento, a Administração Central acionou as pró-reitorias competentes, recomendando o acompanhamento psicológico e acadêmico necessários.

A instituição vem adotando medidas para ampliar a proteção, como o reforço das rondas com motocicletas e a expansão do sistema de vigilância eletrônica. Paralelamente, a UFSC atua em nível nacional, por meio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e junto ao Congresso Nacional, na busca de recursos para a presença de profissionais estáveis e qualificados na proteção dos campi.

A Reitoria também tem buscado soluções para melhorar a iluminação em áreas de grande circulação e para definir rotas mais seguras para o deslocamento de estudantes, servidores e visitantes. Trata-se de um desafio permanente, considerando que o campus Trindade possui área superior a 912 mil metros quadrados e livre acesso à comunidade.

A Administração Central reafirma seu compromisso de seguir dialogando com a comunidade universitária e com as autoridades competentes, para que o campus da UFSC continue sendo um espaço de convivência, estudo e trabalho pautado pela segurança, pelo respeito e pela vida.

Reitoria da UFSC participa de eventos da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura

08/10/2025 17:01

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArte), é parceira institucional do Fórum de Incentivo à Cultura, aberto na manhã desta quarta-feira, 8 de outubro, no Teatro Ademir Rosa, no Centro Integrado de Cultura (CIC). O encontro reuniu gestores, produtores e agentes culturais para uma imersão nos mecanismos de fomento previstos na Lei Rouanet, integrando a programação da 363ª reunião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), realizada em Florianópolis de 8 a 10 de outubro e organizada pelo Ministério da Cultura (MinC). O Fórum busca aproximar a política de incentivo fiscal do cotidiano de proponentes e patrocinadores, oferecendo orientações técnicas e espaços de diálogo qualificado.

No dia 8, a programação no CIC incluiu a abertura oficial do Fórum, com a participação da vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, e três palestras: “A Lei Municipal de Incentivo à Cultura”, com o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Florianópolis, Roberto Katumi; “O Programa de Incentivo à Cultura (PIC)”, com a presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Teresinha Debatin; e “A Lei Rouanet”, com o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, Henilton Menezes. À tarde, das 14h30 às 17h30, ocorreram encontros setoriais com a CNIC, distribuídos em quatro salas temáticas: Artes Cênicas, Artes Visuais e Música; Audiovisual; Humanidades; e Patrimônio Cultural.

No dia 9, a programação continua no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), das 9h às 12h30, com a capacitação “A Instrução Normativa nº 23/2025 e o Sistema de Apoio à Lei de Incentivo à Cultura (Salic)”. À tarde, a UFSC sediará a Sessão Plenária da CNIC, às 16h30, na Sala dos Conselhos. Órgão colegiado do MinC, a CNIC subsidia as decisões do Ministério na análise de projetos, programas e ações culturais vinculados à Lei Rouanet. Na ocasião, estarão presentes a vice-reitora Joana Célia dos Passos e o reitor Irineu Manoel de Souza.

A vice-reitora ressaltou que o fórum fortalece a circulação do conhecimento e a democratização do acesso aos mecanismos de incentivo. “Ao reunir gestores, especialistas e produtores culturais em um mesmo espaço, o evento aproxima a Lei Rouanet do cotidiano dos territórios e valoriza a diversidade das linguagens artísticas. Nossa expectativa é que, a partir do diálogo com o MinC e parceiros, mais iniciativas locais se estruturem, captem recursos com transparência e transformem realidades por meio da cultura. Essa visão também se inspira no brasão da UFSC, que traz Arte e Ciência como fundamentos do desenvolvimento e do pensamento crítico”, afirmou.

Para o reitor a articulação entre universidade, poder público e sociedade civil qualifica o ecossistema cultural catarinense. “A presença da CNIC em Florianópolis reforça a dimensão nacional da política cultural e cria uma oportunidade concreta de formação e aperfeiçoamento para quem produz cultura no estado. A UFSC soma esforços para que artistas, coletivos e instituições acessem com segurança e eficiência os instrumentos de fomento, ampliando o impacto social dos projetos e fortalecendo a participação de Santa Catarina no cenário cultural brasileiro”, disse.

A CNIC tem percorrido as cinco regiões do país para nacionalizar e fortalecer o diálogo com gestores e produtores culturais, promovendo a troca de experiências e o esclarecimento de regras e procedimentos. Em Florianópolis, o Fórum é uma realização do MinC, por meio da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (SEFIC), com parceria institucional do Governo de Santa Catarina, Fundação Catarinense de Cultura, FIESC, Alesc, UFSC e Prefeitura de Florianópolis, por meio da Fundação Franklin Cascaes.

 

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