Informativo da UFSC analisa cenários de incertezas globais e desafios estruturais brasileiros

08/12/2025 10:19

O Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat) da UFSC lançou a 45ª edição do seu informativo mensal (novembro de 2025), analisando o cenário econômico global e nacional, com destaque para a política comercial americana, a transformação estrutural brasileira e a crise climática.

No cenário internacional, as políticas protecionistas de Donald Trump dominam as incertezas, com suspensão de negociações comerciais e imposição de tarifas em níveis históricos. Analistas alertam que essa abordagem populista levou historicamente à alta inflação e ao fracasso econômico, gerando insegurança aos investidores e projetando um déficit de US$ 3,4 trilhões na próxima década. Paul Krugman classifica as tarifas como “política extraordinariamente ruim”, com legitimidade sendo questionada no Supremo Tribunal americano.

Em contrapartida, a China é vista com “inveja” pelo Ocidente por seu modelo de “socialismo com características chinesas”, que ignorou as recomendações do Consenso de Washington e soluções próprias. Apesar dos desafios como desaceleração do crescimento e desemprego juvenil, o país manteve o controle sobre os setores estratégicos, evitando os erros da Perestroika soviética.

A pauta global é complementada pela análise alarmante da COP 30, que mais uma vez resultou em um “acordo” que é essencialmente uma “fuga” da responsabilidade, com os países bloqueando a “transição justa para longe dos combustíveis fósseis”. O problema central é a rentabilidade: o investimento privado em petróleo e gás permanece mais lucrativo do que a transição para energias renováveis.

No Brasil, urge compensar o papel do Estado para superar a estagnação da renda per capita imposta pelo receituário neoliberal. A economia nacional precisa adaptar-se ao deslocamento do centro dinâmico para o Sul Global e à inflexão demográfica que levará a uma população menor após 2040.

No debate teórico, o informativo questiona conceitos tradicionais, defendendo que a dívida pública é parte da riqueza privada e que o Estado cria poder aquisitivo ao expandir seu passivo. Uma crítica ao Homo Economicus demonstra que os humanos são naturalmente cooperativos, contrariando a teoria tradicional.

A economia catarinense apresentou instabilidade industrial, com crescimento de 1,5% em setembro, mas desaceleração no acumulado do ano, prejudicada pelos juros altos. O varejo ampliado mostrou leve recuperação, e o mercado de trabalho formal foi sustentado por serviços e comércio, que geraram 70% dos 11,3 mil novos postos no estado.

O Informativo NECAT está disponível para leitura e pode ser acessado neste link.

Contatos e inscrições na lista de distribuição: necat.ufsc@gmail.com | (48) 3721-6550.

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Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026: reitores da UFSC e IFSC visitam locais de prova

08/12/2025 09:53

A aplicação das provas do Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026 começou neste sábado, 6 de dezembro, em 24 cidades de Santa Catarina. Os portões abriram às 13h e as provas começaram às 14h. Ao todo, dos 23.284 inscritos, 78,5% compareceram ao primeiro dia, informou a Comissão Permanente do Vestibular (Coperve) da UFSC. O Vestibular seguiu com provas também neste domingo, 7 de dezembro.

De mais de 23 mil inscritos, 78,5% compareceram ao primeiro dia de provas. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

O programa das provas para o sábado foi Primeira Língua (Português e Literatura Brasileira ou Libras), Segunda Língua (Alemão ou Espanhol ou Francês ou Inglês ou Italiano ou Libras ou Português), Matemática, Biologia e duas questões discursivas. No domingo, as provas de: História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Física, Química e Redação.

O Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026 representa a oferta de cerca de 6.800 vagas, distribuídas em mais de 200 cursos de graduação, correspondentes a 70% das vagas dos cursos de graduação da UFSC e a 50% das vagas do IFSC e do IFC, relativas ao ano letivo de 2026. Na UFSC, os cursos mais disputados são: Medicina, em primeiro; Psicologia, em segundo; e Direito, em terceiro.

As provas foram realizadas nas seguintes cidades de Santa Catarina: Florianópolis (e municípios vizinhos), Araranguá, Blumenau e região metropolitana, Brusque, Caçador, Camboriú, Canoinhas, Chapecó, Concórdia, Criciúma, Curitibanos, Garopaba, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville, Lages, Rio do Sul, São Bento do Sul, São Carlos, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Sombrio, Tubarão e região metropolitana, Videira e Xanxerê.

Antes de entrarem na salas para as provas, os candidatos foram chegando ao bairro da Trindade, onde nove prédios do Campus de Florianópolis foram reservados para aplicação das provas.

Comitiva acompanhou abertura dos portões

Pouco antes da abertura dos portões, uma comitiva do Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026 visitou um dos prédios em que foram aplicadas as provas: o Bloco B do Centro Tecnológico (CTC).

A comitiva foi composta pelo reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza; pelo reitor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Zízimo Moreira Filho; pela pró-reitora de Graduação e Educação Básica da UFSC, Dilceane Carraro; pelo presidente da Coperve, Marcos Baltar; pelo chefe do Departamento de Ingresso do IFSC, Valdeci Reis; e pelo secretário de Comunicação da UFSC, Marcus Pessôa.

Pró-reitora de Graduação e Educação Básica da UFSC, Dilceane Carraro; reitor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Zízimo Moreira Filho; reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza; presidente da Coperve, Marcos Baltar; e chefe do Departamento de Ingresso do IFSC, Valdeci Reis. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Eles percorreram os corredores do CTC, cumprimentando os fiscais e avaliando os locais de prova. Ficaram até pouco depois da entrada dos primeiros candidatos, vindo a conversar com alguns deles.

“Com esse processo seletivo reafirmamos nossa prioridade com a inclusão e a permanência dos estudantes. Nossa preocupação é que o estudante não apenas ingresse na universidade, mas conclua o seu curso. A universidade pública é o maior patrimônio do país, aqui nós formamos quadros de qualidade e desenvolvemos pesquisa científica e extensão, além de desenvolvermos quadros importantes de ciência e tecnologia. Estamos felizes por esse primeiro dia de vestibular”, comentou o professor Irineu, reitor da UFSC.

A professora Dilceane Carraro, pró-reitora de Graduação e Educação Básica da UFSC, fez uma análise sob o ponto de vista da democratização do ensino: “a UFSC tem uma longa trajetória desde 2008 com as ações afirmativas e temos aperfeiçoado isso com a lei de cotas. Para nós é muito importante esse momento pois damos um outro sentido para a universidade, que é o verdadeiro sentido de uma universidade pública, fortalecendo a diversidade e a inclusão, fazendo dela um espelho da sociedade”.

Já o professor Marcos Baltar, presidente da Coperve, demostrou entusiasmo com o primeiro dia de provas: “estamos muito felizes com o Vestibular Unificado 2026. Em 35 cidades as provas estão sendo aplicadas distribuídas em mais de 200 cursos de graduação, correspondentes a 70% das vagas dos cursos de graduação da UFSC. Isso implica salientar que estamos chegando cada vez mais próximos dos candidatos. Ano passado conseguimos uma classificação muito satisfatória e neste ano nossa expectativa é igualmente positiva”.

 

Texto: Agecom

Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

 

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Ministro Camilo Santana visita UFSC com agenda nos campi Florianópolis e Blumenau

05/12/2025 19:10

O ministro da Educação, Camilo Santana, cumprirá agenda em Santa Catarina nos dias 8 e 9 de dezembro, incluindo compromissos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Na segunda-feira (8), visitará o campus Trindade, em Florianópolis, com passagem pelo Centro de Ciências da Educação (CED) e na terça-feira (9), participará de cerimônia no campus Blumenau.

A visita ao campus sede da UFSC está marcada para as 15h30 de segunda-feira. O ministro visitas às obras do CED, iniciadas em 2023. A presença do ministro Camilo Santana neste centro de ensino reforça a relevância institucional do projeto para a universidade e para a educação pública.

Na terça-feira, às 10h, o ministro retornará à UFSC para cerimônia no auditório do campus Blumenau. O evento marcará a entrega da Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB), iniciativa do Ministério da Educação (MEC) para fortalecer e valorizar a carreira docente no país.

Antes da visita à UFSC na segunda-feira, às 14h, Santana participará da posse do professor Zízimo Moreira Filho como reitor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), do qual o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, estará presente, além de outros representantes da instituição.

A agenda completa do ministro está disponível na página: Ministro Camilo Santana cumpre agendas em Santa Catarina.

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Vice-reitora da UFSC participa da 6ª reunião do ‘Conselhão’ em Brasília

05/12/2025 08:14

A 6ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o “Conselhão”, realizada nesta quinta-feira, 4 de dezembro, no Palácio Itamaraty, reuniu representantes da sociedade civil, lideranças acadêmicas e membros do governo federal para debater propostas de prazos médios e longos para o país. O encontro contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de ministros de Estado.

Durante a sessão, o colegiado apresentou formalmente ao presidente Lula um conjunto de propostas estratégicas e discutiu indicadores recentes que apontam avanços sociais no Brasil, como a saída do país do mapa da fome, a redução da pobreza e o recuo do índice de Gini, que mede a desigualdade. O presidente desafiou o Conselho a concentrar esforços em pautas estruturantes, entre elas o fim da jornada de trabalho 6×1 e medidas de combate ao feminicídio.

A vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, integrante do CDESS desde agosto deste ano, participou do evento e contribuiu para a análise de agendas estratégicas e para a formulação de diretrizes que orientam o desenvolvimento sustentável do país.

Um dos destaques da plenária foi a entrega ao presidente do documento “Pilares de um Projeto de Nação”, uma contribuição coletiva das comissões do Conselho para o debate estratégico sobre o futuro do Brasil. O texto traça uma visão até 2035 de um país soberano, justo, democrático e sustentável e propõe entender o desenvolvimento como transformação estrutural (cuidar, preservar e distribuir) para além do crescimento econômico.

O Conselhão apresentou também um balanço dos debates e resultados alcançados na COP-30, destacando a intensa participação do colegiado e o protagonismo do Brasil nas negociações climáticas. Principais pontos:

Protagonismo climático: o Brasil liderou uma discussão sobre o futuro dos combustíveis fósseis e consolidou uma agenda que coloca o setor privado como ator central nas soluções climáticas.
Decisões aprovadas: foram 29 decisões, com ênfase no compromisso de triplicar o financiamento destinado à adaptação, uma demanda histórica de países mais vulneráveis.
Financiamento: foi celebrado o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, mecanismo inovador de financiamento misto público-privado, que mobilizou mais de US$ 6,7 bilhões.
Outras entregas: apresentações e declarações sobre combate ao racismo ambiental; iniciativas integrando fome, pobreza e ação climática centrada nas pessoas; contribuições da comunidade científica da Amazônia; e um portfólio de investimentos voltados para transformação ecológica.

Com base nas diretrizes debatidas, o Conselho deve priorizar, nos próximos meses, a consolidação de propostas nas áreas de proteção social, transição ecológica, fortalecimento institucional e inclusão produtiva, além do acompanhamento das medidas estruturais relacionadas ao mercado de trabalho e à segurança das mulheres.

Assista à reunião do CDESS na íntegra

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Fortaleza de Anhatomirim, gerida pela UFSC, inicia restauração com investimento do Novo PAC

04/12/2025 18:06

A Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em Governador Celso Ramos (SC), deu início na manhã desta quarta-feira, 3 de dezembro, às obras de restauração do seu principal conjunto arquitetônico. O anúncio foi feito em cerimônia no próprio monumento, com presença de representantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – gestora da fortaleza desde 1979 – e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pela coordenação da programação Avanços do Patrimônio em Santa Catarina. A intervenção integra um pacote de R$ 30 milhões do Iphan destinado a bens históricos no estado e marca a primeira obra do projeto Restauração das Fortificações Catarinenses #EuValorizoAsFortalezas, iniciativa de três anos voltada a recuperar, modernizar e ampliar o uso público dos monumentos administrados pela UFSC.

Erguida a partir de 1739, a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim ocupa 2,5 hectares na entrada norte da Ilha de Santa Catarina, onde compunha, ao lado das fortalezas de São José da Ponta Grossa, Santo Antônio de Ratones e Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba, o sistema defensivo concebido no século XVIII pelo Brigadeiro Silva Paes para proteger a baía e o litoral de investidas estrangeiras, em especial as espanholas. Entre os primeiros bens tombados pelo Iphan, em 1938, o conjunto é reconhecido como marco histórico e paisagístico do país e, agora, passará por uma restauração que busca recuperar sua função histórica, qualificar a visitação e fortalecer a educação patrimonial, com obras que contemplam tanto a conservação quanto novos usos culturais e de serviços.

Nesta primeira fase, serão investidos R$ 17 milhões com recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), transferidos do Iphan para a UFSC via Termo de Execução Descentralizada (TED). Desse montante, R$ 15 milhões estão destinados diretamente às obras no Quartel da Tropa – o maior e mais imponente edifício do complexo – e aos trabalhos de arqueologia, além da criação de novos sanitários e da implantação de novas redes de infraestrutura hidráulica, elétrica e outras instalações. O canteiro terá monitoramento arqueológico permanente, garantindo que cada intervenção respeite as camadas históricas do sítio.

O escopo técnico prevê a restauração de cobertura, alvenarias, revestimentos, forros, pisos e escadas, com atenção a elementos decorativos em pedra, madeira e metal, além da instalação de novas redes elétricas, eletrônicas, hidrossanitárias, luminotécnicas e de proteção contra descargas atmosféricas. O Quartel da Tropa será adaptado para abrigar um espaço de restaurante com cozinha e banheiros e receberá um ambiente multiuso com tratamento acústico para eventos e reuniões. Dois novos conjuntos de sanitários serão construídos – um em frente ao Quartel da Tropa e outro na área de chegada à Ilha de Anhatomirim -, e uma rede integrada de instalações conectará todas as edificações da fortaleza, preparando o complexo para atendimento ao público, pesquisa e ações educativas.

A cerimônia contou com a presença do assessor de gabinete Alexandre Verzani (representando o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza), do pró-reitor de Administração, Vilmar Michereff Junior, e da secretária de Cultura, Arte e Esporte, Andréa Búrigo Ventura. Para a realização do evento, a fortaleza foi fechada ao público durante a manhã. Segundo a UFSC, a parceria com o Iphan para preservação, restauração e requalificação inaugura um ciclo de investimentos que prevê soluções de acessibilidade, comunicação visual renovada e novos espaços expositivos nas fortalezas.

O conjunto de ações se insere no projeto Restauração das Fortificações Catarinenses #EuValorizoAsFortalezas, criado em 2021 pela Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina (CFISC), da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArtE/UFSC). A iniciativa tem aporte total de R$ 67 milhões. Em 2022, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 32,5 milhões para o projeto, que demonstrou como contrapartida R$ 17,5 milhões já aplicados anteriormente nas fortificações pelo Iphan, pelo PAC anterior e pelo Fundo de Direitos Difusos. Somados aos recursos agora anunciados, o montante alcança R$ 67 milhões, destinados exclusivamente às fortalezas.

Além das obras físicas, o cronograma de três anos prevê 25 ações complementares, incluindo apresentações culturais, novos espaços expositivos, comunicação visual, auditórios para eventos e a criação de modais sustentáveis de visitação – um ônibus e uma embarcação movidos a energia elétrica gerada por sistema fotovoltaico – para ampliar o acesso às ilhas de Anhatomirim e Ratones Grande. O objetivo é diversificar os usos e atrair novos públicos, promovendo o acesso à cultura e à história regional e nacional.

Ao recuperar e dar uso ao Quartel da Tropa e dotar o conjunto de meios adequados para receber visitantes, pesquisadores, estudantes e agentes públicos, a obra reforça a relevância de Anhatomirim como referência histórica regional e nacional, com infraestrutura atualizada, mais acessível e orientada à educação patrimonial.

 

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Fotos: Assessoria do Gabinete | UFSC

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