Afastamento de servidor para evento no exterior: grupo de trabalho define novas regras

11/04/2025 11:24

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio de um Grupo de Trabalho (GT) criado em 2024, finalizou a revisão da autorização para afastamentos de curta duração no exterior, voltados a servidores docentes e técnico-administrativos da instituição. A iniciativa teve como objetivo propor uma nova regulamentação para substituir a norma vigente, e foi conduzida por representantes das pró-reitorias de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), de Graduação e Educação Básica (Prograd), de Pós-Graduação (Propg), de Pesquisa (Propesq), das secretarias de Relações Internacionais (Sinter) e de Aperfeiçoamento Institucional (SEAI), e do Gabinete da Reitoria.

Atualmente, os pedidos de afastamento são analisados pelo Departamento de Desenvolvimento de Pessoas (DDP), vinculado à Prodegesp. O setor classifica esses afastamentos como ações de desenvolvimento ou capacitação, aplicando a regra de interstício de 60 dias, conforme estabelece o artigo 27 da Instrução Normativa nº 21, de 2021. De acordo com o DDP, qualquer ação promovida ou apoiada pela instituição – incluindo a participação em eventos acadêmicos – deve respeitar esse prazo. É importante destacar que as alterações propostas pelo GT dizem respeito exclusivamente aos afastamentos para ações de serviço, não abrangendo as de capacitação, que continuarão sujeitos às normas vigentes.

Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, secretário de Relações Internacionais da UFSC e integrante do GT, explicou que essa reformulação levou quatro meses para ser finalizada. “Essa iniciativa foi extremamente importante, pois buscava solucionar um problema recorrente enfrentado por nossos colegas, especialmente docentes, que tinham demandas relacionadas a atividades no exterior, mas que ficavam travadas devido à falta de uma regulamentação adequada”, ressaltou.

O secretário também pontuou que “qualquer proposta de deslocamento internacional era automaticamente direcionada à Divisão de Capacitação”, mesmo quando se tratava de atividades acadêmicas, como apresentações de trabalhos em congressos ou palestras. Para embasar a mudança, resgatou-se a Lei nº 8.119, de 1972, cujo artigo 3º estabelece que servidores públicos podem realizar ações de serviço no exterior de curta duração, como missões de trabalho, aplicáveis ao contexto acadêmico.

A nova regulamentação foi apresentada em reunião realizada no dia 3 de abril deste ano, no Gabinete da Reitoria da UFSC. Na ocasião, além do secretário Luiz Carlos (Sinter) – que presidiu os trabalhos do GT -, participaram o reitor Irineu Manoel de Souza, o chefe de Gabinete Bernardo Meyer, a pró-reitora Sandra Regina Carrieri de Souza (Prodegesp), e o diretor do DDP Guilherme Fortkamp da Silveira. Durante o encontro foram definidos os passos necessários para a implementação da referida normativa.

Luiz Carlos também reforçou que o processo para o afastamento de servidores para atividades de serviço no exterior com duração de até 30 dias será simplificado: o servidor preencherá um formulário que será avaliado pela chefia imediata – um cargo de FG1 ou superior, como chefes de departamento ou coordenadores. No caso de docentes, será necessário garantir que o afastamento não prejudique aulas e alunos. Após a aprovação da chefia, o pedido será encaminhado à Prodegesp para registro, ao Gabinete do Reitor para assinatura e, em seguida, ao Diário Oficial da União (DOU) para publicação.

A dinâmica proposta elimina obstáculos burocráticos e promove uma tramitação mais ágil e transparente. No entanto, será solicitado que os pedidos sejam feitos com um mínimo de 30 dias de antecedência, pois a emissão de passagens só pode ocorrer após publicação no Diário Oficial, alertou o secretário. Ele também sinalizou que até a implantação da nova regra, os recursos de pedidos de afastamento indeferidos estão sendo analisados pela Sinter. “Nos casos em que o afastamento é caracterizado como uma atividade docente, os pareceres têm sido favoráveis, garantindo que as atividades acadêmicas não sejam prejudicadas”.

No atual cenário orçamentário, a UFSC depende cada vez mais de recursos obtidos por meio de parcerias e projetos internacionais que, muitas vezes, são essenciais para a manutenção de laboratórios, pesquisas e outras atividades acadêmicas. Com essa normativa, espera-se não apenas fortalecer a internacionalização, mas também assegurar que servidores tenham condições de contribuir ainda mais para o crescimento acadêmico e financeiro da Universidade.

Rosiani Bion de Almeida / SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Tags: afastamento servidorcurta duraçãoNormativaUFSC

Nota da Administração Central sobre manutenção das atividades na UFSC nesta sexta-feira

10/04/2025 21:03

A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) informa que, devido à redução no volume de chuvas durante a noite, as atividades acadêmicas e administrativas desta sexta-feira, 11 de abril, estão mantidas.

Eventuais emergências ou consequências relacionadas às fortes chuvas registradas na quinta-feira, 10 de abril, podem ser comunicadas à Secretaria de Comunicação pelo ‪WhatsApp (48) 3721‑2818‬.

Seguimos acompanhando a situação em conjunto com nosso Comitê de Eventos Climáticos e os alertas dos órgãos oficiais.

Administração Central UFSC

Tags: ChuvasComitê de Eventos ClimáticosUFSC

Workshop aborda saúde mental, assédio e discriminações no meio acadêmico

10/04/2025 16:30

No último dia 3 de abril, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG) realizou o primeiro workshop da série “PROPG Convida”, trazendo à tona discussões cruciais sobre vaidade, assédio, discriminações e saúde mental no contexto universitário, especialmente entre estudantes de pós-graduação. O evento foi conduzido pelo psicanalista Lucas Emmanoel de Oliveira, servidor da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), que abordou as pressões e dinâmicas de poder que afetam a vida acadêmica, propondo reflexões sobre como construir um ambiente mais acolhedor, inclusivo e saudável.

Pressões acadêmicas e saúde mental

Durante a palestra, Lucas destacou como o ambiente acadêmico, muitas vezes permeado por dinâmicas de competição, ego inflado e produtivismo exacerbado, pode impactar negativamente a saúde mental dos estudantes. Ele apontou que ansiedade e depressão são respostas recorrentes às exigências do sistema neoliberal, que promove ideais de genialidade e produtividade extremos. Sob essa lógica, práticas como o “doping universitário” – uso de substâncias psiquiátricas para aumentar o desempenho – tornam-se cada vez mais comuns, agravando o sofrimento psicológico.

Lucas também defendeu que as questões de saúde mental sejam tratadas de forma mais ampla e menos individualizada, considerando os contextos sociais e institucionais que contribuem para tais problemáticas. “É preciso evitar abordagens reducionistas e compreender as raízes estruturais do sofrimento, que estão diretamente ligadas ao modelo capitalista e suas ideologias”, afirmou.

Assédio e discriminação

Outro ponto central da discussão foi a questão do assédio moral e sexual nas universidades. Lucas definiu o assédio como uma conduta abusiva que fere a dignidade e a integridade psíquica ou física da vítima, destacando que o medo de retaliações muitas vezes impede a denúncia. Ele também abordou os “pactos narcísicos” presentes nas instituições, como aqueles relacionados à branquitude, classe, gênero e capacitismo, que reforçam exclusões e perpetuam desigualdades.

O palestrante enfatizou a necessidade de romper com essas estruturas de poder e construir um ambiente mais inclusivo e diverso, no qual todos se sintam respeitados e seguros. Nesse sentido, orientou os participantes sobre os canais institucionais disponíveis para denúncias de assédio, reforçando a importância de responsabilizar os agressores e proteger as vítimas.

Ambiente acadêmico

O workshop também incentivou os participantes a refletirem sobre suas próprias experiências no ambiente acadêmico, identificando as fontes de ansiedade e as pressões que enfrentam, como o medo do futuro e a necessidade constante de publicar. Lucas destacou que essas reflexões são fundamentais para transformar a universidade em um espaço mais ético e humano.

A iniciativa da PROPG, ao promover eventos como o “PROPG Convida”, reforça o compromisso da instituição com a construção de um ambiente acadêmico que valorize não apenas a excelência acadêmica, mas também o bem-estar e a dignidade de seus integrantes. O evento foi um convite à mudança e à criação de uma universidade mais justa, segura e acolhedora para todos.

Com informações da PROPG.

Canais de atendimento

  • Guia de Orientações para prevenção e enfrentamento ao assédio moral e sexual e à discriminação no Governo Federal:

https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/noticias/2024/12/cgu-lanca-versao-atualizada-do-guia-lilas-contra-assedios-e-discriminacao-no-governo/22nov24-vfinal_cgu-guialilas2024.pdf

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Reitor fala da situação orçamentária da UFSC em programa na Rádio CBN Floripa

10/04/2025 09:47

Reprodução/CBN Floripa

O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, participou nesta quarta-feira, 9 de abril, do programa Conversas Cruzadas, da Rádio CBN Floripa, sobre o preocupante cenário orçamentário da instituição.

A UFSC enfrenta uma grave crise orçamentária que ameaça o seu funcionamento a partir do mês de outubro deste ano, destaca o apresentador e jornalista Renato Igor. Indagado sobre esta situação, o reitor confirmou esta informação, já disponibilizada em coletiva de imprensa no dia 13 de março, e ainda trouxe mais esclarecimentos deste cenário ao público ouvinte.
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Conselho Universitário aprova prestação de contas anual da UFSC

07/04/2025 12:40

A prestação de contas de 2024 da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi aprovada pelo Conselho Universitário com base nos pareceres da Auditoria Interna (Audin) e do Conselho de Curadores, destacando-se pelo cumprimento dos requisitos legais e por avanços significativos em suas áreas estratégicas. Apesar das restrições orçamentárias severas, a instituição consolidou sua posição como referência nacional em ensino, pesquisa, inovação e inclusão social. Ao finalizar o ciclo de planejamento estratégico 2020-2024, a UFSC já projeta os próximos passos rumo ao fortalecimento de sua missão, com a elaboração do novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2025-2029).

Entre os principais marcos do período, destaca-se o recredenciamento da UFSC pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), com a nota máxima (5), reforçando sua relevância no cenário educacional brasileiro. O reitor enfatizou o papel histórico da UFSC na promoção da educação pública, na redução das desigualdades sociais e regionais e na implementação de políticas inclusivas e sustentáveis. Essa posição de liderança foi sustentada por resultados expressivos, como o fortalecimento de programas de permanência e ações afirmativas que beneficiaram milhares de estudantes.

No campo acadêmico, a UFSC ofereceu 128 cursos de graduação presenciais e sete a distância, mantendo uma comunidade de mais de 28 mil estudantes matriculados. Programas como o de Apoio Pedagógico aos Estudantes (Piape), que atendeu 10.000 alunos, e a Política de Permanência de Estudantes-Mães, aprovada em dezembro de 2024, foram fundamentais para garantir a continuidade dos estudos de alunos em situações de vulnerabilidade social. A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) distribuiu mais de 1.300 bolsas de monitoria, com 30% das vagas reservadas para ações afirmativas.

No campo da pesquisa e inovação, a universidade captou R$ 34,5 milhões para infraestrutura de pesquisa, o maior volume já registrado pela UFSC. Além disso, a instituição alcançou 27 programas de pós-graduação com notas de excelência (6 e 7) pela Capes, consolidando-se em áreas como Engenharia de Alimentos, Filosofia, Neurociências e Saúde Coletiva. Foram ainda depositadas 28 patentes de invenção e registrados 35 programas de computador, reforçando sua contribuição ao desenvolvimento científico e tecnológico.

Apesar dos avanços, o Relatório de Gestão de 2024 destacou os desafios financeiros. Dos R$ 2,17 bilhões disponíveis, 92,24% foram destinados à folha de pagamento, restando apenas 7,76% para manutenção e infraestrutura. Mesmo assim, a UFSC demonstrou eficiência na gestão, utilizando quase a totalidade dos recursos discricionários e mantendo serviços essenciais, como o Restaurante Universitário, que serve cerca de 9 mil refeições diárias, e a assistência estudantil, que beneficiou centenas de alunos.

Outro ponto de destaque foi o fortalecimento da governança e da gestão de riscos. Por meio do Plano Institucional de Gestão de Riscos (PIGR), foram mapeados 263 eventos de risco, com medidas adotadas para mitigar os que foram considerados inaceitáveis. Essa abordagem reforça a capacidade da UFSC de planejar estrategicamente e enfrentar desafios administrativos e operacionais.

Os pareceres da Auditoria Interna e do Conselho de Curadores atestaram, previamente, que a Prestação de Contas de 2024 cumpriu integralmente as exigências legais e normativas estabelecidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). No entanto, algumas recomendações ainda estão em fase de implementação, sinalizando a necessidade de melhorias contínuas na gestão da Universidade.

Rosiani Bion de Almeida / SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

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