Plano de Saúde UFSC: orientações do novo contrato para migração, adesão e exclusão

26/11/2025 18:39

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) informa aos servidores que o novo plano de saúde, firmado com a Unimed Grande Florianópolis, passa a vigorar a partir de 2 de dezembro de 2025. Confira abaixo algumas orientações sobre a migração e os prazos:

  • Migração automática: a partir de 2 de dezembro de 2025, todos os servidores com plano vigente serão migrados automaticamente para o novo contrato com a Unimed Grande Florianópolis. No próprio dia 2, todos os beneficiários estarão ativos.
  • Servidores com tratamentos contínuos: todos os servidores ou dependentes que possuem tratamentos contínuos deverão, a partir do dia 2, reabrir a solicitação de continuidade do tratamento junto à Unimed, podendo ser realizada presencialmente ou pelo aplicativo Cliente UGF.
  • Aceite obrigatório em até 60 dias: os servidores migrados receberão, no e-mail cadastrado junto à Unimed, um link para realizar o aceite do novo contrato. O aceite deve ser concluído dentro do prazo de 60 dias, contados a partir de 2 de dezembro. É imprescindível efetuar o aceite dentro desse período.
  • Solicitação de exclusão: servidores que forem migrados e desejarem a exclusão do novo contrato poderão solicitá-la, presencialmente, em uma unidade de atendimento da Unimed; ou pelo aplicativo Cliente UGF. Caso contrário, gerará cobrança (boleto) de mensalidade até a data do pedido de exclusão.
  • Adesão sem carência: servidores da UFSC e seus dependentes que atualmente não possuem o plano poderão solicitar adesão ao novo contrato em até 30 dias a partir de 2 de dezembro de 2025, com isenção de carências. A solicitação deve ser feita diretamente junto à Unimed.

Confira:

Passo a passo para verificação do e-mail cadastrado na UGF

FAQ – Perguntas e respostas sobre o novo Contrato Unimed UFSC

 

Mais informações no site da Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), e nos canais de comunicação oficiais da Universidade: ufsc.br e reitoria.ufsc.br.

 

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Dia histórico: Conselho Universitário aprova política construída pelos TAEs e para UFSC

26/11/2025 08:49

Anfiteatro ficou lotado durante sessão do Conselho Universitário (Fotos: Gustavo Diehl)

A data de 25 de novembro de 2025 tornou-se histórica para os servidores técnico-administrativos em Educação (TAEs) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As atenções se voltaram para a votação, no Conselho Universitário (CUn), da política Teleflex — Teletrabalho, Flexibilização da Jornada e Controle Social da Frequência. O hall da Reitoria foi ocupado pela categoria, em ato convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc), e os técnicos marcaram presença, dando corpo e voz a uma luta de muitos anos, por uma política construída pelos TAEs e para a instituição.

A mobilização da categoria surtiu efeito. Diante da pressão do grupo, e atendendo ao pedido do Sindicato, a sessão do CUn foi aberta ao público e transferida para o Auditório da Reitoria — um espaço capaz de acolher quem queria acompanhar de perto cada fala, cada voto. Naquela tarde, foi um momento carregado de significados para quem há tempos reivindica condições de trabalho mais justas, transparentes e alinhadas com os desafios de uma universidade pública.

O processo, requerido pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), propôs uma Resolução Normativa que organiza o trabalho em todos os setores da UFSC, traz transparência com a implementação do Sistema Eletrônico de Controle Social e oficializa a modalidade de teletrabalho. Além disso, abre caminho para a flexibilização da jornada como forma de ampliar o atendimento à comunidade e melhorar a qualidade dos serviços prestados pela instituição.
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Aprovada política de combate ao assédio e discriminação na UFSC: ‘um marco aguardado há anos’

19/11/2025 13:23

O Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (CUn/UFSC) aprovou, por unanimidade, a resolução normativa que estabelece diretrizes institucionais para a prevenção e enfrentamento ao assédio e à discriminação no âmbito da Universidade. A reunião foi realizada nesta terça-feira, 18 de novembro, e transmitida ao vivo pelo canal do YouTube do CUn.

A minuta de política institucional foi apresentada pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), com relatoria do conselheiro Jorge Cordeiro Balster.

O relator afirmou em seu parecer que a proposta é “oportuna ao responder uma demanda histórica da comunidade universitária” e que “dá objetividade e procura dar eficiência às ações da instituição”, ao definir procedimentos, responsabilidades e uma rede de acolhimento. Segundo Balster, “o assédio e a discriminação não podem ser ignorados ou tratados como uma questão menor”, e a política exigirá “uma mudança cultural” na Universidade.

O parecer destacou também o amplo amparo jurídico, fundamentada na Constituição Federal, na Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho, na Lei nº 14.540/2023 sobre prevenção ao assédio sexual no serviço público, e na Portaria Normativa nº 6.719/2024 do MGI, que criou o Plano Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação. A minuta também referenciou normas internas da UFSC sobre Enfrentamento ao Racismo Institucional e Ações Afirmativas para pessoas trans.

Para Balster, trata-se de um marco aguardado há anos. “Com esta minuta, atende-se, enfim, ao acordo firmado nas negociações que encerraram a greve dos TAEs de 2015”, diz o parecer. Ele ressaltou que o tema é “caríssimo à categoria dos técnicos-administrativos em Educação”, sem perder de vista os impactos sobre docentes e estudantes.

A política organiza-se em torno de princípios como dignidade da pessoa humana, ambiente institucional seguro, sigilo e tratamento humanizado às vítimas, proteção à diversidade e grupos vulnerabilizados. Entre os objetivos, o relator sublinhou “a identificação de situações que possam favorecer comportamentos assediadores e/ou discriminatórios, propondo as intervenções necessárias”. Para ele, é crucial enfrentar “a cultura vigente dentro das universidades e o seu modelo de gestão que estrutura o desequilíbrio de poder entre as diversas categorias”.

O enfrentamento será estruturado em três frentes: acolhimento e acompanhamento biopsicossocial; ações administrativas e práticas restaurativas; e tratamento formal das denúncias. Balster considerou a rede de acolhimento “a questão central para a viabilização da política”, que incluirá setores como Prodegesp, Proafe, PRAE, Prograd, Ouvidoria, Comissão de Ética, NDI e CA, além da futura Comissão Intersetorial Permanente de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação.

O relator propôs aperfeiçoamentos na proposta, incluindo a previsão de que cada unidade e setor definam “equipes responsáveis pelas ações de acolhimento” e a garantia de “capacitação específica” aos membros da rede. O parecer também valorizou a inclusão de trabalhadores terceirizados entre os públicos da política.

Em tom de reconhecimento, Balster registrou “mérito e reconhecimento a todas as pessoas” que contribuíram com o texto. “Esta política representa um marco institucional” e “o compromisso da Universidade com a dignidade humana”, finalizou.

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
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Colegiado discute as políticas de internacionalização e de combate ao assédio e à discriminação na UFSC

18/11/2025 18:30

O Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (CUn/UFSC) debateu nesta terça-feira, 18 de novembro, duas resoluções normativas que estabelecem diretrizes institucionais para a Internacionalização e para o Combate ao Assédio e à Discriminação. A reunião, transmitida ao vivo pelo canal do YouTube do CUn, teve sua ordem do dia invertida e iniciou com a discussão sobre internacionalização.

Internacionalização

A proposta para instituir e regulamentar a Política de Internacionalização da UFSC foi apresentada pela Secretaria de Relações Internacionais (Sinter), com relatoria de Luiz Gustavo da Cunha de Souza. A secretária de Relações Internacionais, Fernanda Leal, participou da discussão.

A nova política busca “promover, de forma contínua e articulada, a permanente inserção da Universidade em redes e cooperações internacionais”. O documento define internacionalização como “um processo institucional e intencional”, composto por “um amplo conjunto de interações com a comunidade internacional de indivíduos, redes e instituições”, tendo como foco a qualidade e relevância da UFSC no ensino, pesquisa, extensão e gestão.

A proposta ancora-se em princípios de multilateralismo, multilinguismo e solidariedade internacional, com compromisso explícito com a justiça social e epistêmica. O texto enfatiza que a UFSC “valoriza a cooperação com o Sul Global” e defende acordos “horizontais, recíprocos e não colonizadores”.

A política organiza-se em nove eixos estratégicos: linguagem e multilinguismo, com valorização da língua portuguesa e ampliação do acesso a outros idiomas; mobilidade de estudantes e servidores; internacionalização do currículo, com práticas pedagógicas voltadas à “descolonização do saber”; pesquisa, inovação e transferência de tecnologia; extensão internacional; acolhimento e integração da comunidade internacional; estabelecimento de parcerias e redes com “diversidade geográfica e valorização do Sul Global”; e partilha de experiências internacionais.

A execução ficará sob coordenação da Sinter, em articulação com a Comissão Permanente de Internacionalização (CPInter) e com agentes de internacionalização nas unidades acadêmicas e administrativas.

Na ausência justificada do relator, o conselheiro Alex Degan fez a leitura do parecer. Para o relator, a política é “tema primordial para a tentativa de estabelecimento da UFSC como instituição líder de rede”. Ele sustenta que o texto deve ressaltar valores e objetivos estratégicos vinculados à “produção e circulação de excelência nos âmbitos da pesquisa, ensino e democratização de saberes”, propondo apenas ajustes de organização e linguagem para “maior precisão da redação”. “Sou de parecer favorável à sua aprovação”, finalizou.

Após um pedido de vistas, o assunto será retomado em sessão futura.

Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação

A proposta destinada a instituir a Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação no âmbito da UFSC foi apresentada pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), com relatoria do conselheiro Jorge Cordeiro Balster.

O relator afirma que a proposta é “oportuna ao responder uma demanda histórica da comunidade universitária” e que “dá objetividade e procura dar eficiência às ações da instituição”, ao definir procedimentos, responsabilidades e uma rede de acolhimento. Segundo Balster, “o assédio e a discriminação não podem ser ignorados ou tratados como uma questão menor”, e a política exigirá “uma mudança cultural” na universidade.

O parecer destaca o amplo amparo jurídico da proposta, que se fundamenta na Constituição Federal, na Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho, na Lei nº 14.540/2023 sobre prevenção ao assédio sexual no serviço público, e na Portaria Normativa nº 6.719/2024 do MGI, que criou o Plano Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação. A minuta também referencia resoluções internas da UFSC sobre Enfrentamento ao Racismo Institucional e Ações Afirmativas para pessoas trans.

Para Balster, trata-se de um marco aguardado há anos. “Com esta minuta, atende-se, enfim, ao acordo firmado nas negociações que encerraram a greve dos TAEs de 2015”, diz o parecer. Ele ressalta que o tema é “caríssimo à categoria dos técnicos administrativos em educação”, sem perder de vista os impactos sobre docentes e estudantes.

A política organiza-se em torno de princípios como dignidade da pessoa humana, ambiente institucional seguro, sigilo e tratamento humanizado às vítimas, proteção à diversidade e grupos vulnerabilizados. Entre os objetivos, o relator sublinha “a identificação de situações que possam favorecer comportamentos assediadores e/ou discriminatórios, propondo as intervenções necessárias”. Para ele, é crucial enfrentar “a cultura vigente dentro das universidades e o seu modelo de gestão que estrutura o desequilíbrio de poder entre as diversas categorias”.

O enfrentamento será estruturado em três frentes: acolhimento e acompanhamento biopsicossocial; ações administrativas e práticas restaurativas; e tratamento formal das denúncias. Balster considera a rede de acolhimento “a questão central para a viabilização da política”, que incluirá setores como Prodegesp, Proafe, PRAE, Prograd, Ouvidoria, Comissão de Ética, NDI e CA, além da futura Comissão Intersetorial Permanente de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação.

O relator propõe aperfeiçoamentos na proposta, incluindo a previsão de que cada unidade e setor definam “equipes responsáveis pelas ações de acolhimento” e a garantia de “capacitação específica” aos membros da rede. O parecer também valoriza a inclusão de trabalhadoras e trabalhadores terceirizados entre os públicos da política.

“Manifesto meu parecer favorável à aprovação da minuta, com o acatamento das sugestões de ajuste redacional e técnico-normativo apresentadas”, conclui o relator. Em tom de reconhecimento, ele registra “mérito e reconhecimento a todas as pessoas” que contribuíram com o texto, “amplamente fundamentado em referências técnicas, legais e institucionais”.

O parecer foi aprovado por unanimidade. “Esta política representa um marco institucional” e reafirma “o compromisso da universidade com a dignidade humana”, afirma Balster.

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
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Laboratório da UFSC apresenta proposta de ferramenta digital para riscos psicossociais no trabalho

14/11/2025 15:54

Professor e coordenador do Laboratório Fator Humano, Roberto Moraes Cruz, abriu o Workshop sobre Fatores de Risco Psicossociais Relacionados ao Trabalho. Fotos: DI-GR/SECOM/UFSC

O Laboratório Fator Humano, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promoveu, na manhã desta sexta-feira, 14 de novembro, o Workshop sobre Fatores de Risco Psicossociais Relacionados ao Trabalho. A atividade ocorreu no Auditório do Centro Socioeconômico (CSE), no campus Trindade, em Florianópolis. O reitor, Irineu Manoel de Souza, e a pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Sandra Carrieri, prestigiaram o encontro.

O professor e coordenador do Laboratório, Roberto Moraes Cruz, abriu a programação, que teve como objetivos fomentar debates e apresentar estratégias de gestão e prevenção de riscos psicossociais no contexto laboral, tema que vem adquirindo destaque nas discussões sobre saúde e segurança ocupacional. O workshop incluiu uma exposição sobre as recentes mudanças na legislação federal, com foco na Norma Regulamentadora 01 (NR-01), que estabelece diretrizes de segurança e saúde no trabalho.

O reitor da UFSC ressaltou ser “fundamental que a Universidade desenvolva uma abordagem mais humana em todas as dimensões, incluindo o ambiente de trabalho e os relacionamentos interpessoais”, sublinhando a importância de uma nova política sobre o tema, atualmente em deliberação no Conselho Universitário. Irineu enfatizou ainda que a construção dessa política contou com ampla participação de diferentes segmentos, como o Departamento de Psicologia, sindicatos e estudantes. “Falamos de uma comunidade grande, com 40 mil estudantes, 2.600 docentes e 2.800 técnicos-administrativos, o que torna ainda mais essencial aperfeiçoar nossas relações humanas”, acrescentou.

O dirigente elogiou o trabalho conduzido pelo professor Roberto e pela pró-reitora Sandra, que acompanham de perto o desenvolvimento da iniciativa. “Quero parabenizar todos os envolvidos, especialmente a coordenação de Psicologia, por trazer à pauta um tema tão relevante”, afirmou. Ele reforçou que a gestão universitária deve não apenas acompanhar, mas também apoiar ações que promovam melhorias no bem-estar da comunidade acadêmica. “É um assunto de extrema importância, e a Universidade precisa continuar avançando nesse sentido”, concluiu.

A pró-reitora Sandra (Prodegesp) reafirmou o compromisso da UFSC em priorizar o fator humano como elemento central para um ambiente de trabalho saudável. “Queremos que o nosso local de trabalho seja mais do que uma segunda casa; que seja um espaço onde sintamos prazer em estar, orgulho do que fazemos, com quem fazemos e pelo que fazemos”, declarou. Ela salientou a relevância de cultivar relações saudáveis e respeitosas, destacando que iniciativas como o workshop contribuem diretamente para um clima institucional mais acolhedor. Além disso, informou que, no dia 18, será debatida e apreciada no Conselho Universitário a minuta da resolução sobre prevenção ao assédio moral, sexual e à discriminação.

Sandra explicou também que a proposta de resolução foi construída de forma colaborativa e revisada para atender às diretrizes governamentais, posicionando a Universidade entre as primeiras a se alinhar a essas normas. “Essa proposta é de vanguarda, e convido todos a acompanharem de perto esse processo”, disse, adiantando que a minuta será publicada em breve. A gestora mencionou ainda a discussão iminente sobre outro tema relevante: Teleflex, que trata das relações de trabalho e da organização da jornada. “Esses assuntos evidenciam o compromisso da Universidade com a melhoria contínua das relações e do ambiente laboral”, finalizou.

A apresentação proporcionada pelo professor Roberto evidenciou que os riscos psicossociais no trabalho englobam elementos como estresse ocupacional, pressão excessiva, assédio moral, ausência de autonomia e sobrecarga de tarefas, fatores capazes de afetar de forma significativa a saúde mental e física dos trabalhadores. A atenção crescente a esses aspectos indica uma mudança de paradigma nas políticas de saúde ocupacional, que passam a reconhecer o papel central dos componentes psicológicos e sociais no bem-estar no trabalho.

O coordenador contextualizou que estudos ao longo do século XX já identificavam o impacto direto do trabalho na saúde das pessoas, gerando danos físicos e psíquicos. Nesse período surgiu um modelo, em 1979, voltado a compreender como variáveis como estresse, autonomia e condições ambientais influenciavam os trabalhadores. Em 1984, o conceito de risco institucional relacionado ao trabalho foi oficialmente reconhecido durante um congresso da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo incorporado ao glossário da OIT. “Esse marco conferiu reconhecimento global ao tema e reforçou a importância da interação entre ambiente laboral e saúde”, apontou.

Na década de 1990, o pesquisador britânico Tom Cox apresentou um modelo inovador que abordava o conceito de “Perigo Psicológico”. Segundo Cox, os estressores no ambiente de trabalho não apenas geram consequências, mas também constituem causas diretas de problemas psicológicos. O modelo foi amplamente discutido, especialmente pelo Health and Safety Executive (HSE), no Reino Unido, que desenvolveu instrumentos como o questionário HRC-IT, hoje adaptado e utilizado no Brasil. Estimulada por organizações brasileiras, essa ferramenta tornou-se referência nas avaliações de fatores de risco psicossociais, reforçando a necessidade de metodologias mais robustas para investigar essas questões.

Já nos anos 2000, as discussões se voltaram para estratégias de prevenção e pós-venção dos riscos psicossociais. Publicações do período confirmaram o impacto dos estressores laborais nos transtornos mentais e em problemas musculoesqueléticos, frequentemente associados a afastamentos do trabalho. Especialistas alertam que “avaliar riscos psicossociais não é tarefa simples, pois suas causas são múltiplas e seus efeitos podem levar anos para se manifestar”. Nesse cenário, as normas são apontadas como ferramentas que orientam ações preventivas, cabendo à ciência definir conceitos e métodos. “O objetivo final é reduzir as fontes de risco e ampliar os fatores de proteção, sempre priorizando a saúde e a segurança no ambiente laboral”.

Entre os destaques, também foi apresentado um protótipo digital de avaliação de Fatores de Risco Psicossociais Relacionados ao Trabalho, desenvolvido na própria UFSC. A solução foi concebida com ênfase no setor público, visando oferecer ferramentas mais adequadas para identificar e administrar riscos psicossociais nesse contexto específico.

 

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
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