Reitoria visita estação da UFSC e conhece avanços na pesquisa em maricultura

12/09/2025 12:57

Visita do reitor Irineu Manoel de Souza à Estação de Maricultura Elpídio Beltrame (EMEB), na Barra da Lagoa. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

A Estação de Maricultura Elpídio Beltrame (EMEB), vinculada ao Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebeu na manhã desta quinta-feira, 11 de setembro, a visita do reitor Irineu Manoel de Souza, que esteve acompanhado do assessor do Gabinete, Alexandre Verzani, e da pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Sandra Carrieri. O encontro teve como objetivo prestigiar a estrutura de ensino, pesquisa e extensão que completa 40 anos em 2025, localizada na Barra da Lagoa, em Florianópolis (SC), bem como apresentar à Reitoria os projetos desenvolvidos nos laboratórios. Também participaram da visita a diretora do CCA, Marlene Grade, a chefe do Departamento de Aquicultura (AQI), Monica Yumi Tsuzuki, o administrador Carlos Alberto Sapata Carubelli, além de professores, estudantes e técnicos da unidade.

Com uma área construída de 9.800 m², a Estação abriga laboratórios dedicados a pesquisas e projetos relacionados ao cultivo de camarões, peixes marinhos nativos, moluscos e algas marinhas: o de Piscicultura Marinha (LAPMAR), o de Peixes Ornamentais (LAPOM), o de Moluscos Marinhos (LMM), o de Camarões Marinhos (LCM) e o de Cultivo de Algas (LCA).

A programação iniciou com um café da manhã oferecido à Reitoria, preparado com produtos resultantes dos próprios cultivos e pesquisas da Estação, como pão de alga, salicórnia e alecrim-do-mar. Na sequência, os visitantes conheceram o projeto pioneiro de reprodução de ouriço-do-mar em ambiente controlado, desenvolvido em parceria entre o LCM e o LMM. Pela primeira vez no país, a espécie foi produzida em laboratório, trabalho conduzido pelo pesquisador Cássio de Oliveira Ramos, que tem recebido destaque na mídia nacional.

Ainda durante a visita, foram apresentadas as atividades em andamento no LCA, sob coordenação do professor Roberto Derner e do biólogo Rafael Garcia Lopes. No LCM, o grupo acompanhou os estudos relacionados ao cultivo multitrófico integrado – sistema sustentável que combina a criação de camarões, peixes, macroalgas e plantas halófitas, como salicórnia e alecrim-do-mar. A pesquisa é conduzida pelo professor Walter Quadros Seifert, pelo pesquisador Felipe do Nascimento Vieira, pelas biólogas Cláudia Machado e Cibele Tesser, e pelo professor Frank Bellettini.

O roteiro incluiu ainda a visita ao LAPOM, conduzida pela professora Mônica Tsuzuki e pela engenheira de Aquicultura Renata Ávila Ozório, que apresentaram exemplares de cavalos-marinhos, peixe-palhaço e outras espécies de interesse ornamental. No LAPMAR, os visitantes acompanharam os projetos voltados ao cultivo de tainha e miragaia, sob responsabilidade da professora Aline Brum Figueredo Ruschel e do engenheiro de Aquicultura Caio Cesar França Magnotti.

A visita foi concluída no LMM, marco inicial da maricultura de ostras em Santa Catarina. Responsável por quase 100% da produção de sementes de ostras no Estado, o Laboratório registrou, no último ano, a marca de 70 milhões de sementes produzidas, destinadas tanto a maricultores locais quanto de outras regiões do Brasil. O setor é supervisionado pelo oceanólogo Cláudio Blacher e pelo professor Cláudio Manoel Rodrigues de Melo.

Para o reitor Irineu Manoel de Souza, a Estação “é um patrimônio acadêmico e científico da Universidade, com atuação reconhecida nacionalmente. Projetos como a reprodução inédita de ouriços-do-mar de forma controlada e a produção de sementes de ostras que abastecem maricultores em todo o Brasil demonstram o caráter estratégico desta unidade”. Reconheceu que “esse trabalho só é possível graças à dedicação diária de pesquisadores, técnicos, estudantes e profissionais que mantêm em funcionamento a infraestrutura e a excelência científica da unidade, mesmo diante das limitações orçamentárias que desafiam a universidade pública. A Reitoria reafirma seu compromisso de fortalecer essas iniciativas que, com conhecimento, esforço e responsabilidade, unem ciência, impacto social e preservação ambiental em benefício da sociedade.”

Laboratórios do EMEB

Laboratório de Camarões Marinhos (LCM/AQI): Foi o primeiro laboratório a ser instalado na área da EMEB. Com apoio financeiro do Programa Embrater-Sudepe-BIRD e da Fundação Banco do Brasil, o LCM foi concebido para apoiar o desenvolvimento do cultivo de camarões em Santa Catarina, atuando na pesquisa, ensino e extensão, especialmente na produção de pós-larvas para atender o setor produtivo. Desenvolve pesquisas sobre a nutrição de camarões.

Laboratório de Piscicultura Marinha (LAPMAR/AQI): Iniciou suas atividades em 1990. Inicialmente, estudou duas espécies de robalo, peixes valorizados no mercado. Mais recentemente, o LAPMAR retomou estudos com a tainha, uma das primeiras espécies marinhas estudadas no Brasil, que havia tido as pesquisas paralisadas desde a década de 1990. Atualmente, a tainha e o robalo são vistos como alternativas interessantes para as fazendas de carcinicultura marinha. O LAPMAR estuda espécies e apoia produtores e parceiros no desenvolvimento de tainhas, robalos e sardinhas.

Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM/AQI): Desde 1995, o LMM desenvolve pesquisas na área de reprodução e produção de formas jovens de moluscos nativos. Através do desenvolvimento tecnológico, o laboratório apoia o crescimento da maricultura no estado. Seu foco principal é a produção de sementes de ostras nativas e ostras do pacífico, atendendo cerca de 80 produtores, principalmente na Grande Florianópolis, com uma produção média anual de 45 milhões de sementes. O trabalho desenvolvido pelo LMM/AQI/UFSC é um destaque na maricultura de Santa Catarina.

Laboratório de Cultivo de Algas (LCA/AQI): Implantado a partir da estrutura física do Setor de Microalgas do LCM, o LCA inicialmente dedicava-se exclusivamente à produção de culturas de microalgas para a alimentação de larvas de camarões marinhos. A partir de 2003, suas linhas de pesquisa foram direcionadas para a aplicação biotecnológica das microalgas. Em 2010, teve início a Seção de Macroalgas dentro da EMEB, com o objetivo de desenvolver pesquisas relacionadas ao cultivo massivo e agregação de valor a macroalgas de interesse comercial. Diversos estudos sobre cultivo integrado com camarões e moluscos estão sendo realizados, além de pacotes tecnológicos de espécies e trabalhos junto a produtores de moluscos para oferecer uma nova fonte de renda. Estudos liderados pela professora Leila Hayashi no contexto da EMEB foram fundamentais para a autorização de cultivo comercial da macroalga Kappaphycus Alvarezii em Santa Catarina.

Laboratório de Peixes Ornamentais (LAPOM/AQI): Integrado à Estação em 2009, o LAPOM desenvolve tecnologia para a produção de peixes ornamentais marinhos, com foco em espécies nativas e ameaçadas de extinção.

A EMEB, e, por extensão, seus laboratórios, contaram com o apoio de diversas instituições para sua criação e instalação, incluindo o Governo de Santa Catarina, a Fundação de Amparo a Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) e a Agência Canadense de Cooperação Internacional, que forneceu aporte técnico e financeiro ao Projeto Brazilian Maricultura Linkage Program (BMLP). Existe também uma parceria com o Projeto Tamar – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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Restaurante Universitário da Trindade fecha para manutenção entre 12 e 14 de setembro

03/09/2025 09:15

O Restaurante Universitário da UFSC do Campus Trindade, em Florianópolis, passará pela sétima etapa do plano de manutenção contínua e estará fechado nos dias 12 de setembro, somente no jantar, e nos dias 13 e 14 de setembro, no almoço e jantar. O Restaurante Universitário do Centro de Ciências Agrárias (CCA), no Itacorubi,  estará aberto para atender a comunidade da UFSC Trindade.

A etapa de setembro do Plano de Manutenção Continuada do RU contará com serviços de reparo e limpeza da rede de esgoto externa, bem como manutenções nas instalações elétricas e hidrossanitárias internas, dos espaços do refeitório, cozinha e auxiliares.

Também serão realizados os serviços de desinsetização e a continuidade dos serviços de levantamento e diagnóstico da rede de esgoto, com o intuito de confeccionar proposta de intervenção e melhoria do sistema de esgotamento da cozinha. A reabertura do RU, campus Trindade, está prevista para o dia 15 de setembro.

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Cannabis Medicinal: UFSC reforça necessidade da cadeia produtiva e de conhecimento em SC

26/08/2025 10:59

Audiência pública realizada no dia 25 de agosto, na Alesc, sobre a regulamentação e o uso da Cannabis Medicinal no estado. Imagem: TVAL

A audiência pública realizada na noite desta segunda-feira, 25 de agosto, no Auditório Antonieta de Barros, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), fortaleceu o debate sobre a regulamentação e o uso da Cannabis Medicinal no estado, ampliando o diálogo com a sociedade sobre os benefícios e desafios relacionados ao seu uso terapêutico no tratamento de doenças crônicas e neurológicas.

O evento reuniu parlamentares, médicos, pesquisadores, advogados, pacientes, cuidadores e familiares para discutir políticas públicas que garantam maior acesso da população catarinense aos tratamentos à base de cannabis, enfrentando barreiras legais e econômicas que impõem dificuldades a diversas famílias. Atualmente, muitos pacientes dependem de processos judiciais ou da importação de medicamentos de alto custo, o que limita o direito constitucional à saúde.

Entre os pontos centrais do debate foi a ampliação do acesso à cannabis medicinal como recurso terapêutico para diferentes condições de saúde, a redução da judicialização e o fortalecimento da pesquisa científica sobre o tema. Além disso, foi discutida a criação de uma cadeia produtiva própria em Santa Catarina, com potencial para gerar emprego, renda e inovação. A audiência também abordou experiências já existentes no estado e no Brasil, incluindo aspectos relacionados à regulamentação, distribuição, prescrição médica e acompanhamento dos tratamentos.

A discussão da temática foi promovida pela Comissão de Saúde da Alesc e pelo Gabinete da deputada estadual Ana Paula da Silva (Paulinha), após a implementação da Lei Estadual 19.136 de 2024, que regulamenta o fornecimento de medicamentos à base de cannabis por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), abordando aspectos legais, médicos, sociais e sanitários. A audiência destacou a experiência e os desafios enfrentados por pacientes, famílias e associações, como a Santa Cannabis, na busca por acesso e qualidade do tratamento. Além disso, foram apresentadas evidências científicas e propostas de colaboração entre entidades governamentais, universidades e associações para otimizar a produção local, capacitar profissionais de saúde e expandir o alcance da terapia. O evento, ainda, reforçou a necessidade de superar barreiras burocráticas e ideológicas para garantir que mais catarinenses se beneficiem da cannabis medicinal.

Na mesa de abertura a participação de dois professores da UFSC: Rubens Nodari, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), e Rui Prediger, do Centro de Ciências Biológicas (CCB). Ambos os pesquisadores reiteraram a importância da ciência e da pesquisa para o avanço do uso da cannabis medicinal, bem como a necessidade de quebrar preconceitos e criar uma cadeia produtiva e de conhecimento em Santa Catarina. Também acompanharam a audiência o pró-reitor de pesquisa e Inovação da Universidade, Jacques Mick, e a professora do CCA e diretora de Pós-Graduação da UFSC, Rosete Pescador.

O professor de Agronomia, Rubens Nodari, contextualizou que “a cannabis é uma das cinco plantas sagradas da China” e “foi utilizada como alimento pelas antigas civilizações, devido à similaridade de seus grãos com outros cereais”. Nodari ressaltou que a proibição da planta se estabeleceu por interesses econômicos devido aos seus inúmeros benefícios.

O professor Rubens trouxe a mensagem de colegas da UFSC e de outras faculdades de Agronomia do estado que pesquisam formas de produção em conjunto com as associações. Ele sugeriu que é possível avançar no desenvolvimento da cultura da cannabis através de “estudos de aclimatação, diminuição do custo de produção, propagação adequada e desenvolvimento de variedades que, eventualmente, tenham a combinação de compostos mais adequados para diferentes patologias”.

Nodari defendeu a ampliação da produção “junto à agricultura familiar, de forma agroecológica e sem o uso de químicos”, para preservar os compostos da planta. Ele argumentou que isso fortaleceria a cadeia produtiva e traria independência ao país no tratamento da saúde, promovendo um acesso mais justo e democrático.

O docente mencionou que, nos Estados Unidos, a área cultivada de cannabis dobra anualmente, com produtores de soja migrando para esse mercado. No entanto, esses produtos são exportados para o Brasil a “preço de ouro”. A participação da agricultura catarinense, segundo ele, visa criar uma cadeia produtiva local e evitar essa dependência.

O professor de Farmacologia, Rui Prediger, abordou que a UFSC “é protagonista nas pesquisas que envolvem substâncias canabinoides”, com estudos iniciados já na década de 1980 pelo professor Reinaldo Takahashi. Atualmente, o CCB “conta com mais de 800 pesquisadores e dezenas de laboratórios” dedicados a essas investigações.

Em colaboração com o professor Francisney Nascimento, a UFSC tem conduzido “os dois maiores estudos a nível mundial com doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, realizados em solo brasileiro e catarinense”.

Um ponto crucial, segundo Prediger, é “a capacitação dos profissionais de saúde”, não apenas médicos, mas também enfermeiros, farmacêuticos e nutricionistas. Ele mencionou o curso de Endocanabinologia da UFSC, em parceria com o Instituto Dalla, que “já capacitou mais de 2 mil profissionais no Brasil e países vizinhos”.

O professor Rui explicou que a Endocanabinologia estuda as substâncias canabinoides produzidas pelo próprio organismo humano e de outros animais. “Com o envelhecimento ou em condições patológicas, pode haver um desequilíbrio na produção dessas substâncias”. O tratamento com cannabis, nesse contexto, é visto como uma reposição de substâncias naturais, similar à reposição hormonal ou de vitaminas.

Prediger concluiu reafirmando que a UFSC, juntamente com a comunidade catarinense e os parlamentares, “está à disposição para ampliar essa formação tanto para estudantes da área da saúde quanto para profissionais de todo o estado”.

“Hoje temos uma discussão mais ampla sobre o medicamento, mas precisamos, de fato, das plantas para produzir esses medicamentos ou os compostos”, afirmou a professora Rosete Pescador, em sua participação na audiência. Ela sugeriu que a Secretaria da Agricultura deveria participar mais ativamente desse debate, com o objetivo de promover uma colaboração mais próxima com a agricultura familiar. “O plantio da cannabis na agricultura familiar, além de garantir a produção dos compostos, também fortalece a própria agricultura familiar no sentido de ganho financeiro”, destacou.

Rosete também apontou os desafios enfrentados pelas universidades no desenvolvimento de pesquisas relacionadas à planta, principalmente pela falta de segurança jurídica. A pesquisadora ressaltou ainda as potencialidades do CCA para contribuir com o desenvolvimento da cadeia produtiva da cannabis. “Temos muitas expertises no CCA que poderiam contribuir para o melhoramento das plantas, o controle de doenças e a propagação, especialmente em sistemas indoor, que é onde atuo como pesquisadora”, explicou.

Por último, a docente destacou a importância de a Universidade estar inserida em todas as etapas do processo. “Acho que esse momento é muito importante para fortalecermos essa linha e avançarmos nos passos necessários para o desenvolvimento dessa cadeia produtiva”, concluiu.

Assista à audiência pública na íntegra:

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

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UFSC promove evento multidisciplinar sobre Cannabis e a conexão com ciência e saúde

21/07/2025 19:06

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realiza, nesta segunda e terça-feira, 21 e 22 de julho, o FloriCannabis ConexõeS – Ciência e Saúde: Diálogos Multidisciplinares sobre a Cannabis Sativa e suas Interfaces Sociais, Científicas e Institucionais. Promovido em parceria com a Associação Cannabis Sem Fronteiras (ACSF) e o Centro de Ciências Agrárias (CCA), o evento reúne especialistas, pacientes, representantes do poder público, ativistas e a comunidade em geral, configurando-se como um marco no diálogo sobre os potenciais da planta e suas implicações sociais e científicas.

A abertura oficial do evento ocorreu no Auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, e trouxe momentos marcantes com uma apresentação cultural e o depoimento comovente de uma mãe que relatou os desafios enfrentados na busca pelo tratamento à base de Cannabis para seu filho. Para suavizar o impacto emocional do depoimento, a mediação foi conduzida por Moriel da Costa, guitarrista da banda Dazaranha, que trouxe um tom descontraído à cerimônia.

O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, presente na ocasião, destacou a relevância do evento, afirmando que é mais que uma iniciativa acadêmica, “um movimento em direção a um futuro mais consciente, inclusivo e informado”. “Como universidade pública temos o compromisso de transformar a sociedade, promover debates relevantes como este e contribuir para um mundo mais justo e solidário”, complementou. Durante a abertura, outros representantes institucionais e ativistas reforçaram a importância de ocupar espaços acadêmicos para debater o tema. Jean Medeiros e Paulinho Coelho, presidente e vice da ACSF, respectivamente, destacaram os impactos do proibicionismo na relação da sociedade com a Cannabis e celebraram o evento como uma oportunidade única de transformação, lembrando que “o maior combustível dos ativistas é ver famílias retomando qualidade de vida e a felicidade de crianças e idosos”.

Os pró-reitores Jacques Mick (Pesquisa e Inovação) e Werner Krauss (Pós-Graduação) reforçaram o papel da UFSC na produção e disseminação do conhecimento científico sobre a Cannabis. Mick mencionou que a Universidade tem uma longa trajetória de pesquisa com a planta, iniciada nos anos 1980, e que “atualmente lidera estudos sobre os efeitos da Cannabis em doenças como Alzheimer e Parkinson”, além de explorar usos industriais, como fibras para os setores têxtil e de papel. Krauss, por sua vez, destacou que o conhecimento científico é fundamental para combater estigmas e avançar em direção a uma regulamentação mais justa e inclusiva. Ele ainda mencionou a necessidade de criação de uma rede colaborativa de programas de pós-graduação voltada a estudos da temática.

Outro ponto destacado foi a participação da UFSC, ao lado de 28 instituições federais e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em um grupo de trabalho voltado para a regulamentação do plantio de Cannabis para fins de pesquisa. As professoras Marlene Grade, diretora do CCA, e Rosete Pescador, diretora de Pós-Graduação, conectaram o evento à trajetória do centro de ensino, que celebra 50 anos em 2025, ressaltando que “a Cannabis, ao ser resgatada do estigma, representa regeneração: de solos, de saúde, de desigualdades e de saberes”. Marlene também reforçou o compromisso do CCA com a justiça ambiental e a valorização de conhecimentos tradicionais.

A programação do primeiro dia incluiu painéis sobre a cadeia produtiva da Cannabis, oficinas práticas sobre o uso de fibras de cânhamo, rodas de conversa sobre integração de estudantes e pesquisadores canábicos, além de diálogos sobre ancestralidade, saúde e os 100 anos de proibição da planta. No segundo dia, estão programadas discussões sobre o futuro da regulamentação, saúde integral e os impactos sociais e ambientais da planta. O evento se encerrou com exposições e reflexões finais, consolidando-se como um marco na construção de pontes entre ciência, sociedade e justiça social.

Mais informações no Instagram oficial do evento: @floricannabisconexoes.

Rosiani Bion de Almeida / SECOM UFSC
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Restaurante Universitário fecha no recesso acadêmico para serviços de manutenção

17/07/2025 13:00

O Restaurante Universitário (RU) do campus Trindade, em Florianópolis, estará fechado entre os dias 19 de julho e 5 de agosto, durante o recesso acadêmico. Nesse período será realizado o levantamento completo do sistema hidrossanitário da edificação, com a elaboração da documentação técnica referente ao Projeto Hidrossanitário (As-Is), abrangendo as redes de água e esgoto. Além disso, serão realizados serviços de manutenção nas redes hidrossanitárias e de gás, reparos em equipamentos, desinsetização, limpeza e manutenção elétrica.

Durante o fechamento, o RU do Centro de Ciências Agrárias (CCA) permanecerá aberto para almoço e jantar todos os dias, incluindo sábados e domingos.

A reabertura do RU, campus Trindade, está prevista para o dia 6 de agosto.

 

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