UFSC apresenta minuta da sua política de combate à evasão e inicia consulta pública

29/09/2025 17:40

Apresentação da Minuta da Política Institucional de Combate à Evasão, na Sala dos Conselhos da UFSC. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou na tarde desta segunda-feira, 29 de setembro, na Sala dos Conselhos, com transmissão ao vivo, a apresentação da Minuta da Política Institucional de Combate à Evasão. A iniciativa busca definir diretrizes, responsabilidades e ações abrangentes voltadas à prevenção, ao acompanhamento e ao apoio à permanência estudantil, além de enfrentar os desafios relacionados à evasão universitária. O evento foi conduzido pela Assessoria de Acompanhamento de Evasão, Permanência e Egressos, vinculada à Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd).

Na mesa estavam a assessora e professora Andressa Sasaki Vasques Pacheco, a pró-reitora Dilceanne Carraro (Prograd), e o reitor Irineu Manoel de Souza. A apresentação contou também com a presença de diretores de centros de ensino, secretários, pró-reitores, servidores técnicos e professores, e estudantes.

Dilceanne destacou durante sua fala o significado do momento, que representa o avanço em uma tarefa assumida pela Pró-Reitoria no início da atual gestão: a construção de uma política institucional e de uma rede coordenada de enfrentamento à evasão. Ela lembrou que, ao assumirem em 2022, o desafio era ainda maior devido ao contexto de retomada pós-pandemia. “Saíamos de um período crítico em que muitos estudantes estavam em situação de abandono ou desvinculados da universidade por diferentes motivos”, afirmou.

Na mesa estavam a assessora e professora Andressa Sasaki Vasques Pacheco, a pró-reitora Dilceanne Carraro (centro), e o reitor Irineu Manoel de Souza

A pró-reitora explicou que, naquele ano, foram criadas frentes de atuação dentro da Prograd, incluindo a formação de uma comissão e a colaboração de especialistas, como a professora Andressa e a técnica em Assuntos Educacionais Juliana Blau. “Essa comissão se dedicou a realizar um diagnóstico detalhado da evasão na universidade, com base em dados do sistema acadêmico. Os resultados foram apresentados à comunidade universitária em um documento público, que serviu como ponto de partida para o trabalho que nos trouxe até aqui”, ressaltou.

Segundo Dilceanne, duas frentes de trabalho foram estruturadas a partir desse diagnóstico. A primeira foi a criação de um sistema de acompanhamento atualizado, com dados abertos à comunidade por meio do Observatório UFSC. A segunda frente foi a elaboração da minuta da política institucional de combate à evasão, coordenada pela Prograd, com colaboração dos centros de ensino e das coordenações de curso. “A política prevê uma atuação integrada, com atribuições bem definidas para diferentes setores da universidade, como a PRAE e a Proafe, que já desenvolvem ações voltadas à permanência estudantil”, afirmou, ressaltando que o objetivo é não apenas monitorar os dados, mas também buscar e apoiar os estudantes de forma mais ativa.

Dilceanne frisou ainda que a minuta será disponibilizada para consulta pública e contribuições. “Queremos que essa política vá além de uma medida administrativa. Nosso objetivo é que seja um esforço coletivo envolvendo todos os setores, para enfrentarmos um dos maiores desafios da universidade”, concluiu.

O reitor Irineu reforçou a relevância do evento, destacando que a política de combate à evasão é uma prioridade para a gestão atual e faz parte do projeto de desenvolvimento institucional. “Este é um marco importante para a universidade. A evasão é um problema enfrentado por instituições no mundo inteiro, mas nossa missão é reduzi-lo e fortalecer a permanência dos nossos estudantes”, afirmou. Ele elogiou o trabalho das comissões lideradas pelas professoras Andressa e Dilceanne e enfatizou a importância de garantir que todas as vagas públicas sejam preenchidas. “Neste ano, tivemos apenas nove vagas não ocupadas no vestibular, o que reflete nosso esforço em garantir o acesso. Agora, nosso foco é aprimorar as estratégias de retenção e permanência”, declarou.

Irineu também anunciou a criação de funções específicas que atuarão em parceria com as coordenações de curso e a Prograd. “Essa estrutura será um diferencial para a UFSC. Não conhecemos outra universidade que tenha algo semelhante. É um esforço coletivo que envolve a Prograd e diversos outros setores institucionais”, destacou.

O reitor acrescentou que a proposta será submetida ao Conselho Universitário e demonstrou confiança em sua aprovação. “Estamos certos de que essa será uma política transformadora para a UFSC, fortalecendo nossa capacidade de garantir a permanência e o sucesso acadêmico dos nossos estudantes”, finalizou.

A professora Andressa iniciou sua fala ressaltando sua experiência como pesquisadora em evasão e o convite recebido para colaborar com a UFSC nesse tema. “Fui convidada para contribuir com um diagnóstico quantitativo sobre a evasão na universidade, que apresentamos no ano passado e no início deste ano”, explicou. Ela destacou que o foco atual é a elaboração de uma política de combate à evasão, que ao final da sua apresentação, a minuta será submetida à consulta pública.

Andressa enfatizou que a política foi elaborada por uma comissão interdisciplinar composta por estudantes, técnicos e professores, que trabalharam de forma colaborativa por sete meses. “Foi um esforço coletivo para criar uma estrutura que pudesse liderar as discussões sobre evasão e, principalmente, implementar ações de busca ativa de estudantes, que é a essência dessa política”, explicou. Ela reforçou que a evasão é um fenômeno complexo e multifatorial, sendo um desafio enfrentado por instituições em todo o mundo. “Não existe uma solução única. Cada universidade precisa construir estratégias que respeitem seu contexto. A evasão é mais do que uma questão acadêmica; ela representa a interrupção de um sonho, a perda de um investimento pessoal e um obstáculo para o futuro do estudante”, disse.

Andressa Sasaki Vasques Pacheco, professora da UFSC e assessora de Acompanhamento de Evasão, Permanência e Egressos

A professora detalhou que a política propõe a criação de um setor central vinculado à Prograd, responsável pela coordenação estratégica, e setores locais em cada centro de ensino. “Esses setores locais atuarão diretamente na busca ativa, no acompanhamento dos estudantes e no encaminhamento de suas demandas. A descentralização é essencial para respeitar as especificidades de cada centro de ensino”, afirmou. Andressa também destacou que a política será guiada por dados, com o desenvolvimento de sistemas e dashboards que permitirão monitorar indicadores de evasão e permanência em tempo real. “Essas ferramentas já estão disponíveis no Observatório UFSC, permitindo que gestores e coordenadores tomem decisões mais informadas”, disse.

Sobre os próximos passos, Andressa convidou a comunidade universitária a participar da consulta pública. “Queremos ouvir sugestões para aprimorar a política. Nossa proposta é que a política seja continuamente monitorada e avaliada, permitindo ajustes ao longo do tempo”, explicou. Ela concluiu agradecendo aos membros da comissão pelo trabalho realizado e destacou que “a política é fruto de um esforço coletivo para garantir o sucesso acadêmico e a plena afiliação dos estudantes na UFSC”.

A Consulta Pública, aberta nesta data, ficará disponível até o dia 12 de outubro. Participe e contribua com suas sugestões!

Mais informações:

Site: evasao-prograd.ufsc.br

Telefone e WhatsApp: +55 (48) 3721-4868

E-mail: evasao@contato.ufsc.br

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Fotos: Gustavo Diehl | Agecom

 

 

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Comissão analisa dados com objetivo de aumentar número de concluintes nos cursos da UFSC

02/12/2024 16:03

Dados parciais foram apresentados nesta segunda-feira em evento público (Fotos: Mateus Mendonça)

A busca ativa de estudantes para favorecer a permanência e o êxito, a análise dos currículos e a análise qualitativa e quantitativa de fatores que levam à desistência ou abandono são algumas das propostas da Comissão de Análise da Evasão e Retenção nos Cursos de Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina para aumentar o percentual de estudantes que se formam. O grupo, que agora é permanente, apresentou nesta segunda-feira, 2 de dezembro, dados parciais de um estudo realizado em todos os cursos e campi da UFSC.

“O fenômeno da evasão, em toda sua multidimensionalidade, é uma preocupação entre educadores(as) de todo o mundo”, avalia o documento assinado pelo grupo. O objetivo do trabalho multidisciplinar é se debruçar sobre dados concretos para minimizar os efeitos econômicos, sociais e organizacionais da evasão. O trabalho é liderado pela Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd).

O Censo da Educação Superior divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) em outubro deste ano revela que, no Brasil, 51% dos alunos cotistas da rede federal concluíram o curso, enquanto o índice entre os não cotistas foi de 41%. No estudo da UFSC, o foco foram as matrículas, não os CPFs – isso significa que situações de alunos que saíram de um curso e reingressaram em outro, por exemplo, não estão contempladas nessa análise.

O estudo cobre o período de 2008 a 2023. Na análise de evasão parcial, 45,6% das matrículas evadiram e 31% se formaram, enquanto 23,4% estão com o status de regular, podendo futuramente se formar ou evadir. Ao longo do tempo, os anos de 2008 e 2009 indicavam índices de formandos acima do índice de desistentes. Entre 2011, 2012 e 2013, no entanto, houve uma inversão nos gráficos.

A comissão também fez análises que cruzam outros indicadores, como por exemplo o do conceito dos cursos na avaliação do MEC, além da distribuição por campus, ao longo do tempo. Os centros de ensino e a idade dos ingressantes também compõem os interesses do grupo que se debruçou sobre o assunto.

Faixa etária, raça e pontuação no Vestibular

Reitor Irineu Manoel de Souza abriu o evento e acompanhou a apresentação dos dados de evasão

No caso da faixa etária, o relatório aponta que o percentual maior de formandos está na faixa etária daqueles que ingressaram entre os 16 e 19 anos. Proporcionalmente, a evasão aumenta a partir dos 56 anos, chegando a 92% entre os ingressantes com 72 a 75 anos. Com relação ao gênero, mulheres registram o maior percentual de formadas no período de 2008 a 2023. Entre os homens, há um volume de 49% de evadidos.

Com relação à raça, pessoas negras e pardas atingem os maiores números de evasão na distribuição percentual, mas ficam atrás de uma categoria também presente na análise: a daqueles que não informaram sua raça. Entre estes, 71% estão listados como evadidos.

Outro ponto analisado pelo grupo diz respeito à pontuação para o ingresso via Vestibular e SISU e o índice de aproveitamento acumulado, dados que estariam relacionados ao desempenho e rendimento dos estudantes nos cursos. No caso do Vestibular, quanto mais alta a pontuação, menor o abandono. Esta lógica também ocorre com relação às notas durante a graduação: quanto mais altas, menores os índices de evasão.

O estudo ainda identifica o número de abandono comparativamente à questão da correspondência entre a cidade de residência e o campus onde o estudante está matriculado. O abandono é maior entre aqueles que se matriculam em cidades onde não residem.

A comissão apontou quatro sugestões administrativas para que os ​​dados e informações de interesse sejam melhor aproveitados, além de sugerir nove ações de gestão. Serão designadas comissões para elaboração da política institucional e dados e análises por dashboards. Os dados também serão apresentados, com recortes focados nos diferentes centros de ensino da UFSC.

 

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Ingresso de estudantes: atual sistema é apresentado pela gestão da UFSC

12/11/2024 17:51

A gestão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) reuniu, no dia 12 de novembro deste ano, os setores envolvidos nos processos seletivos para ingresso de estudantes na graduação da instituição. Em formato de seminário, a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd), a Comissão Permanente do Vestibular (Coperve), o Departamento de Administração Escolar (DAE) e a Superintendência de Governança Eletrônica e Tecnologia da Informação e Comunicação (SeTIC) detalharam o cenário atual para embasar futuras mudanças.

A abertura foi realizada pela pró-reitora Dilceane Carraro (Prograd) que, de forma breve, destacou que o seminário cumpre importante etapa do compromisso firmado pela atual gestão da UFSC, quanto ao aprimoramento do sistema de ingresso de estudantes em mais de 130 opções de cursos (presencial e a distância), bem como o de ocupação de vagas na Universidade. Para a pró-reitora é importante discutir o atual sistema – Concurso Vestibular (70%) e Sistema de Seleção Unificada (SiSU/MEC) (30%) -, bem como avaliar todos os tipos de processos seletivos disponibilizados durante o ano, que são 12 no total: Vestibular; Reopção; Remanescentes; Histórico Escolar; Educação do Campo; Licenciatura Indígena; Suplementares Indígenas e Quilombolas; Suplementares Negros; Refugiados; Libras EaD; Libras Presencial; e Processo Seletivo EaD.

Na mesma linha, o presidente da Coperve, Marcos Antônio Rocha Baltar, disse que o momento era de apresentar os dados de ingresso deste ano, o funcionamento dos processos seletivos, e iniciar o debate para em, um segundo momento, coletar sugestões e discutir de forma mais aprofundada o tema.

Para a vice-reitora, Joana Célia dos Passos, “as políticas precisam se fundamentar em dados da realidade para poder acontecer do melhor modo” e, que ao final dessa exposição, as informações possam se consolidar em melhorias que sejam o desejo da instituição e da sociedade. O reitor, Irineu Manoel de Souza, disse que esta discussão está se ampliando e já ocorre na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Na UFSC, o debate se inicia com a compreensão da atual sistemática, das inovações que foram implantadas, para assim sustentar futuras políticas.

Na sequência, os dados dos processos seletivos utilizados pela UFSC foram abordados pelo professor e coordenador de TI (Tecnologia da Informação) da Coperve, Frank Augusto Siqueira, e pelo professor Manoel Teixeira dos Santos. Os de chamadas e matrículas do ano de 2024, pelo diretor do DAE, Cesar Trindade Neves, e pelo analista de TI, Leonardo Meurer, da SeTIC.

As perguntas foram abertas ao público presente no auditório e na conferência web ao final das apresentações. O debate iniciou na sequência, como última parte da programação do seminário.

Rosiani Bion de Almeida | imprensa.gr@contato.ufsc.br
Coordenadoria de Imprensa do GR | UFSC

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