Parceria entre Iphan e UFSC marca início da execução de projeto inédito nas fortalezas

01/12/2025 10:19

Vista noturna do Quartel da Tropa da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim. Imagem: Joi Cletison Alves

A primeira obra que irá integrar um projeto inédito na história das fortalezas sob gestão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), requalificando os monumentos, trazendo melhorias e novas atrações turísticas, será anunciada em evento nesta quarta-feira, 3 de dezembro, às 9h, na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em Governador Celso Ramos.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fará o anúncio da programação dos Avanços do Patrimônio em Santa Catarina, em cerimônia oficial.

Essa ação vai integrar um projeto maior da UFSC: a Restauração das Fortificações Catarinenses #EuValorizoAsFortalezas, que prevê obras na fortificação, como recuperação de edifícios e novos espaços expositivos, atrações turísticas e comunicação visual, mas também soluções de acessibilidade e equipamentos renovados para atendimento ao público.

O anúncio desta quarta-feira envolve uma parceria entre Iphan e UFSC, gestora da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim desde 1979, para obras de preservação, restauração e requalificação.

Nessa fase, serão investidos R$ 17 milhões com recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Desse montante, R$ 15 milhões vão diretamente para as obras no Quartel da Tropa – o maior prédio da fortaleza – e trabalhos de arqueologia, além da criação de novos sanitários e da instalação de novas redes de infraestrutura hidráulica, elétrica e outras.

Ao todo serão investidos R$ 67 milhões

Os recursos serão transferidos do Iphan para a UFSC através de Termo de Execução Descentralizada (TED). Essa primeira intervenção de restauração e requalificação marca o início do projeto Restauração das Fortificações Catarinenses #EuValorizoAsFortalezas, criado em 2021, durante a pandemia de Covid-19, pela Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina (CFISC) da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArtE) da UFSC.

Vista da Nova Casa do Comandante da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, 1999. Imagem: Alberto L. Barckert

Esse projeto, que transformará os patrimônios culturais sob gestão da UFSC, tem aporte total de R$ 67 milhões. Inicialmente, ele foi proposto pela Fundação de Amparo à Pesquisa e à Extensão Universitária (Fapeu), com orientação da CFISC, na Chamada Pública n° 1/2021 – Resgatando a história, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em 2022, a proposta foi aprovada pelo BNDES, com investimento de R$ 32,5 milhões. Como parte do processo para aprovação, a UFSC demonstrou ao banco a contrapartida de R$ 17,5 milhões já investida nas fortificações catarinenses pelo Iphan, pelo PAC anterior e pelo Fundo de Direitos Difusos. Até então, a soma estava em R$ 50 milhões. Com mais os recursos que serão anunciados nesta quarta-feira, o total chega aos R$ 67 milhões para investimentos exclusivos nas fortalezas.

Atrações musicais e novos espaços

O projeto Restauração das Fortificações Catarinenses #EuValorizoAsFortalezas será executado em três anos. O projeto prevê mais que obras nas fortificações. Há a previsão de 25 ações complementares, que envolvem desde apresentações culturais até montagem de um ônibus e uma embarcação, ambos movidos a energia elétrica gerada por sistema fotovoltaico para visitas à Ilha de Anhatomirim e Ilha de Ratones Grande. Também estão previstos novos usos para as fortalezas, que deverão receber mais atividades turísticas e de negócios, com auditórios para promoção de eventos e novos recursos de acessibilidade. Para a cerimônia desta quarta-feira, a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim será fechada ao público pela manhã.

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Segurança nas universidades federais inspira obra que reúne experiências e propõe caminhos

28/11/2025 17:25

A extinção do cargo de vigilante no serviço público federal, há mais de duas décadas, esvaziou o quadro de servidores dedicados à segurança nas universidades federais e transferiu a atividade para empresas terceirizadas. O diagnóstico, compartilhado por profissionais de cinco instituições federais de ensino superior, embasa o livro “Segurança Pública Institucional nas Instituições Federais de Ensino Superior: desafios e soluções”, que reúne experiências práticas e propostas para repensar o setor.

A obra foi organizada por Leandro Luiz de Oliveira, secretário de Segurança Institucional da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com Aritan Ventura, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); Armando Nascimento, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Daniel Pereira, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); e Renan Canuto, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Produzida pela Editora Universitária da UFRPE e impressa na Gráfica da UFSC, a publicação conta com prefácios assinados pelos reitores das universidades envolvidas e por autoridades da área de segurança pública.

No prefácio, o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, contextualiza o problema. Segundo ele, a reforma gerencial dos anos 1990 promoveu o enxugamento da máquina estatal, valorizando terceirizações e reduzindo o número de servidores. Em 1998, a Lei 9.632 extinguiu o cargo de vigilante nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), institucionalizando a terceirização.

Leandro Luiz de Oliveira, secretário de Segurança Institucional da UFSC, é um dos autores da obra

As consequências, na avaliação do professor Irineu, incluem a dualidade de regime de trabalho entre terceirizados e servidores efetivos, alta rotatividade e falta de identidade dos funcionários com a universidade. “O tema da segurança nas universidades preocupa há muito toda a sociedade” e é “polêmico e muito debatido” dentro dos campi, afirma o reitor.

Leandro, que dirige a Secretaria de Segurança Institucional (SSI) da UFSC desde 2016, vivenciou a transformação. Servidor técnico-administrativo desde 1994, ele relata que, naquele ano, a universidade contava com cerca de 220 seguranças do quadro e não tinha terceirização. Hoje, são apenas 21 servidores de carreira, enquanto a instituição praticamente triplicou de tamanho. Nos campi de Araranguá, Curitibanos, Blumenau e Joinville, a segurança é totalmente terceirizada.

“O pessoal vai adoecendo, vai cansando. A gente acaba acumulando funções: atividade operacional e atividade administrativa”, relata o secretário, referindo-se à sobrecarga sobre o reduzido quadro de servidores, que além das operações diárias precisam lidar com licitações e elaboração de termos de referência.

Apesar das limitações de pessoal, a UFSC mantém um dos ambientes universitários mais seguros do país. Leandro destaca que a instituição possui o maior parque tecnológico de vigilância entre as universidades brasileiras, com 1.506 câmeras, cerca de 4.500 salas protegidas por alarme e uma central de monitoramento 24 horas que recebe imagens em tempo real dos quatro campi.

A política de segurança combina tecnologia com intervenções no espaço físico. Investimentos em iluminação, manutenção de equipamentos e controle de perímetro seguem princípios da arquitetura preventiva. “Manter espaços limpos, iluminados, com visibilidade, e trazer eventos culturais para ocupar a universidade ajuda na prevenção do crime”, explica o secretário.

Segurança pública, não privada

O livro defende que a atividade de segurança nas universidades federais tem natureza de segurança pública, não privada. “Primeiro, a legislação nos diferencia: você tem o Estatuto da Segurança Privada e a Lei 11.091, além do Decreto 5.624, que definem nossas atribuições”, argumenta Oliveira.

Outro diferencial apontado é o pertencimento institucional. O secretário destaca que o conhecimento do cotidiano acadêmico, da diversidade cultural e dos eventos estudantis exige uma abordagem preventiva e de diálogo. “A gente age muito na prevenção e nessa conversa com os nossos alunos. Eles participaram da proposta de política de segurança da UFSC, com Diretório Central dos Estudantes (DCE) e entidades de base envolvidos.”

O livro oferece um panorama do sistema de segurança pública e evidencia a complexidade da atividade no ambiente universitário. A estrutura começa pela revisão de conceitos e avança para a evolução da segurança universitária, a importância da reestruturação da carreira dos técnicos-administrativos na área e estudos sobre o agente de vigilância. Também discute a criação de uma polícia universitária federal e os desafios futuros do setor.

Entre as soluções defendidas pelos autores estão a reabertura de concursos específicos para segurança institucional, o reconhecimento legal da natureza de segurança pública da atividade, intervenções permanentes de ambiente e fortalecimento do monitoramento eletrônico.

Há perspectivas de avanço. Uma proposta em discussão prevê incluir, no macrocargo técnico, a especialidade de “proteção e segurança institucional”. Se aprovada pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI), com apoio da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e do Ministério da Educação (MEC), poderá viabilizar a abertura de concursos para a área.

Para o reitor Irineu Manoel de Souza, a força do livro está em aproximar teoria e prática. “O leitor terá a oportunidade de conhecer reflexões oriundas de experiências práticas dos autores, que acompanham e decidem situações reais e complexas de segurança no dia a dia”, afirma. Ele classifica a publicação como inovadora e aposta que se tornará obra de referência para profissionais e interessados no tema.

Exemplares foram encaminhados à Andifes e disponibilizados na Biblioteca Universitária (BU) da UFSC.

Mais informações: leandro.oliveira@ufsc.br

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Reitor da UFSC recebe estudantes e professores do novo curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola

28/11/2025 16:46

A Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu, nesta sexta-feira, 28 de novembro, um grupo de estudantes – em sua maioria do Quilombo Invernada dos Negros, de Campos Novos (SC) -, além de docentes da Licenciatura em Educação Escolar Quilombola e representantes do Movimento Negro Unificado (MNU). Os visitantes também participam do I Encontro do Curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola (EaD/Semipresencial), realizado nos dias 28 e 29 de novembro, na UFSC.

Integraram a agenda a coordenadora do curso, professora Maíra Samara de Lima Freire, do Departamento de Antropologia da UFSC, e Vanda Pinedo, representante do MNU, professora aposentada da rede estadual e docente na Educação Quilombola na modalidade EJA. O grupo foi recebido no Gabinete da Reitoria e, na sequência, iria visitar pró-reitorias estratégicas, em diálogo sobre a consolidação do curso – recém-implantado em formato EaD, com atividades presenciais no território.

Para a professora Maíra, a recepção institucional representa um passo simbólico e prático na trajetória da licenciatura. “Para muitas e muitos, este é o primeiro contato com a Universidade. É fundamental um acolhimento pensado para um curso que, embora seja EaD, tem especificidades porque parte das atividades ocorre dentro do território”, afirmou. Ela destacou que o encontro inaugura “um circuito de conversa e troca com a Reitoria”, fortalecendo o reconhecimento da iniciativa na UFSC. A coordenadora agradeceu “aos estudantes, aos colegas e à administração” pela acolhida que viabilizaram a agenda.

O reitor Irineu saudou o grupo e ressaltou o compromisso da UFSC com a inclusão. “Sejam todas e todos bem-vindos. Nossa Universidade é bem qualificada entre as federais, está entre as quatro melhores do Brasil”, disse. Ele lembrou que a instituição reúne cerca de 40 mil estudantes, mais de 2.800 técnicos-administrativos e 2.600 docentes. “A cada ano ampliamos cursos e programas de inclusão, buscando atender todos os setores da sociedade. Temos cotas raciais, indígenas e quilombolas”, afirmou. Apesar das restrições orçamentárias, o reitor frisou a continuidade das atividades: “Há uma luta constante para manter a Universidade funcionando, e felizmente temos conseguido. A UFSC é bem avaliada pelos órgãos educacionais e pela sociedade, e segue bastante procurada nos vestibulares”.

Na pauta, surgiram demandas de infraestrutura para o polo presencial no território. Maíra relatou que o Polo de Educação Escolar Quilombola “está em processo de consolidação” no Quilombo Invernada dos Negros e requer definição de espaço físico e de logística. “Hoje, embora o curso seja EaD, as aulas também ocorrem presencialmente e ainda não temos um local adequado para oferecê-las. Além disso, há o desafio do transporte: professores saem de Florianópolis para o território e nem sempre há condução para os estudantes”, apontou. Segundo a professora, a turma iniciou com 30 matriculados em abril e atualmente conta com 23 estudantes. “Temos uma rede de docentes da UFSC e convidados externos; é um curso financiado pela Capes. Este momento serve para compartilharmos como o curso se encontra e compreendermos como tem funcionado na prática”, completou. As visitas incluem a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), a Pró-Reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (Prae), a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd) e o Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (Piape).

Representando o MNU, Vanda Pinedo agradeceu a recepção e resgatou o histórico da luta pela licenciatura. “Lançar a licenciatura quilombola é um desafio que carregamos desde 2013. Conversamos sobre isso com o professor Irineu logo após sua posse. É um feito de 12 anos”, afirmou. Ela citou contribuições que “ajudaram a fazer, lá em 2013, o primeiro lançamento da perspectiva de uma licenciatura quilombola na UFSC”.

Vanda reforçou a defesa da universidade pública. “Queremos verba pública para a universidade pública. Refutamos que essa licenciatura seja ofertada por uma instituição privada”, disse. Segundo ela, o MNU “brigou para que a licenciatura saísse pela Universidade Federal”, por entender que são as universidades públicas que “acolhem as comunidades desfavorecidas”. “Às vezes somos criticados por não ter começado antes, mas não gostaríamos que o orçamento federal desse suporte a privadas que não acolhem nossas comunidades”, afirmou. Ela parabenizou a equipe: “Sob coordenação da professora Samara, queremos o melhor na formação superior dos estudantes quilombolas. Há passos a avançar em 2026 para melhorar a estrutura e dar andamento aos projetos, mas estamos extremamente felizes por a licenciatura ser uma realidade – e em uma universidade pública”.

Ao final, o reitor Irineu reiterou o alinhamento institucional com a iniciativa. Para ele, o momento “é importante” e está em sintonia com a função da universidade pública: “atender todas as dimensões da sociedade”. “A UFSC tem se esforçado, apesar das dificuldades, para ampliar a inclusão”, concluiu.

Sobre o curso

A Licenciatura em Educação Escolar Quilombola (LEEQ) EaD/UFSC é ofertada no âmbito do Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (Parfor Equidade).

O LEEQ/UFSC, na modalidade a distância e em regime de alternância, está vinculado ao Departamento de Antropologia e ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). O objetivo é formar profissionais para o exercício docente na educação básica, em escolas de comunidades quilombolas ou que atendem estudantes quilombolas.

A proposta habilita professoras e professores para atuar no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, nas áreas de Linguagens; Ciências da Natureza e Matemática; e Ciências Humanas e Sociais. Visa ao pleno exercício da docência em uma perspectiva plural, anticolonial e transformadora, ampliando o aporte estrutural e legal relacionado à realidade e aos territórios quilombolas.

A Educação Escolar Quilombola baseia-se solidamente na tradição quilombola e promove uma educação sociocultural que integra ancestralidade e territorialidade à prática pedagógica.

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Fotos: DI-GR | SECOM

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Editora da UFSC lança romance ‘Zama’, primeiro da Coleção de Literatura Hispano-Americana

28/11/2025 13:55

A Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) acaba de lançar “Zama”, romance do escritor argentino Antonio Di Benedetto, obra que inaugura a Coleção de Literatura Hispano-Americana traduzida ao português do Brasil. A iniciativa, coordenada pelos professores do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC, Liliana Rosa Reales e Joca Wolff, representa um marco na aproximação entre a literatura brasileira e hispano-americana.

Publicado originalmente em 1956, “Zama” conquistou o status de leitura obrigatória para uma geração de célebres escritores como Augusto Roa Bastos, Julio Cortázar, Juan Rulfo, Mario Vargas Llosa e Roberto Bolaño. O escritor argentino Juan José Saer declarou que “Zama é superior à maior parte dos romances escritos em língua espanhola nos últimos trinta anos”. A obra também recebeu elogios do prêmio Nobel de Literatura John Coetzee e, em 2017, ganhou adaptação cinematográfica dirigida por Lucrecia Martel, indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Com uma linguagem inusual e surpreendente para a época, Di Benedetto narra em primeira pessoa dez anos (1790-1799) da vida de Diego de Zama, funcionário letrado da coroa espanhola. Afastado do centro de poder e deslocado para uma cidade distante (que o autor identificou como Assunção do Paraguai), o protagonista vive atormentado pelo tédio, a solidão e a pobreza, aguardando uma transferência que nunca acontece. O romance é dedicado “às vítimas da espera”.

A obra explora temas profundos como o colonialismo, a marginalização e a busca por pertencimento na América Latina. Uma das metáforas mais marcantes do livro compara a condição do protagonista à de um peixe que deve lutar constantemente contra as águas que o querem expulsar – imagem poderosa da luta dos povos latino-americanos pelo direito de pertencer à própria terra.

Projeto Editorial

A Coleção de Literatura Hispano-Americana nasce de uma política editorial implementada pela direção da EdUFSC, sob gestão de Nildo Ouriques, com foco na América Latina. Segundo a professora Liliana Reales, cada livro é resultado do trabalho de toda uma equipe envolvida na produção editorial.

“Muitas das obras clássicas ou de autores prestigiosos da literatura de nosso subcontinente contam com poucas reedições e alguns nunca foram traduzidos no Brasil”, explica Liliana. “Para entender melhor as forças que movimentam o presente e o destino de nossa América Latina é necessário o conhecimento do campo cultural e literário.”

Cada volume da coleção oferece, além da tradução da obra, prefácios e, em alguns casos, posfácios com estudos críticos, auxiliando leitores e estudantes universitários na compreensão do contexto histórico e literário de cada autor.

Próximos lançamentos da Coleção

Após “Zama”, a coleção publicará “O tempo principia em Xibalbá”, do escritor guatemalteco de origem maia Luis de Lión, nunca antes traduzido ao português, e “Última antologia”, da poeta uruguaia Idea Vilariño. Diversos outros títulos de importantes autores já estão sendo selecionados.

Sobre o autor

Nascido em Mendoza, Argentina (1922-1986), Di Benedetto foi jornalista, escritor e uma das primeiras vítimas da última ditadura militar argentina. Sequestrado em 24 de março de 1976, permaneceu encarcerado e torturado por dezessete meses. Libertado graças à pressão internacional de escritores como Heinrich Böll e Günter Grass, foi obrigado a exilar-se na Espanha por oito anos.

Autor de narrativas mundialmente elogiadas, recebeu diversas distinções, incluindo a bolsa Guggenheim (1974) e o título de Cavalheiro da Ordem do Mérito pelo governo italiano. Sua obra continua sendo objeto de estudos acadêmicos, teses de doutorado e adaptações cinematográficas, demonstrando sua relevância duradoura.

Ficha técnica

Título: Zama
Autor: Antonio Di Benedetto
Tradução: Byron Vélez Escallón
Prólogo: Liliana Reales
Editora: EdUFSC
Coleção: Literatura Hispano-Americana
Coordenação: Liliana Reales e Joca Wolff
Mais informações: site da EdUFSC
Vendas no site da livraria virtual ou pelo e-mail: vendas.editora@contato.ufsc.br

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UCT e UFSC desenvolvem agenda conjunta com foco em educação antirracista e interculturalidade

28/11/2025 13:32

Com o propósito de traçar um roteiro que vincule a pesquisa internacional diretamente ao território, a Universidade Católica de Temuco (UCT) recebeu a vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, cuja visita permitiu consolidar projetos estratégicos sobre igualdade racial e lançar as bases para futuros convênios de dupla titulação focados em comunidades rurais de Araucanía.

Sob a coordenação do Centro de Estudos de Gênero da UCT, o encontro priorizou iniciativas estratégicas sobre diversidade e antirracismo, a fim de estabelecer uma agenda compartilhada de alto impacto que impulsionou a projeção internacional dos programas de pós-graduação e definiu o enfoque antirracista como eixo central e prioritário do trabalho acadêmico.

O pró-reitor de Vinculação e Compromisso Público, Enrique Riquelme, destacou que a UCT desenvolveu “uma linha de trabalho, desde suas origens, orientada ao território, e esta aliança reafirma essa vocação intercultural que guia nosso compromisso com as comunidades”.

A agenda também abordou o fortalecimento da pesquisa e a projeção de novos convênios acadêmicos, o que abriu oportunidades para ampliar a cooperação entre centros e programas especializados. Nessa linha, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Claudio Inostroza, confirmou que essa instância “abre possibilidades concretas para avançar em convênios de dupla titulação e em linhas de pesquisa conjuntas”.
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Tags: Centro de Estudos de Gênerodupla titulaçãoeducação antirracistaGabinete da ReitoriainterculturalidadeUFSCUniversidade Católica de Temuco