UFSC apresenta propostas para ampliar ingresso de pessoas negras no magistério superior

20/11/2024 20:19

Imagem: TV UFSC

Como parte das atividades promovidas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para fomentar o antirracismo na instituição, foi realizada uma Audiência Pública nesta terça-feira, 19 de novembro, na Sala Pitangueiras, do Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, em Florianópolis (SC). O evento foi transmitido ao vivo e está disponível no canal do YouTube da TV UFSC.

Preocupada com o cenário apresentado sobre os concursos públicos e a não ocupação de vagas por docentes negros(as), a atual gestão da UFSC nomeou, em julho de 2024, uma comissão no intuito de revisar e propor alterações na Resolução Normativa nº 34/CUn/2013 (a qual estabelece as normas para o ingresso na carreira do magistério superior). Iniciativas deste tipo são necessárias para que a Universidade possa atingir ao menos o mínimo de 20% estipulado em lei, aponta o Relatório de Monitoramento e Avaliação da Política de Enfrentamento ao Racismo na UFSC.

Vice-reitora, Joana Célia dos Passos. Fotos: SECOM/UFSC

Durante a Audiência, duas mesas de trabalho foram compostas. A primeira com membros da gestão da UFSC, que contou com a participação da vice-reitora Joana Célia dos Passos; das pró-reitoras de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), Sandra Regina Carrieri de Souza; de Graduação e de Educação Básica (Prograd), Dilceane Carraro; e de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), Leslie Sedrez Chaves.

Representando a Proafe, promotora do evento, a pró-reitora Leslie reforçou que o momento é “histórico”, uma vez que o tema e a mudança na UFSC são “extremamente necessárias” e, sendo uma das primeiras professoras cotistas da instituição, reconhece que o diferencial é ter políticas públicas que mudem a realidade de estudantes e trabalhadores(as) da Universidade. Para além de discutir o Racismo, Leslie ressaltou que a atual “gestão decidiu detectar e enfrentar este problema na instituição” e busca, com este desafio, o engajamento da comunidade universitária e da sociedade em geral para consolidar este debate.

A vice-reitora Joana exaltou a presença da comunidade interna e externa à Universidade e dos que assistiam à Audiência, pois será esta participação coletiva “que irá ajudar a definir os rumos das políticas de ingresso para docentes em uma instituição que é patrimônio da sociedade brasileira”. Destacou a trajetória traçada por esta gestão, com a aprovação da Política de Enfrentamento ao Racismo na UFSC, em 2022, alguns meses após a posse da nova Reitoria; neste ano a apresentação do Relatório de Monitoramento e Avaliação da referida política; e no dia de hoje, a realização da audiência e o debate das propostas. Segundo a vice-reitora, toda essa movimentação, iniciada há dois anos, busca construir alternativas para enfrentar esta desigualdade no acesso de professores(as) negros(as) nos quadros funcionais da instituição.

Membros da comissão para alteração da RN 34/CUn/2013

A segunda mesa foi constituída pelos integrantes da comissão: a secretária de Aperfeiçoamento Institucional (SEAI) e coordenadora dos trabalhos, Luana Renostro Heinen; a assessora Institucional do Gabinete da Reitoria, Miriam Furtado Hartung; a pró-reitora (Proafe), Leslie Sedrez Chaves; a servidora técnico-administrativa Mariana Fernandes Teixeira, do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas (DDP/Prodegesp); o professor do Departamento de Geociências, Lindberg Nascimento Júnior; a professora do Departamento de Psicologia, Lia Vainer Schucman; e o diretor do Departamento Ensino (DEN/Prograd), Antonio Alberto Brunetta.

Na ocasião, o grupo apresentou dois modelos com mudanças nos percentuais de reserva de vagas para o ingresso na carreira docente na UFSC, buscando ampliar a contratação de pessoas negras na instituição. Essas propostas foram, previamente, discutidas nos centros de ensinos e conselhos de unidade da Universidade. Os dois textos – 100% e 30% – estão disponíveis para consulta:

O público presente pôde contribuir com questionamentos à mesa e colocações que serão avaliadas posteriormente pela comissão.

Assista a Audiência Pública na íntegra:

 

Saiba mais

Novembro Negro

Durante o mês em que se celebra a Consciência Negra, setores administrativos e acadêmicos, coletivos e grupos de pesquisa da Universidade realizam várias atividades que tem como objetivo propor ações de combate ao racismo institucional, como cursos de capacitação, rodas de conversa, palestras, apresentações artístico-culturais, exposições etc. A programação é atualizada diariamente pelo site novembronegro.ufsc.br.

Relatório de Monitoramento e Avaliação da Política de Enfrentamento ao Racismo na UFSC

UFSC deve demorar 150 anos pra atingir mínimo de 20% de servidores negros, mostra relatório

Rosiani Bion de Almeida | imprensa.gr@contato.ufsc.br
Coordenadoria de Imprensa do GR | UFSC

Tags: audiência públicaCombate ao racismoPolítica de Enfrentamento ao Racismo InstitucionalproafeUFSC

Novembro Negro: UFSC terá audiência pública sobre combate ao racismo institucional

18/11/2024 10:35

A Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe) promove, nesta terça-feira, 19 de novembro, uma Audiência Pública para conhecer e discutir as propostas de ações para combater o racismo institucional. O evento será na Sala Pitangueiras, do Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, em Florianópolis (SC), às 18h.

Durante a Audiência, a Comissão nomeada para elaborar uma revisão da Resolução Normativa Nº 34/CUn/2013, apresentará as propostas. A comissão estuda mudanças às normas para o ingresso na carreira do magistério superior na UFSC, buscando ampliar a contratação de servidores(as) docentes negros(as) na instituição.

Segundo apontou o Relatório de Monitoramento e Avaliação da Política de Enfrentamento ao Racismo na UFSC, ações do tipo são necessárias para que a Universidade possa atingir ao menos o mínimo de 20% de servidores(as) negros(as) estipulado por lei.

Segundo a pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidade, Leslie Sedrez Chaves, ao longo dos últimos anos, a UFSC conseguiu entregar à comunidade universitária uma Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional que previa inclusive esse diagnóstico demonstrado no Relatório.

“Agora temos a oportunidade de implementar uma nova ação, desta vez por meio da revisão de nosso regramento, para que a UFSC deixe de figurar entre as instituições que não atingiram esse percentual mínimo exigido por lei. Já tivemos grandes avanços até aqui para demonstrar que a UFSC quer ser uma instituição antirracista. Acredito que conseguiremos promover a equidade também nos concursos públicos, aprimorando a maneira como as ações afirmativas são aplicadas. É muito importante a participação de toda a comunidade nesta Audiência Pública”, disse Leslie.

Após a apresentação em Audiência Pública, as propostas serão reunidas e encaminhadas para apreciação do Conselho Universitário.

Serviço:

O quê: Audiência Pública para discutir combate ao racismo institucional na UFSC
Quando: 19 de novembro, terça-feira, às 18h
Onde: Sala Pitangueiras, do Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, em Florianópolis.

>> Conheça o Relatório de Monitoramento e Avaliação da Política de Enfrentamento ao Racismo na UFSC
>> Saiba mais na notícia UFSC deve demorar 150 anos pra atingir mínimo de 20% de servidores negros, mostra relatório

Tags: audiência públicaNovembro NegroPró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidadeproaferacismo institucionalRelatório de Monitoramento e Avaliação da Política de Enfrentamento ao RacismoUFSC

Novembro Negro 2024: UFSC promove ações de conscientização

13/11/2024 16:45

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) organiza, ao longo do mês de novembro, uma série de atividades para fomentar o antirracismo na instituição. Durante o mês em que se celebra a Consciência Negra, a UFSC organiza uma Audiência Pública para discutir propostas de combate ao racismo institucional, cursos de capacitação e debates junto à comunidade, além de eventos culturais que abordem os temas das relações étnico-raciais.

“Este é um Novembro Negro com mais atividades de formação e de dar um passo adiante como uma universidade antirracista”, salienta a vice-reitora Joana Célia dos Passos. “São muitas as pautas em que precisamos avançar, a principal delas sendo as questões levantadas no Relatório de Monitoramento e Avaliação da Política de Enfrentamento ao Racismo na UFSC. Preocupada com o cenário apresentado sobre os concursos públicos e a não ocupação de vagas para docentes negros, a nossa gestão nomeou uma comissão para formular propostas que respondam a esse desafio. As propostas têm sido discutidas nas unidades de ensino e serão apresentadas à comunidade em geral. Todos(as) são convidados a participar”, reforça.
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Reitoria promove audiência pública com a comunidade universitária sobre orçamento

15/07/2024 15:44

Secretária Andréa Trierweiller apresentou números do orçamento da UFSC (Fotos: Caetano Machado/Agecom/UFSC)

A Reitoria da UFSC promoveu nesta segunda-feira, 15 de julho, uma audiência pública com a comunidade universitária para tratar da questão orçamentária e informar sobre as previsões de manutenções e obras na Universidade. A audiência, realizada no auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos, foi solicitada pelos movimentos de estudantes, servidores e professores no contexto das greves encerradas recentemente.

Após uma fala inicial do reitor Irineu Manoel de Souza, a secretária de Planejamento e Orçamento, Andréa Trierweiller, fez uma apresentação dos dados orçamentários da UFSC, contendo entre outras informações uma série histórica dos recursos de custeio (utilizados para pagamento de bolsas, manutenção do Restaurante Universitário, pagamento de contratos terceirizados e despesas de água e luz, por exemplo).

A projeção realizada, levando em conta o cenário de julho, indica que a UFSC terá uma disponibilidade de recursos para custeio na casa dos R$ 168,3 milhões este ano, já incluídas as suplementações realizadas pelo governo federal e utilização de recursos próprios. A projeção de despesas, no entanto, chega aos R$ 186 milhões, resultando num deficit de pelo menos R$ 17 milhões em 2024.
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Reitor e pró-reitores participam de audiência pública com estudantes da UFSC

25/03/2024 17:19

Audiência pública foi realizada na Sala dos Conselhos (Fotos: Maykon Oliveira/Agecom/UFSC)

O reitor Irineu Manoel de Souza, pró-reitores e gestores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) participaram nesta segunda-feira, 25 de março, de audiência pública convocada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). A audiência, realizada na Sala dos Conselhos, foi solicitada pelos discentes para discussão de diversas demandas relacionadas à greve dos servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) e outras questões relevantes para o movimento estudantil.

Após uma fala inicial dos representantes do DCE, Mariah de Moraes e Lucas Rigoli, o professor Irineu relatou que participou na quarta e quinta-feira da semana passada de uma reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), na qual estiveram presentes representantes de entidades sindicais dos TAEs (Fasubra) e dos docentes das universidades (Andes e Proifes).

O reitor informou aos presentes que foi criada no âmbito da Reitoria uma comissão de interlocução com o comando de greve dos TAEs, para tratar de questões urgentes e essenciais ao funcionamento da Universidade. Após um breve relato sobre os encaminhamentos realizados em questões como matrículas e validações, formaturas, funcionamento das clínicas de odontologia, situação dos estagiários do Colégio de Aplicação e formação de um gabinete emergencial para tratar de permanência estudantil, o reitor passou a palavra aos pró-reitores e demais gestores.

A pró-reitora de Graduação e Educação Básica, Dilceane Carraro, informou que neste momento está ocorrendo o processo de matrículas, que deve ser encerrado até o dia 11 de abril. Ela disse que existem matrículas dependentes de análise pelas comissões da Política de Ações Afirmativas e outras represadas nas coordenações de curso. E anunciou a decisão da Prograd de não realizar novas chamadas de alunos aprovados. Dilceane demonstrou preocupação com a ocupação das vagas nos cursos, que está abaixo do esperado.

O professor George Luiz França, coordenador de Educação Básica da Prograd, acrescentou que o Colégio de Aplicação está funcionando no momento em sistema de rodízio de suspensão de turmas. Ele disse que foi realizada uma reunião com os estagiários do CA na quinta-feira para tratar das demandas apresentadas por eles, incluindo maior clareza das atribuições deles nos Termos de Estágio.

Apoio à permanência

Reitor e integrantes da gestão apresentaram informações e responderam perguntas dos estudantes

Sérgio Leandro da Silva, diretor de Validações da pró-reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), afirmou que existem ainda pouco mais de 300 validações pendentes, sendo cerca de 160 para ingresso no primeiro semestre. Mesmo com a maioria dos servidores do setor em greve, ele disse esperar concluir mais 57 validações para ingresso no primeiro semestre. As validações são necessárias para conclusão do processo de matrícula e posterior solicitação de benefícios assistenciais pelo estudante.

A professora Simone Sampaio, da pró-reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (Prae), manifestou concordância com a criação do gabinete emergencial reivindicado pelos estudantes. Ela explicou a impossibilidade da adoção de medidas alternativas emergenciais no caso de fechamento do Restaurante Universitário. De acordo com a professora Simone, a manutenção dos Restaurantes Universitários da UFSC teve um investimento de R$ 25,4 milhões em 2023, recursos provenientes do orçamento geral da universidade – as verbas do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) são usadas, na UFSC, para o pagamento de bolsas e auxílios.

Na sequência, a palavra foi repassada ao público presente à audiência, formada principalmente por estudantes e TAEs. Os estudantes apresentaram questionamentos sobre o funcionamento da Biblioteca Universitária (BU), e sobre os prazos para o ajuste excepcional de matrículas, entre outras. O professor João Luiz Martins, diretor-geral do gabinete do reitor, explicou que o espaço de estudos da BU permanece aberto e que não haverá cobrança de multa por atraso na devolução de livros durante o período da greve. A professora Dilceane afirmou que o Calendário Acadêmico aprovado pelo Conselho Universitário contemplou dois períodos para ajuste de matrícula on-line e mais um período para ajuste excepcional, antes do início do semestre.

Em outra rodada de perguntas, os estudantes questionaram sobre o calor nas dependências do Restaurante Universitário, a situação do curso de Serviço Social e as iniciativas da Reitoria em relação à recomposição orçamentária da UFSC.

O reitor Irineu Manoel de Souza explicou a difícil situação enfrentada pelas universidades em relação a recursos – na UFSC, o déficit previsto nas contas este ano está na casa dos R$ 35 milhões. Ele ressaltou também a redução no número de servidores, com muitos cargos extintos e falta de atratividade em razão dos baixos salários. De acordo com o reitor, a Universidade tem hoje 325 contratos ativos para a manutenção de diversos serviços.

O professor Irineu também relatou as iniciativas no âmbito da Andifes em busca da recomposição orçamentária, que incluem reuniões com os ministérios da Fazenda, Planejamento e da Gestão e Inovação, além de encontros com as bancadas parlamentares. A Andifes agora solicitou reunião diretamente com o presidente Lula para tratar desta questão.

 

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