Reitor da UFSC manifesta posição contrária à judicialização da greve dos TAES
O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, vem a público esclarecer questões relacionadas a medida judicial com impacto sobre a greve de servidores técnico-administrativos lotados no Hospital Universitário (HU) Professor Polydoro Ernani de São Thiago.
Na terça-feira, 26 de março, após reunião do Conselho Universitário, o reitor reuniu-se em seu gabinete com o superintendente do hospital, Spyros Dimatos, em busca de informações sobre a decisão judicial que determina o retorno ao trabalho de parcela dos trabalhadores em greve. O gestor do HU relatou ao reitor que, desde o início da greve nacional dos TAES, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) acompanha a situação de todos os hospitais universitários sob sua administração para avaliar o impacto da paralisação sobre o atendimento à população.
O HU faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e é prestador de serviços à Secretaria de Saúde do Estado, que repassa cerca de 80% dos recursos orçamentários do hospital. Assim, a Secretaria de Saúde reporta diretamente à Ebserh nacional, em Brasília, toda situação que tem impacto no atendimento de pacientes.
O reitor esclarece que a ação judicial questionando a greve partiu da Ebserh-Brasília e não foi iniciativa do superintendente do HU. Essa afirmação é reforçada pela notícia de que a Ebserh entrou também com ação judicial contra a greve dos TAES que trabalham no hospital universitário da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Essas informações e esclarecimentos foram levados pelo reitor ao comando da greve, durante reunião realizada nesta quarta-feira, 27 de março.
O professor Irineu reafirmou à categoria que a Reitoria da UFSC não concorda com a judicialização da greve e neste sentido criou uma comissão de interlocução com a categoria para tratar de temas urgentes e essenciais ao funcionamento da Universidade. Essa comissão já realizou diversos encontros com representantes dos TAES. A Reitoria, segundo Irineu, entende que os servidores do Regime Jurídico Único (RJU) que trabalham no hospital não são subordinados à Ebserh – no caso da UFSC, não houve cessão de servidores à referida empresa.
Por entender que estas questões devem ser encaminhadas e resolvidas por meio do diálogo e da negociação, o reitor informou aos servidores que levará a questão da greve à comissão de Hospitais Universitários da Andifes, da qual faz parte. Ele também se comprometeu a entrar em contato diretamente com a presidência nacional da Ebserh para informar sobre a situação da UFSC e apelar para a negociação da greve.