Audiência Pública sobre prevenção e enfrentamento ao Assédio Moral na UFSC será nesta quarta

02/09/2025 10:43

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizará, no dia 3 de setembro, às 9h, no Auditório da Reitoria, uma Audiência Pública para debater a Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral. O evento será transmitido ao vivo pelo canal do YouTube da TV UFSC.

A minuta da Política esteve em consulta pública até o dia 5 de agosto, período em que foram registradas 133 contribuições da comunidade em geral. O documento foi elaborado pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp) e pode ser acessado na íntegra neste link.

O documento estabelece diretrizes para o recebimento e tratamento de denúncias relacionadas ao assédio moral na UFSC. Após os encaminhamentos da audiência pública, o texto será submetido ao Conselho Universitário (CUn) para novo debate e aprovação.

Serviço

O quê: Audiência Pública – Política de Prevenção ao Assédio Moral
Quando: 3 de setembro, às 9h
Onde: Auditório da Reitoria da UFSC
Transmissão ao vivo: Canal do YouTube da TV UFSC
Mais informaçõesprodegesp.ufsc.br


Saiba mais:

Aspectos da política

A política de prevenção e enfrentamento ao assédio moral da UFSC abrange toda a comunidade universitária, incluindo estudantes, servidores (docentes e técnico-administrativos), trabalhadores terceirizados, estagiários, aprendizes ou prestadores de serviços. Ela se aplica a condutas praticadas tanto presencialmente quanto por meios virtuais, em qualquer espaço onde ocorram atos oficiais da instituição ou ações protagonizadas por seus membros.

O assédio moral é definido como um processo contínuo e reiterado de práticas abusivas que atentem contra a personalidade, dignidade e integridade psíquica ou física de uma pessoa ou grupo, independentemente da intenção ou hierarquia. As condutas abusivas podem ser diretas, como acusações, insultos, humilhações públicas e alterações deliberadas na carga de trabalho, ou indiretas, como propagação de boatos, isolamento social e recusa de comunicação. Exemplos específicos dessas práticas são listados na política, como deterioração das condições de trabalho ou estudo, desqualificação recorrente, humilhações, disseminação de boatos, desrespeito às limitações de indivíduos, imposição de regras personalizadas mais severas, discriminação por raça, gênero ou orientação sexual, e a criação de ambientes hostis.

A política é orientada por princípios como o respeito à dignidade da pessoa humana, a garantia de um ambiente institucional sadio, seguro e sustentável, o sigilo e tratamento humanizado às partes envolvidas, o respeito à diversidade e o enfrentamento à discriminação, além do resguardo da ética profissional. Busca-se promover um ambiente saudável, respeitoso e inclusivo por meio de uma abordagem integrativa que considere os contextos organizacional, sociocultural, institucional e individual. Essa abordagem incentiva a cultura do respeito mútuo e da resolução dialogada de conflitos. Os objetivos da política incluem o desenvolvimento de ações pedagógicas, campanhas e capacitações, a identificação de situações de risco, o acolhimento e acompanhamento de pessoas em sofrimento psíquico e o tratamento adequado das denúncias.

Para prevenir e enfrentar o assédio moral, a política prevê quatro frentes principais: divulgação, capacitação e acesso à informação; acolhimento e acompanhamento à saúde biopsicossocial; ações administrativas e práticas restaurativas para resolução de conflitos; e tratamento das denúncias. No campo da prevenção, destaca-se a realização de atividades contínuas de letramento e sensibilização sobre assédio, capacitações para mediação de conflitos e para gestores, e a criação de mecanismos que identifiquem riscos psicossociais e possíveis casos de assédio. No enfrentamento, incluem-se medidas como promoção da saúde da comunidade universitária, acolhimento dos manifestantes com orientação sobre ações administrativas e de saúde, acompanhamento das demandas relacionadas à saúde e o tratamento das denúncias. Em casos graves, pode ser proposta a movimentação interna de servidores envolvidos como medida emergencial para restabelecer um ambiente saudável, sem prejuízo de outras ações administrativas e legais.

As denúncias devem ser formalizadas por meio da Ouvidoria da UFSC, utilizando a plataforma Fala.br. Qualquer pessoa que se sinta alvo ou tenha conhecimento de situações de assédio pode registrar a denúncia, sendo dever das chefias comunicar tais situações à autoridade competente. A Ouvidoria encaminhará as denúncias que contenham elementos mínimos de autoria e materialidade ao setor responsável pela apuração e orientará sobre os serviços institucionais de acolhimento e acompanhamento à saúde. A apuração seguirá normativas específicas conforme o vínculo do denunciado: a Corregedoria-Geral da UFSC será responsável por casos envolvendo servidores, podendo encaminhá-los à Comissão de Ética; situações relacionadas a discentes seguirão regulamentações próprias; casos de trabalhadores terceirizados serão tratados com base na gestão do contrato; e a Comissão Intersetorial atuará em situações de outros vínculos. Se forem constatados ilícitos penais, cópias das denúncias poderão ser enviadas às autoridades competentes. O processo disciplinar garantirá o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. Durante o trâmite, o acesso à documentação será restrito a terceiros, sendo liberado após a conclusão, com exceção de dados sigilosos. Manifestantes que apresentarem denúncias não anônimas serão informados sobre o resultado final.

 

Tags: Conselho UniversitárioPolítica de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio MoralProdegespUFSC

UFSC e INPI firmam parceria estratégica durante o Startup Summit 2025

29/08/2025 16:59

Acordo de cooperação entre UFSC e INPI foi assinado durante o Summit Startups 2025. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) oficializaram nesta sexta-feira, 29 de agosto, um acordo de cooperação que promete fortalecer a inovação e a proteção de ativos intelectuais no Brasil. A assinatura ocorreu no CentroSul, em Florianópolis (SC), durante a oitava edição do Startup Summit 2025, um dos maiores eventos nacionais voltados ao ecossistema de startups e à promoção de inovações tecnológicas.

A cerimônia contou com a presença do reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, do chefe de Gabinete Bernardo Meyer, do presidente do INPI, Júlio César Moreira, da diretora do Departamento de Inovação da UFSC (Sinova), Clarissa Stefani, e da diretora regional do INPI, Cristina Brito.

Além da assinatura do acordo, o INPI também lançou a segunda edição do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID) 2025, ferramenta que mapeia e avalia o desempenho do país em ciência, tecnologia e inovação. O documento serve de instrumento estratégico para o desenvolvimento de políticas públicas, além de orientar investimentos e parcerias entre os setores público e privado. A escolha de Florianópolis para o lançamento reflete a cidade como um polo de inovação e empreendedorismo no Brasil, alinhada às ações do INPI de disseminação do IBID.

UFSC e INPI

A UFSC, por meio da Sinova, já possui uma sólida trajetória de colaboração com o INPI. A Universidade acumula 779 pedidos de propriedade intelectual vigentes, entre patentes, registros de programas de computador, marcas e desenhos industriais. Esses números destacam o papel da instituição como um motor de geração de conhecimento e proteção de ativos estratégicos.

Para o reitor Irineu Manoel de Souza, “o acordo firmado hoje representa uma aliança estratégica para impulsionar a inovação. A UFSC, como uma das maiores e mais representativas universidades do país, entende que a proteção da propriedade intelectual é essencial para garantir que os frutos da nossa pesquisa gerem impacto econômico, social e tecnológico. Agradeço a todos os envolvidos na construção desta parceria. Tenho certeza de que este é apenas o início de uma colaboração que trará benefícios não apenas para a nossa Universidade, mas para toda a sociedade brasileira”, afirmou.

Inovação e desenvolvimento

Durante o evento, o lançamento do IBID 2025 reforçou a relevância do INPI como ator central no mapeamento e análise dos ecossistemas de inovação no país. A segunda edição do índice apresenta métricas detalhadas e atualizadas sobre o desempenho inovador das cinco regiões brasileiras e das 27 unidades da federação, além de identificar os líderes nacionais e regionais em inovação.

O índice utiliza critérios que avaliam os outputs (resultados do processo inovativo) e os inputs (fatores que influenciam a inovação), permitindo uma visão abrangente das fortalezas e desafios de cada região.

“O IBID 2025 retrata o potencial das cinco regiões do Brasil em inovar e trazer desenvolvimento econômico, social e tecnológico. Ele também aponta as fortalezas e os desafios dos estados brasileiros no esforço para desenvolver os ecossistemas locais de inovação e melhorar a condição de vida das suas populações”, explicou o presidente do INPI.

 

Tags: acordo de cooperaçãoGabinete da ReitoriaÍndice Brasil de Inovação e DesenvolvimentoINPISinovaUFSC

Comissão divulga resultado final preliminar da eleição de TAEs no CUn e Conselho de Curadores

29/08/2025 13:05

A Comissão Eleitoral, designada pela Portaria nº 0932/2025/GR, publicou o resultado preliminar da apuração dos votos da eleição dos representantes dos servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) junto ao Conselho Universitário (CUn) e ao Conselho de Curadores (CC), realizada em 28 de agosto de 2025:

Conselho Universitário

Titular Suplente Total de Votos Classificação
Brígida Antônia de Carvalho Vieira Verônica Pereira Orlandi 600
Gabriela Furtado Carvalho Vítor Monteiro Moraes 587
Matrede Oliveira Vieira da Silva Marjori De Souza Machado 585
Juliane Pasqualeto Rafaela Kracik Siqueira 583
Renato Ramos Milis Nadine Schmidt Borges 583
Tienko Vitor da Rocha Rodrigo Suitck Zaleuski 578
Jorge Cordeiro Balster Arelly Cecília Silva Padilha 575
Guilherme Rizzatti Vicente Florêncio Rocha da Gama e Silva 573

Conselho de Curadores

Titular Suplente Total de Votos Classificação
Heloise Andreia Rotta Leandro Feil 401
Matheus Oliveira Kühn Jefferson Virgílio 378
David Arruda Husadel Karyn Pacheco Neves Konrad 318

A eleição foi realizada pelo sistema e-democracia, com mesa virtual de votação aberta das 9h às 17h desta quinta-feira, 28 de agosto de 2025. A apuração foi automaticamente realizada pelo sistema, que emitiu arquivos com resultado, rastreamento das cédulas e auditoria (verificador).

Conforme o Art. 33º da Resolução Normativa nº 64/2015/CUn, do resultado apresentado caberá recurso ao Conselho Universitário, no prazo de dois dias úteis, sob estrita arguição de ilegalidade.

O resultado final oficial da eleição será publicado pela Comissão Eleitoral na terça-feira, dia 2 de setembro de 2025.

Ata da décima reunião virtual da Comissão Eleitoral

Mais informações pelo e-mail: eleicoestaes2025@contato.ufsc.br.

Tags: Conselho de CuradoresConselho UniversitárioSTAEUFSC

Aprovada concessão do título de Emérito a docentes de Antropologia da UFSC

28/08/2025 15:34

Por ampla maioria dos votos, o Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovou a concessão do título de Professor(a) Emérito(a) a três docentes vinculados ao Departamento de Antropologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). A aprovação ocorreu em sessão especial no dia 26 de agosto de 2025, onde foram apresentadas as propostas pelos conselheiros Michel Angillo Saad, Erasmo Benício Santos de Moraes Trindade e Guilherme Jurkevicz Delben.

Conforme previsto no Estatuto da UFSC, a Dignidade Universitária é concedida “a membro de pessoal docente aposentado, pelos altos méritos profissionais ou por relevantes serviços prestados à Instituição”, sendo concretizada “em diplomas e medalhas a serem entregues à personalidade ou entidade homenageada, em sessão solene na Universidade”.

Rafael José de Menezes Bastos, Esther Jean Langdon e Miriam Pillar Grossi foram os docentes escolhidos para receber o título da UFSC. A seguir, apresenta-se um breve perfil de cada um(a), elaborado com base nos pareceres submetidos à análise do CUn:

Rafael José de Menezes Bastos

Rafael José de Menezes Bastos

O pedido de homenagem ao professor Rafael José de Menezes Bastos foi o primeiro a ser analisado pelo CUn, em reconhecimento à sua ampla trajetória acadêmica e às relevantes contribuições à área da Antropologia.

Sua formação acadêmica é marcada por um sólido percurso: graduado em Música pela Universidade de Brasília (1968), mestre em Antropologia Social pela mesma instituição (1976) e doutor em Ciências Sociais (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (1990). Além disso, realizou estágios de pós-doutorado na França, nos Estados Unidos e no Canadá.

Ingressou como docente na UFSC em 1984 e, em 2014, foi promovido ao cargo de professor titular. Durante sua atuação na Universidade, consolidou uma trajetória acadêmica de grande relevância, com amplo reconhecimento nacional e internacional. Sua produção científica abrange mais de uma centena de artigos em periódicos qualificados, capítulos de livros e obras autorais que se tornaram referências nos campos da Etnologia e da Etnomusicologia Indígenas. Adicionalmente, atua como parecerista e conselheiro editorial em periódicos científicos no Brasil e no exterior, evidenciando seu prestígio e inserção na comunidade acadêmica internacional.

Para além de sua vasta produção bibliográfica, o professor Bastos se destacou por sua atuação institucional e formativa. Ele fundou e coordenou o núcleo de estudos Arte, Cultura e Sociedade na América Latina e Caribe (MUSA), coordenou o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/UFSC) e integrou diversos conselhos acadêmicos. Também foi professor visitante em universidades da Europa, América do Norte e América Latina. Sua contribuição vai além dos números, refletindo-se na consolidação de linhas de pesquisa, na formação de novos acadêmicos e no fortalecimento da Antropologia como campo científico no Brasil.

Esther Jean Langdon

Esther Jean Langdon

Na sequência, o Conselho Universitário apreciou a concessão do título de Professora Emérita à professora Esther Jean Langdon, reconhecida por suas contribuições pioneiras à Antropologia e à saúde indígena.

Sua carreira na UFSC começou em 1983, como professora visitante, tornando-se docente efetiva em 1988. Mesmo após sua aposentadoria, permaneceu ativamente vinculada à instituição como voluntária e pesquisadora sênior do CNPq. Sua produção científica é extensa, com mais de uma centena de publicações nacionais e internacionais, além de uma atuação marcante na formação de recursos humanos, com a orientação de mais de 100 trabalhos de graduação e pós-graduação.

Entre suas contribuições mais relevantes, destacam-se os estudos pioneiros em xamanismo, antropologia da saúde e povos indígenas, com atenção especial às populações amazônicas, como os Siona. Sua atuação no campo da saúde indígena foi decisiva para a consolidação dessa área no Brasil, influenciando tanto o meio acadêmico quanto a formulação de políticas públicas. Além disso, a professora contribuiu significativamente para os estudos sobre narrativa, performance e ética em pesquisa.

Esther Langdon também exerceu um papel de liderança institucional, coordenando o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Brasil Plural (INCT) por mais de uma década. Sua atuação foi central na internacionalização da UFSC e no fortalecimento das ciências humanas no Brasil. Em 2022, recebeu o Prêmio de Excelência Acadêmica da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS). Em 2023, a Editora da UFSC publicou o livro Uma antropologia da práxis, com textos de mais de 40 autores que celebram sua obra e trajetória.

Miriam Pillar Grossi

Miriam Pillar Grossi

Por último, o Conselho Universitário avaliou o título de Professora Emérita à professora Miriam Pillar Grossi, amplamente reconhecida como uma referência nacional e internacional no campo da Antropologia.

Sua trajetória na UFSC começou em 1989, quando passou a atuar no Departamento de Antropologia. Desde então, a professora contribuiu significativamente para a projeção do departamento e do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). Suas áreas de especialização incluem história da antropologia, feminismo, sexualidade, violências, gênero e diversidade sexual, políticas públicas, educação e diversidades, além de metodologias de pesquisa qualitativas.

Além de sua atuação como pesquisadora e docente, Miriam Grossi desempenhou um papel fundamental na formação de novos acadêmicos. Fundou, em 1991, o Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividade (NIGS) e, ao longo de sua carreira, orientou mais de 200 estudantes em iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado.

A professora ocupou posições de destaque, como coordenadora do Instituto de Estudos de Gênero (IEG/UFSC) em duas gestões (2013-2015 e 2017-2020), presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) na gestão 2004-2006 e, atualmente, vice-presidente eleita da International Union of Anthropological and Ethnological Sciences (IUAES) para o período 2023-2027. Também coordena a Commission of Global Feminisms and Queer Politics.

Sua contribuição acadêmica vai além da produção científica, refletindo-se na promoção de debates sobre gênero e diversidade e no fortalecimento da Antropologia como campo de estudo interdisciplinar e transformador.

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Tags: ANPOCSCFHConselho UniversitárioDepartamento de AntropologiaEsther Jean LangdonIEGMiriam Pillar GrossiPPGASProfessor(a) Emérito(a)Rafael José de Menezes BastosUFSC

Vice-reitora da UFSC palestra na 5ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres

28/08/2025 10:24

A vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, desempenhou um papel de destaque na 5ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres, realizada nos dias 27 e 28 de agosto, em Florianópolis. Além de integrar a mesa de abertura do evento, também ministrou a palestra do Eixo 3 – Mais Democracia e Participação Social -, alinhando sua fala ao tema central da conferência: “Mais Democracia, Mais Igualdade e Mais Conquistas para Todas”.

O evento em Florianópolis reuniu cerca de 300 participantes, entre gestoras públicas, lideranças sociais, conselheiras e cidadãs de todas as regiões do estado. Entre as autoridades, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e a secretária Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, Sandra Kennedy. As diversas vozes presentes evidenciaram discussões multifacetadas sobre os direitos e desafios enfrentados pelas mulheres. As participações abordaram a violência de gênero em suas diversas formas e a necessidade de políticas públicas eficazes, proteção, orçamento dedicado, cobrança e construção dessas iniciativas. Além disso, foi ressaltada a importância da representação feminina em espaços de poder como meio de criação e implementação de leis e programas que garantam igualdade, autonomia econômica e social, e atendimento integral às mulheres, especialmente as mais vulneráveis como indígenas, negras, quilombolas, imigrantes, pessoas em situação de rua e mães atípicas.

Ministra das Mulheres, Márcia Lopes, participa da abertura da 5ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres, em Florianópolis. Na mesa a participação da vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos. Foto: Divulgação

Em sua abordagem, a professora Joana Célia dos Passos sublinhou que a democracia, o “único sistema político que tem como princípio direitos”, somente se sustenta com a participação social. Para ela, a participação em conselhos, sindicatos, partidos políticos e parlamentos é fundamental para a consolidação democrática, criando espaços de “disputa política e de embates” que, apesar das divergências, visam a construção de projetos para a nação, o estado e os municípios. A vice-reitora enfatizou a importância da representação feminina em todas as esferas, onde as mulheres podem e querem estar.

Abordando as duras realidades enfrentadas pelas mulheres, Joana não hesitou em classificar os dados apresentados por outras palestrantes como “assustadores e ao mesmo tempo necessários”. Ela ousou afirmar que, com mais mulheres nos espaços de poder – referindo-se àquelas que defendem a transformação social e se posicionam contra o machismo e a misoginia – muitas das situações atuais já estariam alteradas. Joana destacou a persistência da violência política contra mulheres em Santa Catarina, mencionando casos em Joinville, Florianópolis, Brusque, Criciúma e Chapecó. Ela ressaltou que a legislação existente para combater a violência política, de 2014, embora importante, “não protege todas as mulheres”, focando exclusivamente naquelas em exercício do Executivo ou Parlamento, deixando de fora muitas outras lideranças.

A vice-reitora questionou a imagem esperada das mulheres na liderança, evocando a frase da ex-presidenta Dilma Rousseff: “Eu sou uma mulher dura cercada de homens meigos”. Ela argumentou que as mulheres são frequentemente “intimidadas” e retaliadas por suas posturas, e que é crucial que elas permaneçam nesses espaços apesar das violências diárias. Para Joana, a capacidade de as mulheres colocarem a defesa de seus pares e o enfrentamento às violências na pauta permanente é inegável, e sua presença nesses locais “aumenta a chance de construirmos políticas mais efetivas para as mulheres”.

Com uma visão pragmática, a docente reiterou a mensagem de que “sem orçamento não existem” políticas públicas. Ela celebrou as conquistas já alcançadas, como o aumento da ocupação de mulheres nas câmaras de vereadores, assembleias e parlamentos, fruto de uma luta histórica por mais espaço. No entanto, a necessidade de ir além e garantir que as leis existentes se concretizem na prática, com o devido financiamento, foi um ponto crucial de sua fala.

Ao finalizar, a professora Joana Célia citou que “a noite não adormece nos olhos das mulheres, há mais olhos que sono”. Ela enfatizou que o trabalho e a luta das mulheres não são apenas para si, mas para transformar a vida de todos ao seu redor, citando programas como o “Minha Casa Minha Vida” onde a gestão feminina dos recursos se mostrou mais eficaz para a família. A vice-reitora concluiu encorajando as mulheres a enfrentar os espaços de poder com a “capacidade que nós temos, com esse nosso jeito de ser mulher braba também”, exigindo tratamento igualitário e combatendo “qualquer tentativa de violência contra nossa existência”.

A conferência foi promovida pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim/SC), em parceria com a Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família (SAS). O Cedim/SC é uma instância permanente, deliberativa e consultiva, composta de forma paritária entre governo e sociedade civil. Sua atuação inclui a formulação de diretrizes e políticas públicas voltadas à garantia dos direitos das mulheres, além de exercer o controle social e contribuir para o fortalecimento das políticas de igualdade de gênero. Durante a conferência, as delegadas presentes terão o compromisso de eleger as 74 representantes para a etapa nacional do evento, que será realizada em Brasília, de 29 de setembro a 1º de outubro de 2025.

 

Assista o debate na íntegra:

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Tags: 5ª Conferência Estadual de Políticas para MulheresCedimConselho Estadual dos Direitos da MulherJoana Célia dos PassosMárcia LopesMinistério das MulheresSecretaria de Estado da Assistência SocialUFSCViolência de gênero