UFSC sedia exposição ‘Salim Miguel: 100 Anos’ até 12 de setembro

19/08/2025 13:09

Exposição “Salim Miguel: 100 anos” está aberta ao público até 12 de setembro, no térreo do Centro de Cultura e Eventos da UFSC

Na noite desta segunda-feira, 18 de agosto de 2025, foi inaugurada a Exposição “Salim Miguel: 100 Anos”, uma homenagem à vida e obra de um dos maiores nomes da literatura brasileira e catarinense contemporânea. O evento apresenta documentos, fotografias, manuscritos e objetos pessoais do autor, permitindo ao público compreender a amplitude de sua contribuição cultural. A visitação, gratuita e aberta à comunidade, estará disponível até 12 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, no andar térreo do Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A cerimônia de abertura reuniu os filhos de Salim Miguel, Sônia e Paulo Sérgio, o reitor Irineu Manoel de Souza, o chefe de Gabinete Bernardo Meyer, a secretária de Cultura, Arte e Esporte (SecArte) Eliane Debus, e o coordenador do Departamento Artístico Cultural (DAC) Oto Henrique Bezerra da Silva Leonardo Pinto. O público presente pôde prestigiar a exposição que destaca o legado de Salim Miguel para a cultura brasileira e a relevância de sua obra.

A secretária de Cultura, Arte e Esporte da UFSC, Eliane Debus (E), e os filhos de Salim Miguel, Sônia e Paulo Sérgio. Foto: Divulgação

A secretária Eliane Debus abriu a exposição relembrando as ações já realizadas, iniciadas em janeiro de 2024, no aniversário de Salim Miguel. A primeira foi a instalação de uma placa comemorativa na Editora da UFSC (EdUFSC), em reconhecimento à contribuição do autor, que dedicou oito anos de trabalho à instituição, ajudando, inclusive, na coleta de recursos para a construção de sua sede. Desde então, diversas iniciativas foram planejadas, como o II Festival Literário, que homenageou Salim Miguel com uma programação abrangente, incluindo exposições fotográficas, mostras cinematográficas e a reedição de suas obras pela EdUFSC.

Eliane destacou que o festival e a publicação das obras já foram concluídas, mencionando que o romance “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia” tornou-se leitura obrigatória no Vestibular da UFSC. A mostra fílmica está programada para começar em setembro deste ano, no Teatro Carmen Fossari. Entre os filmes destaques da mostra, estão os que Salim Miguel atuou como roteirista. A secretária também ressaltou o trabalho de Zeca Pires na recuperação do áudio do filme “O Preço da Ilusão”, do qual apenas oito minutos estão preservados. Eliane encerrou sua fala agradecendo à família de Salim Miguel pelo apoio e pela dedicação na organização das imagens e registros históricos do autor.

O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza (E), participou da abertura da exposição. Foto: Divulgação

Em seguida, Paulo Sérgio expressou sua gratidão à UFSC pelas comemorações do centenário de seu pai. Ele evidenciou o desejo de que todas as obras de Salim Miguel sejam disponibilizadas em breve, e acessíveis como o livro “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia”.

Encerrando os discursos, o reitor Irineu Manoel de Souza enalteceu o papel de Salim Miguel como escritor, artista e figura essencial para a cultura catarinense e brasileira. Ele classificou a homenagem como um “tributo necessário e justo”, confirmando o impacto do autor na promoção da leitura entre os jovens. Irineu também parabenizou toda a equipe envolvida no evento e reforçou o compromisso da Universidade em preservar a memória e o legado de grandes personalidades como Salim Miguel, cuja trajetória continua a inspirar gerações.

Salim Miguel

Nascido no Líbano em 1924, Salim Miguel chegou ao Brasil com apenas três anos de idade e viveu grande parte de sua vida em Santa Catarina, onde construiu uma das carreiras mais notáveis da literatura brasileira. Autor de mais de 30 livros, ele se destacou como romancista, contista, cronista, ensaísta, crítico literário, jornalista, editor e roteirista. Entre suas obras mais conhecidas estão “NUR na Escuridão”, “A Voz Submersa”, “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia” e “Nós”, esta última publicada pela Editora da UFSC um ano após sua morte em 2016 e selecionada como leitura obrigatória para os vestibulares da UFSC e Udesc.

Figura central da cena cultural brasileira, Salim Miguel foi um dos líderes do Grupo Sul, movimento que marcou Florianópolis entre 1947 e 1958. Ao lado de sua esposa, Eglê Malheiros, escreveu o argumento e o roteiro do primeiro longa-metragem catarinense, “O Preço da Ilusão”. Como jornalista, destacou-se na revista Manchete e como crítico literário no Jornal do Brasil nas décadas de 1970 e 1980.

Durante o regime militar, Salim Miguel foi preso em 1964, experiência que desenvolveu o romance “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia”, eleito o melhor romance do ano em 1994 pela União Brasileira de Escritores. Além disso, recebeu prêmios importantes ao longo de sua carreira, como o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, e o Prêmio Zaffari & Bourbon. Em 2002, foi homenageado com o título de Doutor Honoris Causa pela UFSC.

Salim também deixou uma marca significativa como gestor cultural. Como diretor da Editora da UFSC entre 1983 e 1991, tornou-se em referência nacional. Em 1993, assumiu a superintendência da Fundação Franklin Cascaes, onde contribuiu para a criação de uma política cultural para Florianópolis. Sua memória é preservada em espaços como a Sala de Leitura Salim Miguel, no Hospital Universitário da UFSC, e o Espaço Eglê Malheiros & Salim Miguel, no Centro de Florianópolis.

Mais informações: salimmiguel100anos.com.br

 

Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br

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Homenagem a Salim Miguel marca próxima edição do projeto ‘Livro na Praça’

23/04/2025 09:23

A próxima edição do projeto “Livro na Praça”, promovido pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), será realizada nesta sexta-feira, 25 de abril, às 18h, na Igrejinha da UFSC. O evento celebra o centenário de nascimento de Salim Miguel (1924-2016), um dos mais importantes nomes da literatura brasileira, cuja trajetória marcou profundamente a cultura catarinense e nacional.

O escritor, editor e cineasta Fábio Brüggemann será o palestrante da noite. Ele abordará a relação entre autor e editor, sua amizade com Salim Miguel e sua experiência dirigindo o documentário “Viagens a Biguaçu”, inspirado no escritor. Além disso, Brüggemann falará sobre o trabalho de revisão e estabelecimento do texto da obra completa de Salim Miguel, que já começou com a publicação de “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia”, um dos romances mais emblemáticos do autor e que integra a lista de leituras obrigatórias do próximo vestibular da UFSC. A previsão é que toda a obra completa de Salim Miguel seja publicada até o final de 2025.

O evento contará ainda com a apresentação especial do pianista Sam Machado, natural de Aracaju (SE), que estudou no Conservatório de Música de Sergipe e atualmente cursa Bacharelado em Piano na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Salim Miguel: uma trajetória singular na literatura brasileira

Salim Miguel nasceu no Líbano e chegou ao Brasil aos três anos de idade. Viveu a maior parte de sua vida em Santa Catarina. Autor de mais de 30 livros, foi romancista, contista, cronista, ensaísta, crítico literário e jornalista, além de editor e roteirista. Sua produção literária inclui obras como “NUR na Escuridão”, “A Voz Submersa”, “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia” e “Nós”, esta última publicada pela Editora da UFSC um ano após sua morte e também selecionada como leitura obrigatória para os vestibulares da UFSC e Udesc.

Salim Miguel desempenhou papel central na cena cultural brasileira. Foi um dos líderes do Grupo Sul, movimento cultural que marcou Florianópolis entre 1947 e 1958. Junto com sua esposa, Eglê Malheiros, escreveu o argumento e o roteiro do primeiro longa-metragem catarinense, “O Preço da Ilusão”. Como jornalista, destacou-se nas reportagens inovadoras da extinta revista Manchete e como crítico literário nas páginas do Jornal do Brasil nas décadas de 1970 e 1980.

Durante o regime militar, foi preso em 1964, permanecendo 48 dias no quartel da Polícia Militar. A experiência resultou no diário que mais tarde se transformou no romance “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia”, eleito o melhor romance do ano em 1994 pela União Brasileira de Escritores.

Ao longo de sua carreira, Salim Miguel colecionou prêmios e honrarias. Entre eles, destacam-se o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, e o Prêmio Zaffari & Bourbon, que coroou sua obra como um dos melhores romances brasileiros publicados entre 1999 e 2000. Em 2002, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela UFSC e foi eleito o Intelectual do Ano pelo Prêmio Juca Pato.

Salim também deixou um legado como gestor cultural. Foi diretor da Editora da UFSC entre 1983 e 1991, período em que transformou a editora em uma referência nacional. Em 1993, assumiu a superintendência da Fundação Franklin Cascaes, onde trabalhou incansavelmente para criar uma política cultural para Florianópolis.

A memória de Salim Miguel e de sua esposa, Eglê Malheiros, é preservada em espaços culturais que destacam sua importância. Na UFSC, a Sala de Leitura Salim Miguel, localizada no Hospital Universitário, promove a humanização hospitalar e incentiva o hábito da leitura. Já a Udesc homenageia o casal com o Espaço Eglê Malheiros & Salim Miguel, um local no Centro de Florianópolis destinado à consulta de materiais históricos e culturais.

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Nota de pesar: falece a professora e escritora catarinense Eglê Malheiros

18/12/2024 17:40

Eglê Malheiros e Salim Miguel na UFSC, em 2012. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lamenta profundamente o falecimento da professora e escritora catarinense Eglê Malheiros, ocorrido na tarde de 17 de dezembro de 2024, em Brasília (DF), aos 96 anos.

Nascida em Tubarão (SC) em 1928, Eglê foi uma figura marcante na cultura e na educação de Santa Catarina. Como uma das fundadoras do Círculo de Arte Moderna, o Grupo Sul, ela desempenhou um papel fundamental na renovação do ambiente cultural do estado entre 1948 e 1958.

Destacou-se ainda como a primeira mulher a se formar em Direito pela UFSC; concluiu Mestrado em Comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e lecionou História no Instituto Estadual de Educação (IEE).

Em sua trajetória, publicou obras importantes como Manhã (1952), Vozes Veladas (1996) e Os Meus Fantasmas (2002). Além disso, co-escreveu o roteiro de O Preço da Ilusão, o primeiro longa-metragem realizado em Santa Catarina, e participou ativamente do movimento modernista na região.

Eglê enfrentou desafios significativos durante o regime militar de 1964, quando foi presa e forçada a deixar Santa Catarina. No Rio de Janeiro, continuou sua carreira como tradutora e roteirista, retornando a Florianópolis em 1979 para retomar suas atividades acadêmicas até sua aposentadoria.

Em 2023 foram lançados um telefilme documentário “Eglê” e o Projeto Acervo “Eglê”, que reúne cerca de 3 mil peças históricas da artista.

Seu legado é imensurável, refletindo resistência, criatividade e dedicação à literatura e à educação. Eglê Malheiros deixa uma marca indelével na cultura brasileira, e sua história inspira todos que a conheceram.

Nossos sentimentos à família, amigos e a todos que foram tocados por sua obra e vida. A UFSC se une ao luto por essa perda inestimável, honrando a memória de uma mulher pioneira e visionária.

 

Coordenadoria de Imprensa do Gabinete da Reitoria/SECOM/UFSC

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UFSC 64 anos: sessão solene nesta sexta com homenagens às professoras eméritas

09/12/2024 10:00

A agenda de comemorações dos 64 anos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se estende até o dia 19 de dezembro, com programação repleta de atrações artísticas e culturais em diferentes pontos da Universidade. Acompanhe toda a programação cultural do aniversário da UFSC.

A tradicional sessão solene do Conselho Universitário será realizada nesta sexta-feira, 13 de dezembro, às 14h, no Auditório Garapuvu, localizado no Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo. A sessão será transmitida via canal de televisão e YouTube da TV UFSC.

O evento contará com a apresentação do Coral RMV Anima In Coro, sob a regência do maestro Robson Medeiros Vicente, e também com a performance da Companhia de Dança UFSC, sob a coordenação da professora Cristiane Ker de Melo.

Nesta sessão solene, as professoras Maria Bernardete Ramos Flores e Joana Maria Pedro serão homenageadas com o título de eméritas. A dignidade universitária é “concedida a membro de pessoal docente aposentado, pelos altos méritos profissionais ou por relevantes serviços prestados à Instituição.”
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