Audiência pública na UFSC apresenta proposta de Segurança Institucional e ações emergenciais

20/10/2025 14:20

Audiência pública sobre a proposta de Política de Segurança Institucional da UFSC. Fotos: DI-GR/SECOM

Em resposta às preocupações da comunidade estudantil quanto à segurança no Campus Trindade, em Florianópolis, expressa pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) em 10 de outubro, a Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou, nesta sexta-feira, 17 de outubro, às 16h, no Auditório do Centro Socioeconômico (CSE), audiência pública para apresentar e debater a proposta de Política de Segurança Institucional. Em discussão desde 2023, a minuta foi submetida à consulta pública entre 16 de junho e 15 de agosto de 2025, por meio da Plataforma Participa + Brasil.

A audiência foi conduzida pelo secretário de Segurança Institucional (SSI), Leandro Oliveira, com a participação do reitor Irineu Manoel de Souza, da vice-reitora Joana Célia dos Passos, de representantes do DCE e da Sala Lilás, dos diretores dos centros de ensino, servidores docentes e técnicos, e comunidade em geral. O evento foi transmitido pelo canal do YouTube da TV UFSC.

O reitor abriu o encontro ressaltando a relevância do tema e o longo processo de elaboração do documento. “A questão da segurança, essa política que estamos encaminhando ao Conselho Universitário, é um documento que foi discutido há dois anos”, afirmou, destacando que o texto foi construído coletivamente, por professores e técnicos-administrativos, com participação do DCE e de representantes dos campi.

Secretário de Segurança Institucional Leandro Oliveira

A vice-reitora Joana garantiu que a “audiência é resultado daquele momento em que recebemos os estudantes após uma manifestação junto à Reitoria, quando nos comprometemos a fazer este espaço de discussão e apresentação da política pública”. Agradeceu o trabalho da comissão, pois, para ela, não resta dúvida de que haverá avanços “quando se tem uma política instituída que nos orienta sobre como atuar”.

A diretora do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), professora Carolina Medeiros Bahia, leu a “Carta de recomendações de diretores de unidades de ensino para melhoria na segurança do campus universitário da Trindade”, fruto de duas reuniões realizadas naquela semana. Segundo ela, a comunidade universitária está muito preocupada com esta questão e confirma a complexidade do tema, que “exige a atuação de diversas instâncias para o seu enfrentamento adequado”.

A carta sustenta que a segurança é condição para o cumprimento da missão de ensino, pesquisa e extensão. Entre as medidas listadas sugere: incremento da “vigilância natural” (podas e iluminação), implantação urgente de rotas seguras, controle de acesso de pessoas e veículos nas três entradas principais, especialmente à noite e nos fins de semana, investimento em tecnologia (reconhecimento facial nos acessos aos prédios e leitura eletrônica de placas), projeto-piloto de cercamento do campus a partir do setor F (Córrego Grande), priorização do contrato de segurança e manutenção institucional, provimento permanente de pessoal para a área, com garantia de ao menos dez cargos para a SSI nas vagas previstas para 2026, articulações com MEC, MGI e bancada parlamentar catarinense por mais investimentos e protocolos de atuação conjunta com a Polícia Militar, além de reforço no policiamento nas áreas externas. 

O reitor classificou a manifestação das unidades como “importante para fortalecer a nossa luta por uma segurança melhor” e afirmou que “os pontos elencados quase todos estão na política já discutida e também nas ações renovadas nas últimas semanas” pela SSI e Prefeitura Universitária. Irineu relatou uma força-tarefa entre quinta e segunda-feira, com visitas noturnas a todos os setores da Universidade, das quais participaram equipes de segurança, representantes do DCE e da Prefeitura Universitária. “Em um tempo bem limitado, foram instaladas várias lâmpadas em áreas que foram queimadas, feitas alterações, e hoje o campus está bem mais iluminado”, disse, observando que ainda restam locais a receber holofotes e novos posts. Anunciou também a solicitação de motociclistas de segurança para atuarem nas entradas do campus no período noturno, a fim de “dar uma dimensão de segurança para a Universidade”. Segundo ele, com a política aprovada pelo Conselho Universitário, será possível consolidar ações permanentes.

Representando o DCE, Thiago ressaltou que a mobilização estudantil foi uma resposta imediata a episódios recentes de violência. Ele lembrou que o DCE tradicionalmente atua em temas de permanência, e que a segurança integra esse esforço: “A permanência não é apenas econômica — como ter um restaurante de qualidade e acessível —, mas também a de segurança, para que o campus não seja um lugar que traga medo, e sim um ambiente em que as pessoas se sintam confortáveis ​​para se formar.” Para Thiago, a audiência decorre diretamente do ofício apresentado após a manifestação dos estudantes na Reitoria e deve resultar em respostas concretas.

Apresentação da proposta

O secretário Leandro defendeu que a política de segurança no campus é parte essencial da permanência estudantil até apresentar, em detalhes, a minuta de resolução que será levada ao Conselho Universitário. “Ninguém permanece em uma universidade, em um local inseguro. Então, sim, segurança no campus é ação de permanência estudantil”, afirmou. Servidor da UFSC desde 1994 e responsável pela coordenação da área, relatou que a comissão que redigiu a política foi instituída em outubro de 2023, coletou opiniões, escolheu especialistas, analisou a legislação e submeteu o texto à consulta antes da audiência pública.

Leandro situou a UFSC no cenário nacional ao lembrar que a instituição é citada entre as mais seguras do país. Ele retornou recentemente do 31º Seminário Nacional de Segurança das Universidades e Institutos Federais, na UnB, que incluiu audiência pública na Câmara dos Deputados. Nesse contexto, resgatou o histórico de extinção de cargos da área desde a Lei 9.632/1998, que, segundo ele, dificulta a recomposição de pessoal: “Aposenta ou falece um servidor do quadro de segurança, o cargo some do mapa”. Por isso, a minuta propõe diretrizes e governança para a segurança institucional, sem confundir a atuação com a segurança pública convencional. “Fazer segurança na universidade é diferente de fazer segurança lá fora. É uma atividade de segurança pública específica para o ambiente universitário”, frisou, defendendo a perspectiva de segurança cidadã, com foco preventivo, respeito aos direitos humanos e proteção integral das pessoas e do patrimônio.

Ao detalhar a proposta, o secretário explicou que a política funcionará como “guarda-chuva” normativo para regimentos, manuais e protocolos, respeitando as especificidades de cada campus. O objetivo é integrar planejamento, execução e avaliação, com princípios de proteção à vida, prevenção, gestão de riscos, cooperação interinstitucional e educação para a segurança. A minuta define conceitos como ameaça, comunidade acadêmica, patrimônio e segurança cidadã; crias de governança participativa, como um Comitê de Segurança (com representação da gestão, centros de ensino, campi, DCE, APG, Sintufsc e Apufsc) e um Fórum de Segurança (presidido pelo reitor), e estrutura um Sistema Integrado de Segurança para setores articulados e colaboradores externos — sociedade civil organizada, comunidades do entorno e órgãos de segurança pública. “Em algum momento vamos precisar da Polícia Federal, da Civil, da Militar, da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros, com protocolos de atendimento”, comentou.

Com ênfase na prevenção, Leandro apresentou o Sistema de Gestão da Segurança: monitoramento 24 horas, análise de risco, gestão de crises, integração tecnológica e padronização de procedimentos. “A UFSC é hoje uma das universidades no Brasil com o maior parque de câmeras instaladas. Temos 1.506 câmeras com imagens em tempo real em uma central aberta à visitação, e 4.500 salas protegidas com alarme”, apontou, assinalando que ainda há espaço para avanço devido à dimensão do campus. A política prevê aprimoramento do controle de acesso às edificações e às três entradas principais, monitoramento de trânsito e estacionamentos, proteção de infraestruturas críticas (energia, TI, água, gases e produtos químicos), prevenção e combate a incêndio e resposta. Leandro reforçou que “controle não é concessão de acesso”, mas proteção de pessoas, laboratórios e projetos sensíveis. Ele reiterou a concessão de porte de armas nas dependências da UFSC, exceto nos casos previstos em lei para profissionais em serviço.

A minuta institui gestão permanente de riscos, com planejamento estratégico, planos de contingência e protocolos de controle de danos, além de treinamentos específicos. Os programas de capacitação devem incorporar políticas de acessibilidade, enfrentamento à transfobia, equidade de gênero, combate ao assédio moral e sexual, enfrentamento ao racismo institucional e bem-estar animal. “As normas e protocolos têm de ser exequíveis e precedidos de capacitação”, afirmou. A proposta também consolida a cooperação pela SSI, responsável pela coleta de dados, indicadores, avaliação anual de ocorrências e planejamento de orientações. Segundo o secretário, a UFSC é uma “cidade universitária” que, em população, equivaleria ao 31º município catarinense — o que exige soluções próprias e cooperação com órgãos externos.

Em paralelo ao marco normativo, Leandro listou medidas práticas recentes e previsões. “Na próxima segunda-feira vamos aditivar o posto da guarita da Carvoeira”, anunciou, confirmando que a estrutura ainda é provisória, mas serve como ponto de apoio. Explicou que, sem redimensionamento contratual, a UFSC não retirou vigilantes de centros de ensino e implantou o serviço de motociclistas de segurança. “Temos três motoqueiros no campus, que neste mês rodaram 7.960 milhas. Dividimos o campus em três quadrantes e eles precisam cumprir as rotas. Compramos sinalizadores para as motos, e a comunidade já percebe a movimentação nos acessos aos centros e nos pontos de ônibus nos horários de pico”, disse. A medida foi replicada na Fazenda Ressacada, com rondas noturnas.

O secretário informou ainda a aquisição, por emenda parlamentar e aporte da UFSC, de duas novas viaturas — com propostas concluídas —, essenciais também para ocorrências de saúde. “Hoje atendemos um aluno e um servidor. Precisamos de viaturas em condições para pronta resposta”, justificou. Sobre iluminação, comunicado força-tarefa com a Prefeitura Universitária, com mais de 95 pontos recuperados, e a instalação de holofotes via fundações em áreas críticas, como o CSE. Ele defendeu a criação de um aplicativo para relatos da comunidade sobre segurança e manutenção — “nossos alunos podem desenvolver” —, enquanto segue o canal por e-mail.

No campo tecnológico, a UFSC prepara licitação para ampliar o sistema de câmeras de 1.506 para 2.000 unidades, com integração a alarmes, detecção de incêndio, leitura de placas nas entradas e reconhecimento facial, além do uso de drones. Leandro realiza estudos em andamento sobre “arquitetura do ambiente” e vigilância natural, com cercamento racional do campus e postos de observação e informação. “O campus é cercado, mas de forma conveniente, com diversas entradas e trechos danificados. Não se trata de proibir a entrada, e sim de estabelecer controle de acesso que iniba a ação de crimes. É agir na prevenção”, resumiu.

Leandro também abordou a agenda nacional de carreira e financiamento. Ele contou que o seminário em Brasília desencadeou o pedido ao relator da PEC 18 para considerar a segurança nas universidades e institutos federais como atividade de segurança pública, abrindo acesso a recursos e capacitações da Secretaria Nacional de Segurança Pública. “Não somos um órgão de segurança pública — nem queremos ser —, mas, na prática, fazemos segurança pública em uma comunidade de 40 mil pessoas. Precisamos ser tratados como tal para fins de financiamento e formação”, defendeu. O secretário lembrou que a recomposição de pessoal depende de decisões do MEC e do MGI e sugeriu a criação de um macrocargo de proteção e segurança institucional para permitir novas licitações.

Ao encerrar, reiterou o compromisso de transparência, cooperação e aprimoramento contínuo. “Segurança não é fácil de fazer. Estamos aqui porque gostamos da atividade, estudamos o tema e queremos somar esforços para melhorar a segurança de vocês”, colocando-se à disposição para perguntas e sugestões. Segundo Leandro, outras universidades já solicitaram o material de política, e a expectativa é que o texto da UFSC sirva de referência. “Estamos propondo uma política que pode inspirar outras instituições”, concluiu.

Após a exposição da minuta, foi aberto o debate.

 

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
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Cinco professoras da UFSC são premiadas na 4ª edição do ‘Mulheres na Ciência’

16/10/2025 14:58

Prêmio Mulheres na Ciência foi entregue pela atual gestão da UFSC a cinco pesquisadoras da instituição. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom

A ciência protagonizada por mulheres foi celebrada e prestigiada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na tarde desta quarta-feira, 15 de outubro, na Sala dos Conselhos. Na quarta edição do Prêmio Mulheres na Ciência, a instituição reconheceu cinco trajetórias que impulsionam o conhecimento científico em suas áreas de conhecimento. Entre os objetivos da homenagem, sobressai o de inspirar estudantes — sobretudo jovens pesquisadoras — a enxergar a Universidade como espaço de oportunidades e de construção do futuro. A mensagem que o momento proporciona é que quanto mais diversa é a ciência, mais potente ela se torna.

O evento contou com as presenças e falas do reitor, Irineu Manoel de Souza; da vice-reitora, Joana Célia dos Passos; do pró-reitor de Pesquisa e Inovação (Propesq), Jacques Mick; e da pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), Leslie Sedrez Chaves — lideranças que também entregaram os diplomas às homenageadas do dia. A participação da gestão da UFSC simbolizou o compromisso institucional de avançar em políticas e ações concretas de valorização da ciência feita por elas.

Em uma cerimônia marcada por emoção e significado, as pesquisadoras expressaram sua gratidão à instituição pela criação da iniciativa e enfatizaram a relevância do prêmio, especialmente em um contexto onde as mulheres enfrentam jornadas múltiplas e desafios estruturais. Suas falas evidenciaram a força e a resiliência feminina na ciência, mostrando como, mesmo diante de adversidades, transformam suas trajetórias em inspiração e resultados que impactam positivamente a sociedade. O sentimento predominante foi de que a conquista vai além do âmbito individual, representando um triunfo coletivo que inclui colegas de trabalho, estudantes, familiares, amigos e, sobretudo, todas as mulheres que não tiveram as mesmas oportunidades.

Nesse contexto, a edição deste ano — realizada em data tão especial, no Dia do Professor — homenageou cinco docentes da UFSC em três grandes áreas do conhecimento.

 

Áreas do conhecimento Pesquisadora Categoria
Humanidades Aline Beltrame de Moura (Direito) Júnior
Elizete Vieira Vitorino (Ciência da Informação) Plena
Vida Ana Carolina Fernandes (Nutrição) Júnior
Exatas e da Terra Camila Fabiano de Freitas Marin (Química) Júnior
Cíntia Soares (Engenharia Química e Engenharia de Alimentos) Plena

 

Aline Beltrame de Moura

A professora destacou que a honraria vai além de resultados, “ele celebra trajetórias, escolhas difíceis, privações, muitas horas de estudo e, sobretudo, o trabalho coletivo de uma equipe incrível que eu tenho a felicidade de ter ao meu lado.” Além disso, ressaltou a importância da representatividade feminina na ciência, afirmando que “ver mais mulheres reconhecidas em todas as áreas do conhecimento é essencial para ampliar os horizontes da pesquisa e para que ocupemos o nosso espaço na ciência, sendo reconhecidas pelo nosso trabalho em igualdade de condições.”

Com 18 anos de trajetória na UFSC, onde foi estudante e agora atua como docente, Aline destacou o privilégio de coordenar projetos de pesquisa financiados internacionalmente, promovendo diálogos e boas práticas entre a Europa e a América Latina. Ela também mencionou seu trabalho no Núcleo de Práticas Jurídicas da Universidade, auxiliando pessoas em situação de vulnerabilidade por meio de mediações extrajudiciais. “Se há uma palavra que resume o que aprendi nesse percurso, ela é o diálogo”, afirmou.

A professora Aline recebeu o diploma da pró-reitora Leslie

A professora agradeceu ainda à sua família que, segundo ela, provam ser possível equilibrar carreira e vida familiar. “Construímos juntos uma vida que me dão forças para seguir.” Ela também celebrou as amizades construídas na academia, reconhecendo colegas e orientandos pela troca de conhecimentos que renovam sua esperança no futuro. Finalizando, parabenizou as demais mulheres premiadas e reforçou a importância da UFSC como um espaço de pensamento crítico e transformação. “Que a UFSC siga sendo um lugar de esperança ativa”, concluiu.

Elizete Vieira Vitorino

A trajetória de Elizete foi marcada por dedicação e disciplina desde cedo. Antes de ingressar na docência, trabalhou em diversos empregos que, segundo ela, moldaram seu compromisso com horários e responsabilidades. Aos 23 anos, iniciou sua carreira como professora substituta e, desde então, a pesquisa se tornou uma constante em sua vida. “A pesquisa está na minha vida há muito tempo. Não é brincadeira, é trabalho duro, é disciplina”, afirmou, destacando o esforço por trás de sua jornada.

Atualmente, Elizete é referência nacional e internacional na área de competência em informação, com estudos financiados por instituições de apoio à pesquisa. Sua produção acadêmica a tornou a pesquisadora mais produtiva da América Latina nos últimos 20 anos em sua área. Em sua fala, agradeceu à UFSC e aos colegas que contribuíram para suas conquistas. “Agradeço imensamente à UFSC, aos meus colegas de trabalho, aos alunos de graduação, mestrado e doutorado, e aos integrantes do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Competência em Informação”, declarou.

A professora Elizete recebeu o diploma da vice-reitora Joana

Ao encerrar, Elizete reconheceu a importância do apoio de colegas e familiares ao longo de sua trajetória, especialmente durante suas formações e pesquisas. Recentemente, celebrou a conquista do título de professora titular, atribuindo esse marco ao trabalho coletivo e à paixão pelo ensino e pela pesquisa.

Ana Carolina Fernandes

A professora dedicou o prêmio “a todas as mulheres que não tiveram o mesmo privilégio que eu, às mulheres trans, às mulheres pretas e às demais que possuem a mesma ou até mais competência, mas que não tiveram as mesmas chances.” Emocionada, destacou que sua trajetória é fruto da educação pública de qualidade, desde a graduação em Nutrição até o doutorado, todos realizados na UFSC. “Tenho muito orgulho de ser fruto da UFSC e de poder devolver à sociedade o que recebi”.

Ela também celebrou o protagonismo feminino em seu curso, departamento e grupo de pesquisa, liderados por mulheres. Segundo ela, o grupo se tornou uma rede de apoio mútuo. “Nós somos mães, pesquisadoras e professoras, e não é fácil conciliar tudo, mas seguimos firmes porque acreditamos no impacto do nosso trabalho.” A professora compartilhou os desafios da maternidade durante sua carreira, como amamentar sua filha enquanto coordenava a pós-graduação e realizava pesquisas, enfatizando que tudo foi possível graças à persistência e ao apoio ao seu redor.

A professora Ana Carolina recebeu o diploma do pró-reitor Jacques

Por fim, destacou a relevância de suas pesquisas voltadas à rotulagem e regulação de alimentos, que têm influenciado políticas públicas no Brasil e no exterior. “Nosso objetivo é melhorar a alimentação da população e impactar positivamente a saúde pública.” Agradeceu à família, especialmente à filha, que considera sua maior inspiração. “Embora muitos acreditem que a maternidade seja um obstáculo, ela me tornou mais forte, empática e sensível”.

Camila Fabiano de Freitas Marin

Camila iniciou sua fala parabenizando pelo Dia do Professor e relembrou com carinho a influência dos professores em sua trajetória, desde o ensino infantil até a pós-graduação, mencionando especialmente uma professora do terceiro ano primário. “Ela provavelmente não se lembra mais de mim, mas eu jamais vou me esquecer dela. Foi em sua aula que, ao ser questionada o que queria ser quando crescesse, eu disse: ‘Quero ser cientista’. E aqui estou hoje, graças a essa inspiração inicial”, disse.

Sua trajetória acadêmica foi moldada por importantes orientadores e colegas que deixaram marcas profundas. Camila expressou gratidão ao professor Noboru Hioka, da Universidade Estadual de Maringá, que a ensinou que é possível ser um excelente professor, pesquisador e ser humano, e ao professor Ivan Muniz, supervisor de pós-doutorado, por lições de liderança e humildade. Ela também destacou a convivência com colegas de laboratório. “Aprendi muito com eles, porque essa convivência é essencial para o nosso crescimento.” Agradeceu ainda aos órgãos de fomento, que possibilitaram sua formação e mantêm suas pesquisas, além dos alunos, que aceitaram suas ideias ousadas e trouxeram novas perspectivas.

A professora Camila recebeu o diploma do reitor Irineu

Camila encerrou sua fala com uma mensagem inspiradora para pais, educadores e todas as pessoas que convivem com crianças: “Não deixem as meninas pensarem que existem limites. Elas precisam acreditar que tudo é possível, que qualquer profissão está ao alcance delas, desde que tenham esforço e dedicação.” Com emoção, dedicou o prêmio a Pedro, seu filho ainda por nascer, que já ocupa o centro de sua vida.

Cíntia Soares

“Este prêmio celebra não apenas uma trajetória pessoal, mas um caminho construído coletivamente. A ciência é um bem público, capaz de promover mudanças positivas na sociedade”, afirmou a professora, relembrando como sua curiosidade surgiu ainda na infância, ao brincar de cientista, misturando substâncias e criando experimentos. Esse interesse a levou à graduação em Engenharia Química na FURB, ao mestrado e doutorado na Unicamp e, finalmente, à UFSC, onde encontrou seu lar acadêmico e se consolidou como cientista, professora e formadora de novas gerações.

Ela compartilhou memórias de sua trajetória na UFSC, onde “iniciei um laboratório em um espaço emprestado, com duas mesas usadas, dois computadores doados e dois alunos de mestrado.” Um desses alunos, Natan Padoin, tornou-se seu parceiro de pesquisa, e juntos fundaram o Grupo I2P (Intensificação e Inovação em Processos Químicos e Biotecnológicos), que hoje desenvolve soluções sustentáveis e inovadoras. Entre seus maiores avanços, destacou o uso da Fluidodinâmica Computacional, ferramenta que otimiza processos químicos e biotecnológicos, promovendo eficiência e sustentabilidade. Com emoção, afirmou: “Ver meus ex-orientandos se tornarem docentes, pesquisadores e profissionais de destaque é o que mais me orgulha.”

A professora Cíntia recebeu o diploma da pró-reitora Leslie

A professora refletiu sobre os desafios de fazer ciência no Brasil, destacando a importância da disciplina, persistência e resiliência: “Foi com disciplina que construí, com persistência que enfrentei obstáculos e com resiliência que segui acreditando que valeria a pena.” Encerrou com uma mensagem aos jovens cientistas: “Sigam curiosos, persistentes e apaixonados. A ciência é feita de perguntas, erros e descobertas, mas, acima de tudo, de propósito. Quando fazemos ciência com propósito, construímos pontes entre o conhecimento e a esperança”.

A premiação

Criado na gestão anterior, em 2021, o prêmio foi mantido e reforçado pela atual administração. “Fizemos questão de dar continuidade e apostar no sentido que o prêmio tem de valorizar a agenda da igualdade”, afirmou o pró-reitor Jacques. Ele adiantou que o próximo edital do Mulheres na Ciência terá uma nova categoria para reconhecer servidores técnicos que atuam em pesquisa.

O pró-reitor frisou a motivação central do prêmio, que é o combate estrutural à desigualdade no país. Citando Darcy Ribeiro, declarou: “O Brasil é um país enfermo de desigualdade. E essa não é uma doença que a gente acaba da noite para o dia”. No balanço da gestão, afirmou que a premiação se soma a ações amplas para promover igualdade de gênero e racial. “Ainda não temos nem 8% de professores negros”, reconheceu, ao mesmo tempo em que apontou a relevância da visibilidade das mulheres, que são 45% do corpo docente: “A valorização do trabalho delas é um desafio constante”.

Mick também destacou projetos com potencial de transformação social; e uma política de bolsas desenhada para diminuir a sub-representação feminina em áreas tradicionalmente masculinas. Ao encerrar, reforçou que mudanças culturais exigem perseverança e têm produzido efeitos visíveis na comunidade acadêmica. Para ele, trata-se de “abrir espaço” e “valorizar a diferença”, combinando “rigor e afeto”, como mostraram as homenageadas na cerimônia. “Nós devemos admirar mulheres, entender e valorizar o que elas fazem”, concluiu

O prêmio contempla anualmente pesquisadoras, docentes e técnicas do quadro permanente da UFSC. As indicações são distribuídas em três categorias, definidas pelo tempo de ingresso na instituição:

  • Categoria Júnior: ingressos após 31/12/2013
  • Categoria Plena: ingressos entre 31/12/2000 e 31/12/2013
  • Categoria Sênior: ingressos antes de 31/12/2000

E tem como missão promover a equidade de gênero no ecossistema científico da UFSC, valorizando a produção de conhecimento, a inovação e o impacto social das pesquisas conduzidas por mulheres. Ao reunir diferentes áreas do saber e distintas gerações acadêmicas, a iniciativa amplia a visibilidade de resultados e referenciais, contribuindo para uma Universidade e uma ciência mais inclusivas.

As pesquisadoras receberam um diploma e será produzido um vídeo de divulgação científica, que será veiculado nos canais institucionais da UFSC e integrará a galeria Destaques na Ciência da Propesq — um acervo que busca ampliar o alcance do trabalho desenvolvido nos laboratórios, arquivos, clínicas e grupos de estudo da universidade.

Mais informações: propesq.ufsc.br

 

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Fotos: Gustavo Diehl | Agecom

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UFSC inaugura Sistema Agrifotovoltaico para integrar produção de alimentos e energia solar

15/10/2025 10:30

Inauguração do Sistema Agrivoltaico instalado no Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica da UFSC. Fotos: divulgação

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inaugurou, na tarde de 14 de outubro, o Sistema Agrifotovoltaico instalado no Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica, no Sapiens Parque, em Florianópolis. Participaram do evento o reitor, Irineu Manoel de Souza; o superintendente de Projetos da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq), William Gerson Matias; o professor Ricardo Rüther, e a pesquisadora Marília Braga, do laboratório. A nova infraestrutura é considerada um marco para a pesquisa em energia solar na instituição e um passo decisivo na transição para um modelo energético mais sustentável e eficiente, alinhado às demandas da sociedade.

Desenvolvido em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o sistema integra, no mesmo terreno, a geração de eletricidade por meio de painéis solares e a produção agrícola. O objetivo é avaliar a viabilidade técnica, econômica e ambiental dessa combinação, utilizando áreas tradicionalmente dedicadas ao cultivo para também abrigar placas fotovoltaicas – seja em estruturas elevadas sobre as plantações, seja em cercas solares. Com isso, busca-se ampliar o aproveitamento do solo, produzir energia limpa e manter a eficiência produtiva das lavouras.

As pesquisas contemplam o teste de diferentes espécies vegetais para identificar aquelas que melhor se adaptam à redução parcial da incidência direta de luz, sem perdas significativas de produtividade. Serão analisadas configurações de sombreamento, distanciamento e altura dos painéis, com o propósito de maximizar simultaneamente a geração de energia e o rendimento agrícola. A Epagri é responsável pela condução das atividades relacionadas às culturas, enquanto a UFSC lidera o desenvolvimento, a implementação e a avaliação das soluções fotovoltaicas.

O projeto conta com financiamento da Repsol Sinopec, empresa espanhola do setor de energia, e o apoio de outras instituições parceiras. Entre os potenciais benefícios esperados estão o aumento da produtividade do solo por meio do uso múltiplo da terra, a otimização de recursos naturais, a redução de impactos ambientais e o fortalecimento da resiliência do campo frente às mudanças climáticas, com ganhos de segurança energética.

Para o reitor Irineu Manoel de Souza, o sistema agrivoltaico “inaugura uma fronteira tecnológica estratégica, porque permite o uso simultâneo da terra para alimento e energia”. Segundo ele, a integração entre produção agrícola e geração solar amplia a produtividade, otimiza recursos e fortalece a resposta às mudanças climáticas: “Produzimos mais e melhor, com menor impacto ambiental e maior segurança energética.” Ao destacar a trajetória da UFSC na área, o reitor afirmou que a iniciativa reforça a capacidade de inovar e de responder aos desafios da transição energética, ao mesmo tempo em que reafirma a soberania alimentar, valoriza o trabalho no campo e protege o meio ambiente. “Que este espaço seja fértil em ideias, resultados e parcerias, e que daqui surjam pesquisas, protótipos e políticas de referência para Santa Catarina e para o Brasil”, disse.

 

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Reitoria da UFSC participa de eventos da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura

08/10/2025 17:01

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArte), é parceira institucional do Fórum de Incentivo à Cultura, aberto na manhã desta quarta-feira, 8 de outubro, no Teatro Ademir Rosa, no Centro Integrado de Cultura (CIC). O encontro reuniu gestores, produtores e agentes culturais para uma imersão nos mecanismos de fomento previstos na Lei Rouanet, integrando a programação da 363ª reunião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), realizada em Florianópolis de 8 a 10 de outubro e organizada pelo Ministério da Cultura (MinC). O Fórum busca aproximar a política de incentivo fiscal do cotidiano de proponentes e patrocinadores, oferecendo orientações técnicas e espaços de diálogo qualificado.

No dia 8, a programação no CIC incluiu a abertura oficial do Fórum, com a participação da vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, e três palestras: “A Lei Municipal de Incentivo à Cultura”, com o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Florianópolis, Roberto Katumi; “O Programa de Incentivo à Cultura (PIC)”, com a presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Teresinha Debatin; e “A Lei Rouanet”, com o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, Henilton Menezes. À tarde, das 14h30 às 17h30, ocorreram encontros setoriais com a CNIC, distribuídos em quatro salas temáticas: Artes Cênicas, Artes Visuais e Música; Audiovisual; Humanidades; e Patrimônio Cultural.

No dia 9, a programação continua no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), das 9h às 12h30, com a capacitação “A Instrução Normativa nº 23/2025 e o Sistema de Apoio à Lei de Incentivo à Cultura (Salic)”. À tarde, a UFSC sediará a Sessão Plenária da CNIC, às 16h30, na Sala dos Conselhos. Órgão colegiado do MinC, a CNIC subsidia as decisões do Ministério na análise de projetos, programas e ações culturais vinculados à Lei Rouanet. Na ocasião, estarão presentes a vice-reitora Joana Célia dos Passos e o reitor Irineu Manoel de Souza.

A vice-reitora ressaltou que o fórum fortalece a circulação do conhecimento e a democratização do acesso aos mecanismos de incentivo. “Ao reunir gestores, especialistas e produtores culturais em um mesmo espaço, o evento aproxima a Lei Rouanet do cotidiano dos territórios e valoriza a diversidade das linguagens artísticas. Nossa expectativa é que, a partir do diálogo com o MinC e parceiros, mais iniciativas locais se estruturem, captem recursos com transparência e transformem realidades por meio da cultura. Essa visão também se inspira no brasão da UFSC, que traz Arte e Ciência como fundamentos do desenvolvimento e do pensamento crítico”, afirmou.

Para o reitor a articulação entre universidade, poder público e sociedade civil qualifica o ecossistema cultural catarinense. “A presença da CNIC em Florianópolis reforça a dimensão nacional da política cultural e cria uma oportunidade concreta de formação e aperfeiçoamento para quem produz cultura no estado. A UFSC soma esforços para que artistas, coletivos e instituições acessem com segurança e eficiência os instrumentos de fomento, ampliando o impacto social dos projetos e fortalecendo a participação de Santa Catarina no cenário cultural brasileiro”, disse.

A CNIC tem percorrido as cinco regiões do país para nacionalizar e fortalecer o diálogo com gestores e produtores culturais, promovendo a troca de experiências e o esclarecimento de regras e procedimentos. Em Florianópolis, o Fórum é uma realização do MinC, por meio da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (SEFIC), com parceria institucional do Governo de Santa Catarina, Fundação Catarinense de Cultura, FIESC, Alesc, UFSC e Prefeitura de Florianópolis, por meio da Fundação Franklin Cascaes.

 

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Rede de pesquisa em ciências forenses: UFSC firma cooperação com perícia do estado

06/10/2025 16:34

Representantes da UFSC e da Polícia Científica de SC participaram da assinatura de Acordo de Cooperação entre as instituições. Fotos: DI-GR/SECOM

Na tarde desta segunda-feira, 6 de outubro, a vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, e a perita-geral da Polícia Científica de Santa Catarina (PCISC), Andressa Boer Fronza, reuniram-se no Gabinete da Reitoria para formalizar o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) vinculado à Rede Catarinense de Pesquisa em Ciências Forenses. O encontro, iniciado às 14h, marcou uma importante parceria estratégica entre a universidade e a perícia oficial do Estado.

Além das representantes das duas instituições, participaram do ato o superintendente de projetos da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq), William Gerson Matias, membros da PCISC e professores das áreas de Química, Farmácia e Geologia da UFSC, diretamente envolvidos na Rede.

A Rede Catarinense de Pesquisa em Ciências Forenses reúne atualmente 19 pesquisadores da UFSC e diversos peritos da Polícia Científica de Santa Catarina que atuam de forma integrada em ações de pesquisa, ensino e extensão. Suas frentes abrangem múltiplas áreas do conhecimento, incluindo Enfermagem, Química, Toxicologia, Geologia, Inteligência Artificial, Entomologia Forense, Genética Forense, entre outras, refletindo o caráter interdisciplinar das atividades desenvolvidas.

O acordo assinado nesta segunda-feira é o primeiro de seis ACTs previstos para viabilizar projetos distribuídos por todas essas áreas, fortalecendo a atuação coordenada e colaborativa dos grupos que compõem a Rede, cujas informações podem ser encontradas no site https://forense.ufsc.br/.

A cooperação interinstitucional viabiliza o projeto intitulado “Vestígios encontrados em locais de crime: desenvolvimento e aplicação de novas estratégias analíticas e suas implicações nas Políticas Públicas e Legislativas”, que terá duração de 60 meses. A iniciativa busca aprimorar métodos nas áreas de química e toxicologia forense aplicados aos vestígios coletados pela PCISC, além de fomentar debates sobre saúde pública e o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas (Lei nº 11.343/2006).

A proposta combina teoria e prática, fortalecendo a pesquisa aplicada e qualificando a atuação pericial. Entre os objetivos estão o desenvolvimento de metodologias para identificação e quantificação de substâncias de interesse forense, criação de ferramentas de análise multivariada para certificação de produtos, produção de padrões analíticos secundários, estudos epidemiológicos baseados em dados forenses e capacitação continuada de servidores. Além disso, promove ações educativas sobre o uso indevido de substâncias psicoativas e políticas de redução de danos, estimulando um debate crítico sobre a legislação vigente.

Os resultados passíveis de proteção intelectual serão compartilhados igualmente entre a PCISC e a UFSC, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD, Lei nº 13.709/2018) e a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), garantindo sigilo sobre informações sensíveis. Com essa parceria, as duas instituições consolidam a Rede Catarinense de Pesquisa em Ciências Forenses, promovendo inovação, transferência de conhecimento e impacto direto na segurança pública e na formulação de políticas baseadas em evidências científicas.

 

A vice-reitora Joana agradeceu o esforço coletivo que possibilitou o acordo, enfatizando a importância da aproximação entre a academia e a Polícia Científica. “O papel da universidade é atuar onde a ciência é essencial, contribuindo para a formação de estudantes por meio de experiências práticas que transcendem a sala de aula”, destacou. Para ela, o projeto terá um impacto significativo pela sua natureza interdisciplinar, envolvendo as áreas como a de Geologia, Química e Farmácia. Joana também celebrou a representatividade feminina: “Minha alegria é saber que temos uma mulher no comando. Parabéns e obrigada”, finalizou

A perita-geral Andressa Boer Fronza ressaltou a satisfação com a parceria e o orgulho de ser a primeira mulher a liderar a Polícia Científica de Santa Catarina. “Independentemente do gênero, a instituição estaria em boas mãos, mas é gratificante trazer um olhar diferente para a gestão”, afirmou. Andressa relembrou a criação da rede catarinense em 2023, em parceria com a UFSC, destacando que a iniciativa aproxima a universidade da prática forense, promove o desenvolvimento de novas técnicas e otimiza o trabalho pericial. Ela também enfatizou a relevância da ciência frente a desafios como a adulteração de bebidas com metanol, que só ganham visibilidade em situações de crise. “Infelizmente, nosso trabalho aparece mais em momentos de tragédia. Nosso objetivo é evitar novas vítimas, fortalecer ações preventivas e oferecer respostas rápidas”, concluiu.

O professor William, da área de Engenharia Sanitária e Ambiental, destacou os avanços na regulamentação para pesquisa com químicos controlados, fruto do trabalho de uma comissão multidisciplinar que obteve autorizações junto ao Exército e à Polícia Federal, além de consolidar uma minuta interna para processos de compra e controle. “Sem isso, não tem pesquisa”, afirmou. William também celebrou a representatividade feminina na mesa: “É muito significativo estar aqui com a vice-reitora e a chefe da polícia. Quando trazemos mulheres para a tomada de decisão, trazemos mais humanidade.” Ele finalizou com entusiasmo: “Estou muito contente por concluir um processo e iniciar outro, liderado por mulheres. Parabéns!”

 

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
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