Reitor da UFSC é palestrante em seminário nacional sobre autonomia universitária

13/06/2024 15:21

Professor Irineu destacou os desafios para efetivação da autonomia universitária (Fotos: Solon Soares/Agência AL)

O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, foi um dos palestrantes do seminário “Autonomia Universitária: fator de desenvolvimento do país”, realizado nesta quarta-feira, 12 de junho, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

O seminário foi aberto pelo ex-ministro da Educação (2003-2004) e ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB), senador Cristovam Buarque, que apresentou o painel “Autonomias necessárias e inconvenientes”. Na sua fala, o ex-ministro afirmou que a autonomia universitária deve ser acompanhada de compromissos com a sociedade. E o maior compromisso, destacou, deve ser com a educação básica. Ele afirmou também que a autonomia deve ser dar em relação a governos, partidos, igrejas, sindicatos e até da própria comunidade acadêmica.

O professor Irineu apresentou a palestra “Autonomia universitária: teoria e prática”. De acordo com o reitor, a universidade brasileira sempre viveu em crise, e neste momento a crise é acentuada pela escassez de recursos.

Ele abordou os marcos legais sobre o funcionamento das universidades, como a Reforma Universitária (1968) a Constituição (1988) e a nova Lei de Diretrizes e Bases (1996). Recentemente, os programas governamentais como Fies, Prouni, Reuni, Sisu e os programas de ações afirmativas, que transformaram a universidade e trouxeram novos desafios, a exemplo da necessidade de apoio à permanência estudantil.

Em relação à autonomia, o reitor apontou como principais fragilidades as questões do orçamento e pessoal, disfunções burocráticas e interferência de órgãos externos. “Nós estamos em um momento bem difícil nas universidades, com cargos extintos e terceirização de muitos serviços”, declarou. Para o reitor, a cultura de “apego à burocracia” cria muitas dificuldades para o funcionamento das instituições, gerando morosidades.

Por fim, o reitor da UFSC elencou vários desafios para a efetivação da autonomia universitária, tais como a necessidade de fortalecer as pontes com a sociedade; as novas demandas e pressão por mais recursos (para ampliação do processo de inclusão e das ações afirmativas, programas de permanência estudantil, expansão de cursos e vagas e investimentos em infraestrutura); políticas de previsão da evasão e busca de novas fontes de financiamento. Ao final, o professor Irineu afirmou que as universidades são capazes de pensar, agir e propor mudanças. “A sociedade espera muito de nós”.

Ciclo de encontros

O seminário também teve palestras do professor da USP Guilherme Ary Plonski, que apresentou o tema “Autonomia das Universidades Paulistas”; do professor da Udesc Adil Knackfuss Vaz, com a palestra “Autonomia universitária na Udesc – conquistas e retrocessos” e da vice-reitora da Udesc, Clerilei Bier, que abordou a temática “Autonomia universitária: quimera ou concretude?”.

O encontro reuniu reitores e representantes de universidades federais e estaduais de vários estados, docentes, pesquisadores, representantes de órgãos públicos e lideranças políticas

O evento foi promovido pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), por meio da Comissão de Educação, em parceria com a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O encontro reuniu reitores de universidades federais e estaduais de vários estados, docentes, pesquisadores, representantes de órgãos públicos e lideranças políticas.

Este foi o primeiro de um ciclo de cinco seminários, que ocorrerão em cada uma das regiões do País. O próximo será organizado pela Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, em 28 de agosto.

Durante a tarde, a programação seguiu com uma mesa-redonda com lideranças políticas locais, sob coordenação do professor Arlindo Philippi Júnior, da USP, e lançamento do livro Autonomia Universitária: Fundamentos e realidade, organizado pelos professores da Udesc Rogério Braz da Silva, Peter Johann Bürger e Sandra Ramalho e Oliveira.

Um grupo de participantes do encontro reuniu-se para elaborar um documento com a síntese dos debates realizados durante o seminário. O professor Bernardo Meyer, chefe do gabinete da Reitoria da UFSC, foi um dos relatores do documento.

Veja a íntegra do texto:

“A autonomia universitária é indiscutível como ideia geral implementada de forma inédita na Constituição Federal de 88 e nas Constituições Estaduais como uma conquista após a redemocratização do país. O momento de incertezas e transformações ambientais e sociais que estão sendo vivenciados globalmente renova a necessidade de efetivação da autonomia universitária, aliada ao compromisso com a sociedade e a humanidade como um todo.

Para isso, é fundamental a autonomia para pensar livremente, criar e trazer alternativas frente aos desafios que a humanidade tem hoje, em uma era de limites e incertezas. As instituições universitárias surgem na história partir de valores humanísticos e do entusiasmo pela investigação da realidade baseada em valores universais que prezam pelo bem comum.

Foi o ambiente universitário que trouxe à coletividade os avanços vivenciados atualmente nos mais diversos setores. Muitas das tecnologias e utilidades do dia a dia das pessoas têm como berço as pesquisas acadêmicas. Nesse contexto, é função da universidade ampliar continuamente suas estratégias de divulgação e comunicação com os diversos setores sociais. Da mesma forma, o diálogo constante entre tais setores é fundamental para coprodução de conhecimentos e práticas inovadoras, não só no âmbito das organizações públicas e privadas, mas principalmente na educação de base.

Esse posicionamento dialógico e responsivo às demandas coletivas pressupõe responsabilidade das instituições universitárias. A efetivação de um compromisso dessa magnitude depende da concretização da autonomia em suas dimensões de governança organizacional, gestão de pessoas e tomada de decisão.

No que se refere à governança organizacional é fundamental a garantia de recursos orçamentários para fins de planejamento, busca por novas fontes de financiamento para melhoria de infraestrutura e políticas de permanência estudantil como forma de prevenção à evasão escolar.

Quanto à gestão de pessoas, a valorização dos profissionais das universidades é um elemento fundamental para a qualidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. A autonomia de tomada de decisão é um dos fatores que permitirá às universidades atender às singularidades diante do contexto em que estão inseridas.

Por fim, é necessário repensar os conceitos de universidade, muitas vezes associada a um mero local de obtenção de diplomas, para que seja reconhecida como um ambiente produtor de ideias, ciência e tecnologia. A autonomia universitária vem acompanhada do compromisso com aqueles que a financiam, ou seja, toda a sociedade.”

 

Com informações da Assessoria de Comunicação da Udesc e Agência AL

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Professores da UFSC são homenageados em celebração de 122 anos de Antonieta de Barros

14/07/2023 09:59

Professores foram homenageados no plenário da Alesc, nesta segunda-feira, 10 Foto: Bruno Collaço / Agência AL

Professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram homenageados pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) por promoverem o legado e a memória da deputada Antonieta de Barros. A homenagem aconteceu na última segunda-feira, 10 de julho, em sessão especial pela celebração dos 122 anos do nascimento da deputada.

Na ocasião, foram condecoradas a vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, a secretária de Cultura, Arte e Esporte da Universidade, Eliane Debus, e o ex-vereador e professor aposentado do Departamento de Arquitetura e Urbanismo Lino Peres. Os representantes da Universidade foram lembrados por terem contribuído com a memória e o legado de Antonieta.

Em dezembro de 2021, Joana, Eliane e Patrícia de Moraes Lima, professora do Centro de Ciências da Educação (CED), propuseram a concessão do título de Doutora Honoris Causa (em memória) pela UFSC à professora Antonieta de Barros, por sua importância para a educação estadual e nacional.

Em dezembro de 2021, Joana, Eliane e Patrícia de Moraes Lima, professora do Centro de Ciências da Educação (CED), propuseram a concessão do título de Doutora Honoris Causa (em memória) pela UFSC à professora Antonieta de Barros, por sua importância para a educação estadual e nacional.

Na época, o pedido foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário (Cun). Os integrantes do Conselho salientaram seu poder revolucionário e libertador, além da importância para a história catarinense e pela contribuição para  o enfrentamento ao analfabetismo no estado.

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Deputado se reúne com reitor para tratar da reedição de obra sobre imigração italiana em SC

05/07/2023 16:36

Importância da reedição do livro para comunidade italiana no Brasil foi trazida ao reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, pelo deputado Vicente Caropreso (PSDB), em reunião no Gabinete da Reitoria. Foto: Robson Ribeiro/SECOM/UFSC

O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, recebeu nesta quarta-feira, 5 de julho, no Gabinete da Reitoria, em Florianópolis, o deputado estadual Vicente Caropreso (PSDB), para discutir sobre a reedição do livro “Vencer ou Morrer”, do historiador Renzo Maria Grosselli, importante nome para a comunidade italiana no Brasil.

Na reunião estiveram presentes o chefe de Gabinete da reitoria, Bernardo Meyer; a chefe de Gabinete do deputado Vicente Caropreso, Lucélia Aral; e o coordenador dos círculos Trentinos no Paraná e em Santa Catarina, Andrey José Taffner Fraga.

O deputado Vicente Caropreso coordena a Frente Parlamentar Santa Catarina-Itália, na Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). Em sua fala, destacou a relevância da obra para a comunidade italiana no Brasil e a necessidade da reedição do título, publicado inicialmente pela editora da UFSC (EdUFSC), em 1987. “Nós gostaríamos que a UFSC assumisse, aceitasse cofinanciamento ou nos passasse os direitos para que o professor Renzo fizesse uma reedição”, salientou.
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