UFSC realiza solenidade de inauguração do Alojamento Estudantil Indígena

18/03/2024 16:56

Lideranças e estudantes indígenas, integrantes da gestão e convidados participaram da inauguração do Alojamento Estudantil Indígena (Fotos: Luís Carlos Ferrari/Secom)

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inaugurou nesta segunda-feira, 18 de março, o novo Alojamento Estudantil Indígena, local de moradia e convivência para estudantes indígenas. A Universidade investiu pouco mais de R$ 1,58 milhão para a reforma e adaptação da edificação e compra de mobiliários para o alojamento, que é dotado de quartos coletivos, quartos familiares, salas de estudo, local para convivência, cozinha e banheiros.

A solenidade de inauguração teve a presença de lideranças e estudantes indígenas; de integrantes da gestão da Universidade; de representantes de parlamentares federais; do ex-reitor Ubaldo Balthazar e membros da sua gestão; do reitor do Instituto Federal Catarinense (IFC), Rudinei Kock Exterckoter; da vereadora de Florianópolis Cíntia Moura Mendonça; da procuradora federal Analúcia de Andrade Hartmann; do coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI/Sul), Bruno Moreira Pinto; diretores de Centros de Ensino, professores e servidores técnico-administrativos da UFSC.

A cerimônia iniciou com uma apresentação cultural (canto) do povo Xokleng. Em seguida, lideranças de diferentes povos indígenas se manifestaram, entre eles Laura Parintintim, Vanessa Fe Há (Kaingang), Adriano de Oliveira (Guarani), Thaira Priprá (Xokleng), Davi Timóteo Martins (Guarani), cacica Nice (Guarani) e Irineu Ortega Mariano (Guarani).

Em suas falas, os representantes indígenas destacaram que a permanência dos estudantes, na qual a moradia é uma questão central, faz parte de uma luta que na UFSC iniciou ainda na gestão do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, avançou na gestão do professor Ubaldo Balthazar e foi acolhida na gestão do professor Irineu Manoel de Souza e da professora Joana Célia dos Passos.

Também houve citações a pessoas que são referências na educação pública dos indígenas e na permanência estudantil, como o professor Marcondes Namblá, assassinado em janeiro de 2018, e à estudante Jaqueline Tedesco, da etnia Kaingang, que morreu recentemente após um incidente ao comemorar sua formatura. O alojamento estudantil indígena foi considerado uma conquista, resultado de uma luta permanente pelo direito de estar na universidade.

Compromisso

A pró-reitora de Permanência e Assuntos Estudantis, Simone Sobral Sampaio, disse que a construção do alojamento era a demonstração de um compromisso com os povos indígenas da região Sul e seus parentes. O diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), Alex Degan, informou que o Centro vai inaugurar duas salas, uma dedicada aos estudantes indígenas e um espaço para as famílias. Ele aproveitou a ocasião para reivindicar a alocação de professores dedicados ao curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica.

Fachada lateral do Alojamento Estudantil Indígena

A vice-reitora, professora Joana Célia dos Passos, agradeceu ao professor Ubaldo e à sua equipe, citando nominalmente a professora Francis Tourinho, ex-secretária de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad). Também saudou o reitor Irineu, que acolheu a causa e transformou a Saad na atual pró-reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe). A professora Joana fez um reconhecimento à ancestralidade dos povos indígenas de todo o Brasil. “A UFSC também é território indígena”, afirmou.

Após uma rápida fala da procuradora federal Analúcia de Andrade Hartmann, o reitor Irineu Manoel de Souza se dirigiu aos presentes. O professor Irineu lembrou que acompanha essa luta dos estudantes indígenas desde que era diretor do Centro Socioeconômico (CSE) e teceu agradecimentos à Prae, à Prefeitura Universitária, ao professor Ubaldo e toda a sua equipe. “Quando assumimos a Reitoria, o projeto da obra estava pronto”, destacou o reitor.

Ele lembrou que a Universidade tem sofrido desvalorização nos últimos anos – manifestada no corte de verbas e redução do número de servidores – porém continua crescendo e abrindo as portas para a sociedade. O reitor reafirmou que a permanência estudantil é um dos eixos de toda a atual administração da UFSC e aproveitou a ocasião para anunciar que a Reitoria solicitou a inclusão no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Moradia Estudantil Indígena (que já tem projeto elaborado pelo Laboratório de Projetos do Departamento de Arquitetura e Urbanismo) e a ampliação do Restaurante Universitário.

O professor Irineu destacou que o valor investido pela Universidade é “muito pouco” e agradeceu aos parlamentares federais que destinaram recursos para a obra – o senador Esperidião Amin e o deputado federal Pedro Uczai apresentaram emendas parlamentares para esta finalidade.

Após o discurso do reitor, houve o descerramento da placa comemorativa da inauguração do Alojamento Estudantil Indígena.

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UFSC inaugura novo Alojamento Estudantil Indígena

17/03/2024 21:34

Cozinha – Imagens Ilustrativas/DPAE/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inaugura nesta segunda-feira, 18 de março, o novo Alojamento Estudantil Indígena. A solenidade de inauguração será realizada às 10 horas, em frente ao espaço do novo alojamento (ao lado do Restaurante Universitário) e deverá contar com a presença do reitor, professor Irineu Manoel de Souza, da vice-reitora, Joana Célia dos Passos, de integrantes da gestão da UFSC e convidados.

Com obras iniciadas em maio de 2023, o alojamento tem capacidade para abrigar 60 estudantes, divididos em 12 dormitórios compartilhados, sendo 8 dormitórios para grupos e 4 dormitórios para estudantes com filhos. A edificação contará com sala de descanso, brinquedoteca e cozinha. Na construção foram observadas características como iluminação natural e ventilação cruzada, além de sistema de ventilação mecânica nos espaços de longa permanência.

Durante a construção do alojamento, a pró-reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (Prae) coordenou a elaboração do Regimento do Alojamento, conjuntamente com estudantes indígenas, com participação efetiva dos moradores da Ocupação Maloca.

De acordo com a pró-reitora Simone Sobral Sampaio, o novo alojamento representa o “processo de resistência e reivindicação de estudantes indígenas, e resposta institucional proveniente do compromisso político empenhado em reconhecer os direitos de estudantes indígenas à permanência, aliado ao direito à educação superior, em especial, na UFSC”.

 

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UFSC assina contrato para início das obras do Alojamento Estudantil Indígena

27/04/2023 17:41

A edificação contará com cozinha, sala de descanso, dormitórios e brinquedoteca. Imagem Ilustrativa/DPAE/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) firmou contrato com a empresa FC Construções para obras de reforma do Alojamento Estudantil Indígena, no Campus da Trindade, em Florianópolis. A assinatura aconteceu no dia 10 de abril. Nos próximos dias, a ordem de serviço deve ser emitida pelo Departamento de Fiscalização de Obras (DFO/UFSC) e a expectativa é que os trabalhos comecem no início de maio. A empresa responsável pelo projeto terá 180 dias para finalizar a reforma e adequações no futuro alojamento, que vai contar com cozinha, brinquedoteca e sala de descanso, e capacidade de abrigar 60 estudantes, em 12 dormitórios compartilhados.

No início deste ano, a Universidade anunciou um empenho no valor de R$ 700 mil, arrecadado inicialmente em 2019, através de emendas parlamentares apresentadas pelo senador Esperidião Amin (PP) e pelo deputado federal Pedro Uczai (PT), para a reforma do alojamento. O Departamento de Projeto de Arquitetura e Engenharia (DPAE/UFSC) finalizou o processo de atualização do orçamento da reforma no mês de janeiro e o projeto seguiu para a etapa de licitação.

O contrato no valor de R$ 1.482.399,25 com a empresa FC Construções foi assinado pela Prefeitura Universitária (PU) no dia 10 de abril. Após a entrega da documentação exigida no contrato e no edital RDC, o Departamento de Fiscalização de Obras deve emitir a ordem de serviço à companhia. De acordo com a Coordenadora de Fiscalização de Obras do departamento, Nêmora Nattrodt Monteiro, o departamento programa junto à  empresa para que iniciem os serviços no dia 8 maio.

Sobre o projeto

O alojamento terá capacidade de abrigar 60 estudantes, divididos em 12 dormitórios compartilhados, sendo 8 dormitórios para grupos e 4 dormitórios para estudantes com filhos. A edificação contará com sala de descanso, brinquedoteca e cozinha. Serão garantidos em todos os ambientes iluminação natural, ventilação cruzada, além de sistema de ventilação mecânica nos espaços de longa permanência. De acordo com o DPAE, “a premissa foi de criar um espaço flexível, personalizado e com leiaute agradável, conciliando as necessidades individuais e coletivas, uma vez que diversas etnias ocuparão o mesmo espaço.”

Os ambientes externos ao prédio que receberá intervenções também passarão por adequações nos acessos e calçadas para garantir a acessibilidade. O edifício receberá nova pintura, limpeza e desinfecção da cisterna e do reservatório, que atende atualmente o Restaurante Universitário (RU), prédios do entorno e que atenderá também a Moradia Indígena. 

Permanência 

O objetivo do alojamento é mitigar o déficit de moradia estudantil e intensificar políticas de inclusão social no campus. A estudante de Psicologia Thaira Priprá, representante dos estudantes indígenas, destaca que o projeto não absorverá toda a demanda dos estudantes da UFSC, que hoje são cerca de 200, mas vai atender parte deles, sendo essencial para a permanência estudantil. A pró-reitora de Permanência e Assuntos Estudantis (Prae), Simone Sobral Sampaio, ressalta que além do alojamento, é importante o trabalho para captação de recursos financeiros para a construção da Moradia Estudantil Indígena. 

“Apesar de ser uma alternativa a curto prazo, este alojamento é fruto da nossa luta dentro da Universidade, nas articulações com as nossas bases, lideranças e em Brasília, já que parte da verba vem de emenda parlamentar de deputados federais. Então, se hoje vai acontecer o mérito é todo do movimento estudantil indígena dentro da UFSC”, afirma Thaira. 

Para ela, a chegada da notícia da assinatura do contrato para a realização da obra neste momento é bastante simbólica, já que durante o mês de abril acontece o movimento de luta ‘abril indígena’, que reivindica os direitos garantidos aos povos originários pela Constituição Federal de 1988 e que na UFSC conta com diversas atividades voltadas ao fortalecendo de ações institucionais para a permanência estudantil e a interculturalidade, e também marca, no dia 19 de abril, o Dia Nacional dos Povos Indígenas.

“Sobre o alojamento de estudantes indígenas, ele é fundamental e importante vitória da organização estudantil indígena para a realização dos seus direitos. Essa vitória ocorrer no mês em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas também é representativa dessa organização e do necessário reconhecimento institucional da universidade”, afirma Simone Sobral Sampaio.

No dia 10 de abril, iniciaram os trabalhos da comissão que vai construir uma Política Institucional para permanência de indígenas e quilombolas na UFSC. A iniciativa foi tomada em 2022 por meio de diálogo entre estudantes indígenas, a Prae e a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe). O Grupo de Trabalho pretende encaminhar a minuta de resolução para apreciação no Conselho Universitário (CUn) ainda neste ano. 

A portaria prevê a gestão compartilhada do tema, incluindo Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd), além da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG), de forma multicampi. A comissão fará reuniões semanais com lideranças e órgãos externos que atuam com povos indígenas e quilombolas. Trata-se de trabalho articulado com objetivo de assegurar o ingresso e a permanência estudantil com o objetivo de oferecer condições à formação profissional.

 

Robson Ribeiro/Estagiário da Secretaria de Comunicação/UFSC

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