EdUFSC doa livros e promove a leitura em diferentes contextos sociais

16/06/2025 13:08

Diretor da EdUFSC, Nildo Ouriques, fala aos estudantes da Escola Estadual Vereador Oscar Manoel da Conceição. Fotos: EdUFSC

No dia 11 de junho de 2025, a Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) realizou uma importante ação de incentivo à leitura, com a doação de livros para a Escola Estadual Vereador Oscar Manoel da Conceição, localizada no bairro Rio Tavares, e para o Complexo Penitenciário de Florianópolis, na Agronômica. Essa iniciativa integra o projeto Livro em Movimento, que tem como objetivo ampliar o acesso ao conhecimento por meio da distribuição gratuita de obras publicadas pela Editora, promovendo a democratização da leitura.

Pela manhã, a equipe da EdUFSC visitou a escola, que atende alunos do Ensino Médio, sendo recebida pela diretora Roberta de Oliveira Ferreira da Silveira, professores e estudantes do primeiro ano. Durante o encontro, foram discutidos temas como a importância da leitura para o desenvolvimento educacional, o papel do vestibular para a entrada na Universidade e como a leitura pode contribuir para a formação crítica dos jovens. Os alunos tiveram a oportunidade de folhear os livros doados, conhecer mais sobre as publicações e tirar dúvidas sobre a atuação da editora. O acervo, cuidadosamente selecionado com base na faixa etária e nos interesses dos estudantes, agora passa a integrar a biblioteca da instituição, fortalecendo os recursos disponíveis para os alunos.

No período da tarde, a equipe se dirigiu à Penitenciária de Florianópolis, cujo complexo possui quatro bibliotecas. Os representantes da UFSC foram recebidos pela coordenadora de Ensino e Promoção Social, Márcia Meireles; pelos coordenadores do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA), Fernanda Rohden, Marcelo Mesquita e Anésio Kuellkam; e pelo professor orientador do projeto “Despertar pela Leitura”Adailson Leal. Desenvolvido em parceria entre a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) e a Secretaria da Educação (SED), o projeto busca reintegrar pessoas privadas de liberdade à sociedade, utilizando a educação e o estímulo à leitura como ferramentas para transformação.

No projeto, os participantes recebem livros, leem e produzem resenhas críticas a cada 21 dias, sob supervisão pedagógica. A Editora da UFSC respondeu a um pedido formal do projeto e destinou mais de 150 livros ao acervo do presídio, contribuindo para enriquecer e fortalecer as bibliotecas existentes no complexo prisional. Os exemplares doados abrangem diversas áreas, como literatura, história, contos e outras disciplinas, e foram selecionados com base nos interesses e necessidades dos leitores privados de liberdade.

Segundo o diretor da EdUFSC, Nildo Ouriques, a iniciativa vai além da entrega de livros, promovendo cidadania e inclusão. “É uma função da Universidade e, sobretudo, da Editora, como um projeto de extensão, fazer com que todos os livros cheguem às mãos do leitor. Todo leitor, de alguma forma, acessa um universo do qual ele, a princípio, estava vetado, e isso inclui os presos. Sabemos que cerca de 30% dos presos brasileiros, sequer têm processos concluídos. Isso mostra que a cidadania no país tem limites muito importantes”, disse.

“Para nós, da Editora da UFSC, seguir com esse projeto de distribuição de livros e fortalecimento das bibliotecas é motivo de orgulho. É uma forma de tirar a universidade do bairro onde ela está inserida e aproximá-la daqueles que mais necessitam. Um presidiário é, antes de tudo, um brasileiro com direitos, e um deles é o direito à leitura”, enfatizou o diretor. Nildo ainda mencionou que os livros doados foram selecionados com rigor, garantindo que atendam aos interesses dos leitores. Ele destacou que, no contexto prisional, os participantes desenvolvem uma experiência literária que vai além da leitura, fortalecendo laços culturais e intelectuais, que são fundamentais na construção de uma nova perspectiva de vida e na ressignificação de suas trajetórias.

Sobre o Projeto

O projeto “Livro em Movimento” não se limita a ações pontuais. Ele prevê a entrega constante de livros para escolas públicas, presídios e outras instituições sociais, com títulos escolhidos de acordo com o perfil dos leitores e das comunidades atendidas. Além disso, promove encontros entre a equipe da EdUFSC e as comunidades beneficiadas, criando diálogos sobre a importância da leitura como ferramenta de transformação social.

Por meio dessas ações, a EdUFSC reafirma seu compromisso com a extensão comunitária e seu papel como agente de transformação social. A doação de livros para a escola e o Complexo Penitenciário de Florianópolis evidencia que o acesso à educação e à cultura pode transformar vidas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais democrática e inclusiva.

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Homenagem a Salim Miguel marca próxima edição do projeto ‘Livro na Praça’

23/04/2025 09:23

A próxima edição do projeto “Livro na Praça”, promovido pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), será realizada nesta sexta-feira, 25 de abril, às 18h, na Igrejinha da UFSC. O evento celebra o centenário de nascimento de Salim Miguel (1924-2016), um dos mais importantes nomes da literatura brasileira, cuja trajetória marcou profundamente a cultura catarinense e nacional.

O escritor, editor e cineasta Fábio Brüggemann será o palestrante da noite. Ele abordará a relação entre autor e editor, sua amizade com Salim Miguel e sua experiência dirigindo o documentário “Viagens a Biguaçu”, inspirado no escritor. Além disso, Brüggemann falará sobre o trabalho de revisão e estabelecimento do texto da obra completa de Salim Miguel, que já começou com a publicação de “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia”, um dos romances mais emblemáticos do autor e que integra a lista de leituras obrigatórias do próximo vestibular da UFSC. A previsão é que toda a obra completa de Salim Miguel seja publicada até o final de 2025.

O evento contará ainda com a apresentação especial do pianista Sam Machado, natural de Aracaju (SE), que estudou no Conservatório de Música de Sergipe e atualmente cursa Bacharelado em Piano na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Salim Miguel: uma trajetória singular na literatura brasileira

Salim Miguel nasceu no Líbano e chegou ao Brasil aos três anos de idade. Viveu a maior parte de sua vida em Santa Catarina. Autor de mais de 30 livros, foi romancista, contista, cronista, ensaísta, crítico literário e jornalista, além de editor e roteirista. Sua produção literária inclui obras como “NUR na Escuridão”, “A Voz Submersa”, “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia” e “Nós”, esta última publicada pela Editora da UFSC um ano após sua morte e também selecionada como leitura obrigatória para os vestibulares da UFSC e Udesc.

Salim Miguel desempenhou papel central na cena cultural brasileira. Foi um dos líderes do Grupo Sul, movimento cultural que marcou Florianópolis entre 1947 e 1958. Junto com sua esposa, Eglê Malheiros, escreveu o argumento e o roteiro do primeiro longa-metragem catarinense, “O Preço da Ilusão”. Como jornalista, destacou-se nas reportagens inovadoras da extinta revista Manchete e como crítico literário nas páginas do Jornal do Brasil nas décadas de 1970 e 1980.

Durante o regime militar, foi preso em 1964, permanecendo 48 dias no quartel da Polícia Militar. A experiência resultou no diário que mais tarde se transformou no romance “Primeiro de Abril: narrativas da cadeia”, eleito o melhor romance do ano em 1994 pela União Brasileira de Escritores.

Ao longo de sua carreira, Salim Miguel colecionou prêmios e honrarias. Entre eles, destacam-se o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, e o Prêmio Zaffari & Bourbon, que coroou sua obra como um dos melhores romances brasileiros publicados entre 1999 e 2000. Em 2002, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela UFSC e foi eleito o Intelectual do Ano pelo Prêmio Juca Pato.

Salim também deixou um legado como gestor cultural. Foi diretor da Editora da UFSC entre 1983 e 1991, período em que transformou a editora em uma referência nacional. Em 1993, assumiu a superintendência da Fundação Franklin Cascaes, onde trabalhou incansavelmente para criar uma política cultural para Florianópolis.

A memória de Salim Miguel e de sua esposa, Eglê Malheiros, é preservada em espaços culturais que destacam sua importância. Na UFSC, a Sala de Leitura Salim Miguel, localizada no Hospital Universitário, promove a humanização hospitalar e incentiva o hábito da leitura. Já a Udesc homenageia o casal com o Espaço Eglê Malheiros & Salim Miguel, um local no Centro de Florianópolis destinado à consulta de materiais históricos e culturais.

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Professor Nildo Ouriques toma posse como diretor da Editora da UFSC

28/03/2024 11:02

Professores Waldir Rampinelli (E), Nildo Ouriques e Irineu Manoel de Souza (Fotos: Felipe Maciel/Edufsc)

O professor Nildo Domingos Ouriques, presidente do Instituto de Estudos Latino-americanos (IELA), tomou posse nesta quarta-feira, 27 de março, como novo diretor da Editora da UFSC (Edufsc). Ele sucede no cargo o professor Waldir Rampinelli, que se aposentou recentemente após 44 anos de dedicação à Universidade.

A solenidade de transmissão de cargo, realizada na sede da Editora, em meio a prateleiras repletas de livros novos, teve a presença do reitor Irineu Manoel de Souza, de pró-reitores, secretários e integrantes da gestão, de diretores e representantes de Centros de Ensino, servidores técnico-administrativos, professores, estudantes e convidados.

O professor Rampinelli iniciou sua fala citando nominalmente cada um dos funcionários da Editora e também os bolsistas. “A editora é a alma da Universidade”, disse o professor, acrescentando que é ali que UFSC deposita seus conhecimentos, sua cultura, arte e ciência.

Rampinelli permaneceu à frente da Editora por um ano e oito meses, período em que desenvolveu diversas iniciativas de promoção do livro e da leitura. Citou os projetos Livro em Movimento, que forneceu gratuitamente exemplares para bibliotecas escolares; Livro na Praça, que propiciou a comercialização de aproximadamente 3 mil livros; Feira de Livros e Edufsc Convida. Ele afirmou que procurou transformar os autores em “militantes do livro”, comprometendo-os com a comercialização das obras publicadas pela Editora.

O novo diretor da Edufsc, Nildo Ouriques, analisou que a Universidade é um campo de batalha das ideias, acrescentando que os debates políticos e ideológicos vêm perdendo prestígio. Ele leu um trecho do livro Os livros nossos amigos, de Eduardo Frieiro. “A universidade que temos não é a que queremos”, afirmou o professor, acrescentando que até agora tivemos algum êxito em defendê-la dos ataques que sofre. Para ele, a universidade precisa lutar contra o subdesenvolvimento, a dependência científica e técnica e a dependência econômica.

Solenidade de transmissão de cargo foi realizada na sede da Editora

“Na batalha das ideias, há um domínio das metrópoles”, afirmou, observando que os autores lidos pela maioria dos brasileiros são estrangeiros. Na atuação da Editora, afirmou ele, a orientação será no sentido de garantir espaço ao pensamento crítico.

O reitor Irineu Manoel de Souza cumprimentou todos os presentes e afirmou que o professor Nildo Ouriques assume a grande responsabilidade de dar continuidade ao trabalho do professor Rampinelli. Como em várias oportunidades, o reitor explanou sobre a difícil situação financeira da Universidade, que inibe a criatividade e a atuação da academia. Além da escassez de recursos, o reitor citou o excesso de burocracia na maioria dos processos de gestão das universidades. “Nós reivindicamos a autonomia, e depois criamos muitas normas e regulamentos para inibir essa autonomia”.

O reitor fez um relato de todas as iniciativas da gestão para sensibilizar o governo federal da necessidade de recompor os orçamentos e realizar a reposição do quadro de servidores. Citou algumas realizações da gestão, como a inauguração do Alojamento Estudantil Indígena e a reforma do restaurante do Centro de Ciências Agrárias. E anunciou que a UFSC vai investir para equiparar as bolsas de extensão com as bolsas de pesquisa.

Em seguida, em ato simbólico, o reitor assinou o termo de posso do professor Nildo Ouriques na direção da Editora da UFSC.

 

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Deputado se reúne com reitor para tratar da reedição de obra sobre imigração italiana em SC

05/07/2023 16:36

Importância da reedição do livro para comunidade italiana no Brasil foi trazida ao reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, pelo deputado Vicente Caropreso (PSDB), em reunião no Gabinete da Reitoria. Foto: Robson Ribeiro/SECOM/UFSC

O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, recebeu nesta quarta-feira, 5 de julho, no Gabinete da Reitoria, em Florianópolis, o deputado estadual Vicente Caropreso (PSDB), para discutir sobre a reedição do livro “Vencer ou Morrer”, do historiador Renzo Maria Grosselli, importante nome para a comunidade italiana no Brasil.

Na reunião estiveram presentes o chefe de Gabinete da reitoria, Bernardo Meyer; a chefe de Gabinete do deputado Vicente Caropreso, Lucélia Aral; e o coordenador dos círculos Trentinos no Paraná e em Santa Catarina, Andrey José Taffner Fraga.

O deputado Vicente Caropreso coordena a Frente Parlamentar Santa Catarina-Itália, na Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). Em sua fala, destacou a relevância da obra para a comunidade italiana no Brasil e a necessidade da reedição do título, publicado inicialmente pela editora da UFSC (EdUFSC), em 1987. “Nós gostaríamos que a UFSC assumisse, aceitasse cofinanciamento ou nos passasse os direitos para que o professor Renzo fizesse uma reedição”, salientou.
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