Representantes da UFSC e da Polícia Científica de SC participaram da assinatura de Acordo de Cooperação entre as instituições. Fotos: DI-GR/SECOM
Na tarde desta segunda-feira, 6 de outubro, a vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, e a perita-geral da Polícia Científica de Santa Catarina (PCISC), Andressa Boer Fronza, reuniram-se no Gabinete da Reitoria para formalizar o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) vinculado à Rede Catarinense de Pesquisa em Ciências Forenses. O encontro, iniciado às 14h, marcou uma importante parceria estratégica entre a universidade e a perícia oficial do Estado.
Além das representantes das duas instituições, participaram do ato o superintendente de projetos da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq), William Gerson Matias, membros da PCISC e professores das áreas de Química, Farmácia e Geologia da UFSC, diretamente envolvidos na Rede.
A Rede Catarinense de Pesquisa em Ciências Forenses reúne atualmente 19 pesquisadores da UFSC e diversos peritos da Polícia Científica de Santa Catarina que atuam de forma integrada em ações de pesquisa, ensino e extensão. Suas frentes abrangem múltiplas áreas do conhecimento, incluindo Enfermagem, Química, Toxicologia, Geologia, Inteligência Artificial, Entomologia Forense, Genética Forense, entre outras, refletindo o caráter interdisciplinar das atividades desenvolvidas.
O acordo assinado nesta segunda-feira é o primeiro de seis ACTs previstos para viabilizar projetos distribuídos por todas essas áreas, fortalecendo a atuação coordenada e colaborativa dos grupos que compõem a Rede, cujas informações podem ser encontradas no site https://forense.ufsc.br/.
A cooperação interinstitucional viabiliza o projeto intitulado “Vestígios encontrados em locais de crime: desenvolvimento e aplicação de novas estratégias analíticas e suas implicações nas Políticas Públicas e Legislativas”, que terá duração de 60 meses. A iniciativa busca aprimorar métodos nas áreas de química e toxicologia forense aplicados aos vestígios coletados pela PCISC, além de fomentar debates sobre saúde pública e o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas (Lei nº 11.343/2006).
A proposta combina teoria e prática, fortalecendo a pesquisa aplicada e qualificando a atuação pericial. Entre os objetivos estão o desenvolvimento de metodologias para identificação e quantificação de substâncias de interesse forense, criação de ferramentas de análise multivariada para certificação de produtos, produção de padrões analíticos secundários, estudos epidemiológicos baseados em dados forenses e capacitação continuada de servidores. Além disso, promove ações educativas sobre o uso indevido de substâncias psicoativas e políticas de redução de danos, estimulando um debate crítico sobre a legislação vigente.
Os resultados passíveis de proteção intelectual serão compartilhados igualmente entre a PCISC e a UFSC, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD, Lei nº 13.709/2018) e a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), garantindo sigilo sobre informações sensíveis. Com essa parceria, as duas instituições consolidam a Rede Catarinense de Pesquisa em Ciências Forenses, promovendo inovação, transferência de conhecimento e impacto direto na segurança pública e na formulação de políticas baseadas em evidências científicas.
A vice-reitora Joana agradeceu o esforço coletivo que possibilitou o acordo, enfatizando a importância da aproximação entre a academia e a Polícia Científica. “O papel da universidade é atuar onde a ciência é essencial, contribuindo para a formação de estudantes por meio de experiências práticas que transcendem a sala de aula”, destacou. Para ela, o projeto terá um impacto significativo pela sua natureza interdisciplinar, envolvendo as áreas como a de Geologia, Química e Farmácia. Joana também celebrou a representatividade feminina: “Minha alegria é saber que temos uma mulher no comando. Parabéns e obrigada”, finalizou
A perita-geral Andressa Boer Fronza ressaltou a satisfação com a parceria e o orgulho de ser a primeira mulher a liderar a Polícia Científica de Santa Catarina. “Independentemente do gênero, a instituição estaria em boas mãos, mas é gratificante trazer um olhar diferente para a gestão”, afirmou. Andressa relembrou a criação da rede catarinense em 2023, em parceria com a UFSC, destacando que a iniciativa aproxima a universidade da prática forense, promove o desenvolvimento de novas técnicas e otimiza o trabalho pericial. Ela também enfatizou a relevância da ciência frente a desafios como a adulteração de bebidas com metanol, que só ganham visibilidade em situações de crise. “Infelizmente, nosso trabalho aparece mais em momentos de tragédia. Nosso objetivo é evitar novas vítimas, fortalecer ações preventivas e oferecer respostas rápidas”, concluiu.
O professor William, da área de Engenharia Sanitária e Ambiental, destacou os avanços na regulamentação para pesquisa com químicos controlados, fruto do trabalho de uma comissão multidisciplinar que obteve autorizações junto ao Exército e à Polícia Federal, além de consolidar uma minuta interna para processos de compra e controle. “Sem isso, não tem pesquisa”, afirmou. William também celebrou a representatividade feminina na mesa: “É muito significativo estar aqui com a vice-reitora e a chefe da polícia. Quando trazemos mulheres para a tomada de decisão, trazemos mais humanidade.” Ele finalizou com entusiasmo: “Estou muito contente por concluir um processo e iniciar outro, liderado por mulheres. Parabéns!”
Conasamba 2025 contou com o apoio institucional da UFSC. Fotos: Divulgação
A Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba) promoveu a mesa de debates intitulada “As instituições públicas, a Universidade, os Institutos Federais e o poder público na construção do maior espetáculo da terra — Reunião GT Carnaval do Ministério da Cultura (MinC)”. O evento ocorreu na tarde do último sábado, 27 de setembro de 2025, no Auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos Luiz Carlos Cancellier de Olivo, campus Trindade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.
Essa atividade integrou a programação do Congresso Nacional das Escolas de Samba (Conasamba) 2025, realizado entre os dias 26 e 28 de setembro no campus da UFSC. O evento reuniu lideranças do samba, gestores públicos, pesquisadores, estudantes e representantes de escolas de samba de diversas regiões do país. Entre os participantes a vice-reitora da Universidade Joana Célia dos Passos, que ofereceu reflexões sobre o papel das universidades na valorização do samba e do carnaval como patrimônios culturais.
Joana destacou a contribuição de Candeia Filho e Isnard Araújo, que, em 1978, no livro Escola de samba: árvore que esqueceu a raiz, já questionavam o papel dos intelectuais junto às escolas de samba. Segundo os autores, “Os intelectuais que estão vinculados às escolas de samba e que vieram junto com a classe média precisam conhecer os problemas do sambista, respeitar suas características, conhecer suas origens, a fim de que sua contribuição esteja integrada ao meio sem ferir a nossa cultura”. A vice-reitora associou essa reflexão ao significado de a UFSC sediar, pela primeira vez, o Conasamba, ressaltando a necessidade de fortalecer a ligação entre a Universidade e as comunidades que produzem o samba e o carnaval, promovendo um intercâmbio mutuamente enriquecedor.
Joana também analisou o uso do termo “escola” para designar as agremiações carnavalescas, pontuando que essas instituições ensinam “a história que a história não conta”, ao revelar aspectos da sociedade brasileira que frequentemente ficam à margem dos registros oficiais. Ela enfatizou a importância de a UFSC se abrir para esse diálogo, aprendendo com as escolas de samba e reconhecendo o valor cultural, social e histórico que elas representam.
Dando continuidade às discussões iniciadas no Conasamba 2024, que abordou o tema “A Escola de Samba que queremos”, a edição de 2025 foi inspirada no princípio Sankofa, um símbolo ancestral da África Ocidental que propõe olhar para o passado como fonte de aprendizado para construir o futuro. A mesa de debates trouxe reflexões profundas sobre o papel das universidades e dos institutos federais no apoio à pesquisa, formação e inovação relacionadas ao carnaval, além de destacar a importância de articular poder público, cultura e economia criativa para valorizar o samba em seus diversos territórios, indo além das grandes produções do Rio de Janeiro e São Paulo.
As discussões também abordaram questões centrais relacionadas às políticas públicas voltadas ao financiamento, à preservação da memória e à salvaguarda das tradições das escolas de samba, consideradas fundamentais para a manutenção e o fortalecimento desse rico patrimônio cultural. Outro ponto de destaque foi a apresentação de estratégias de cooperação interinstitucional, com o objetivo de qualificar processos, gerar trabalho e renda e promover a sustentabilidade no ciclo do carnaval, reafirmando o compromisso com a valorização das práticas culturais que dão vida a essa manifestação artística singular.
O Conasamba 2025 contou com o apoio institucional da UFSC, da Prefeitura Municipal de Florianópolis, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), do Governo do Estado, do Ministério da Cultura (MinC) e do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), além do patrocínio do Sebrae.
Rosiani Bion de Almeida | SECOM
imprensa.gr@contato.ufsc.br
Vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, participa do Fórum Parlamentar Catarinense
O Fórum Parlamentar Catarinense (FPC) realizou uma reunião macrorregional na Grande Florianópolis, na tarde desta quinta-feira, 25 de setembro, sediada pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), onde foram levantadas questões de infraestrutura e o futuro orçamentário das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). O deputado federal Pedro Uczai (PT), coordenador do Fórum, conduziu os trabalhos com foco na “escuta” e hierarquização das grandes prioridades regionais que exigem articulação de bancada ou maiores investimentos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Lideranças políticas e da sociedade civil participaram do evento, inclusive a vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, que disse reconhecer que existem inúmeras prioridades no estado, todas elas muito importantes e legítimas, e a UFSC apoia plenamente essas demandas. Contudo, ela destacou que, enquanto gestora de uma das instituições públicas mais relevantes de Santa Catarina, é fundamental que o coletivo de lideranças assuma o compromisso de ajudar a solucionar os desafios orçamentários enfrentados pela UFSC, no que se refere a “sobrevivência e continuidade” de uma universidade que é patrimônio dos catarinenses e do povo brasileiro.
A vice-reitora relembrou a relevância estratégica da UFSC para o estado e para o país, enfatizando que a instituição forma profissionais para os mais diversos setores da sociedade. Para Joana, a UFSC é um patrimônio que transcende os seus muros. “Um exemplo disso é o painel Empresas DNA UFSC , que revela que contribuímos para a criação de mais de 107 mil empresas no Brasil. Somos uma cidade dentro de outra cidade, uma força indutora de desenvolvimento”, afirmou. Atualmente, a comunidade universitária integra cerca de 40 mil pessoas, entre estudantes, professores e técnicos, reforçando o papel da universidade como promotora de conhecimento, inovação e transformação social.
Embora a UFSC tenha recebido R$ 59 milhões para obras do PAC, Joana Célia ressaltou que esses recursos são insuficientes para suprir as necessidades básicas da instituição. “Ainda enfrentamos uma grave carência de recursos para a manutenção da universidade. Décadas de desestruturação nas universidades públicas resultaram em uma situação crítica, na qual grande parte do orçamento de custeio está prevista ao pagamento de contratos de terceirização”, explicou. Segundo a vice-reitora, esses recursos poderiam ser direcionados para fortalecer a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão.
As IFES receberam destaque adicional com a fala de Tiago Semprebom, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Tiago solicitou um olhar atento dos parlamentares para a próxima Lei Orçamentária Anual (LOA), pedindo aumento no orçamento para cobrir o aumento das despesas de manutenção. O gestor enfatizou a necessidade de consolidar a alimentação estudantil, visto que 40% dos estudantes do IFSC vivem com renda per capita de até 1 salário mínimo. Sobre este ponto, Pedro Uczai informou que já há um próximo encaminhamento agendado para o dia 8 de outubro, quando os os reitores e diretores dos 38 campi do IFSC estarão em Brasília para discutir o tema com os assessores da bancada.
Diversas outras questões regionais e sociais foram levantadas no encontro com os(as) parlamentares e, concluíram-se os debates com a confirmação de que, após a hierarquização, o Fórum atuará no orçamento geral da União para garantir os recursos necessários para as prioridades de Santa Catarina.
Rosiani Bion de Almeida | SECOM
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A Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba) convida para a mesa de debates “As instituições públicas, a Universidade, os Institutos Federais e o poder público na construção do maior espetáculo da terra — Reunião GT Carnaval do Ministério da Cultura (MinC)”. A iniciativa será realizada no sábado, 27 de setembro de 2025, das 14h às 17h, no Auditório Guarapuvu, do Centro de Cultura e Eventos Luiz Carlos Cancellier de Olivo, campus Trindade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.
A atividade integra a programação do Congresso Nacional das Escolas de Samba (Conasamba) 2025, que ocorrerá entre os dias 26 e 28 de setembro no campus da UFSC, reunindo lideranças do samba, gestores públicos, pesquisadores, estudantes e representantes de escolas de samba de todo o país. Em continuidade aos debates iniciados em 2024 – quando discutiu-se “a Escola de Samba que queremos” -, a edição 2025 é inspirada no princípio Sankofa, símbolo ancestral da África Ocidental que conclama a aprender com o passado para projetar futuros possíveis. As inscrições estão abertas e podem ser feitas neste link.
Com esse horizonte, a mesa propõe refletir sobre:
O papel das universidades e dos institutos federais na pesquisa, formação e inovação para o carnaval
A articulação entre poder público, cultura e economia criativa na valorização do samba em todos os territórios, para além dos megaespetáculos do Rio de Janeiro e de São Paulo
Políticas públicas, financiamento, preservação de memória e salvaguarda das tradições das escolas de samba
Estratégias de cooperação interinstitucional para qualificação de processos, trabalho e geração de renda no ciclo do carnaval
O Conasamba 2025 conta com apoio institucional da UFSC, da Prefeitura Municipal de Florianópolis, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), do Governo do Estado, do Ministério da Cultura (MinC) e do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), além do patrocínio do Sebrae.
Serviço
Evento: Mesa de Debates – As instituições públicas, a Universidade, os Institutos Federais e o poder público na construção do maior espetáculo da terra – Reunião GT Carnaval do MinC Data e horário: sábado, 27 de setembro de 2025, das 14h às 17h Local: Auditório Guarapuvu, do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, campus Trindade, em Florianópolis Integra: Conasamba 2025 (26 a 28 de setembro)
Brasília foi o endereço da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CONAPIR), realizada entre os dias 15 e 19 de setembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Sob o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, a conferência marcou seu retorno ao cenário político e social do país após sete anos de intervalo, reunindo cerca de 1.700 delegados, 200 convidados, 50 observadores e 45 expositores. Entre os convidados estava a vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, que, além desta agenda, cumpriu outro compromisso estratégico: o Encontro Nacional das Cátedras UNESCO no Brasil, ocorrido no dia 16. A presença da vice-reitora nos dois eventos está diretamente ligada à sua atuação na coordenação da Cátedra Antonieta de Barros: Educação para a Igualdade Racial e Combate ao Racismo, e como integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) do Governo Federal.
Realizada de forma conjunta entre governos e sociedade civil, a conferência reafirmou seu caráter estruturante para o avanço das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil. Mais que um fórum de debates, a 5ª CONAPIR é espaço de construção de consensos, acolhimento da diversidade e fortalecimento do papel democrático da população negra e de outros segmentos étnico-raciais e culturais na formulação de políticas públicas. Ao mobilizar milhares de representantes em todo o país, o encontro se apresenta como um marco na busca por um Brasil mais justo, plural e comprometido com a superação das desigualdades históricas.
A 5ª CONAPIR envolveu diferentes etapas preparatórias, com eventos municipais e estaduais, somadas às conferências temáticas – voltadas a povos quilombolas, indígenas, ciganos, comunidades de matriz africana, juventude e população negra LGBTQIA+. Também houve contribuições por meio de etapas livres, abertas a organizações sociais e entidades públicas, e de uma etapa digital hospedada na plataforma Brasil Participativo, que permitiu maior representatividade nas propostas. Ao final desse percurso, ideias e recomendações foram reunidas para serem analisadas e debatidas na etapa nacional.
Durante a programação em Brasília, os delegados se dividiram em Grupos de Trabalho, Plenárias de Eixos e Xirês de Discussão, proporcionando momentos de análise técnica, diálogo político e de valorização cultural. As discussões foram organizadas a partir de três grandes eixos – Democracia, Justiça Racial e Reparação – que detalham desde estratégias para o fortalecimento da pauta racial no Legislativo e superação do racismo ambiental até políticas voltadas à saúde, educação, segurança pública e reparação de direitos.
Entre os objetivos da conferência estão a formulação de propostas monitoráveis para a implementação de ações de reparação e justiça racial, a atualização de marcos legais, o fortalecimento do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR), além da criação de mecanismos de memória que garantam a continuidade das deliberações. Também está entre as metas dialogar com legislações internacionais e enfrentar as formas contemporâneas de racismo, discriminação racial e xenofobia.
A abertura contou com apresentação cultural e um painel inicial sobre o tema central. Na terça-feira (16), nove Grupos de Trabalho simultâneos foram constituídos. As plenárias de eixos ocorreram ao longo do dia 17 e, na quinta-feira (18), a conferência realizou a Plenária Luiza Bairros, voltada à leitura e aclamação de propostas, encerrada com a solenidade “De Zumbi à Igualdade Racial como Política de Estado: um tributo à história e à construção do Brasil dos brasileiros”. O evento terminou na sexta-feira (19), com um painel de balanço, lançamento de iniciativas institucionais, a leitura do “Manifesto Sankofa: retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro” e um cortejo cultural de encerramento.
“Após sete anos, o governo brasileiro volta a se reunir com a sociedade civil para traçar diretrizes e metas para a igualdade racial”, reitera a professora Joana Célia dos Passos. Para ela, a conferência “é o lugar de transformar compromisso em ação, construindo políticas públicas capazes de enfrentar as desigualdades e promover reparação, justiça social e econômica”.
Encontro das Cátedras UNESCO no Brasil
Na segunda agenda em Brasília, a professora Joana participou do Encontro das Cátedras UNESCO no Brasil, realizado em 16 de setembro, na sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com o tema “Conectando Saberes, Fortalecendo Impactos”, o evento foi promovido pela UNESCO no Brasil e reuniu representantes de diversas instituições acadêmicas e de pesquisa com o objetivo de fomentar a cooperação internacional e o fortalecimento das Cátedras no país.
A programação teve início pela manhã, com a Sessão de Abertura Institucional, que contou com as presenças de Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e representante da UNESCO no Brasil; Tatiana Teixeira, secretária-geral da Comissão Nacional do Brasil para a UNESCO; e o embaixador Marco Antonio Nakata, diretor do Instituto Guimarães Rosa (Itamaraty). Na sequência, foi promovido o painel “O Brasil que pensa o mundo: o papel dos think tanks públicos na formulação de visões estratégicas no G20, BRICS e além”, com destaque para a participação de Luciana Servo, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Durante a tarde, as atividades foram organizadas em Mesas Temáticas Simultâneas, estruturadas em formato de rodas de conversa. Os debates foram divididos em áreas programáticas de Educação; Ciências Naturais e Ciências Humanas e Sociais; Cultura; e Comunicação e Informação. Além disso, a pesquisadora Carolina Schenatto da Rosa realizou uma apresentação que incorporou as discussões. O encerramento do evento foi marcado por uma sessão plenária intitulada “Caminhos para o fortalecimento das Cátedras no Brasil”, voltada à definição de temas prioritários para atuação conjunta no biênio 2026–2027.
A Cátedra UNESCO Educação para Igualdade Racial opera desde 2023 e foi criada a partir da Cátedra Antonieta de Barros, da UFSC, coordenada pela professora Joana e vinculada ao Gabinete da Reitoria da UFSC. Este trabalho tem sido uma referência nacional na promoção de estudos, pesquisas e debates sobre educação para a igualdade racial e combate ao racismo. Estruturada como uma rede interinstitucional, a iniciativa contribui diretamente para a formação de profissionais qualificados e para a produção de conhecimentos comprometidos com a transformação social.
As Cátedras UNESCO, por sua vez, são uma iniciativa das Nações Unidas para promover a cooperação internacional entre instituições de ensino superior em diferentes partes do mundo. Seu objetivo é compartilhar conhecimentos, fortalecer capacidades institucionais e fomentar o desenvolvimento de pesquisas, ensino e extensão, sempre com o foco na igualdade, na democratização do meio acadêmico e na formulação de políticas públicas. Atuando de forma interdisciplinar e colaborativa, as Cátedras trabalham em parceria com Organizações Não-Governamentais (ONGs), fundações e entidades dos setores público e privado, ampliando o impacto de suas ações.
Assista a conferência na íntegra:
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