Professores da UFSC são homenageados em celebração de 122 anos de Antonieta de Barros
Professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram homenageados pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) por promoverem o legado e a memória da deputada Antonieta de Barros. A homenagem aconteceu na última segunda-feira, 10 de julho, em sessão especial pela celebração dos 122 anos do nascimento da deputada.
Na ocasião, foram condecoradas a vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, a secretária de Cultura, Arte e Esporte da Universidade, Eliane Debus, e o ex-vereador e professor aposentado do Departamento de Arquitetura e Urbanismo Lino Peres. Os representantes da Universidade foram lembrados por terem contribuído com a memória e o legado de Antonieta.
Em dezembro de 2021, Joana, Eliane e Patrícia de Moraes Lima, professora do Centro de Ciências da Educação (CED), propuseram a concessão do título de Doutora Honoris Causa (em memória) pela UFSC à professora Antonieta de Barros, por sua importância para a educação estadual e nacional.
Em dezembro de 2021, Joana, Eliane e Patrícia de Moraes Lima, professora do Centro de Ciências da Educação (CED), propuseram a concessão do título de Doutora Honoris Causa (em memória) pela UFSC à professora Antonieta de Barros, por sua importância para a educação estadual e nacional.
Na época, o pedido foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário (Cun). Os integrantes do Conselho salientaram seu poder revolucionário e libertador, além da importância para a história catarinense e pela contribuição para o enfrentamento ao analfabetismo no estado.
Em 2020, com o objetivo de reverberar as histórias do protagonismo negro no estado, a professora e escritora Eliane Debus lançou o livro infantil “Antonieta”. A obra, uma narrativa em prosa poética, conta a história de Antonieta de Barros, em momentos que vão desde a infância até a vida política.
Integrante do movimento Antonieta Resiste, Lino Peres teve papel fundamental nas discussões em relação à destinação do espaço da Escola Antonieta de Barros para a criação de um centro de valorização da cultura e memória negra em Santa Catarina durante seu segundo mandato como vereador de Florianópolis, entre 2017 e 2020.
A homenagem
Antonieta de Barros foi a primeira mulher negra a ser eleita deputada estadual no país, em 1934. A reverência realizada nesta segunda marcou a celebração dos 122 anos de seu nascimento, que seriam completados na terça-feira, 11. A celebração foi proposta pelos deputados Marquito (Psol) e Luciane Carminatti (PT) e contou com a presença do também deputado Mário Mota (PSD).
Em seu discurso, Luciane Carminatti destacou que Antonieta “deixou marcas reais na busca de dignidade humana” na Assembleia. O vereador Marquito salientou que o gesto é uma forma de “manter e cultivar a memória de Antonieta de Barros” e Mário Motta repetiu na tribuna palavras de Antonieta: “Se educar é aprender a viver, é aprender a pensar. E, nessa vida, não se enganem, só vive plenamente o ser que pensa. Os outros se movem, tão somente”, discursou.
Na sessão, estiveram presentes familiares da deputada. O sobrinho neto de Antonieta, Flávio Barros, falou em nome dos homenageados e revelou emoção ao ouvir as palavras da tia avó reverberam novamente no plenário.
Também prestigiaram o encontro, representantes de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); do Conselho do Desenvolvimento da Comunidade Negra; da Escola Olodum Sul; da Academia de Letras dos Militares Estaduais de Santa Catarina; da Biblioteca Pública de Santa Catarina; do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC); e da Associação Catarinense de Imprensa (ACI).
Sobre Antonieta de Barros
Nascida em 11 de julho de 1901, em Florianópolis, Antonieta foi defensora da democratização da educação e da escola pública, atuou na organização política de professores(as) e dirigiu o Instituto Estadual de Educação (IEE). Foi responsável por criar, nas primeiras décadas do século XX, um curso de alfabetização destinado a comunidades pobres e marginalizadas.
Além de professora, ela era também escritora e jornalista. Conhecida pelo pseudônimo “Maria da Ilha”, escreveu crônicas nos periódicos locais. Dirigiu os jornais “A Semana” e “Vida Ilhoa”, nos quais defendia a participação política das mulheres e criticava o racismo.
Robson Ribeiro/Estagiário da Secretaria de Comunicação/UFSC
Com informações de Agência AL