Reajuste do plano de saúde da UFSC fica abaixo do índice do ano passado: 19%
Ao final de uma série de negociações, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Unimed Grande Florianópolis chegaram ao percentual de reajuste para o plano de saúde dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação e Servidores Docentes. O percentual, aplicável a partir de janeiro de 2024, será de 19% – meio ponto abaixo do reajuste anterior, negociado ano passado, e um terço menor que a primeira proposta apresentada pela Unimed, que era de 29,18%. Negociação envolveu oito reuniões, algumas entre setores da UFSC e outras diretamente com a operadora.
As reduções foram resultados de uma série de reuniões entre setores da Universidade com a operadora, iniciadas em setembro. Ao todo, foram promovidos oito encontros para a discussão do assunto. O Sindicato de Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc) e o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc) também foram consultados e participaram de algumas reuniões internas.
Pela Universidade, as negociações envolveram gestores da Pró-reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), do Departamento de Atenção à Saúde (DAS/PRODEGESP), do Departamento de Projetos, Contratos e Convênios (DPC/PROAD), o Chefe de Gabinete e o Reitor.
Em correspondência enviada ao Gabinete da Reitoria na sexta-feira passada, 15 de dezembro, a Unimed informa que a “aprovação técnica” de reajuste indica o índice de 20,79% de incremento “após as reuniões de negociação e considerando as demandas apresentadas pela UFSC”. No entanto, com a insistência da Universidade em negociar e “em resposta aos apelos”, a Unimed reduziu para 19% o percentual de reajuste.
A correspondência também cita o histórico de sinistralidade (taxa de utilização do plano pelos usuários em 12 meses) como motivador do índice de reajuste. O contrato da UFSC com a Unimed contém uma cláusula determinando que, sempre que a sinistralidade for superior a 75%, será aplicado um reajuste. Da mesma forma, quando a sinistralidade é inferior a 75% deve ser aplicada uma redução no valor do contrato.
Índice de sinistralidade chega a 96,88%
Na correspondência, a Unimed apresenta índice de sinistralidade de 96,88% para os últimos 12 meses. Anualmente, ao final do mês de outubro, fecha-se o período para aferição desse número. Por essa razão, as discussões sobre o possível reajuste se concentram nos últimos meses do ano. Apesar disso, o DAS/PRODEGESP acompanha mensalmente a sinistralidade do plano de saúde, a fim de antecipar medidas e tomadas de decisão.
A Unimed justifica, em documento enviado à UFSC, que a sinistralidade de 2023 foi a mais alta desde 2020. Isso ocorre pelo alto índice de tratamento oncológicos dos usuários do plano, além da média de idade dos beneficiários do plano de saúde – 48 anos – e de outros fatores, como a judicialização de procedimentos, afirma a operadora.
Porém, com o terceiro ano consecutivo de sinistralidade acima de 75% – somente 2020 ficou abaixo em razão da pandemia de Covid-19 – a Unimed argumenta que as negociações dos índices de reajuste têm acumulado prejuízo para a operadora. Por esse motivo, seria difícil baixar o índice para além dos 19% já prejudiciais, de acordo com a cooperativa.
A contratação de um plano de saúde com uma rede de atendimento adequada tem sido uma preocupação constante para a Universidade. A UFSC também realiza avaliações de outros planos de saúde credenciados pelo Ministério da Educação (MEC). Os estudos serão intensificados em 2024 para ofertar outras possibilidades, quando encerrar-se-á o atual contrato da Unimed e será realizado novo processo licitatório.