Professora da UFSC assume diretoria no CNPq e fala em “aperfeiçoamento das políticas científicas”
A professora Debora Peres Menezes, do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi empossada nesta quinta-feira, 13 de abril, como a nova diretora de Avaliação de Resultados e Soluções Digitais (DASD) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O cargo integra a Diretoria Executiva do CNPq, responsável, junto à presidência do órgão por decisões de alto impacto na pesquisa brasileira. A cerimônia de posse ocorreu em Brasília, com presença do presidente do CNPq, Ricardo Galvão.
A diretoria é responsável pela avaliação de resultados e impactos das ações de fomento do CNPq. “Os dados serão avaliados por área de conhecimento, região do país, gênero, etnia e outros recortes que possam ajudar na definição e aperfeiçoamento de políticas científicas. A DASD também é responsável pela manutenção e aprimoramento das plataformas do CNPq (Chagas, Lattes) que constituem duas das bases de dados mais bem estruturadas da ciência brasileira”, explica a nova diretora.
Debora relata que, em sua nova função, planeja divulgar dados que ajudem a comunidade científica a se autoavaliar e que contribuam com uma melhor percepção do que é realizado em termos de ciência e inovação no Brasil. “Entendo que as plataformas mantidas pelo CNPq são riquíssimas em termos de informação e que podemos tentar oferecer aos pesquisadores interessados em política científica acesso aos dados existentes de forma mais simples do que atualmente. No entanto, terei que lidar com duas leis que possuem características, às vezes, conflitantes: a Lei de Acesso à Informação (LAI) e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o que será um desafio interessante”, pontua.
A professora foi cedida pela UFSC ao CNPq para ocupar o cargo, no entanto, explica que não se afastará da pesquisa na instituição. “Vou me afastar das minhas atividades de docência, mas não da pesquisa. Continuo trabalhando com minhas alunas de Iniciação Científica até agosto. Já com minhas alunas de mestrado, doutorado e com meus pós-docs, minha intenção é dar continuidade às supervisões a distância, uma vez que a pandemia já nos treinou para isso, e vir até a UFSC uma vez por mês para discussões presenciais”, explica. “Coloco-me à disposição da UFSC e da sua comunidade para receber críticas e sugestões relacionadas aos tópicos com os quais vou lidar”, ressalta.
Pesquisadora premiada, gestora de pesquisa e youtuber
No currículo da professora Debora Menezes estão destaques à sua atuação como docente e pesquisadora, mas também como gestora. Debora foi pró-reitora de Pesquisa e Extensão entre 2008 e 2012 e foi a primeira mulher eleita para presidir a Sociedade Brasileira de Física, durante o biênio 2021-2023. Recentemente foi premiada com o segundo lugar no Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia & Inovação, e já recebeu distinções por sua atuação como parecerista de revistas científicas reconhecidas internacionalmente.
A professora Débora é graduada em licenciatura e bacharelado e é mestre em Física pela Universidade de São Paulo (USP), doutora pela University of Oxford, da Inglaterra, e pós-doutora pela Universidade de Coimbra, de Portugal. Também tem estágio sênior pela Sydney University, da Austrália, e pela Universidade de Alicante, da Espanha. Simultaneamente às atividades de ensino e pesquisa, dedica-se ativamente à divulgação científica. A docente é responsável pelo canal do YouTube Mulheres na Ciência, que busca levar ao público diversos tópicos científicos de forma descomplicada e objetiva por meio de filmes curtos produzidos e protagonizados por cientistas e estudantes mulheres.
Mayra Cajueiro Warren / jornalista da Agecom / UFSC