Audiência pública na Câmara de Vereadores de Blumenau discute oferta de cursos da UFSC
Na noite desta quinta-feira, 25 de maio, o plenário da Câmara de Vereadores de Blumenau recebeu uma audiência pública para discutir a ampliação da oferta de cursos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na cidade. Cerca de 80 pessoas participaram do evento, que foi transmitido ao vivo pelo canal da TV Legislativa no YouTube.
Da UFSC, estiveram presentes o diretor do gabinete do reitor, João Luiz Martins (representando o reitor Irineu Manoel de Souza), o diretor do Campus Blumenau, Adriano Péres, e a diretora administrativa Carolina Suelen da Silva. Também compareceram representantes da sociedade civil de diversos segmentos.
O professor João ressaltou que é natural que, depois de tanto tempo sem investimentos, os campi das instituições federais de ensino busquem a expansão. “Para este ano temos um orçamento – elaborado pelo governo anterior – ainda menor que o de 2022. Já houve uma suplementação, mas ainda não é suficiente. Qualquer expansão terá que passar pelo aval do Ministério da Educação, que é a entidade mantenedora. No entanto, é necessário se preparar para isso, já que a expansão não pode ser feita de uma hora para a outra. É necessário planejamento e organização”, explica.
João destacou ainda que, ampliar a oferta de cursos, impacta também nas ações de permanência desses novos estudantes. “O perfil do aluno da universidade federal mudou. Hoje, mais de 50% vem de escola pública. Não é só criar os cursos e as vagas, mas garantir ações de permanência estudantil também”, disse.
O diretor Adriano Péres fez um breve histórico do campus da UFSC em Blumenau, que já está há nove anos na cidade. “Apesar de ofertarmos poucos cursos ainda, hoje já nos sentimos mais integrados com a comunidade de Blumenau e região. Sabemos que a comunidade quer mais e sabemos que temos a capacidade de fazer muito mais. Este é um momento de prospecção, para sabermos o que a comunidade espera da UFSC Blumenau”, disse.
O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comped), Aníbal Giovani Manetta, fez uso da palavra para solicitar a oferta do curso Letras-Libras. “A minha luta é pela acessibilidade e pela inclusão. Tem professores da nossa região que são surdos e precisam se deslocar para outra cidade para fazer esse curso, arcando inclusive com os custos. Hoje essa é a realidade para quem quer fazer esse curso. Seria muito mais viável que a UFSC ofertasse aqui em Blumenau”, afirmou.
Leandro Silva, intendente da Vila Itoupava, relembrou que, durante o processo de criação do Campus Blumenau, foi definida a oferta de cursos nos seguintes eixos: formação tecnológica; educação, ciência e tecnologia; e desenvolvimento regional e interação social. Destes, apenas o último ainda não está contemplado nos cursos ofertados, e solicitou a criação do curso de Gestão de Políticas Públicas. “Precisamos qualificar as pessoas para atuarem no serviço público. Seria muito importante a oferta desse curso para a nossa região”, disse.
Houve também manifestações de pessoas ligadas à Universidade Regional de Blumenau (Furb) solicitando diálogo em relação ao projeto de federalização da instituição. “Vou levar para o professor Irineu essa manifestação e nos colocamos à disposição para conversar. No entanto, não há possibilidade de avanço sem a aprovação do Ministério da Educação. Precisamos da ajuda de todos para pressionar os nossos representantes no legislativo, em âmbito municipal, estadual e federal, para que aprovem moções, pedidos para que o MEC nos oriente sobre qual caminho seguir”, finalizou João.
Consulta externa
A realização da audiência pública foi uma das etapas da consulta pública externa sobre a oferta de novos cursos pela UFSC Blumenau. Também estão sendo aplicados questionários para públicos específicos, como escolas, empresas e instituições da região e, em breve, um formulário será disponibilizado no site do Campus Blumenau para participação da comunidade em geral.
Serviço de Comunicação UFSC Blumenau